novembro 21, 2024

Produtividade e precocidade da soja estão nos lançamentos da Embrapa e Meridional no Show Rural

A Embrapa e a Fundação Meridional lançaram duas novas cultivares de soja A Embrapa e a Fundação Meridional lançam no dia 7 de fevereiro, às 10h 30, na Vitrine de Tecnologias da Embrapa, no Show Rural, a ser realizado em Cascavel (PR), duas novas cultivares de soja com a tecnologia Xtend® (XTD) que combinam a alta produtividade com tolerância aos herbicidas glifosato e dicamba (BRS 2560XTD e BRS 2562XTD) e, portanto, são opções para áreas de refúgio próximas às lavouras que utilizarem a tecnologia Intacta2 Xtend® (I2X). As cultivares Intacta2 Xtend® (I2X), além da tolerância aos herbicidas, agregam a resistência às principais lagartas da soja. Com o intuito de prolongar a vida útil dessa tecnologia e evitar a resistência das lagartas nas cultivares Intacta2 Xtend®, a Embrapa considera imprescindível a adoção do refúgio. Portifólio de soja Na Vitrine de Tecnologias, a Embrapa Soja e a Fundação Meridional estarão demonstradas cultivares transgênicas com resistência ao herbicida glifosato (BRS 5804RR, BRS 5601RR e BRS 599 RR), cultivares com resistência ao glifosato e a algumas espécies de lagartas (BRS 1064 IPRO, BRS 1056 IPRO, BRS 1061IPRO, BRS 1003 IPRO, BRS 1054 IPRO) e cultivares com tolerância aos herbicidas glifosato e dicamba (BRS 2553 XTD, BRS 256-XTD, BRS 2562XTD, BRS 2578 XTD).  Lançamento BRS 2560XTD – Além de ser excelente opção de refúgio para áreas com cultivares com a tecnologia I2X (grupo de maturidade entre 5.8 e 6.2), a BRS 2560XTD é uma cultivar com alto potencial produtivo e arquitetura de planta que favorece a ramificação abundante. Outro diferencial, apontado pelo pesquisador Carlos Lasaro Pereira Melo,  da Embrapa Soja, é que a nova cultivar é adaptada à antecipação de semeadura, permitindo encaixe em sistemas de sucessão/rotação de culturas. A BRS 2560XTD é recomendada para Serra do Nordeste e Planalto Superior do Rio Grande do Sul (REC103); Centro-sul do Paraná (REC103) e Sul de São Paulo (REC103). Quanto à reação das cultivares às doenças, a BRS 2560XTD é resistente ao cancro da haste, mosaico comum da soja e podridão radicular de Phytophthora e moderadamente resistente a mancha olho-de-rã, oídio. Também possui resistência ao nematoide de galha Meloidogyne javanica. “Esta cultivar é ainda tolerante a sulfoniluréias (grupo químico de herbicidas utilizado para o controle de plantas daninhas), portanto é seletiva a ação desses herbicidas, seja quando utilizados para o controle das plantas daninhas em pré ou pós emergência da cultura, bem como para o controle da soja voluntária”, explica Pereira Melo. Lançamento BRS 2562XTD – Este lançamento também é excelente opção de refúgio para áreas com cultivares com a tecnologia I2X com grupo de maturidade entre 6.0 e 6.4, por sua precocidade. A BRS 2562XTD possui alta estabilidade e performance produtiva, adaptada a diferentes ambientes de produção. “Além disso, a cultivar permite semeadura antecipada, possibilitando o encaixe em sistemas de sucessão/rotação de culturas. Esses atributos de lavoura podem variar em razão do clima, solo e manejo, mas em geral seguem as características mencionadas”, destaca o pesquisador Marcos Petek, da Embrapa Soja. Quanto à reação das cultivares às doenças, a BRS 2562XTD é resistente ao cancro da haste, mosaico comum da soja e podridão radicular de Phytophthora e moderadamente resistente à mancha olho-de-rã e ao oídio. Também possui resistência aos nematoides de cisto (raças 3 e 14). É indicada para o Paraná (REC 201), São Paulo (REC 201), Mato Grosso do Sul (REC 204 e 301) Goiás (REC 304 e 401), Minas Gerais (REC 304) e Distrito Federal (REC 304). Segundo Ralf Udo Dengler, gerente executivo da Fundação Meridional, as duas cultivares já estão com campos de produção de sementes implantados na safra 22/23. “Nossos colaboradores, produtores de sementes, já estarão garantindo a oferta de sementes já na próxima safra, ampliando nosso portfólio inovador com a tecnologia Xtend® (XTD), que são as cultivares BRS 2560XTD e BRS 2562XTD. A disponibilidade pode ser consultada em nosso site: www.fundacaomeridional.com. É importante destacar que estas cultivares de soja XTD, não servem apenas para refúgio para I2X, pois com seu alto potencial de rendimento e suas excelentes características agronômicas, apresentam-se como uma ótima opção para regiões indicadas”, completa Dengler. Proteção Ampliada contra Lagartas – A soja Intacta2 Xtend® reúne três proteínas (Cry1A.105 e Cry2Ab2 e Cry1Ac), o que proporciona proteção contra seis espécies de lagartas que incidem na cultura da soja: Helicoverpa armigera, Spodoptera cosmioides, lagarta falsa medideira (Chrysodeixis includens), lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis), lagarta das maças (Chloridea virescens) e broca das axilas (Crocidosema aporema). “A piramidação de três proteínas nesta tecnologia reduz a probabilidade de quebra da resistência”, explica o pesquisador Daniel Sosa Gomez, da Embrapa Soja. “Porém, um aspecto fundamental para evitar a seleção de populações de lagartas resistentes nas lavouras com esta tecnologia é o plantio de áreas de refúgio estruturado”, explica Sosa Gomez.  A recomendação atual de refúgio para a cultura da soja é, no mínimo, 20% da área com tecnologia diferente da Intacta2 Xtend®. Segundo o pesquisador, esta é uma medida preventiva que consiste no plantio de parte da lavoura com a tecnologia Xtend® – ou outras opções de soja não-Bt (sem a toxina Bacillus thuringiensis – Bt) a uma distância máxima de 800 metros de lavouras com a tecnologia Intacta2 Xtend®. “A adoção da área de refúgio possibilita o acasalamento aleatório de mariposas oriundas das áreas com a tecnologia Intacta2 Xtend® e das áreas de refúgio, favorecendo a manutenção de populações suscetíveis e retardando a seleção de populações resistentes”, diz. A Embrapa defende ainda que o manejo de pragas nas lavouras com a tecnologia Intacta2 Xtend® siga as mesmas premissas do Manejo Integrado de Pragas (MIP). Manejo de Plantas Daninhas – As cultivares de soja com tecnologia Intacta2 Xtend® e tecnologia Xtend® são tolerantes aos herbicidas glifosato e dicamba, cuja molécula  apresenta eficiência no manejo de plantas daninhas de folhas largas, como a buva, o caruru, a corda-de-viola, o picão-preto, dentre outras. “O dicamba é um herbicida recomendado para aplicação no pré-plantio da soja. É fundamental que sejam seguidas as informações contidas na bula, pois o uso em desacordo com as orientações técnicas pode ocasionar injúrias em culturas não-alvo da aplicação do herbicida”, conclui o pesquisador Dionísio Gazziero, da Embrapa Soja Na avaliação do pesquisador, o agricultor deve estar

Ministro reforça importância de investimento no agro sustentável

Ministro está mobilizando sua equipe para a definição de uma política pública que vai oferecer condições mais favoráveis de financiamento para produtores comprometidos com uma atividade agropecuária sustentável Oministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou de reunião com o Conselho Consultivo da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, na manhã do dia (31) de Janeiro. Ele aproveitou a oportunidade para anunciar aos representantes das instituições financeiras as diretrizes que vão nortear a atual gestão do Mapa e afirmou que o apoio do setor à agropecuária sustentável é fundamental. “Temos que fazer investimento de longo prazo, com taxas de juros compatíveis, para recuperar as pastagens que podem aumentar substancialmente a nossa área de plantio de forma responsável”, disse o ministro. Fávaro esteve acompanhado dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Maria Rita Serrano e Tarciana Medeiros, presidentes da Caixa e do Banco do Brasil respectivamente, estiveram presentes. Isaac Sidney, presidente da Febraban, recepcionou os ministros e integrantes do conselho. O ministro da Agricultura disse que já está mobilizando sua equipe para a definição de uma política pública que vai oferecer condições mais favoráveis de financiamento para produtores comprometidos com uma atividade agropecuária sustentável. O assessor especial Carlos Ernesto Augustin tem se reunido com empresários ligados ao carbono, bioinsumos, fintechs e agritechs para viabilizar a proposta. Segundo Fávaro, a economia do Brasil vai crescer também em função da credibilidade do atual governo no exterior. Ele esteve na Alemanha na semana passada e falou das intenções do Mapa ao país da Comunidade Europeia. “Quero deixar como legado um ministério que seja contemporâneo, que pense no agro do futuro”, afirmou na reunião, destacando o papel da Embrapa nessa estratégia. Fonte: Agrolink Curadoria: Boi a Pasto

Estudo nacional mostra panorama da resistência de plantas daninhas a herbicidas

Parceria entre Bayer e Embrapa realiza amplo levantamento de plantas daninhas que invadem pastagens e lavouras de algodão, milho, soja e trigo. Pesquisadores da Bayer e da Embrapa estão avaliando sistemas produtivos como estratégias de resiliência para o manejo de plantas daninhas resistentes aos herbicidas. As atividades estão sendo desenvolvidas em diferentes regiões brasileiras, em lavouras de milho, trigo, soja, algodão e em pastagens, desde 2017. Os dados coletados foram reunidos em uma plataforma que traz dados espaciais sobre a ocorrência de plantas daninhas (leia abaixo). Um dos objetivos do trabalho é divulgar e fortalecer o conceito da resistência e dos seus diferentes tipos, para que o produtor entenda como é importante fazer um manejo mais adequado desse problema.  Além de gerar informações sobre a presença de plantas daninhas em lavouras de diferentes estados do Brasil, o projeto buscou caracterizar os sistemas de produção que contribuem para o manejo de plantas daninhas. A ideia é mostrar para o produtor que, se o investimento em insumos for feito da forma correta, valerá a pena e não causará prejuízos na rentabilidade da lavoura. O trabalho foi estruturado em ações específicas. A primeira foi o levantamento das espécies existentes e a caracterização da resposta de herbicidas nas populações das plantas daninhas, para detectar a resistência ou não. Em seguida, foram montados experimentos para o desenvolvimento de estratégias de manejo e de prevenção da resistência. Levantamento da presença da resistência a herbicidas O primeiro passo foi coletar e selecionar as sementes de plantas daninhas que sobreviveram à aplicação de herbicidas. “As sementes foram levadas para reprodução nas Unidades da Embrapa e, em seguida, colocadas para germinar e emergir. Com as plantas dessas sementes germinadas, foram realizadas triagens (screening) com diferentes herbicidas para identificação da resistência ou da suscetibilidade”, relata o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Décio Karam, líder do projeto. Para aferir a resistência, os pesquisadores seguiram uma metodologia internacional. “Porque pode haver um nível alto ou baixo de resistência ao herbicida. Para o nível mais alto, a dose para causar o efeito é maior. Após determinada dose de resposta, definimos o fator de resistência”, explica o pesquisador.  “Com esses dados do screening e da coleta, nós desenvolvemos os mapas de presença da resistência ou da suscetibilidade das espécies por região no Brasil. Então, o sistema de manejo pôde ser diferenciado em cada município, em função da presença ou não da resistência”, conta Karam. Os pesquisadores estão também monitorando as novas espécies que têm sido questionadas sobre resistência, que são o capim-pé-de-galinha (Eleusine indica – foto à direita) e o caruru (Amaranthus hybridus), além das que já eram estudadas. Foram testados 15 herbicidas em 2.050 amostras, em 6.232 screening. Avaliação das áreas As áreas foram avaliadas de acordo com os investimentos no uso de herbicidas: baixo, médio e alto investimento. “A variação dos custos dos inputs (insumos) é estabelecida pelo número de mecanismos de ação de herbicidas que se coloca no sistema de produção. Ou seja, com poucos mecanismos de ação de herbicidas, um grupo maior de herbicidas e um alto grupo”, informa o pesquisador Décio Karam. Os mecanismos de ação e aplicação dos herbicidas são ajustados em função da região e do sistema de produção utilizado. “Os inputs para os diferentes sistemas produtivos são: soja-trigo, soja-milho, soja-algodão e soja-azevém”. “Nosso padrão de baixo investimento é só com a utilização de dois mecanismos de ação de herbicidas, basicamente com glifosato e atrazina. Observamos que nas áreas de baixo investimento sempre ocorreu maior infestação, com exceção do experimento na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas (MG), pois aqui na nossa área não há a presença da resistência. Contudo, após quatro anos, já podem ser verificadas plantas muito esparsas no campo por causa da sobra da aplicação dos herbicidas”, afirma.  O experimento da pesquisa está instalado desde a safra de 2018, com o trigo, e em 2019, com a soja. Foram avaliadas a presença das plantas daninhas resistentes e a eficácia dos tratamentos com os diferentes níveis de ação. “Nos sistemas avaliados, nós vimos o quanto se gastou de herbicida, e quanto o produtor teve de retorno financeiro. Ao longo de quatro anos, mesmo fazendo um alto investimento, houve maior lucratividade e melhor qualidade do produto. Assim, mesmo investindo muito no sistema de produção e com maior número de mecanismos de ação utilizados, há um retorno econômico comparado ao produtor que faz uso de baixo investimento para o manejo de plantas daninhas resistentes aos herbicidas”, explica Karam. Segundo ele, a eficácia dos diferentes tipos de manejo está sendo avaliada por meio do banco de sementes de plantas daninhas no solo. Com essa informação e a análise das plantas emergidas, está sendo analisada a dinâmica populacional em função dos sistemas produtivos e do investimento no manejo com herbicidas. Além disso, há efeitos indiretos, como diminuição do banco de sementes de plantas daninhas no solo e redução da porcentagem de participação da planta daninha resistente na população de plantas daninhas da área, de acordo com o pesquisador. “Com isso, aumenta a sustentabilidade do sistema produtivo. Depois de quatro anos, constatamos que precisamos de um trabalho de longa duração na área, pois a resistência não é um efeito imediato no sistema e sim a consequência de vários anos de manejo”, diz Karam. Esses trabalhos estão sendo realizados em parceria entre oito Centros de Pesquisa da Embrapa e a Bayer, em duas áreas no Mato Grosso, duas áreas em Minas Gerais, três áreas no Rio Grande do Sul e duas áreas no Paraná. Participam a Embrapa Algodão, Embrapa Agrossilvipastoril, Embrapa Clima Temperado, Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Soja, Embrapa Territorial e Embrapa Trigo. “O objetivo agora é estender a pesquisa por um período maior de tempo para demonstrar, realmente, a diferença dos manejos de plantas daninhas empregados. Queremos mostrar, onde não havia a ocorrência visível da resistência, quanto tempo o produtor irá demorar para perceber o problema na área”, comenta Karam. Plataforma de dados geoespaciais  Todo esse trabalho de campo realizado gerou um banco de dados inéditos sobre a resistência ou suscetibilidade de plantas daninhas a herbicidas. Essas informações estão disponíveis publicamente em uma plataforma on-line desenvolvida pela Embrapa, que permite visualizá-las

Embrapa terá mais 18 usinas solares em 2023

Até o final do ano, de acordo com a Gerência-Geral de Infraestrutura e Sustentabilidade (GIS), espera-se que o parque solar gere 27.975.288 kWh/ano, proporcionando uma economia de R$ 8,1 milhões anuais. A partir de 2023, mais vinte Unidades serão atendidas com a adição de 18 usinas solares. Essa matriz geradora vai representar economia e sustentabilidade econômica e ambiental para a Empresa. A iniciativa é resultado da viabilização de recursos do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para o Programa de Autossuficiência Energética, adotado há três anos. Com a implantação de 18 novas usinas, a Embrapa contará com um total de 29 unidades solares. Até o final do ano, de acordo com a Gerência-Geral de Infraestrutura e Sustentabilidade (GIS), espera-se que o parque solar gere 27.975.288 kWh/ano, proporcionando uma economia de R$ 8,1 milhões anuais. Segundo o supervisor de Infraestrutura da Embrapa, Fábio Shirahige, a escolha das localidades contempladas atendeu critérios técnicos, como disponibilidade de área, adequação da infraestrutura para receber a usina, condições solares favoráveis na região, custo unitário do kWh pago e custo-benefício do investimento. “As 18 usinas atenderão vinte Unidades, porque algumas delas terão a finalidade de gerar energia ou créditos para mais de uma UD, como é o caso da usina a ser instalada na área da Embrapa Sede, em Brasília, que proverá economia para a Embrapa Agroenergia e a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia”, explicou. Ele informa que, em três anos, o Programa de Autossuficiência Energética da Embrapa já apresenta números acima da meta planejada.  A primeira delas, implantada em 2021, foi na Embrapa Pesca e Aquicultura, em Palmas (TO). As novas usinas serão instaladas nas seguintes Unidades: Embrapa Agroenergia/Recursos Genéticos e Biotecnologia/Sede (Brasília, DF), Embrapa Agroindústria de Alimentos (Guaratiba, RJ), Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE), Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), Embrapa Algodão (Campina Grande, PB), Embrapa Amapá (Macapá, AP), Embrapa Amazônia Ocidental (Itacoatiara, AM), Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral, CE), Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), Embrapa Gado de Leite – Campos Experimentais de Santa Mônica (Valença, RJ) e José Henrique Bruschi (Coronel Pacheco, MG), Embrapa Hortaliças (Fazenda Tamanduá, Brasília, DF), Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG), Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP), Embrapa Roraima (Boa Vista, RR), Embrapa Soja (Londrina, PR), Embrapa Suínos e Aves (Concórdia, SC) e Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS). “Trata-se de uma iniciativa que, além de representar um importante avanço no pilar ambiental das políticas orientadas pelos padrões ESG (ambiental, social e governança), significa uma ação ligada ao nono objetivo estratégico do VII Plano Diretor (PDE), que trata especificamente da redução de gastos da Empresa”, ressalta a supervisora de Sustentabilidade e Qualidade, Marisa Prado. Conforme prevê o gerente de Infraestrutura e Sustentabilidade, Marcos Xavier, até o final deste ano, a Embrapa terá aproximadamente um terço da energia consumida gerada por fonte solar, atingindo o patamar de autossuficiência até 2030. “As primeiras usinas previstas para este ano – com o início das obras em fevereiro – deverão estar em operação em maio”, afirma. De acordo com o projeto das usinas compartilhadas, além da Embrapa Agroenergia e Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, a usina a ser instalada no Campo Experimental de Santa Mônica da Embrapa Gado de Leite, em Valença (RJ), terá função amplificada. Como o Rio de Janeiro possui a energia mais cara do País, a instalação de uma usina no estado apresenta alta viabilidade. “A usina do C.E.S.M proverá energia para as atividades do próprio campo e gerará créditos para compensar a conta da Embrapa Solos, que não possui área para a implantação de uma usina própria”, explica o engenheiro eletricista Lucio Nei Bento, membro da equipe do Programa de Autossuficiência Energética. Primeira usina lacustre Dentre os projetos, um dos destaques será o conjunto de usinas da Embrapa Amapá, dividido em duas partes: lacustre e terrestre. Será a primeira usina fotovoltaica lacustre da Embrapa e terá as mesmas características das usinas convencionais, porém será instalada em estrutura flutuante em um dos três tanques de cultivo do Campo Experimental da Fazendinha (Macapá, AP), que comporta pesquisas de reprodução de peixes e camarão-da-amazônia. “Além de gerar energia para as atividades do próprio campo, a usina da Fazendinha servirá de vitrine tecnológica aos produtores locais que desejam consorciar criação de espécies aquícolas e geração de energia, com a consequente redução de custos operacionais”, informa Izaque Pinheiro, chefe-adjunto de Administração da Embrapa Amapá. Estima-se uma redução de custos de mais de R$ 132 mil anuais para a Embrapa Amapá, além de resultados significativos em projetos que serão viabilizados com a implantação da usina lacustre. “Por meio de projetos de pesquisa futuros, haverá a possibilidade de avaliar os impactos da tecnologia na criação e trazer algumas respostas aos produtores sobre a criação consorciada com a geração de energia”, ressalta Antonio Claudio Almeida de Carvalho, chefe-geral da Embrapa Amapá. Fonte: Embrapa Curadoria: Boi a Pasto

Bioeconomia no Brasil pode gerar faturamento de US$ 284 bi anuais

O levantamento mostrou ainda que as emissões de carbono podem ser reduzidas em cerca de 550 milhões de toneladas nos próximos 27 anos. Um levantamento inédito prevê que a implementação da bioeconomia no Brasil pode gerar um faturamento industrial anual de US$ 284 bilhões até 2050. É esse montante que o País poderá alcançar ao realizar a chamada total implementação da bioeconomia, que abrange três frentes: as atuais políticas para mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) no País, a consolidação da biomassa como principal matriz energética em setores importantes da economia e a intensificação de tecnologias biorrenováveis.  Intitulado “Potencial do impacto da bioeconomia para a descarbonização do Brasil”, o estudo é fruto da parceria entre a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), Embrapa Agroenergia, Laboratório Nacional de Biorrenováveis do Centro de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBR/CNPEM), Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai/CETIQT) e Laboratório Cenergia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Cenergia/UFRJ). O documento avalia distintas trajetórias para o Brasil até o ano de 2050, a partir das quais propõe três cenários potenciais da bioeconomia no contexto de transição energética no Brasil, sendo o último considerado ponto fundamental do documento, com a adoção mais intensificada da bioeconomia. O primeiro cenário, intitulado “Políticas Correntes”, analisa a manutenção das atuais políticas brasileiras e o respeito à Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, sigla em inglês), proposta no âmbito do Acordo de Paris sobre o Clima.  O segundo cenário, “Abaixo de 2 ºC”, considera que a biomassa passa a ser a principal fonte de energia para a implementação de tecnologias de baixo carbono nos principais setores da economia brasileira, também em cumprimento ao Acordo de Paris, com o objetivo específico de limitar o aumento da temperatura terrestre “bem abaixo dos 2 ºC” até o final do século.  O terceiro e último cenário proposto, chamado de “Potencial da Bioeconomia”, é no qual a bioeconomia e a transição energética se complementam e inserem tecnologias promissoras biorrenováveis a partir do cenário “Abaixo de 2 ºC”. “O estudo quantifica a bioeconomia em cenários de transição energética e avalia como as tecnologias geradas pela chamada economia circular e de baixo carbono podem complementar a transição energética dentro das cadeias produtivas”, afirma Alexandre Alonso, chefe-geral da Embrapa Agroenergia. “Buscamos desenvolver processos produtivos mais eficientes e menos intensivos em insumos e energia, fortemente apoiados na biotecnologia”, complementa. Além de Alonso, o estudo também conta com a contribuição do pesquisador da Embrapa Agroenergia e ex-presidente da Embrapa Maurício Lopes. Para Lopes, o Brasil tem plenas condições de modelar uma agricultura dedicada à biomassa capaz de viabilizar um setor bioindustrial inovador e competitivo.  “A bioeconomia entra com vantagem na complexa equação da sustentabilidade, por ser capaz de combinar de forma sinérgica recursos naturais, como a biomassa, e tecnologias avançadas, em modelo de produção de base biológica, limpa e renovável, promovendo sinergias entre as indústrias de energia, alimentos, química, materiais, dentre outras”, pontua. Soluções e tecnologias  Entre as principais contribuições do estudo está o levantamento de soluções que impactam o aumento da produtividade da agricultura, possibilitam a liberação de áreas que podem ser reaproveitadas por culturas energéticas e reduzem as emissões de GEE durante o processo produtivo.  O trabalho se concentrou em bioinovações de indústrias existentes e em fase de desenvolvimento, a partir das quais é possível estimar valores de investimento e de receita, com foco em setores com maior potencial de mitigação de GEE.   No quesito “soluções para intensificação sustentável da agricultura”, foram avaliadas tecnologias relacionadas a proteínas alternativas, soluções para confinamento de gado, fixação de carbono no solo, novas variedades de vegetais de alto rendimento por hectare, fixação biológica de nitrogênio (FBN), controle biológico, todas inseridas no contexto de otimização do uso do solo e produção de biomassa com baixa emissão de carbono ou até emissão negativa. Já no quesito “soluções para a conversão de biomassa em produtos de base energética” foram consideradas tecnologias que utilizam a biomassa para a produção de energia de baixa intensidade de carbono ou até emissões de GEE negativas e que apresentam maior escala de mercado, como bioenergia com captura e armazenamento de carbono (BECCS), captura e utilização de carbono (CCU), biogás e etanol de segunda geração (E2G). Por último, foram analisadas soluções para a conversão de biomassa em bioprodutos de alto valor agregado, importantes para substituir produtos de origem fóssil e viabilizar economicamente o desenvolvimento de biorrefinarias. Neste quesito, foram consideradas as tecnologias relacionadas à produção de bioquímicos, enzimas, biofertilizantes, biomateriais, bionafta e biocombustíveis avançados.  “As tecnologias retratam bem a necessidade de adaptação do processamento às diferentes fontes de biomassa, o que reforça o caráter modular das biorrefinarias e a possibilidade de distintas formas organizacionais dentro de um mesmo pátio produtivo”, indica o relatório. Fonte: Embrapa Curadoria: Boi a Pasto

Novo bioinsumo aumenta em até 20% a produtividade da cana-de-açúcar

Novo inoculante é formado por duas bactérias que aumentam a absorção de fósforo pela planta, aumentando a produtividade. Duas bactérias identificadas pela Embrapa em seu banco de microrganismos, capazes de aumentar a absorção de fósforo pelas plantas, mostram ganhos comprovados na cultura da cana-de-açúcar. O incremento de produtividade, segundo dados da pesquisa da Embrapa, chega a 20% com o primeiro inoculante solubilizador de fósforo desenvolvido no País, com recomendações agronômicas validadas para a cultura da cana-de-açúcar, identificado como Omsugo ECO e comercializado pela multinacional Corteva Agriscience. O novo bioinsumo promove a redução da aplicação de adubos fosfatados, resultando em ganhos econômicos e mais sustentabilidade ambiental. As duas cepas de bactérias que deram origem ao inoculante – Bacillus subtilis (CNPMS B2084) e Bacillus megaterium (CNPMS B119) – foram selecionadas a partir dos acessos da Coleção de Microrganismos Multifuncionais e Fitopatógenos (CMMF) da Embrapa Milho e Sorgo (MG). “Esse acervo tem enorme potencial em oferecer soluções para o aumento de produtividade de diversas culturas agrícolas, com foco em sustentabilidade e descarbonização da agricultura”, enfatiza Myriam Maia Nobre, chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Milho e Sorgo, ao informar que a coleção possui 11 mil registros. De acordo com a pesquisadora Christiane Paiva, líder da equipe desenvolvedora do estudo, as cepas dessas bactérias, a partir de mecanismos distintos, promovem maior crescimento das raízes e solubilização do fósforo adsorvido no solo. “Realizamos pesquisas com foco na cultura da cana, definindo as doses e quais seriam as recomendações de uso do inoculante Omsugo ECO para buscarmos o melhor custo-benefício para o produtor rural. Tivemos relatos de ganhos médios de cerca de 12 toneladas por hectare nas áreas onde os produtores realizaram testes com o produto, se comparadas com áreas sem aplicação”, reforça. Com o bioinsumo, canaviais entregam até 20% a mais de produtividade Experimentos conduzidos no ano agrícola 2020/2021 pela Embrapa e pela Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) em três áreas produtoras brasileiras comprovam a eficiência do Omsugo ECO nessa cultura, fornecedora de matéria-prima para um setor de alta importância estratégica e econômica para o País. O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com 572,8 milhões de toneladas produzidas para a atual safra 2022/2023, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os cientistas avaliaram os três mais importantes índices relacionados ao desempenho de uma lavoura de cana-de-açúcar: toneladas de cana por hectare (TCH) que mede a produtividade; açúcar total recuperável (ATR), indicador que representa a capacidade da cana de ser transformada em açúcar ou álcool; e toneladas de açúcar por hectare (TAH). A maior média de produtividade observada coincidiu com a parcela que recebeu a maior dose do inoculante líquido do Omsugo ECO. “A produtividade em TCH foi 20% superior ao tratamento que não recebeu aplicação do inoculante ou adubo fosfatado”, relata o pesquisador Geraldo de Almeida Cançado, da Embrapa Agricultura Digital, que conduziu os estudos na cultura da cana. Nas condições experimentais, o uso combinado de doses superiores a 500 ml por hectare do inoculante e aplicando somente 50% da quantidade de adubação fosfatada recomendada foi capaz de promover aumento significativo para os parâmetros de TCH e TAH. “Esses índices são associados, respectivamente, à produtividade e à qualidade da matéria-prima na cultura da cana-de-açúcar, indicando a eficácia do inoculante para essa cultura,” relataram os pesquisadores. Os dados foram publicados no Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa intitulado Utilização de Inoculante Líquido Solubilizador de Fosfato Formulado à Base dos Isolados de Bacillus megaterium e Bacillus subitilis no Plantio da Cana-de-Açúcar, que reúne autores da Embrapa Agricultura Digital e da Embrapa Milho e Sorgo. Como a tecnologia funciona As bactérias selecionadas pela Embrapa, por formarem esporos de alta resistência a estresses ambientais, permitem melhor colonização das raízes da cana e aplicação o ano todo. Além disso, sua aplicação é compatível com as práticas operacionais e de manejo da cultura. Os mecanismos de ação das bactérias passam pela liberação de fitormônios e pela produção de enzimas fosfatase e fitases que auxiliam na ciclagem do fósforo orgânico do solo e na produção de ácidos orgânicos para a liberação do fósforo fixado na forma inorgânica, que são essenciais para a ação na raiz e o aumento da absorção do fósforo pela cultura da cana. Os testes realizados no primeiro ano de validação da tecnologia comprovam a eficácia e a compatibilidade com as demais práticas agropecuárias preconizadas no Portfólio Corteva, segundo a empresa. Por InPress Porter Novelli “Estamos trazendo para o mercado o primeiro solubilizador de fósforo com recomendações agronômicas comprovadas para a cultura. A tecnologia foi pesquisada ao longo de 18 anos pela equipe da Embrapa e agora se junta às ações de desenvolvimento em larga escala da Corteva voltadas à cultura da cana. A demanda por produtos biológicos no mercado é crescente e deve continuar assim nos próximos anos”, informa Rodrigo Takegawa, líder de Marketing de Cana da Corteva Agriscience. “O novo produto vem ao encontro da demanda e da expectativa dos produtores de cana-de-açúcar na busca por soluções inovadoras sustentáveis. O foco dessa solução é fazer uso do fósforo retido no solo e, ao mesmo tempo, melhorar significativamente no aproveitamento da adubação fosfatada, contribuindo para um salto em produtividade e longevidade do canavial”, afirma Takegawa. De acordo com executivo da Corteva, o Omsugo ECO visa não apenas aproveitar melhor os fertilizantes de adubação fosfatada, mas também fazer uso das reservas do solo. “Essa solução apresenta compatibilidade biológica, física e química com os principais produtos utilizados no cultivo, inclusive em conjunto com a vinhaça, participando assim das atuais práticas agrícolas presentes na lavoura,” reforça. Foto: Guilherme de Medeiros / Simbiose Imagem comparativa do desenvolvimento de canavial sem o bioproduto e com a aplicação do insumo Fonte: Embraba Curadoria: Boi a Pasto

Deputados debatem produtos lácteos modificados

Com rótulos similares e preços mais atraentes, alguns consumidores alegaram ter sido induzidos a erro e comprar “gato por lebre”. Na última audiência pública do ano, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural debateu um tema que foi destaque na mídia e nas redes sociais em 2022: os produtos lácteos modificados. Apesar de já existirem há muito tempo, no período da entressafra em meados deste ano, tais produtos surgiram em maior quantidade e dividiram espaço nas gôndolas de padarias e supermercados ao lado dos lácteos convencionais. Com rótulos similares e preços mais atraentes, alguns consumidores alegaram ter sido induzidos a erro e comprar “gato por lebre”. “Os meios de comunicação divulgaram que em vez de adquirir leite, iogurtes, cremes de leite e até leite condensado, os consumidores estavam levando produtos lácteos modificados com adição de soro de leite, entre outros ingredientes”, conta a pesquisadora Kennya Siqueira, que participou da audiência. Já há algum tempo, o soro de leite se transformou de subproduto em ingrediente importante para a indústria de laticínios. Produtos como o whey protein se consolidaram no mercado fitness e são adotados em dietas especiais. A legislação também regulamenta os compostos lácteos elaborados à base de soro, estabelecendo que eles devem possuir no mínimo 51% de lácteo e a rotulagem conter todos os componentes do alimento. No entanto, a polêmica se estabeleceu devido à crise de produção ocorrida em 2022, com substancial aumento no custo de produção e no preço do leite (o litro do leite UHT chegou a custar cerca de R$ 9,00 para o consumidor). Os compostos ou misturas lácteas tornaram-se, então, uma alternativa mais acessível à população. Para a gerente-geral de Alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Patrícia Fernandes de Castilho, os produtos à base de soro de leite estão dentro da legislação, mas falta transparência, o que pode levar o consumidor ao erro. Embora as informações estejam todas contidas nos rótulos, a supervisora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Laís Amaral, diz que se a pessoa for ler todos os rótulos, passará horas no supermercado. “Transparência” foi a solução acordada entre os debatedores. O deputado federal por Minas Gerais, Zé Silva (Solidariedade), que conduziu a audiência pública, concorda que o consumidor necessita de clareza nos rótulos dos compostos lácteos: “os produtos não podem ser vendidos como foram”. As embalagens dos lácteos convencionais e compostos lácteos precisam ser diferenciadas e o parlamento deverá buscar medidas para que isso ocorra, foi o que se concluiu do debate. Fonte: Embrapa Curadoria: Boi a Pasto

TECNOLOGIA NO AGRONEGÓCIO: O QUE SERÁ TENDÊNCIA EM 2023?

Uso de imagens, inteligência artificial, ferramentas de automação e monitoramento devem ter avanços significativos em 2023. Tudo isso depende, no entanto, de mais conectividade A previsão de safra recorde de grãos — o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima uma produção de 288,1 milhões de toneladas – e o crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) – na ordem de 10,9%, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) – permitem projetar um robusto crescimento para o agronegócio em 2023. Atrelado ao cenário otimista, o desenvolvimento de tecnologia segue a todo vapor. Essencial para a expansão do setor, com soluções que vão desde piloto automático, monitoramento de colheita e uso de drones, até ferramentas de planejamento e análise de resultados, a tecnologia tem revolucionado a maneira como se produz. A garantia de mais produtividade, sem deixar de lado a sustentabilidade, passa por diversas soluções inovadoras. Os avanços, no entanto, levam tempo. Segundo Alexandre Alencar, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da divisão de Agricultura da Hexagon, as operações extremamente complexas e diferentes umas das outras, fazem com que os passos da tecnologia no setor agropecuário, principalmente com relação a automação, sejam mais lentos. “Eu sempre elenco no mínimo cinco etapas: pré-plantio, plantio, adubação, pulverização e colheita. São cinco diferentes tipos de autonomia exigidas para uma safra completa autônoma. A complexidade disso é enorme e não vai acontecer da noite para o dia”. Confira, abaixo, algumas tendências para o ano de 2023: Uso de imagens e inteligência artificial Antigamente, os problemas na lavoura, como doenças e pragas, por exemplo, eram detectados somente por meio de monitoramento visual: era preciso percorrer pessoalmente a área plantada, o que tornava o processo muito mais lento e bem menos eficiente. Hoje, tecnologias de detecção por imagem, como voos por drone, com infraestrutura que identifica de forma automática as falhas na lavoura, são capazes de percorrer grandes áreas em um tempo muito menor. Segundo Alexandre, o uso de imagens permite um processamento mais complexo e avançado de dados, como consequência, um melhor planejamento para a execução das operações. “Atividades que antes eram feitas de maneira manual hoje estão sendo aceleradas pelo uso de imagens. E por trás disso temos a atuação de machine learning e inteligência artificial, que treinam algoritmos que permitem um monitoramento mais preciso das áreas”, explica. Automação plena A automação completa — em 100% das atividades no campo — ainda está longe de ser realidade, mas muitas ferramentas já permitem facilitar o dia a dia do produtor. “Um dos grandes sonhos dos produtores é ter a máquina totalmente independente da ação humana,executando as operações de forma independente. Isso não significa acabar com o emprego, mas aumentar a produção agrícola e deixar para as máquinas o trabalho físico enquanto o homem fica com o esforço intelectual”, explica Alexandre. Apesar dessa realidade ainda estar distante, a agricultura já conta com vários elementos de semi-automação, e a tendência para o ano de 2023 é que os investimentos aumentem ainda mais. “Na divisão de Agricultura da Hexagon, por exemplo, o piloto automático foi desenvolvido para ajudar na navegação de tratores, máquinas e implementos agrícolas e florestais, garantindo o alinhamento e minimizando a sobrepassagem durante o plantio, aplicação de insumos e tratos culturais”, exemplifica. Monitoramento remoto Outra área que deve receber atenção em 2023 é o monitoramento remoto. “Antigamente você mandava um exército de pessoas para o campo, não só para executar a atividade, mas também controlar se estava tudo correto. Tínhamos uma série de coordenadores de campo, gerentes, líderes de frente, que tinham a missão de verificar se a operação estava sendo feita de maneira correta. Hoje a atividade, até pela expansão da agricultura corporativa, é gerenciada de forma remota”, conta Alexandre. Por meio de salas de controle, no caso de grandes operações, ou pelo uso de dispositivos móveis, como tablets ou celulares, no caso de pequenos produtores, é possível coordenar as operações de forma mais eficiente. “A gente costuma dizer que a sala de controle da agricultura é quase como uma torre de operações de um aeroporto. Você consegue ver as colhedoras e tratores trabalhando dentro de áreas específicas, e ao mesmo tempo acompanhar as movimentações de caminhões no transporte da matéria-prima para a indústria”. Segundo o diretor, em 2023 os produtores devem investir cada vez mais na tecnologia, já que é possível manter uma melhor sincronização de todos os equipamentos e máquinas e resolver os problemas de maneira muito mais rápida e precisa. Fonte: Compre Rural Curadoria: Boi a Pasto

Agro 5.0: desafios e o que esperar dessa inovação

Agro 5.0 já é realidade no Brasil, mas a inovação ainda enfrenta desafios para a implementação em propriedades rurais A implantação da conexão 5G e o crescimento das tecnologias de coleta de dados estão dando um impulso no processo de salto tecnológico do agronegócio. A inovação proporcionada pelo agro 5.0 já é realidade em muitas propriedades do Brasil, mas a agricultura e a pecuária ainda enfrentam desafios para aproveitar todas as oportunidades oferecidas por essa evolução. Conheça a seguir o que é o agro 5.0 e quais são os impactos dele na agropecuária. O que é o agro 5.0? O agro 5.0 é a última inovação nos modelos de produção do agronegócio. A combinação da coleta de informações em tempo real e em larga escala com as tecnologias da inteligência artificial (IA) e análise de dados torna possível que os produtores rurais consigam gerir a fazenda de forma mais dinâmica e sustentável. Enquanto o agro 4.0 é caracterizado pela automação das máquinas agrícolas, a próxima revolução do agronegócio é baseada na transformação digital proporcionada por conectividade, Internet das Coisas (IoT), decisões baseadas em dados e tecnologias preditivas. As soluções digitais passam a se adaptar à realidade de cada produtor rural, dentro e fora da porteira. Nesse contexto, as startups do agronegócio (ou agtechs) desempenham um papel central com inovações que vão desde a biotecnologia e da administração do empreendimento até o barateamento de custos com insumos, seguros e financiamento. Impactos da inovação no agronegócio A agricultura e a pecuária, ao longo da história, sempre foram impactadas pelas inovações tecnológicas. Agora, o agro 5.0 tende a acelerar a evolução do setor, especialmente pela utilização de soluções de machine learning, que permitem às máquinas aprender com a própria experiência. Além de aumentar a produtividade com o uso de sensores, biotecnologia e previsão de cenários, o próximo salto evolutivo da agropecuária tem o potencial de desenvolver a qualidade dos alimentos produzidos ao mesmo tempo que torna mais econômica a produção, contribuindo para garantir segurança alimentar. Os processos do agro 5.0 ainda permitem o uso racional dos insumos e a redução de riscos relacionados ao ataque de pragas e à ocorrência de eventos climáticos ou desastres naturais. Tudo isso permite uma produção mais eficiente e sustentável, com menos impacto no meio ambiente e maiores margens de lucro para o agropecuarista. Desafios para a implementação do agro 5.0 Apesar de boa parte das tecnologias estar sendo usada, em menor ou maior grau, nas fazendas, a implementação do agro 5.0 ainda enfrenta desafios estruturais e técnicos para se tornar amplamente acessível. O principal deles se refere à infraestrutura de conectividade. De acordo com um levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mais de 70% das propriedades ainda não estão conectadas à internet, o que é um passo fundamental para o uso das inovações. O agronegócio também precisa de mão de obra especializada para operar máquinas, computadores e soluções digitais. Os cursos do setor precisam ser atualizados para formar uma geração que acompanhe a evolução tecnológica. Fonte: Canal Agro Curadoria: Boi a Pasto