outubro 11, 2024

Época adequada para fazer a estação de monta

A adoção da estação de monta depende de diversos fatores, entre os quais quatro merecem maior destaque devido à influência que exercem na decisão sobre a determinação da época e duração da estação de monta.

A Época de Reprodução Bovina: Estação de Monta e Inseminaçao Artificial

A reprodução bovina é uma parte crucial da pecuária, afinal, é dela que depende o futuro do rebanho e, consequentemente, o sucesso da atividade pecuária. Uma das decisões mais importantes a serem tomadas pelos criadores é quando e como planejar a reprodução de seus animais. Dois métodos amplamente utilizados para controlar esse processo são a Estação de Monta e a Inseminação Artificial. Mas afinal, qual é a melhor época do ano para reproduzir o gado? E essas práticas podem acontecer o ano inteiro? Vamos explorar essas questões neste artigo técnico, de maneira didática, porém com uma abordagem acessível.

Novo protocolo antecipla ciclo reprodutivo de fêmeas bovinas de corte

A Embrapa apresenta ao setor produtivo o protocolo Embrapa +Precoce P14, para melhorar a eficiência reprodutiva de novilhas Nelore de 14 meses, precoces, sem prejudicar o desempenho produtivo. A precocidade é um dos mais importantes parâmetros de escolha para melhoria da qualidade da carne e de eficiência de sistemas de produção de bovinos de corte. Por potencializar os índices produtivos, aumenta a arroba produzida por hectare. A tecnologia foi apresentada durante a sexta edição do Simpósio Repronutri, nos dias 12 e 13 de setembro, em Campo Grande, MS. Além do aumento na taxa de prenhez, a adoção do P14 indica, como meta, alcance de peso corporal de no mínimo 260 kg no início da estação reprodutiva, e de cerca de 400 kg no parto. 

Nova metodologia mede emissão de metano em reprodutores bovinos

Metodologia desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul (RS) é capaz de mensurar a emissão de gás metano (CH4) em reprodutores bovinos de raças europeias. Denominada de Prova de Emissão de Gases (PEG), consiste na coleta do metano emitido por jovens reprodutores de uma mesma raça, mantidos sob condições idênticas de manejo e alimentação durante cinco dias.

Novilhas de corte: condição corporal visando empenho reprodutivo

O empenho em ganho de peso em fêmeas de corte é importante para todo o ciclo reprodutivo das futuras matrizes. Gustavo Melo e Vitoriano Neto* Da desmama até a fase de reprodução, o ganho de peso é fundamental para novilhas expressarem todo potencial reprodutivo e estarem aptas. Para animais da raça Nelore, isso significa pesar 300 kg aos 24 meses de idade. Em um diagrama da evolução dos pesos e respectivos ganhos pode-se determinar qual o ganho de peso em cada categoria para que este objetivo seja alcançado: No diagrama, observa-se que a fase de recria consiste em, aproximadamente, 510 dias, ou seja, 17 meses (720 dias na concepção – 210 dias na desmama). Neste exemplo, a fêmea desmamou com 180 kg e chegou à idade reprodutiva (24 meses) com 300 kg. Foi necessário um ganho de 235 gramas por dia para que a meta fosse alcançada. Atingir este desempenho parece simples, porém é necessário destacar que este animal provavelmente passará, na fase de recria, por dois períodos de seca e um de chuvas. Na maioria das regiões centrais do Brasil, o primeiro período de seca coincide com o momento pós-desmama. Portanto, ações estratégicas de suplementação devem ser traçadas para a primeira e a segunda seca, de acordo com a condição em que animais estão entrando em cada um destes períodos. A suplementação pode ser baseada em misturas múltiplas de baixo a médio consumo (0,1% a 0,2% do peso vivo, respectivamente) de acordo com a condição dos animais e das pastagens. As partir do momento que as novilhas se tornam aptas à estação de monta, deve-se preocupar em mantê-las com um desempenho de ganho de peso para que concluam a estação de reprodução e atinjam a parição com um escore de condição corporal acima de 3 em uma escala de 1 a 5. Para isso, algumas estratégicas de manejo e de suplementação também podem ser utilizadas como, por exemplo, a manutenção desta categoria apartada e privilegiada quanto à qualidade e quantidade dos pastos ofertados. Em relação à suplementação, é importante avaliar os suplementos (misturas múltiplas ou proteinados) que façam com que estes animais atinjam as metas de desempenho citadas anteriormente. Garantir uma condição corporal adequada para as novilhas prenhes (escore 3) é essencial para que estes animais, ao parirem, possam ser trabalhadas rapidamente e de forma eficaz visando a estação de monta subsequente. *Gustavo Melo e Vitoriano Neto são médicos veterinários da Equipe Rehagro Fonte: Rehagro / Rural Centro

Suplementação estratégica pode incrementar resultados na reprodução bovina

Conheça algumas das alternativas e momentos adequados para maximizar a eficiência do processo. Em um país de clima tropical, com variações significativas na qualidade e quantidade de forragem produzida durante o ano, a suplementação bovina é, muitas vezes, essencial para assegurar a eficiência da reprodução do rebanho. Por isso, durante o primeiro Simpósio Repronutri de Reprodução, Nutrição e Produção Animal, o médico veterinário Ed Hoffmann – professor do curso de medicina veterinária na Universidade de São Paulo (USP) – discutiu uma questão de grande importância para quem decide atender às exigências nutricionais dos bovinos por meio da suplementação alimentar: quando fazê-lo? Segundo o professor, alguns fatores devem ser considerados ao tomar essa decisão. Ele lembra que a pecuária brasileira é realizada, em grande parte, por meio do sistema extensivo de cria e que os animais apresentam diferentes exigências nutricionais durante as fases do ciclo reprodutivo. “Uma suplementação, por exemplo, em uma fase de lactação é diferente de uma fase logo após o desmame, que é diferente do terço final da gestação. Seria muito cômodo se nós pegássemos as exigências nutricionais das vacas, analisássemos o que o pasto está oferendo e déssemos a diferença como suplementação – mas isso não é economicamente viável. Então, nós temos que escolher momentos mais estratégicos”, diz Hoffmann. Então, quando? Com essas questões em mente, o professor sugere um momento específico para suplementar os animais: logo após o desmame. “É um período em que a exigência nutricional da vaca cai bastante. Ela tem todo o metabolismo voltado para si própria. Então, eu alimento a vaca e ela acumula reservas em forma de gordura. É essa reserva que ela vai poder utilizar no pós parto com a lactação para compensar o balanço energético negativo dela”, afirma. “Faço a suplementação por 75, 90 dias, que é o suficiente para ela recompor a sua reserva energética. Em números, ela deve recompor de 45 a 50 kg de reserva para ela poder ter uma lactação e um último trimestre de gestação adequados”. O tipo de suplementação, segundo o professor, também varia de acordo com a condição dos animais. “Às vezes, o balanço energético negativo é muito pequeno e a gente pode, por exemplo, suplementar os animais com um pouquinho de proteína – porque isso faz com que eles aumentem a ingestão de alimentos. Então, a gente consegue suplementá-los não dando uma ração, mas estimulando a ingestão maior. Com maior ingestão, eu consigo superar esses problemas. Isso, às vezes, pode ser feito com pequenas quantidades de proteína por dia. Em outras situações, eu já preciso entrar com rações balanceadas”. O que usar? Para o veterinário, as vacas com uma boa condição corporal após o desmame, como a condição corporal 5, podem ser suplementadas com sal mineralizado com ureia, por exemplo, apenas para a manutenção do peso. Já a condição corporal 4 exige uma suplementação um pouco maior, para que os animais recuperem de 40 a 50 kg. Com a pastagem em boas condições, é possível suplementá-los com mineral proteico. “Ele tem um pouco de proteína verdadeira, que vai fazer aquele efeito de estimular a aumentar a ingestão de alimentos”, diz. Para regiões que não têm mais pastagem nessa época, o professor recomenda uma suplementação maior, com soja, milho e outros resíduos industriais. “O que tiver na região”. Somado a esses fatores, a variação entre épocas do ano favoráveis à pecuária e os períodos que demandam mais esforços para atender as necessidades nutricionais dos bovinos faz com que seja preciso planejar a suplementação como forma de não perder dinheiro. “Por quatro meses, nós temos que fazer suplementações em algumas categorias animais e isso é inevitável. O planejamento possibilita que a gente faça isso com alimentos adquiridos na época certa, com custos melhores, administrados nas quantidades corretas”, afirma. “Quanto mais planejado, melhor é o custo-benefício”. O professor ressalta, ainda, a importância de se apostar em tecnologia e profissionalização para o sucesso da atividade. “Temos que aproveitar o momento para produzir mais, produzir melhor e produzir antes”. Fonte: Embrapa Pantanal / Foto: Ériklis Nogueira