julho 27, 2024

PRONUNCIAMENTO

Em pronunciamento nesta terça-feira (4/6), véspera do Dia Mundial do Meio Ambiente, a ministra Marina Silva alertou que eventos climáticos extremos, como as fortes chuvas no Rio Grande do Sul, serão cada vez mais frequentes devido à emergência climática. Combater a mudança do clima exige ação imediata, destacou Marina, que reforçou o compromisso do governo federal com a proteção do meio ambiente, a transformação ecológica e o desenvolvimento sustentável. 

ebook – reforma e recuperação de pastagens

Identificação da Área Degradada

A identificação da área degradada é o primeiro passo, considerado vital,  no processo de reforma e recuperação de pastagens. Neste capítulo, vamos explorar os principais sinais e indicadores que podem ajudar você, produtor pecuarista, a identificar áreas de pastagem degradadas em sua propriedade.

Sombreamento nos Pastos: O Pilar da Pecuária Sustentável em Tempos de Ondas de Calor

À medida que o Brasil se prepara para enfrentar ondas de calor intensas, com previsões alarmantes de temperaturas chegando a 45 graus Celsius nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, é fundamental destacar a importância do sombreamento nos pastos para a pecuária. O sombreamento, que pode ser alcançado por meio de árvores ou estruturas artificiais, é uma prática essencial para garantir o bem-estar dos animais e a produtividade da pecuária, além de desempenhar um papel significativo na mitigação das mudanças climáticas e na promoção da pecuária sustentável

Pecuária leiteira mais rentável e sustentável

Uma iniciativa pioneira mensurou a pegada de carbono e a rentabilidade de 150 propriedades leiteiras ao longo de um ano. As fazendas que adotaram práticas de agricultura regenerativa durante a safra de 2022/2023 tiveram um custo de produção 8% menor na comparação com as propriedades convencionais, que não adotaram práticas regenerativas. O resultado foi uma rentabilidade de 4% a mais na atividade leiteira.

REPORTAGEM ESPECIAL: FAZENDA MONALISA, UM MODELO DE RECONVERSÃO PECUÁRIA PARA O MUNDO

Desde 2015, a Fazenda Monalisa, de propriedade da família do médico veterinário Mauroni Cangussu, adquirida na década de 80, por seu pai, o pecuarista Levy Cangussu, tornou-se um exemplo inspirador de sucesso na implementação de práticas sustentáveis. Ao se mudarem para o Maranhão, após o trágico incêndio que deixou sua fazenda em Carlos Chagas, Minas Gerais, infértil por longos anos, Levy Cangussu decidiu que nunca mais colocaria fogo em um pé-de-cana, de tão traumatizado que ficou com os resultados obtidos pela queimada de sua propriedade, que se alastrou por suas pastagens, devastando-as. Aliás, tal ação era comum, à época, pois, era uma tradição cultural que advinha dos indios Aimóres, quando se acreditava que após as queimadas, seguidas das chuvas, as terras brotariam bonitas e fortes, eliminando-se o trabalho anterior de capinação ou gradeação das mesmas.

A trajetória de sucesso da Fazenda Monalisa, localizada no estado do Maranhão é um exemplo de reconversão pecuária ou pecuária regenerativa. O fazendeiro Mauroni Cangussu, filho do fazendeiro Levy Cangussu, viveu uma experiência trágica na década de 60, quando o pai colocou fogo em suas pastagens, levando à morte e desnutrição de muitos animais de seu rebanho. Com o passar dos anos e a abolição completa das queimadas, o pecuarista percebeu que a ausência do fogo permitiu o aumento da produção de forragem das terras da fazenda e a recomposição do solo, incluindo a fertilidade. O manejo das pastagens sem o uso do fogo foi confirmado por estudos científicos e técnicos agropecuários.

Pecuária Regenerativa x Recuperação de Pastagens Degradadas: Uma Comparação Necessária

A pecuária desempenha um papel crucial na economia e no abastecimento de alimentos em muitos países ao redor do mundo. No entanto, práticas de manejo inadequadas têm levado à degradação das pastagens, resultando em perda de produtividade, erosão do solo e impactos ambientais negativos. Com a crescente preocupação com a sustentabilidade e a necessidade de preservar os recursos naturais, surgiram duas abordagens para reverter esse cenário: a pecuária regenerativa e a recuperação de pastagens degradadas. Neste artigo, faremos uma análise comparativa dessas duas abordagens, destacando seus princípios, benefícios e desafios.

Pastagens degradadas: um desafio para a pecuária brasileira

A pecuária é uma atividade fundamental para a economia brasileira, mas a degradação de pastagens é um problema sério e crescente no país. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, existem cerca de 170 milhões de hectares de pastagens no Brasil e, infelizmente, 70% dessas áreas estão degradadas em vários níveis.

Sistema silvipastoril auxilia pastagens e animais neste período de estiagem

Equipe do Comitê Gestor do Plano ABC+ da Seapi visitou propriedades e constatou as vantagens do sistema “Estou salvando meu gado nesta seca”, comemora o produtor rural Laurindo Beling, de Agudo, se referindo à utilização do sistema silvipastoril, que propicia a integração lavoura-pecuária-floresta. Na propriedade de 59 hectares onde cria angus e planta soja, ele tem duas áreas de plantio de eucaliptos que totalizam 15 hectares. Segundo ele, as árvores protegem tanto do calor quanto do frio, com faixas de sombreamento. Já a produtora Sandra Gomes Brum, de Tupanciretã, destaca que nas duas áreas que têm com este sistema, totalizando cinco hectares, buscou a recuperação do solo e sombra para os animais. “Nós presenciamos nestes dias muito quentes os animais na sombra e isto é uma proteção. E no inverno também, as acácias protegem o gado dos ventos frios e da geada”, declara. Além dos animais, o pasto também fica protegido tanto do sol quanto da geada, afirma. Sandra optou pelo plantio da acácia negra, porque auxilia no aumento da matéria orgânica do solo e tem crescimento rápido. O produtor de Barra do Ribeiro, Pedro Feijó, implantou o sistema silvipastoril há dois anos em uma área de sete hectares. “Esse sistema eu acredito que não tenha mais volta com esta integração, porque o animal fica comendo na sombra, num lugar que traz benefícios pra ele”, afirma. A ideia do produtor é ampliar em mais um hectare com plantio de eucaliptos. “É uma grande oportunidade para o produtor minimizar os efeitos da estiagem, porque se cria um microclima na parte do sub-bosque, que reduz em média oito graus a temperatura, trazendo o bem-estar para os animais e alívio para a pastagem. Além disso, é um sistema com enorme potencial de sequestro de carbono devido à presença de árvores”, diz o engenheiro florestal Jackson Brilhante, coordenador do Comitê Gestor Estadual do Plano ABC+ da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). O plano tem como objetivo promover a adaptação à mudança do clima e o controle das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) na agropecuária brasileira, com aumento da eficiência e resiliência dos sistemas produtivos. A coordenação do Comitê Gestor Estadual do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC+), juntamente com a Emater e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), esteve visitando, no final de janeiro, produtores de três municípios da região central do estado que utilizam o sistema silvipastoril. O objetivo da visita foi avaliar e discutir com os produtores rurais o desempenho deste sistema neste período de seca. O professor do curso de Engenharia Florestal da UFSM, Jorge Farias, constata que “o que estamos observando é a perfeita harmonia de crescimento de árvores e de pastos, com ganhos para ambos. Crescimento muito acima da média das árvores, crescimento de qualidade da pastagem e agora neste ano em que estamos passando pelo terceiro ano de estiagem no Rio Grande do Sul, o produtor tem relatado que onde o pasto está menos degradado, menos sofrido, é no sistema silvipastoril”. Para Farias, vários conceitos estão sendo revistos com a adoção deste sistema. “O que nós estamos vendo, na prática, é que a floresta não prejudica a pastagem, que a floresta maximiza o uso do solo sem prejuízo da pastagem, que o sistema garante um melhor fluxo de renda, que é possível a manutenção da pecuária mesmo durante a estiagem e que as florestas representam carbono”. O trabalho é desenvolvido pela UFSM em parceria com a Embrapa e a Emater. A regional de Santa Maria da Emater atende hoje 40 propriedades com este sistema silvipastoril. O primeiro município a implantar este sistema foi Nova Esperança, em 2005. “Produtores rurais, técnicos e pesquisadores vêm observando a persistência da pastagem verde e crescendo, mesmo com muitos dias de falta de chuvas, resultando reserva de forragem em pé para os animais se alimentarem satisfatoriamente e persistirem na produção de leite e engorda, mesmo em momentos de crise como a que vivemos desde novembro de 2022”, destaca o engenheiro florestal da Emater, Gilmar Deponti. Além da Emater Santa Maria, outras 12 regionais vêm desenvolvendo trabalhos de incentivo à implantação do sistema silvipastoril. “Os produtores que visitamos estão muito satisfeitos, pois o sistema além de minimizar os impactos da estiagem na produção de leite e de carne, também contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa no setor agropecuário gaúcho”, destaca Jackson. Segundo ele, o estado deve incentivar a adoção desse sistema de produção como uma estratégia de médio e longo prazo para minimizar o impacto da estiagem na produção pecuária gaúcha. Fonte: Agricultura RS Gov Curadoria: Boi a Pasto