julho 27, 2024

Pesquisas apontam formas de evitar síndrome da morte da braquiária no MT

Pesquisas realizadas pela Embrapa apontam alternativas para os pecuaristas que sofrem com a síndrome da morte da braquiária, um dos principais responsáveis pela degradação de pastagens em Mato Grosso. Estima-se que dos 25,8 milhões de hectares com plantas forrageiras do estado, mais de 2 milhões de hectares apresentem algum tipo de mortalidade, sendo este problema responsável por boa parte dos danos. A síndrome, também chamada de morte súbita, é conhecida desde a década de 1990, quando começou a ocorrer no estado do Acre. Ela acomete, sobretudo, as pastagens com a Brachiaria brizantha cv. Marandu (braquiarão ou brizantão). O problema é comum na região Norte do país e em algumas áreas do Centro-Oeste mais próximas da Amazônia, como o norte de Mato Grosso. Estes locais possuem um regime intenso de chuvas, passando dos 2.000mm anuais, e solos mal drenados ou de baixa permeabilidade. Desta forma, ocorre o alagamento ou encharcamento do solo, reduzindo a oxigenação das raízes do brizantão. Como esta planta tem baixa adaptação a estas condições, fica mais suscetível ao ataque de fungos causadores de doenças presentes no solo. A ação destes microrganismos faz com que as folhas fiquem amareladas e murchem, o que resulta na mortalidade em touceiras e em grandes reboleiras. De acordo com o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, Bruno Pedreira, são dois os motivos para que o problema tenha se intensificado nos últimos anos. O primeiro é a mudança no uso da terra na região e o segundo é a mudança da relação entre os patógenos (fungos e a planta). “Tínhamos floresta densa, com alta diversidade. Isso foi retirado e hoje temos áreas contínuas de monocultivo de pastagens. As raízes exploravam cinco a dez metros de profundidade, enquanto hoje exploram de 20 a 30 centímetros. Isso fez com que a dinâmica de água no perfil do solo se alterasse ao longo dos anos. Além disso, houve redução na biodiversidade, o que fez com que a relação fungo/hospedeiro ficasse mais próxima e quando eles encontram uma planta suscetível, junto a um ambiente favorável, resulta no problema”, explica. Alternativas De acordo com Bruno Pedreira, a única alternativa para evitar a morte da braquiária é a substituição do capim Marandu nas áreas onde o problema ocorre. Para dar maior subsídio ao produtor no momento da escolha de qual forrageira utilizar nessa substituição, foi desenvolvida nos últimos três anos uma pesquisa que buscou validar o conhecimento existente sobre a síndrome e testar o comportamento de diferentes materiais em três Unidades de Referência Tecnológica nos municípios de Terra Nova do Norte, Nova Guarita e Alta Floresta (MT). Em termos de desempenho em acúmulo de forragem, os capins do gênero Panicum, como Mombaça e Tanzânia, com aproximadamente 30 e 22 toneladas/ha respectivamente, obtiveram o melhor resultado na avaliação feita na Fazenda Maringá, em Alta Floresta. Entretanto, o pesquisador ressalta a necessidade de adequar o sistema de produção quando estes materiais são utilizados. “Quanto maior a produção, mais estacional é a planta. Ou seja, significa que ela produzirá pouco durante a seca e será necessário ter outras fontes de alimento na fazenda”, explica o pesquisador. Os capins Xaraés, Piatã, Massai, Llanero e Mulato II ficaram num segundo patamar, variando a produção de forragem entre 18 e 16,8 toneladas/ha. O Marandu teve a menor produtividade, com 12,2 toneladas/ha, ficando atrás da Ruzizienses e do Estrela. Os testes mostraram ainda que além do Marandu, o Piatã e o Mulato II apresentaram o problema da síndrome da morte da braquiária, o que mostra que eles também não seriam indicados para a substituição do braquiarão nos locais com a mortalidade. O pesquisador Bruno Pedreira ressalta ainda que ao fazer a substituição, o pecuarista deve diversificar as plantas forrageiras. O uso de várias espécies traz maior segurança, reduzindo a chance de insucesso. “Não se recomenda que um capim seja plantado em mais de 40% da área de uma propriedade, portanto, é aconselhável a utilização de pelo menos três plantas forrageiras numa propriedade. No caso dos capins, esses sempre devem ser plantados em pastos diferentes, isto é, não se deve misturar mais de um tipo de capim no mesmo piquete”, alerta Pedreira. Zoneamento Outra ferramenta que irá ajudar o pecuarista mato-grossense a evitar perdas é o zoneamento edáfico das áreas de risco da ocorrência da síndrome da morte da braquiária. Este trabalho acaba de ser lançado pela Embrapa e irá orientar sobre as áreas com maior chance de haver o problema. Para elaboração deste zoneamento foi feita uma interpretação de características de solos relacionadas à baixa permeabilidade e excesso de água, com base em mapas pedológicos da Amazônia Legal, o levantamento do uso de solo e da cobertura vegetal em Mato Grosso, o regime pluvial de cada região e ainda foram realizadas duas expedições a campo para identificar pontos de ocorrência de morte do capim Marandu. O resultado é um mapa que aponta o risco de ocorrência da síndrome em cada região de Mato Grosso, orientando as decisões do produtor. “Identificar as áreas com risco de ocorrência é a primeira informação que o pecuarista precisa para definir qual forrageira usar em sua propriedade. A partir daí entram as informações sobre qual cultivar é mais indicada para a substituição e quais técnicas usar para fazer a reforma da pastagem”, afirma o chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente e responsável pela elaboração do zoneamento, Celso Manzatto. Os dados do zoneamento mostram que 29,5% das áreas usadas em atividades agropecuárias em Mato Grosso têm risco forte ou muito forte de apresentarem a síndrome da morte da braquiária. Isto equivale a 26,5 milhões de hectares que estão em sua maioria situados na Amazônia mato-grossense. “Em regiões como o noroeste do estado o problema é grave. Isso deverá mudar a forma de uso da terra. São quase 20 anos usando o mesmo capim e, partir de agora, os produtores terão de lançar mão de outras forrageiras. Para viabilizar financeiramente, terão de usar outras estratégias na reforma, como o uso de culturas anuais. Nestas regiões com risco muito forte a forma de uso terá de

Produtores devem fazer manejo correto para evitar a tripanossomose

Doença normalmente é transmitida por moscas, uso indevido de seringas e agulhas tem contaminado animais. Produtores rurais de todo o Brasil devem evitar o manejo inadequado de seringas e agulhas para que o rebanho não seja contaminado com a tripanossomose, doença causada por um protozoário e que apresenta sintomas como perda de peso, fraqueza e podendo até levar o animal à morte. Em Minas Gerais, a doença tem afetado vacas leiteiras. A principal evidência até o momento é devido ao uso inadequado das seringas e agulhas para a aplicação de ocitocina, hormônio que estimula a produção de leite. Produtores têm utilizado a mesma seringa e a mesma agulha – que são descartáveis – em vários animais, o que tem contribuído para a disseminação do protozoário. Por isso, de acordo com a responsável pelo Serviço de Informação Zoosanitária do Departamento de Saúde Animal, Daniela Pacheco Lacerda, é importante que os produtores se conscientizem e utilizem corretamente as seringas e as agulhas para evitar a contaminação dos animais, não somente pela tripanosomose, como também por outras doenças. “A tripanosomose normalmente é transmitida mecanicamente por vetores hematófagos, que picam o animal e passam a doença. Nos casos recentes de Minas, as investigações epidemiológicas indicam que a doença tem sido disseminada pelo manejo incorreto de seringas e agulhas”, disse. A tripanosomose é uma doença endêmica no Brasil, apresentando um aumento de casos esperado nas épocas chuvosas, quando os vetores – moscas hematófagas – se proliferam. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) não considera a doença uma emergência sanitária. A ocorrência em Minas Gerais também não preocupa o mercado externo. “Os dados oficiais não indicam um surto generalizado. Trata-se de uma situação específica, localizada em uma região e em uma determinada categoria de produção, cujo fator determinante tem sido o uso de práticas sanitárias inadequadas. A melhor forma de controle e prevenção nesta situação é a conscientização dos produtores para a correção dessas práticas, utilizando-se seringas e agulhas estéreis para cada animal, de forma a impedir a transmissão dessa e outras doenças”, explicou Daniela. Fonte: MAPA

Novilhas de corte: condição corporal visando empenho reprodutivo

O empenho em ganho de peso em fêmeas de corte é importante para todo o ciclo reprodutivo das futuras matrizes. Gustavo Melo e Vitoriano Neto* Da desmama até a fase de reprodução, o ganho de peso é fundamental para novilhas expressarem todo potencial reprodutivo e estarem aptas. Para animais da raça Nelore, isso significa pesar 300 kg aos 24 meses de idade. Em um diagrama da evolução dos pesos e respectivos ganhos pode-se determinar qual o ganho de peso em cada categoria para que este objetivo seja alcançado: No diagrama, observa-se que a fase de recria consiste em, aproximadamente, 510 dias, ou seja, 17 meses (720 dias na concepção – 210 dias na desmama). Neste exemplo, a fêmea desmamou com 180 kg e chegou à idade reprodutiva (24 meses) com 300 kg. Foi necessário um ganho de 235 gramas por dia para que a meta fosse alcançada. Atingir este desempenho parece simples, porém é necessário destacar que este animal provavelmente passará, na fase de recria, por dois períodos de seca e um de chuvas. Na maioria das regiões centrais do Brasil, o primeiro período de seca coincide com o momento pós-desmama. Portanto, ações estratégicas de suplementação devem ser traçadas para a primeira e a segunda seca, de acordo com a condição em que animais estão entrando em cada um destes períodos. A suplementação pode ser baseada em misturas múltiplas de baixo a médio consumo (0,1% a 0,2% do peso vivo, respectivamente) de acordo com a condição dos animais e das pastagens. As partir do momento que as novilhas se tornam aptas à estação de monta, deve-se preocupar em mantê-las com um desempenho de ganho de peso para que concluam a estação de reprodução e atinjam a parição com um escore de condição corporal acima de 3 em uma escala de 1 a 5. Para isso, algumas estratégicas de manejo e de suplementação também podem ser utilizadas como, por exemplo, a manutenção desta categoria apartada e privilegiada quanto à qualidade e quantidade dos pastos ofertados. Em relação à suplementação, é importante avaliar os suplementos (misturas múltiplas ou proteinados) que façam com que estes animais atinjam as metas de desempenho citadas anteriormente. Garantir uma condição corporal adequada para as novilhas prenhes (escore 3) é essencial para que estes animais, ao parirem, possam ser trabalhadas rapidamente e de forma eficaz visando a estação de monta subsequente. *Gustavo Melo e Vitoriano Neto são médicos veterinários da Equipe Rehagro Fonte: Rehagro / Rural Centro

Leis da Fertilidade do Solo: conceitos para alcançar máxima produtividade

Um solo fértil é um solo com grande capacidade de fornecer nutrientes para a planta. Em geral, os solos brasileiros são pobres em nutrientes e ácidos (70% dos solos cultivados tem limitação séria de fertilidade), sendo, portanto, geralmente necessário aplicar corretivos e fertilizantes, tomando o cuidado para que sejam aplicados na dosagem correta. Para alcançar o máximo de fertilidade é preciso conhecer o solo da propriedade, peculiaridades e características para que o manejo seja muito bem feito e que os resultados da lavoura sejam fantásticos. Alguns pontos são importantes e determinantes para a fertilidade do solo: 17 elementos químicos são necessários para a nutrição das plantas, sendo 14 deles fornecidos pelo solo. O primeiro papel do solo é de fornecedor desses elementos químicos essenciais para que a planta se desenvolva; A água é o principal fator limitante de produção máxima, sendo a fertilidade o segundo; Cada solo tem uma capacidade diferente de fornecer nutrientes para as plantas em função de suas características químicas, físicas e biológicas; O manejo dos nutrientes para o solo é específico para cada tipo de solo e de cultura. Algumas características são tão determinantes para se trabalhar a fertilidade do solo que são denominadas “Leis da Fertilidade do Solo”. É necessário conhecê-las para definir as ações e conseguir atuar na melhoria da fertilidade do solo e alcançar máxima produtividade: – Lei do Mínimo: “A produção das culturas é limitada pelo nutriente em menor disponibilidade no solo, mesmo que todos os outros estejam disponíveis e em quantidade adequada”. A Lei do Mínimo nos permite concluir que a planta precisa de todos os 14 nutrientes em suas quantidades adequadas para uma produção sustentável e em grande escala; – Lei dos Incrementos Decrescentes: “Ao se adicionar doses crescentes de um nutriente, o maior incremento em produção é obtido com a primeira dose. Com aplicações sucessivas do nutriente, os incrementos de produção são cada vez menores”. A Lei dos Incrementos Decrescentes dita que o aumento da produção com aplicação de fertilizantes e corretivos não é linear. O manejo correto da fertilidade é responsável pela maior parcela dos ganhos de produtividade obtidos com o uso de práticas culturais recomendadas para as diversas culturas. Isto quer dizer que, se avaliarmos a fertilidade do solo de maneira correta, aplicaremos a quantidade correta de fertilizantes e corretivos necessária para explorarmos o máximo de produção que aquela cultura pode nos oferecer. Por isso, conhecer os conceitos básicos sobre fertilidade do solo é fundamental. Fonte: Equipe Rehagro