Embrapa estará presente na FENACAM. Levará um pacote de tecnologias para a carcinicultura e piscicultura
Será lançado, entre outros, durante o evento, o curso on-line e gratuito “Compostos nitrogenados em cultivo de camarão marinho”. Voltado tanto a produtores como a técnicos da extensão rural e a profissionais ligados ao ensino, o curso é dividido em oito módulos A Embrapa Pesca e Aquicultura (Tocantins), estará, juntamente com mais quatro centros de pesquisas da empresa, presente na Feira Nacional do Camarão (FENACAM), que ocorre entre os dias 15 e 18 deste mês em Natal, capital do Rio Grande do Norte. As outras unidades são Embrapa Pecuária Sudeste, Embrapa Instrumentação, Embrapa Tabuleiro Costeiros e Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Será lançado, durante o evento, o curso on-line e gratuito “Compostos nitrogenados em cultivo de camarão marinho”. Voltado tanto a produtores como a técnicos da extensão rural e a profissionais ligados ao ensino, o curso é dividido em oito módulos. Destes, sete são técnicos (que tratam de temas como quantidade de nitrogênio da amônia total produzido pela ração, ciclo do nitrogênio na carcinicultura, qualidade da água e sua importância no controle dos compostos nitrogenados e uso de fertilização mineral na água para sistemas de baixa salinidade) e o último módulo é de revisão de todo o conteúdo. A carga horária total é de 40h. Para mais informações, acesse a página do curso. Outro lançamento é do livro “Manejo de compostos nitrogenados na carcinicultura”. Com conteúdo parecido com o curso on-line, a publicação também é gratuita e pode ser acessada nesta página. – Em uma linguagem bastante didática, esta obra traz aspectos da cadeia produtiva do camarão, abordando conceitos como os principais sistemas de cultivo, as doenças que mais acometem os animais, entre outros – aponta a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura, Lícia Lundstedt. A Carcinicultura brasileira é o foco central da FENACAM (Foto: Embrapa) – Por ser um dos pontos mais críticos do cultivo, a qualidade de água e sua manutenção são abordadas de forma mais detalhada, destacando-se as formas de controle de compostos nitrogenados, as principais estratégias de fertilização de viveiros e os microrganismos envolvidos no consumo dos compostos tóxicos aos animais cultivados – completa. A publicação e o curso foram desenvolvidos em conjunto pela Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju-SE), pela Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) e por instituições parceiras. Tecnologias A Embrapa mostrará ainda três tecnologias voltadas à aquicultura. Uma delas, em fase de pré-lançamento, é o NIR ProximateTM, que permite análises sobre a qualidade de rações de peixe a um custo cerca de 10 vezes menor e de maneira extremamente rápida. Desenvolvido pela Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) em parceria com a empresa Büchi Brasil, o novo método não usa reagentes químicos nem gera resíduos para o meio ambiente. A previsão é de que a partir de 2023 a tecnologia esteja disponível para o mercado. Mais informações específica sobre o NIR ProximateTM, clique aqui. Outra tecnologia da Embrapa que estará presente no evento é a Sonda Acqua Probe, desenvolvida em conjunto pela Embrapa Instrumentação (também de São Carlos-SP) e a empresa Acquanativa Monitoramento Ambiental. É um equipamento que mede 12 parâmetros relacionados à qualidade da água, como oxigênio dissolvido, pH e temperatura. De uso bastante simples, a medição é feita em tempo real e pode acontecer remotamente (por meio de celular ou computador, por exemplo). Mais informações neste link. Ambas as empresas privadas parceiras no desenvolvimento das tecnologias estarão no estande da Embrapa durante o evento. Também será apresentada a Plataforma aquaPLUS, conjunto de ativos tecnológicos que realizam análises genéticas de matrizes e de reprodutores de diferentes espécies aquícolas. Na Fenacam, o foco será no serviço VannaPLUS, um desses ativos. Ele compreende ferramentas genômicas para análise, qualificação, certificação, manejo e melhoramento genético do Litopenaeus vannamei, principal espécie de camarão marinho cultivado no Brasil. A plataforma foi desenvolvida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF); mais informações nesta página. Oportunidade Daniele Klöppel, engenheira de aquicultura e analista de inovação da Embrapa Pesca e Aquicultura, estará na Fenacam. -A Embrapa estar neste evento com um estande é um grande avanço e fruto de um trabalho de articulação e aproximação institucional que foi intensificado nos últimos anos – diz ela. Referindo-se à abertura do evento a outras cadeias produtivas além do camarão marinho, Daniele entende que o evento cresceu ainda mais. – São dois simpósios internacionais, que trazem temas relevantes para a aquicultura nacional, com palestrantes de renome, nacional e internacionalmente. Ela vai fazer uma palestra em que apresentará informações institucionais e tecnologias como os testes de sexagem genética para tambaqui (mais informações aqui) e para pirarucu (mais informações aqui), o Sistema de Inteligência Territorial Estratégica para Aquicultura, SITE Aquicultura (mais informações aqui) e o Centro de Inteligência e Mercado em Aquicultura, CIAqui (mais informações aqui). Além de Daniele, estarão na Fenacam a pesquisadora Andrea Muñoz e o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia Roberto Flores, ambos da Embrapa Pesca e Aquicultura, a pesquisadora da Embrapa Tabuleiros Costeiros Alitiene Pereira e o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Alexandre Caetano. Os resultados que a empresa mostrará no evento estão relacionados ao BRS Aqua, projeto que envolve mais de 20 Unidades e cerca de 270 empregados da Embrapa, além de bolsistas. Com forte caráter estruturante, já que por meio dele a empresa está incrementando sua infraestrutura de pesquisa em aquicultura, o BRS Aqua também se destaca na formação de recursos humanos especializados na área, sobretudo por conta das bolsas disponibilizadas. São três as fontes de financiamento: o Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Funtec / BNDES); a Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAP / Mapa), cujo recurso está sendo operacionalizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); e a própria Embrapa. Mais informações sobre o BRS Aqua nesta página. A Fenacam contará com palestras, discussões, exposições de trabalhos técnicos e estandes dos setores público e privado que trarão novidades sobre diferentes cadeias produtivas da aquicultura. *Fonte: Comunicação da Embrapa Pesca e Aquicultura.
Rendimento de carcaça: conheça os fatores que podem influenciar
Práticas de pesagem podem atrapalhar uma avaliação mais objetiva. A procura por produzir uma carcaça de qualidade, ideal para o mercado, está ligada ao consumidor, que busca textura, aparência e custo. Seguindo essa lógica, o natural seria que esse mesmo objetivo fosse o da cadeia produtiva na pecuária de corte, já que a qualidade e o rendimento se iniciam desde a escolha das raças, desenrola-se com o manejo alimentar e vai até o processamento nos frigoríficos. É nisso que acredita a Associação do Novilho Precoce MS, exemplos de associativismo que dá certo na pecuária, unindo produtores que comungam dessa busca por padrão de qualidade e com isso melhoram a rentabilidade do seu negócio. No entanto, essa não é a realidade no mercado, como afirma o supervisor técnico da Associação, o médico veterinário Klauss Machareth de Souza. “Os frigoríficos recebem todos os tipos de animais e não há um padrão, pois, na hora do abate, encontram-se rendimentos bons e ruins. E onde está o erro no gargalo?”, questiona. Segundo ele, são inúmeros os fatores externos que interferem na hora do rendimento da carcaça, tanto da porteira para fora como da porteira para dentro. Além da genética e do manejo, o veterinário chama a atenção para um ponto interessante: o padrão no final do processo na fazenda. Ele explica que a pesagem em um dia chuvoso para um dia seco, por exemplo, somente pelo couro molhado pode dar de 15 kg a 20 kg de diferença. Além disso, se o animal beber água antes da pesagem do embarque essa diferença pode chegar até 30 kg. “Se uma boiada estiver mais longe que outra e logo em seguida pesar os animais, vai dar desgaste e dará diferença, com certeza. Temos casos de novilha de 400 kg que quando chega no frigorífico é que se descobre que estava com uma prenhez de cinco meses. Ou seja, o peso real era de 350 kg na balança”, exemplifica. Para identificar onde está ocorrendo a perda, a única saída indicada pelo profissional é criar um histórico de seu rebanho. “Por exemplo, quando um animal tem 500 kg de peso vivo e no frigorífico em 250 kg de peso morto, com um rendimento de 50%, o produtor não sabe explicar o que ocorreu. Se eu não meço nada da porteira para dentro não tem como saber onde está o problema da perda de qualidade que interfere no rendimento da carcaça. O maior desafio é esse: identificar o que ocorre na propriedade para depois mapear o problema e fechar a porteira”, orienta. Para isso, segundo Machareth, é preciso ter uma rotina de pesagem na fazenda. Mas ele alerta que a ferramenta deve estar em dia, isto é, a balança deve estar bem regulada. “Infelizmente muitos pecuaristas não têm um histórico do rebanho, com rotinas de pesagem. Alegam que estressa o animal, mas se você tem estrutura com equipamentos que prezem pelo bem-estar animal e uma equipe preparada para fazer um manejo racional, isso não ocorrerá. É o primeiro passo para criar um parâmetro e saber se e onde você pode melhorar seus resultados”, acredita o técnico da Novilho Precoce. Fonte: Beckhauser
Mapa dá recomendações para o transporte adequado de bovinos
Manual de boas práticas ensina produtores e transportadores a evitar estresse ao gado e prejuízos nas cargas. O transporte de bovinos é uma atividade importante na cadeia produtiva da carne. No Brasil, todo os dias, milhares de bovinos são transportados, sendo os abatedouros o principal destino. O transporte rodoviário ainda é o mais utilizado. Para que os animais não sofram com estresse e para que não ocorram problemas com a carne ou até mesmo a morte dos animais, produtores e transportadores devem seguir as recomendações disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio do Manual de Boas Práticas de Manejo – Transporte. Segundo o documento, durante o transporte, a intensidade de estresse é variável, dependendo da forma com que os animais são manejados, das condições em que são transportados, da duração da viagem, das condições das estradas e do clima, entre outros fatores. Os principais problemas durante os manejos de embarque e transporte são: agressões diretas, formação de novos grupos, instalações e transporte inadequados. Quando as condições de transporte não são boas, com estradas ruins, viagens longas, caminhões e compartimentos de carga em mau estado de conservação e direção sem cuidado, o estresse é mais intenso e os riscos de ferimentos e de mortes de animais aumentam. Por isso, todos os envolvidos com o transporte – equipes das fazendas, responsáveis pela compra do gado, transportadoras, motoristas boiadeiros e responsáveis pela recepção dos bovinos nos abatedouros – devem conhecer o comportamento e as necessidades dos bovinos, para que possam realizar as atividades com o cuidado necessário, reduzindo os riscos de estresse, de ferimentos e de morte de animais durante as viagens. O planejamento e a organização do transporte são responsabilidades das fazendas, transportadoras, motoristas e abatedouros. O manual recomenda que se defina previamente quais animais serão transportados –categorias e números, o tipo de veículo a ser utilizado, o número de veículos necessários, as rotas, datas e horários previstos para o embarque e o desembarque e quem serão os motoristas responsáveis pelo transporte. As fazendas precisam preparar os lotes de embarque com antecedência e de forma correta, além de providenciar os documentos necessários para a viagem. As transportadoras e os motoristas devem manter os veículos em boas condições e ter conhecimentos sobre a situação das estradas. Os motoristas têm de ser treinados em boas práticas de manejo no transporte e estarem atentos a todas as informações sobre a viagem. Os abatedouros devem estar preparados para realizar o desembarque dos animais com agilidade e eficiência. Documentação Há uma série de documentos que são necessários para o transporte de bovinos. Alguns deles são de responsabilidade da fazenda e devem ser conferidos pelo encarregado do embarque. Outros são de responsabilidade das transportadoras e dos motoristas boiadeiros. É obrigação do motorista boiadeiro verificar se os documentos do veículo e carteira de habilitação estão em ordem e dentro dos prazos de validade. Além dos documentos básicos, do motorista e do veículo, para o transporte de bovinos são também necessários os documentos dos animais, como as Guias de Trânsito de Animal (GTAs), as notas fiscais do produtor, com informações sobre a origem e o destino dos animais, e, em alguns casos, os documentos de identificação animal. Situações de emergência Segundo o manual, é importante definir pontos estratégicos para paradas de emergência. Por isso, o motorista deve dispor de informações sobre fazendas ou outros locais de parada que ofereçam condições para o desenvolvimento de ações efetivas a fim de solucionar os problemas. Em caso de acidentes, se todos os cuidados necessários foram tomados adequadamente, a gravidade acabará sendo minimizada. Procedimentos de rotina devem ser tomados, como discar para o 191 ou o número de emergência das rodovias privatizadas e, se necessário, solicitar socorro médico. Caso os animais fiquem soltos na estrada, é preciso providenciar a sinalização para evitar atropelamentos e buscar auxílio para conduzi-los a local seguro. A adoção das boas práticas de manejo durante o transporte de bovinos visa a proporcionar maior segurança e conforto para os motoristas e reduzir as situações de risco que prejudicam o bem-estar dos animais e causam perdas quantitativas e qualitativas da carne. Clique na imagem e baixe o Manual em pdf: Fonte: MAPA MANEJO EFICIENTE DA PASTAGEM AJUDA NA PRODUÇÃO DE CARNE DE QUALIDADE Para acessar mercado premium e que melhor remunera com a criação a pasto, é preciso planejamento, animais de boa genética e principalmente escolher cultivares com alto valor nutritivo para alimentação+ leia mais Pantanal tem 14 cidades em emergência, mais incêndios e mortes de animais no MS Região vive período de forte estiagem, o que motivou o decreto de emergência por parte do governo local+ leia mais Pasto rotacionado: sobrou capim? Saiba por que isso é um ótimo sinal Confira as novas dicas do doutor em zootecnia Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador do Polo Regional de Alta Mogiana da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)+ leia mais
Bem-estar dos animais é fundamental para a produção
O mercado consumidor está cada vez mais exigente e preocupado com o bem-estar dos animais, principalmente o mercado europeu. Por isso, os produtores brasileiros estão mais atentos ao tratamento dos animais nas propriedades. Dentre todas as condições de bem-estar, o conforto térmico é uma delas. O Brasil tem altas temperaturas quase o ano inteiro e a produção pecuária do país se concentra na região intertropicial, onde há maior incidência de radiação solar. Essa grande exposição ao sol pode prejudicar itens da produção, da sanidade e da reprodução do rebanho. Nem todas as raças bovinas têm uma boa adaptabilidade ao nosso clima, as taurinas são as que têm mais dificuldade com o calor e por isso sofrem mais com esses efeitos. Já o nelore, que vem das raças zebuínas é considerado adaptado, pois possui características, como a cor da pele e do pelo, e a grande quantidade de glândulas sudoríparas, que auxiliam no ambiente quente. Mas há um sofrimento em períodos prolongados de calor, pois são animais homeotérmicos, ou seja, precisam manter a temperatura ideal para realizar suas funções fisiológicas dentro da normalidade. Cada tipo de animal possui uma temperatura ideal para seu conforto térmico. Para os taurinos, a faixa de temperatura é na média dos 27 graus já os zebuínos suportam até 35 graus. Quando as temperaturas ultrapassam esses valores, o animal fica ofegante, aumenta a temperatura retal e os batimentos cardíacos para tentar aliviar o calor. Para realizar todo esse processo, o animal gasta energia que pode refletir na queda da produtividade. Cabe ao produtor adequar o ambiente dos animais para que consigam viver dentro da temperatura ideal. Em sistema de confinamento é possível colocar aspersores de água, cortinas e sistemas de ventilação. Já para animais a pasto, a alternativa seria opções de sombra, que pode ser artificial, com sombrite 70%, por exemplo, ou natural. Plantação de árvores é uma alternativa barata e eficiente, sem contar os demais benefícios ambientais e econômicos. No caso do uso de árvores, várias espécies podem ser consideradas. Em sistemas de ILPF- Integração Lavoura, Pecuária e Floresta no Centro-Oeste, o eucalipto é o mais usado. O mercado e os institutos de pesquisam oferecem diversas opções que o produtor pode utilizar para trazer mais conforto e bem-estar aos animais, podendo ter melhores resultados e produzir produtos com maior qualidade. Com a competitividade cada vez maior, pequenos detalhes na produção podem fazer toda a diferença na comercialização dos produtos e no melhoramento genético das raças bovinas. Fonte: AgroEditorial / Rural Centro / Gabriela Borsari
Energia solar no campo: alimento mais barato na mesa
A geração própria de energia solar no agronegócio está bastante consolidada nas economias mais avançadas no mundo e tem se tornado um modelo cada vez mais recorrente e necessário para elevar ainda mais a competitividade e sustentabilidade do manejo agrícola e pecuário no Brasil. Além de eliminar intermediários entre a geração e consumo de energia elétrica, um dos principais insumos da atividade produtiva rural, a energia solar no campo resulta também em economia, proteção do meio ambiente e mais segurança energética para os produtores, já que os sistemas solares fotovoltaicos possuem baixos custos de operação e manutenção e representam nova fonte de riqueza ao campo. Assim, por ser uma fonte de energia limpa, renovável, competitiva e praticamente inesgotável, o agronegócio passa a contar com uma solução segura e sustentável para seu suprimento elétrico, que traz redução de gastos com eletricidade de até 90%. Desde 2012, já são mais de R$ 26 bilhões em investimentos acumulados, que geraram mais de 155 mil empregos acumulados, espalhados por todas as regiões do Brasil. No caso do agronegócio, a geração própria de energia solar atende mais de 43 mil usuários e possui cerca de 679 megawatts instalados no campo. No mesmo período, o Brasil recebeu dos produtores rurais mais de R$ 3,2 bilhões de investimentos em energia solar, responsáveis pela geração de mais de 20 mil empregos nesta área, além de proporcionarem uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 758 milhões no período. Atualmente, o segmento rural responde por 13,1% de toda a potência instalada em sistemas de geração própria de energia solar. Outro ponto relevante na energia solar no campo é proporcionar eletricidade para áreas onde a rede elétrica ainda não chegou ou que funciona de forma precária e instável, que dependem muito de geradores à diesel, mais caros, poluentes e barulhentos Vale destacar que o agronegócio brasileiro possui algumas das melhores linhas de financiamento para sistemas fotovoltaicos, com destaque para as linhas de crédito “PRONAF Mais Alimentos” e “PRONAF Eco”, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), importante apoio ao setor desenvolvido desde 2015, em parceria com a ABSOLAR, para democratizar o acesso à tecnologia por pequenos produtores rurais familiares, tornando-a mais eficiente, sustentável e competitiva. O setor do agronegócio apoia o Projeto de Lei nº 5.829/2019, que criará o marco legal para a geração própria de energia no Brasil, como declaram publicamente a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), dentre diversas outras entidades que representam produtores rurais. Importante relembrar que o desconto de 30% na tarifa de energia a que os consumidores rurais fazem jus terminará em 2022. Portanto, a geração própria é a melhor alternativa aos produtores rurais, para evitar prejuízos, aumento dos preços dos alimentos e abrir novas oportunidades no campo. A criação de um arcabouço legislativo para a geração própria de energia a partir de fontes renováveis é prioridade no cenário atual de duplo desafio, de promover o desenvolvimento socioeconômico diante da pandemia de covid- -19 e, também, o avanço do desenvolvimento sustentável do Brasil. Por: Antonio Galvan, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) com curadoria Boi a Pasto.
Agropecuária brasileira ajuda a salvar o planeta, reconhece a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima
A ILPF(integração lavoura-pecuária-floresta), a agricultura de precisão e a tecnologia baseada em ciência já levaram o Brasil ao ser um dos maiores exportadores globais de commodities. Agora, o agronegócio brasileiro começa a ser reconhecido como uma peça importante no tabuleiro global dos impactos das mudanças climáticas e pode contribuir para salvar o planeta. O desenvolvimento da atividade agrícola brasileira acaba de ser citado em um importante relatório do secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (United Nations Framework Convention on Climate Change – UNFCCC), relacionado aos trabalhos realizados no âmbito da reunião de Koronivia para a agricultura. O UNFCCC é o tratado internacional resultante da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. O Koronivia uma instância importante nas negociações sobre agricultura, dentro da UNFCCC, que busca valorar a importância da agricultura e da segurança alimentar na agenda de mudanças climáticas. “Trata-se de uma citação importante para o Brasil, porque representa o reconhecimento do valor da pesquisa agropecuária em benefício do desenvolvimento nacional, que dá visibilidade à ciência agrícola brasileira como referência mundial”, diz Gustavo Mozzer, pesquisador da Embrapa (Empresa de Pesquisa Agropecuária Brasileira), que integra a equipe do Polg (Núcleo de Políticas Globais) da gerência de relações estratégicas internacionais da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas, responsável pela coordenação do trabalho, com o apoio do Portfólio de Mudança do Clima. A ILPF, por exemplo, é citada como a responsável por contribuir com a segurança alimentar e o desenvolvimento socioeconômico. A agricultura de precisão e a tecnologia baseada em ciência são reconhecidas por elevarem a produtividade e reduzirem em 50% o preço dos alimentos. O conjunto da obra contribui para a segurança alimentar, o desenvolvimento sustentável e a renda dos agricultores. O secretariado da UNFCCC destaca no texto que a produtividade brasileira aumentou 386% e a área agrícola apenas 83%. Isso significa a preservação de 120 milhões de hectares de floresta. “A chave para isso foi o investimento do Brasil em políticas públicas relevantes e tecnologia de base científica”, diz o texto, ressaltando a promoção da agricultura, baseada na intensificação sustentável, a inovação tecnológica, a adaptação às mudanças climáticas e a conservação dos recursos naturais. Ainda de acordo com o relatório, “o Brasil pretende continuar esses esforços e usar oportunidades de cooperação intercâmbio de conhecimento e apoio multilateral como estratégias-chave para alcançar o desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar”. De acordo com Mozzer, no ano passado foram encaminhadas duas submissões ao processo de negociação na UNFCCC. Uma delas sobre temas relacionados à pecuária e aspectos socioeconômicos dos sistemas de produção agrícola e a segunda com foco no diálogo sobre terra e oceanos, e do reforço de ações voltadas à mitigação e adaptação às mudanças do clima que ocorreu durante a COP (Conferência das Partes) virtual no final de 2020. O resultado do trabalho, coordenado pela Polg, assegura que os componentes científicos estratégicos para agricultura nacional e para a Embrapa sejam incorporadas como elementos das negociações relacionadas à agricultura no contexto da negociação internacional sobre mudança do clima. “Em alinhamento aos interesses nacionais, isso tem dado visibilidade e o devido reconhecimento aos fundamentos científicos que caracterizam a tecnologia agrícola tropical desenvolvida pela Embrapa e outras instituições parceiras”, afirma Mozzer. “Em consequência, caminhamos para um reconhecimento do potencial de sustentabilidade do produto agrícola nacional.” Fonte: Forbes com Embrapa e curadoria Boi a Pasto.
Bem-estar animal: sombra é essencial em regiões de clima quente
O conforto térmico é um dos requisitos que garantem, além do bem-estar, a sustentabilidade e o sucesso da atividade pecuária em regiões de clima quente. Com a crescente preocupação do mercado consumidor – principalmente o europeu – em relação ao bem-estar animal, os produtores rurais devem ficar cada vez mais atentos ao modo como os animais são tratados dentro das propriedades. A produção animal no Brasil concentra-se basicamente na região intertropical, onde existe a maior incidência de radiação solar, o que pode causar efeitos prejudiciais, tanto na produção e na sanidade, quanto na reprodução. “Quando falamos em produção animal a pasto nos trópicos, considerando-se as mudanças climáticas e a perspectiva de aumentar ainda mais a temperatura do ambiente, é preciso tomar alguns cuidados para evitar esses efeitos prejudiciais aos animais”, destaca a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), Fabiana Villa Alves. Há raças bovinas mais ou menos adaptadas ao calor. As taurinas, em geral, são pouco adaptadas a climas quentes e, por isso, as que mais sofrem os efeitos prejudiciais de altas temperaturas no ambiente. “Por outro lado, o nelore, pertencente às raças zebuínas, é um animal considerado adaptado a esse tipo de clima. Algumas características, como a cor da pele e do pelo, e a grande quantidade de glândulas sudoríparas muito eficientes, auxiliam-no a tolerar bem o calor”, diz a pesquisadora. Entretanto, ela explica que mesmo sendo adaptados, sofrem em períodos prolongados com altas temperaturas por se tratarem de animais homeotérmicos, que devem manter a temperatura “ótima” para realizar as funções fisiológicas normalmente. Quando essa temperatura começa a aumentar ou diminuir, eles precisam usar alguns mecanismos para retorná-la àquela considerada normal. Os animais têm diferentes faixas de temperaturas consideradas de conforto térmico. Para os taurinos, essa faixa é de até 27 graus. O zebuíno suporta um pouco mais, mas a temperatura máxima de conforto é de 35 graus. “No inverno, no Centro-Oeste, são facilmente registradas temperaturas, ao sol, próximas a essa. Então, dependendo da raça e da adaptabilidade, o animal fica ofegante, aumenta a temperatura retal e os batimentos cardíacos para tentar dissipar esse calor e voltar à temperatura ótima. Mas todo mecanismo que ele usa para isso demanda gasto de energia, o que pode refletir em queda de produtividade”, lembra Fabiana. Para deixar os animais na zona de conforto térmico, ela lembra que são necessárias modificações ambientais, conforme o sistema de produção. Para os confinados é possível colocar aspersores de água, cortinas e sistemas de ventilação. Para animais a pasto, a medida mais eficiente é oferecer sombra, que pode ser tanto artificial (sombrite 70%), quanto natural. Esta última, dada pela introdução de árvores, é a mais barata e eficiente, além de trazer outros benefícios agregados como aumento de biodiversidade, diversificação da renda e alimento para os animais. “A sombra natural é mais eficiente porque a árvore, além de bloquear a radiação solar, cria um microclima embaixo daquele ambiente com sensação térmica mais agradável. Assim, é oferecida uma condição de melhor conforto térmico, por se tratar de um ambiente com menor temperatura e, com isso, é possível promover o bem-estar do animal”, acrescenta a pesquisadora. Segunda ela, a espécie da árvore a ser usada depende de alguns fatores. Por exemplo, em sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) na região Centro-Oeste, o eucalipto é muito utilizado devido às condições de solo (ácido e com baixo teor de argila) e ao mercado consumidor existente para celulose, madeira e carvão. Na Embrapa Gado de Corte, vêm sendo realizados estudos para caracterizar quantitativa e qualitativamente tipos de sombra de diferentes espécies de árvores, e quantificar o benefício proveniente dela para os animais. A expectativa é que os resultados sejam divulgados dentro de três anos. Fonte: Embrapa Gado de Corte. Foto: João Costa (Embrapa)