Energia solar alia sustentabilidade a economia e cresce no Brasil
Uma das principais empresas do segmento, a GDSUN projeta atingir 470 MWp de capacidade instalada até 2025 Brasil atingiu em novembro a marca de 15,3 gigawatts na capacidade instalada para geração distribuída de energia. No contexto, a fonte solar representa nada menos que 98% do total, com 15 gigawatts, suficientes para o abastecimento de 7,5 milhões de residências. Os números são da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD). O presidente da entidade, Guilherme Chrispim, destaca que a potência, no dia 31 de dezembro, vai ser o dobro da registrada no final de 2021. As vantagens oferecidas ao consumidor, a seu ver, são nítidas: no Brasil, a disponibilidade de luz solar é gigante e a estrutura para geração distribuída tende a se espalhar por todo o território nacional. “Trata-se de uma fonte de energia limpa, democrática, acessível a todos”, resume. Arthur Sousa, CEO da GDSUN, empresa que atua no desenvolvimento e geração de energia solar, afirma que a opção pela fonte alia economia e sustentabilidade. O Marco Legal da Geração Distribuída (Lei 14.300/2022), segundo ele, conferiu regras claras e estabilidade ao setor para que investidores, como a GDSUN, continuassem apostando neste mercado. “Planejamos ter 100% dos nossos projetos em portfólio e no pipeline dentro da janela regulatória, o que permite a compensação integral da energia gerada até 2045. Ainda segundo o executivo, o movimento do Marco Legal resultou em uma alta demanda por parte de grandes empresas e diversos setores. “É crescente o número de companhias querendo entrar ou ampliar a geração distribuída no seu modelo de negócio, seja para autoconsumo ou para o mercado de varejo”, diz. O detalhe é que o regime vale para sistemas protocolados até 6 de janeiro de 2023. De olho na janela regulatória, a GDSUN montou um plano de expansão robusto. A capacidade instalada atual de 106 megawatt-pico (MWp), espalhada por usinas em 8 Estados do País, vai dobrar já no primeiro semestre de 2023. Para os dois anos seguintes está previsto um ciclo de crescimento ainda maior, com a inclusão de mais 225 MWp de capacidade do seu pipeline de projetos. No final de 2025, a empresa vai estar presente em 17 estados brasileiros, com 470 MWp de capacidade instalada. Com o objetivo de mitigar o impacto ambiental provocado pela instalação das usinas de energia solar, a GDSUN financia diversos projetos de sustentabilidade. Mais recentemente, a empresa iniciou uma parceria com o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) para financiar o reflorestamento de áreas de Mata Atlântica dentro do Projeto Corredores de Vida, realizado no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo. A iniciativa prevê a restauração de 20 hectares de florestas e contribuirá para a consolidação do maior corredor ecológico já implantado na Mata Atlântica, que liga a Estação Ecológica Mico-Leão-Preto às Unidades de Conservação Parque Estadual Morro do Diabo. “Serão cultivadas 32 mil árvores nativas da região”, afirma Marina Carvalho Travaglia, gerente de HSE & ESG da GDSUN. Com duração prevista de três anos, a parceria com o IPÊ também prevê a conservação de espécies ameaçadas que vivem na região, como o próprio mico-leão-preto, além de fortalecer a geração de renda para as comunidades do entorno, que trabalham em atividades ligadas ao projeto. “Queremos ir além da sustentabilidade, que é inerente ao negócio de energia solar”, conclui Marina. Fonte: Terra Curadoria: Boi a Pasto
Tecnologia impulsiona os resultados da pecuária de corte e leite
Na cadeia do leite, porém, a pecuária foi prejudicada pelo fenômeno La Niña, que provocou uma entressafra antecipada No último dia 7/12, um time de especialistas do negócio de Ruminantes da DSM se reuniu em São Paulo com a imprensa segmentada do Agronegócio para trazer um balanço de 2022 e falar das perspectivas para 2023. Para os especialistas, apesar da retomada decorrente da flexibilização após a pandemia de Covid-19, o Brasil foi desafiado com a alta na inflação que gerou impacto sobre o consumo de alimentos no país, de maneira geral, e de carne vermelha, em particular, passando pelas questões relacionadas à guerra entre Rússia e Ucrânia que dificultou o acesso da produção agropecuária a insumos. Um ponto que ajudou a segurar o mercado foi o fato de as exportações de carne bovina baterem recorde, somando 190 mil toneladas em outubro, segundo dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex). Os embarques da proteína para países como a China, que lidera o ranking de importadores, somado ao aumento da oferta e maior velocidade no ciclo de baixa de preços para todas as categorias animais, contribuíram para esse cenário apontando para o positivo. Leite Na cadeia do leite, porém, a pecuária foi prejudicada pelo fenômeno La Niña, que provocou uma entressafra antecipada, com custos de produção elevados que desanimaram o produtor. Mesmo assim, a oferta tende a melhorar no final do segundo semestre, com recuperação da produção e maior importação de laticínios. “Mais uma vez, a pecuária de corte e de leite se mostrou essencial ao desenvolvimento do nosso país. Tivemos uma série de desafios ao longo desse ano, que foram tratados com muito cuidado pelos produtores, os verdadeiros protagonistas do nosso setor”, aponta Sergio Schuler, vice-presidente do negócio de Ruminantes da DSM para a América Latina. Ao reforçar o protagonismo da atividade pecuária na economia brasileira, contudo, Schuler não deixa de mencionar os avanços dos produtores para a adoção de tecnologia no campo, de modo a impulsionar os resultados buscando produtividade, eficiência e rentabilidade e, consequentemente, preservando o capital alocado na produção rural. Nutrição animal Juliano Sabella, mencionou algumas inovações relevantes e que melhoram os índices zootécnicos dos bovinos de corte e leite e a rentabilidade dos produtores com aditivos, ingredientes de alta tecnologia exclusivos que combinados aos Minerais Tortuga, trazem uma série de benefícios para aumento da produtividade. Perspectivas 2023 Para 2023, a DSM espera um ano de incertezas para o setor, mas com desenvolvimento e uso de tecnologias e maior concentração na produção agropecuária. Quando o assunto é o segmento leiteiro, a companhia tem perspectivas de demanda ainda fragilizada, com o La Niña afetando o primeiro trimestre e custos ao produtor ainda elevados. Já sobre os bovinos de corte, a demanda externa vai continuar aquecida, com câmbio favorável. Apesar disso, a demanda interna ainda vai seguir sendo impactada, com possível melhora nesse final de ano e ao longo do próximo. “Teremos maior oferta de animais, o que inclui maior abate de fêmeas. Isso vai refletir diretamente na produção, que vai aumentar a partir desse ano, mas se prolongando principalmente em 2023 e 2024”, explica Schuler. Digitalização Foi apresentado uma plataforma (Prodap) de apoio ao produto rural que combina tecnologia, serviços de consultoria e soluções nutricionais personalizadas para impulsionar a eficiência e a sustentabilidade na criação de animais. “Com a integração da operação da Prodap, passamos a fortalecer o desenvolvimento de soluções digitais para alcançar mais mercados globalmente e um maior número de espécies de animais”, diz Schuler. Censo de Confinamento Um volume de 6,95 milhões de bovinos confinados. Esse foi o montante registrado pelo Censo de Confinamento DSM 2022, estruturado pelo Serviço de Inteligência de Mercado da DSM e que mostra um aumento de 4% sobre os 6,69 milhões mapeados pela equipe da DSM em 2021, o que mostra um ritmo frequente à medida que esse também é um número 4% superior aos 6,4 milhões identificados em 2020. O rebanho de animais confinados esse ano mostra também uma alta significativa de 46% frente ao primeiro levantamento, em 2015, que registrou 4,75 milhões de bovinos produzidos no sistema intensivo de produção. “O confinamento é uma ferramenta estratégica e uma tendência que contribui para melhorar a produtividade do rebanho. Os pecuaristas brasileiros estão percebendo isso e se movimentando para adotar as altas tecnologias que temos disponíveis no mercado, ao mesmo tempo em que adequam as suas fazendas para receber essas soluções”, avalia Hugo Cunha, gerente técnico Latam de Confinamento da DSM. Fonte: Terra Curadoria: Boi a Pasto
Agro de SP deve fechar ano com crescimento de 14%
Expectativa da Faesp é que o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do estado seja de R$ 139 bilhões no consolidado de 2022 O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) paulista deve encerrar este ano na casa dos R$ 139 bilhões. Ao menos essa é a expectativa por parte do Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faesp/Senar-SP). A projeção foi apresentada no início da tarde desta quinta-feira (8), em coletiva de imprensa realizada na “Casa do Agricultor”, sede da entidade localizada no centro paulistano. Caso se confirme, o VBP paulista fechará 2022 com crescimento de 14% no comparativo com o desempenho registrado em 2021. No ano passado, o VBP do estado foi de R$ 122 bilhões. Na comparação com 2020, o salto é ainda maior, de aproximadamente 48% — isso porque, na ocasião, o setor foi responsável por movimentar R$ 94 bilhões. Vice-presidente da Faesp, Tirso de Salles Meirelles ressaltou que, apesar das dificuldades enfrentadas desde o início da pandemia da covid-19, o agro paulista foi além de manter as atividades. Cresceu, conforme enfatizou. Crescimento esse que, de acordo com ele, se deu — e se dá — em várias frentes. Inclusive, na sustentabilidade nas atividades da pecuária. “Temos tecnologia. Temos água. Temos terra” — Tirso de Salles Meirelles “Nosso gado é o único do mundo que é ‘verde’”, afirmou Meirelles. Para embasar tal declaração, ele chamou a atenção para o fato de, em São Paulo e em todo o Brasil, a pastagem representar cerca de 70% da base do setor. Os recursos naturais do país também foram ressaltados pelo vice-presidente da Faesp. “O Brasil é o único país do mundo a conseguir produzir até três safras por ano”, disse. “Temos tecnologia. Temos água. Temos terra”, complementou dirigente da entidade. Desenvolvimento em tecnologia para seguir crescendo E para seguir em crescimento, um dos indicadores valorizados por Tirso de Salles Meirelles terá ao menos um investimento certo para o futuro próximo. Isso porque a federação reforçou que em Ribeirão Preto, uma das maiores cidades do interior paulista, irá funcionar o Centro de Excelência em Cana-de-Açúcar. Conforme o nome sugere, o espaço servirá para lidar com ações voltadas à toda a cadeia produtiva do segmento sucroalcooleiro. O vice-presidente da Faesp disse, de forma breve, que a Faesp está liderando outros dois projetos relacionados à tecnologia. Um trata da criação de uma escola a ter como base o município de São Roque para levar, entre outros conhecimentos, técnicas de big data para os pequenos produtores da região. O outro é de um centro a servir como apoio às demandas das famílias assentadas em Mirante do Paranapanema e arredores. Agro paulista: em crescimento, mas sem ultrapassar o Paraná Mesmo diante da projeção de fechar este ano em crescimento de 14%, o agro paulista não deve ultrapassar o Paraná no ranking de VBP do país. Nem agora e nem ao longo de 2023. Ao menos é o que acredita o gerente do departamento econômico da Faesp, Cláudio Silveira Brisolara. De acordo com ele, a troca de posição não deve ocorrer justamente por causa da estagnação — e das incertezas — em torno da principal atividade da agropecuária de São Paulo: a cana-de-açúcar. “Não vejo essa possibilidade [de passar o Paraná no ranking nacional do VBP em 2023]”, respondeu Brisolara ao ser questionado pela reportagem do site do Canal Rural. Até o momento, de janeiro a outubro de 2022, o estado de São Paulo ocupa a terceira colocação na lista nacional do VBP, com participação de 11,7% do total. O Paraná está logo à frente, na segunda posição, com 11,9%. Mato Grosso lidera, com 18%, segundo os dados oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Situação da cana e de outras culturas da agropecuária de SP No VBP paulista, a cana-de-açúcar surge como a principal cultura. E com folga. Com a perspectiva por parte da Faesp de movimentar no consolidado de 2022 R$ 43,69 bilhões, a atividade responde por 31,5% de todo o Valor Bruto da Produção Agropecuária do estado. Boi gordo (13,26%) e soja (9,86%) completam o pódio dos maiores responsáveis pelo VBP de São Paulo. O segmento sucroalcooleiro e a pecuária de corte surgem no topo das exportações do agro paulista neste ano. De janeiro a outubro, o açúcar apareceu como o principal produto de exportação da agropecuária estadual. O segundo lugar no período foi ocupado pela carne bovina, informou a Faesp. No período, eles foram responsáveis por receitas cambiais nas casas de US$ 5,5 bilhões e US$ 3 bilhões, respectivamente. Fonte: Canal Rural Curadoria: Boi a Pasto
Soja produz até 20% mais em consórcio de capim com leguminosas de cobertura
Experimentos foram realizados em Dourados, Naviraí, Rio Brilhante, Nova Andradina, Vicentina e Ponta Porã Pesquisas da Embrapa Agropecuária Oeste (MS) realizadas em seis municípios de Mato Grosso do Sul, e validadas por produtores rurais, mostram que o consórcio de gramíneas forrageiras com crotalárias (leguminosas de cobertura) resulta em um incremento de produtividade de até 20% no cultivo de soja. Além disso, aumenta a quantidade e a qualidade de biomassa produzida pelas plantas e promove a FBN (fixação biológica de nitrogênio) no solo, aliando vantagens econômicas e ambientais. Os experimentos foram realizados em Dourados, Naviraí, Rio Brilhante, Nova Andradina, Vicentina e Ponta Porã. “Em Dourados, Naviraí e Rio Brilhante, o consórcio de gramínea forrageira com crotalária foi uma alternativa para diversificação do sistema de produção de grãos na entressafra da soja. Nos outros municípios, o consórcio foi uma prática adicional para a renovação de pastagens”, complementa o analista Gessí Ceccon. Palhada garantida A inclusão de leguminosas no sistema é também uma alternativa para a produção de palha e, no caso das crotalárias (dependendo da espécie), há possibilidade de pastejo nos sistemas integrados. “A fixação de nitrogênio, proporcionada pelas leguminosas impacta positivamente os custos de produção a médio prazo”, diz o pesquisador Rodrigo Arroyo Garcia. As crotalárias utilizadas na pesquisa foram a C. juncea, C. ochroleuca e C. spectabilis. Já as gramíneas forrageiras foram a brachiaria ruziziensis, brachiaria brizantha (cultivar Xaraés) e panicum maximum (cultivares Tamani e Zuri). Outra vantagem foi a produção expressiva de biomassa para um sistema de produção consorciado, ultrapassando 7 mil quilos por hectare na safrinha, próximos dos cerca de 8 mil kg/ha do capim solteiro. Além da quantidade, a qualidade da biomassa também é relevante. Em alguns experimentos, a crotalária contribuiu com mais de 2 toneladas por hectare em cerca de cem dias. Segundo o pesquisador Luís Armando Zago Machado, os dados foram obtidos em sistemas de produção com propósitos distintos e diferentes condições climáticas, “desde talhões de renovação de pastagem e implantação de sistemas integrados, até áreas com longo histórico de cultivo soja/milho”, explica. Implantação do sistema “O processo de implantação do consórcio é a etapa mais importante para que a tecnologia agregue benefícios ao sistema de produção, com aspectos positivos provenientes das duas espécies”, assegura Garcia. No cultivo intercalar, as sementes das leguminosas são distribuídas em uma linha e as das gramíneas em outra. A melhor opção, como alertam os pesquisadores, é aplicar a gramínea a lanço e semear a crotalária na sequência. Na implantação em mesma linha, indica-se a C. ochroleuca, por ser constituída de sementes menores, “o que favorece a uniformização da mistura com as sementes dos capins e a distribuição nos sulcos de semeadura”, esclarece Zago. Outro fator a ser observado pelo produtor rural é a quantidade de sementes a ser utilizada. Quando o objetivo é produção de palha, pode-se usar metade da quantidade recomendada para a espécie solteira. Se há intenção de pastejo na área, a quantidade de sementes de C. ochroleuca ou C. juncea pode ser reduzida consideravelmente, para cerca de 25% da recomendação para cultivo solteiro. Implantação da soja Durante a entressafra, os animais fazem o controle da forrageira por pisoteio ou alimentação. A C. ochroleuca e a C. juncea apresentam baixa capacidade de rebrote, o que facilita a implantação da soja em sucessão. Zago chama a atenção para o cultivo em consórcio voltado apenas para a produção de biomassa na entressafra da soja, “porque o crescimento excessivo de forrageiras, como algumas cultivares de Brizantha e Panicum, pode dificultar a sua implantação.”. Para controlar o crescimento da forrageira e evitar a produção de sementes da leguminosa, a indicação é a poda mecânica da parte aérea, com roçadeira, triton ou rolo faca, cerca de cem dias após a semeadura. Os pesquisadores afirmam que “o maquinário e as tecnologias existentes já adotadas pelo produtor rural, independentemente do tamanho da propriedade e nível de investimento, são adequadas, e eventuais pequenos ajustes viabilizam a utilização do consórcio nas áreas de produção avaliadas em Mato Grosso do Sul”. Produtores comprovam bons resultados na prática O gerente técnico do Grupo Agropecuária Palmares, Franklyn Guimarães, diz que o grupo trabalha com agropecuária há mais de 30 anos, na região de São Gabriel do Oeste (MS) e em Itiquira (MT). No total, são quatro propriedades de 8.500 hectares, 2.500 hectares, 2.200 hectares, e 1.400 hectares. Em São Gabriel do Oeste, antes da introdução das pesquisas da Embrapa Agropecuária Oeste, o sistema de produção utilizado era o de sucessão de soja/milho, e de soja/braquiária. Atualmente, o consórcio entre Crotalaria Jjuncea e Crotalaria Oochroleuca com Brachiaria ruziziensis é adotado em 700 hectares na safrinha. Segundo Guimarães, em 2022 foi plantada a primeira safrinha com a tecnologia da Embrapa, mas já foi possível observar bons resultados na melhoria do solo, com o aporte de nitrogênio pela FBN. “Os resultados parciais da solução tecnológica apontam para uma tendência de aumento da área na próxima safra da soja. Eu recomendo a outros produtores”, enfatiza. Com informações da Embrapa Agropecuária Oeste, de Dourados (MS) – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS Curadoria: Boi a Pasto
Tecnologia impulsiona resultados da pecuária de corte e leite
Em ano de muitos impactos sobre o consumo de carne e leite e nos custos produtivos, pecuaristas avançam no uso de tecnologia para levantar resultados Um ano que ficará marcado pelas incertezas e por um menor crescimento econômico mundial. E em que novamente a atividade pecuária se destacou pela resiliência às adversidades, pela capacidade de superação dos produtores rurais para levar carne e leite de alta qualidade de forma competitiva, que paga as contas da porteira para dentro e que gera divisas ao país. É desse jeito que 2022 será lembrado. Apesar da retomada decorrente da flexibilização após a pandemia de Covid-19, o país foi desafiado por várias questões, como a alta na inflação que gerou impacto sobre o consumo de alimentos no país, de maneira geral, e de carne vermelha, em particular, passando pelas questões relacionadas à guerra entre Rússia e Ucrânia que dificultou o acesso da produção agropecuária a insumos, e chegando até às volatilidades e incertezas comuns decorrentes da corrida eleitoral no país. Esse cenário com destaque para a resiliência da atividade agropecuária foi apresentado pelo time de especialistas do negócio de Ruminantes da DSM em encontro com a imprensa em 7 de dezembro. Para os especialistas, um ponto que ajudou a segurar o mercado foi o fato de as exportações de carne bovina baterem recorde, somando 190 mil toneladas em outubro, segundo dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex). Os embarques da proteína para países como a China, que lidera o ranking de importadores, somado ao aumento da oferta e maior velocidade no ciclo de baixa de preços para todas as categorias animais, contribuíram para esse cenário apontando para o positivo. Na cadeia do leite, porém, a pecuária foi prejudicada pelo fenômeno La Niña, que provocou uma entressafra antecipada, com custos de produção elevados que desanimaram o produtor. Mesmo assim, a oferta tende a melhorar no final do segundo semestre, com recuperação da produção e maior importação de laticínios. “Mais uma vez, a pecuária de corte e de leite se mostrou essencial ao desenvolvimento do nosso país. Tivemos uma série de desafios ao longo desse ano, que foram tratados com muito cuidado pelos produtores, os verdadeiros protagonistas do nosso setor”, aponta Sergio Schuler, vice-presidente do negócio de Ruminantes da DSM para a América Latina. Ao reforçar o protagonismo da atividade pecuária na economia brasileira, contudo, Schuler não deixa de mencionar os avanços dos produtores para a adoção de tecnologia no campo, de modo a impulsionar os resultados buscando produtividade, eficiência e rentabilidade e, consequentemente, preservando o capital alocado na produção rural. “Muitos produtores passaram a entender melhor a importância de usar tecnologias nas fazendas, incluindo suplementação adequada para os animais se tornarem mais produtivos e saudáveis durante todo seu ciclo”, reforça o executivo. Sobre as tecnologias do portfólio da marca Tortuga® de suplementos nutricionais para bovinos, o diretor de marketing da DSM, Juliano Sabella, menciona algumas inovações relevantes e que melhoram os índices zootécnicos dos bovinos de corte e leite e a rentabilidade dos produtores. Destaque para os aditivos CRINA® e RumiStarTM, ingredientes de alta tecnologia exclusivos da DSM que, combinados aos Minerais Tortuga, trazem uma série de benefícios para aumento da produtividade. Destaque também para o Hy-D®, aditivo que, ao ser incluído na dieta dos bovinos, garante absorção mais rápida e eficiente dos macrominerais, melhorando o rendimento de carcaça, produção de leite e índices reprodutivos, elevando os índices zootécnicos e gerando benefícios de bem-estar animal e segurança alimentar. Para 2023, a DSM espera um ano de incertezas para o setor, mas com desenvolvimento e uso de tecnologias e maior concentração na produção agropecuária. Quando o assunto é o segmento leiteiro, a companhia tem perspectivas de demanda ainda fragilizada, com o La Niña afetando o primeiro trimestre e custos ao produtor ainda elevados. Já sobre os bovinos de corte, a demanda externa vai continuar aquecida, com câmbio favorável. Apesar disso, a demanda interna ainda vai seguir sendo impactada, com possível melhora nesse final de ano e ao longo do próximo. “Teremos maior oferta de animais, o que inclui maior abate de fêmeas. Isso vai refletir diretamente na produção, que vai aumentar a partir desse ano, mas se prolongando principalmente em 2023 e 2024”, explica Schuler. Aquisição da Prodap é um grande passo na jornada da DSM em 2022 Além da tecnologia incluída na dieta dos animais, outro passo importante do negócio de Ruminantes da DSM esse ano foi a aquisição da Prodap, concluída em setembro. Sobre isso, vale dizer que o desenvolvimento de tecnologias e de soluções digitais para a pecuária sempre foi uma das missões fundamentais da DSM e, nesse contexto, esse foi mais um importante passo da companhia em sua jornada de precisão e personalização. Nesse mercado, a Prodap é uma empresa brasileira que combina tecnologia, serviços de consultoria e soluções nutricionais personalizadas para impulsionar a eficiência e a sustentabilidade na criação de animais. No negócio de Ruminantes da DSM, a Prodap complementará o profundo conhecimento em nutrição animal e os recursos de consultoria, permitindo um nível ainda mais alto de experiência do cliente. Ao apoiar uma produção rural mais eficiente, essa aquisição contribui para o compromisso da DSM de permitir uma redução de dois dígitos nas emissões de bovinos nas fazendas até 2030. “Com a integração da operação da Prodap, passamos a fortalecer o desenvolvimento de soluções digitais para alcançar mais mercados globalmente e um maior número de espécies de animais. Muitos clientes do negócio de Ruminantes da DSM já vêm sendo atendidos com as tecnologias desenvolvidas e fabricadas pela companhia, com a atenção para os serviços da Prodap. Tudo isso em uma mesma unidade de negócios, que já conta com a confiança do produtor rural brasileiro em ambas as frentes, a de produtos da DSM e a de serviços da Prodap”, conclui Schuler. Censo de Confinamento DSM registra 6,95 milhões de bois confinados em 2022 Um volume de 6,95 milhões de bovinos confinados. Esse foi o montante registrado pelo Censo de Confinamento DSM 2022, estruturado pelo Serviço de Inteligência de Mercado