julho 27, 2024

Darcy Ribeiro quis unir floresta e escola em um Brasil inclusivo

Nascido há 100 anos, pensador encarnou utopia de país que foi travada pela estupidez Darcy Ribeiro dedicou-se a incontáveis tarefas em sua riquíssima trajetória pessoal e profissional, todas unidas por sua paixão pelo Brasil. Filho da geração modernista de 1922, ele norteou seu projeto inclusivo de país pelo desejo de combinar natureza e cultura, a contribuição indígena e a europeia, fórmula utópica e poderosa hoje sob ataque nas celebrações do centenário do pensador. Quando ocorreu o velório de Glauber Rocha em 1981, no Parque Lage, no Rio de Janeiro, a comoção foi enorme. Morria ali não apenas o cineasta de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964) e “Terra em Transe” (1967), mas uma rara força de imaginação crítica sobre o Brasil. Em meio à consternação, um homem aparentando cerca de 60 anos, perto do caixão, começou a falar, com semblante concentrado e sério, olhos apartados, não sei se por causa da tristeza do momento ou pela luminosidade do dia. Pode-se ver a cena no belo documentário de Silvio Tendler. O homem tem no tom de sua voz e no conteúdo das palavras uma firmeza certeira que está à altura do significado do acontecimento para o país. Dizia que Glauber foi capaz de gozos e excessos, porém mais ainda de dor, da nossa dor. Conta que um dia Glauber passou a manhã inteira chorando junto a ele, um choro que todos devíamos chorar: a dor de todos os brasileiros, as crianças com fome, o país que não deu certo, a brutalidade, a estupidez, a mediocridade, a tortura. Diz que os filmes de Glauber são um lamento, um grito, um berro e que esta é a herança por ele deixada: indignação. Ele foi o mais indignado de nós. Indignado com o mundo tal qual é. Isso porque, também mais que nós, Glauber podia ver o mundo que podia ser. O homem que dizia tudo isso era Darcy Ribeiro —e, se o dizia com segurança, é porque as palavras poderiam descrevê-lo também. Darcy foi muitas coisas na sua vida, e ele mesmo confessava isso: antropólogo, etnólogo indigenista, professor, educador, reitor, militante, ministro, senador, romancista. Nada disso, entretanto, dava-lhe, ao olhar no espelho, a imagem difusa de quem não se identifica. O que conferia unidade à variedade era, à semelhança do que enxergara na imagem de Glauber, a paixão e a luta pelo Brasil, que, sem renunciarem a gozos e alegrias, sabem sentir a dor e a tristeza do país, por tudo o que é e poderia ser: “O Brasil como Problema” (1995), como diz o título de um livro seu. Também ele viveu a modernidade do século 20, como observava sobre Glauber, oscilando em um pêndulo entre desespero e esperança. Darcy nasceu em Minas Gerais em outubro de 1922, poucos meses após o evento mais famoso do movimento cultural do modernismo no Brasil, a Semana de 22, em fevereiro daquele ano. Curiosamente, ele encarnou, com tons heroicos ao longo da vida, um ideário modernista que juntava o esforço intelectual teórico a um projeto de nação para o Brasil. Como Mário e Oswald de Andrade, mas também como Glauber, sua vida criativa esteve em estreita relação com sua terra. O projeto de Brasil pensado por Darcy poderia ser resumido —confirmando que pelo nome modernismo pode-se entender tanto apenas o movimento artístico de vanguarda paulista dos anos 1920 quanto um pensamento de que ele é parte e diz respeito, mais amplamente, ao processo de modernização do país— na sucinta fórmula escrita por Oswald de Andrade em seu “Manifesto da Poesia Pau-Brasil” (1924): a floresta e a escola. Cifrava-se, aí, a expectativa de que a formação do Brasil aproximasse a natureza da cultura e combinasse a contribuição indígena nativa da floresta à contribuição europeia urbana da escola. Darcy Ribeiro foi a tentativa veemente de fazer no Brasil esse projeto inclusivo de formação. E o foi não apenas em suas pesquisas e seus livros, mas nas falas e na vida. Sua trajetória teórica foi dedicada a refletir, apaixonadamente, sobre “o povo brasileiro”, título de seu último livro (1995); povo gestado “da confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios silvícolas e campineiros e com negros africanos, uns e outros aliciados como escravos”. Empenhou-se, de acordo com um evolucionismo de tons utópicos, em construir na materialidade social um país à altura dessa mistura, na combinação de floresta e escola. Viveu quase dez anos junto a aldeias indígenas do Pantanal e da Amazônia, entre 1947 e 1956. Teve contato com os kadiwéus, no sul do Mato Grosso, e os urubu-kaápor, no norte. Sua curiosidade sobre eles era mais que um mero ofício ou trabalho, enraizando-se em uma sensibilidade estética rara. “Eu queria compreender seu veemente desejo de beleza, expresso em cada um dos seus artefatos, feitos com muito mais primor que o necessário para cumprir sua função utilitária”, dizia, porque “a função verdadeira que os índios buscam em seus fazimentos é a beleza”. Romanticamente, Darcy via nos índios mais carinho que briga e mais harmonia que violência, na relação entre si e com a natureza. Nos títulos de seus livros antropológicos dessa época, fica evidente o que chamava sua atenção: “Kadiwéu: Ensaios Etnológicos sobre o Saber, o Azar e a Beleza” (1950), “Culturas e Línguas Indígenas do Brasil” (1957) e “Arte Plumária dos Índios Kaapo” (1957). Há saber, beleza, cultura, língua e arte. Para Darcy, os povos indígenas não eram um objeto de estudo somente, mas um motivo de encantamento e de fascinação. Sua produção não seria despersonalizada ou mercantilizada. Manteria a criatividade. Em uma formulação emblemática, Darcy vê se expressar nas relações sociais entre os índios e deles com a natureza uma “vontade de beleza”. Essa relação dos povos indígenas com a natureza, que Darcy identificou e valorizou desde a década de 1940, ganha ainda mais relevância no século 21, ou seja, quando o modelo civilizatório da modernidade ocidental consuma sua destruição do meio ambiente, ameaçando a vida de toda a humanidade. Sem o alarde que só poderia aparecer depois da conscientização sobre o aquecimento global e o colapso climático, Darcy enaltecia o contato dos índios com

Empresas precisam de uma nova cultura de sustentabilidade; leia o artigo

Já se criou até o termo inovabilidade para se referir à inovação que busca a sustentabilidade O conceito da sustentabilidade e o ESG (governança ambiental, social e corporativa, na sigla em inglês) têm dominado grande parte da pauta de encontros empresariais, seminários e congressos de negócios. O discurso garante não ser apenas mais um modismo, como tantos outros no passado, e sim um conceito que teria vindo para ficar, até porque não teríamos escolha, se quisermos salvar o planeta. Para maior compreensão e melhor avaliação da sigla, é importante entender a amplitude do conceito de sustentabilidade, que pode ser olhado em três horizontes. No primeiro, no extremo, deveríamos repensar valores da sociedade, padrões de consumo, o conceito da obsolescência planejada, e nos perguntarmos até quando o planeta suporta esse modelo, que é hoje o motor do crescimento. No segundo, num plano intermediário, as empresas passam a redefinir os seus modelos de negócios, com mudanças importantes direcionadas pela tecnologia, onde a sustentabilidade seja um vetor relevante. Um exemplo é o da Volkswagen, que divulgou recentemente que agora considera como concorrentes as empresas de tecnologia, e não mais as outras montadoras. Nesse horizonte estão as tecnologias disruptivas, como a inteligência artificial, a internet das coisas, a computação quântica, o blockchain e o metaverso, que vêm permitindo inovações transformadoras em processos, produtos e modelos. É um cardápio que permite variadas combinações e distintas abrangências. Num terceiro horizonte, uma realidade mais próxima e mais difundida, estão os esforços crescentes para desenvolver soluções e iniciativas que olhem o ESG. É a inovação incremental que permite essa evolução. A pauta ambiental, por exemplo, oferece inúmeras dores e oportunidades para a busca de soluções novas. Já se criou até o termo inovabilidade para se referir à inovação que busca a sustentabilidade. A inovação aberta, parcerias com startups, como as ESG Techs, podem ajudar as empresas. E aqui é necessário frisar a importância da aprovação da Lei das Startups (Lei Complementar n.º 182/2021) em 2022. As empresas precisam transformar essa pauta em cultura para que ela permeie os novos modelos de negócios. Os setores público e privado devem trabalhar juntos para evitar excessos na legislação, buscar eficiência nos licenciamentos, equilíbrio e ponderação nas fiscalizações e oferecer estímulos à inovabilidade. É a melhor maneira de transformar o que muitas vezes ainda é visto como moda, ou como um fardo a carregar, em um compromisso espontâneo e duradouro. Fonte: O Estadão Curadoria: Boi a Pasto

Energia solar: governo analisa programa para facilitar acesso da população aos painéis de geração

Proposta do grupo de transição é de formular um modelo diferente para permitir o acesso a cada tipo de consumidor O governo Luiz Inácio Lula da Silva analisa a criação de um programa para facilitar o acesso da população, sobretudo os mais pobres, à chamada geração distribuída – modalidade em que o consumidor gera a própria energia elétrica a partir de fontes renováveis. O principal foco é a energia solar, com a instalação de painéis fotovoltaicos nas residências. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a proposta foi apresentada pelo grupo de transição ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em reunião nesta semana e foi bem recebida. A sugestão foi incluída no relatório final do Grupo de Trabalho de Minas e Energia da Transição como uma das medidas prioritárias a serem tomadas pelo novo governo. No documento, o grupo explica que o programa tem como objetivo permitir que populações vulneráveis tenham acesso à energia renovável de baixo custo. O prazo previsto para a implementação é de 100 dias. A ideia, ainda em discussão, seria formular um modelo diferente para permitir o acesso a cada tipo de consumidor. O programa poderia envolver, por exemplo, linhas de crédito com juros mais baixos para famílias de classe média e outras fontes de financiamento para comunidades mais vulneráveis. Contudo, ainda não há um formato fechado. “Prioritariamente o programa deverá contemplar escolas e postos de saúde públicos, consumidores de baixa renda, daqueles atendidos pelo Minha Casa, Minha Vida; favelas e cortiços, populações tradicionais, agricultura familiar, população atingida por barragens e assentamentos de programas de reforma agrária.” Nos últimos anos, a modalidade cresceu exponencialmente no País graças aos descontos nos custos de distribuição e transmissão concedidos para quem instala os sistemas. A avaliação, contudo, é que o alto custo ainda impossibilita que grande parte da população tenha acesso a essa modalidade de geração. “A implantação do programa possibilitará a redução do custo da energia elétrica para os consumidores a serem priorizados pelo programa. O resultado dessa economia poderá ser utilizado para aplicação em atividades produtivas e de subsistência”, explicou o GT no relatório. Alerta Também está no radar do GT o projeto de lei que prorroga, por seis meses, subsídios para novos projetos de geração distribuída, classificado como um ponto de alerta no relatório entregue ao Ministério de Minas e Energia (MME). O texto chegou a ser aprovado pela Câmara no final do ano passado, mas o GT de Minas e Energia articulou para barrar a votação no Senado. O relatório aponta que a proposta tem risco de impactar em mais de R$ 25 bilhões as tarifas dos consumidores até 2045. A proposta altera o novo marco legal da micro e minigeração distribuída, sancionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no ano passado. A lei determina que os consumidores que protocolarem pedidos de acesso à rede de distribuição até esta sexta-feira, 6, terão direito a manter os subsídios, conforme a regra atual. Para os demais, que solicitarem após esse prazo, a cobrança pelo uso dos sistemas de transmissão e distribuição, hoje bancados pelos demais consumidores, será gradual. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que o subsídio à geração própria de energia custará R$ 5,4 bilhões em 2023. Esse valor será pago pelos demais consumidores de energia, ou seja, por aqueles que não geram a própria energia. Fonte: O Estadão Curadoria: Boi a Pasto

Alckmin fala em criar Secretaria de Economia Verde e retomar ‘reindustrialização’

Vice-presidente toma posse como Ministro da Indústria em cerimônia concorrida no Palácio do Planalto O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), tomou posse nesta quarta-feira, 4, como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e prometeu retomar a política de “reindustrialização’ alinhada com práticas de economia verde como condição para o crescimento sustentável do País. Ele disse que vai criar uma Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria para dar apoio na retomada da agenda da competitividade. A área trabalhará em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva. “Essa é uma agenda prioritária, inclusive para assegurar competitividade do produto nacional. A politica precisa estar em sintonia com necessidade da economia mundial. A sociobiodiversidade será ponto de partida da nova política industrial, algumas frentes nessa natureza incluem complexo industrial da saúde, energias renováveis, hidrogênio verde e mobilidade”, disse. Numa das cerimônias de posse mais prestigiadas a ocorrer no Palácio do Planalto, com filas que se formaram às 9 horas para o evento que só ocorreria às 11h, Alckmin prometeu tocar a agenda de interesse dos empresários, que inclui financiamento, simplificação tributária e redução do custo Brasil. Após a posse, foi cercado por dezenas de convidados que se espremiam em busca de fotos, apertos de mão e uma chance de falar com o ministro. Até mesmo apoiadores do governo com bonés do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) entraram na disputa para se aproximar dele. Segundo Alckmin, os desafios relacionados às cadeiras de fornecimento e preservação do meio ambiente se proliferam e impactam nos fluxos internacionais de comércio. O vice-presidente ainda afirmou que o País dará exemplos positivos no processo de desenvolvimento verde. Para isso, a Secretaria de Economia Verde deve funcionar como um anteparo a sanções internacionais por causa do desmatamento, assim como terá a atribuição de atrair investimentos internacionais no que Alckmin chamou de “protecionismo” a partir da questão climática. “O Brasil pode ser e será o grande protagonista no processo de descarbonização da economia global”, disse Alckmin. “Os desafios relacionados às cadeias de fornecimentos se proliferam e impactam fluxos de comércio.O Brasil de agora dará exemplos positivos, enfrentará riscos de maneira construtiva. Estamos seguros de uma maior integração do comércio exterior brasileiro no mundo. O comércio exterior é fundamental para fortalecer indústria e serviços no País”, completou. De acordo com Alckmin, o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) será a principal alavanca do ministério na retomada da industrialização e da política de desenvolvimento social no País. O ministro-presidente disse ainda que o banco deve atuar como um vetor da economia verde no País com investimentos. Ele ainda apontou a reforma tributária a ser desenhada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), como um dos pontos de interesse da sua gestão no ministério por permitir a elevação do Produto Interno Bruto (PIB) e a eficiência econômica. O vice-presidente e agora ministro ainda elogiou uma das primeira medidas do novo governo na área, que, segundo ele, deve ditar o ritmo das articulações na pasta: a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNI), que criará uma mesa de discussões e negociações entre os setores público e privado. Alckmin ainda reservou uma parte do discurso para criticar a política econômica do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi tocada pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes. O antigo titular da economia acumulou funções no seu chamado “superministério” que estrutura do MDIC. O ministro-presidente disse que será necessário “reconstruir” a ações industriais. “Reconstrução porque depois de 4 anos de descaso, de má gestão e de desalinho dos reais problemas brasileiro, o presidente Lula, com acerto, determinou a recriação do MDIC como uma medida fundamental para ao Brasil retomar o caminho do desenvolvimento, como já aconteceu em seus governos bem sucedidos”, afirmou. Na disputa plateia formada no Salão Oeste do Planalto estivem nomes influentes no mercado financeiro, como o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente em exercício do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (União Brasil-PB), e o ex-presidente José Sarney (MDB) também estiveram presentes, numa das poucas cerimônias de posse de ministros com autoridades dessa estatura política. A nomeação de Alckmin para comandar a pasta do Desenvolvimento se deu após dificuldades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em convencer outros nomes a assumir o posto. Em dezembro, o petista convidou o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, para integrar o governo, mas recebeu negativa diante da crise que o industrial enfrentava dentro da organização por tentativas do ex-presidente Paulo Skaf de tentar demovê-lo da presidência. Como alternativa, ainda em dezembro Lula convidou o presidente do Conselho de Administração do grupo Ultra, Pedro Wongtschowski, que também declinou da proposta por divergências com o posicionamento econômico anunciado pelo governo de transição até aquele momento. O executivo é um ávido defensor de políticas de concessão e privatização, numa toada liberal, que foram rechaçadas pelo plano de gestão petista. Durante a formação dos ministérios, Lula chegou a dizer que em seu novo mandato “vão acabar as privatizações” no País. Sem um homem forte e com aceitação do mercado para ocupar o posta, Lula indicou o seu vice para a pasta, num recuo da posição adotada ainda na primeira leva de anúncios de ministros. Durante o período de transição de governo foi especulada a possibilidade de Alckmin assumir a pasta da Defesa, ao que Lula respondeu com a assertiva de que seu companheiro de chapa nas eleições não acumularia funções. “Eu fiz questão de colocar o Alckmin como coordenador para que ninguém pensasse que o coordenador vai ser ministro. Ele não disputa vaga de ministro porque é o vice-presidente”, disse Lula. Como mostrou o Estadão, o MDIC será um dos ministérios mais fortes do terceiro governo Lula. A pasta sob o guarda-chuva de Alckmin coordenará as ações do BNDES e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). O vice-presidente ainda pode acumular no ministério as atribuições de planejar e elaborar metas de longo e médio prazo. O BNDES será presidido pelo ex-ministros de gestões petistas Aloízio Mercadante (PT).

BNDES financia R$ 3,5 bilhões em energia renovável

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou em financiamento de R$ 3,5 bilhões para projetos de geração de energia renovável nas fontes eólica e solar fotovoltaica, para os grupos Pan American Energy, Atlas Renewable Energy e Engie Brasil Energia. O crédito será por meio da linha BNDES Finem Geração de Energia, com prazo de 24 anos. Somadas, as usinas terão capacidade instalada de 1,5 gigawatts (GW), energia suficiente para atender 2,6 milhões de residências. Dos projetos que serão financiados, R$1,1 bilhão indexado em dólares americanos será para o complexo Solar Boa Sorte, que o grupo Atlas e a Hydro Rein estão implantando em Paracatu (MG). A usina terá 438 megawatts (MW) de capacidade instalada e fornecerá parte da energia gerada para a Albras, por meio de acordos de autoprodução. O complexo contará com 778 mil painéis solares e deve entrar em operação comercial em janeiro de 2025 Empreendimentos da Engie e da Pan American serão na Bahia Outros R$ 900 milhões serão destinados a oito das dez usinas do Complexo Eólico Novo Horizonte, do Grupo Pan American Energy. O empreendimento de 423 MW de capacidade ficará entre os municípios baianos de Novo Horizonte, Boninal, Brotas de Macaúbas, Ibitiara, Oliveira dos Brejinhos e Piatã. Ainda na Bahia, o banco financiará R$ 1,5 bilhão do Complexo Eólico Serra do Assuruá, que a Engie Brasil Energia está construindo em Gentio do Ouro. O complexo é formado por 24 parques eólicos com 188 aerogeradores da Vestas e terá capacidade instalada total de 846 MW. A entrada em operação comercial acontecerá de forma escalonada entre julho de 2024 e junho de 2025. Fonte: O Estadão Curadoria: Boi a Pasto