julho 27, 2024

‘O Ministério da Agricultura acabou’, afirma vice-presidente da Faesp

De acordo com Tirso Meirelles, a pasta foi desestruturada com a migração da gestão do abastecimento e do Cadastro Ambiental Rural para outros ministérios O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, divulgou um vídeo lamentando o que classifica como desestruturação do Ministério da Agricultura (Mapa), com a divisão das funções com outras pastas. “Sem dúvida nenhuma, o Ministério da Agricultura acabou”, diz ele no vídeo, mencionando que o Mapa até então garantia a geração de de políticas agrícolas do país, o abastecimento e a segurança alimentar. De acordo com Meirelles, a entidade havia procurado o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, com uma documentação em que demonstrava preocupação com o fortalecimento do Mapa. “Nós não temos mais o abastecimento [no ministério], não temos mais o aspecto de desenvolvimento da política agrícola, de um seguro, dos investimentos que precisam ser feitos [no setor]”, afirma. Migração de funções da pasta da Agricultura Meirelles lembra ainda que atribuições importantes do Mapa passaram para outros âmbitos do governo federal. “O Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA) foram para o Meio Ambiente, a agricultura familiar foi para o Desenvolvimento Agrário, assim como o aspecto de abastecimento e da política agrícola”. Ele elogia a experiência agrícola e parlamentar de Carlos Fávaro, escolhido pelo presidente Lula para estar à frente da Agricultura. “Mas ele vai estar amarrado, com o comprometimento que o CAR e o PRA foram pro meio ambiente, vai comprometer a implementação do Código Florestal. Hoje teremos uma grande dificuldade com o ministério, do jeito que foi montado”, complementa. Fonte: Canal Rural Curadoria: Boi a Pasto

Aquicultura é a atividade de produção animal que mais cresce no País

Apoio da FAESP possibilitou mudança na legislação ambiental, que está impulsionando o setor no estado de São Paulo Um setor que pode ser estratégico para alimentar a população do planeta, a aquicultura está em franca expansão no Brasil. O país tem as taxas mais altas de crescimento do mundo nos relatórios internacionais, segundo estudo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo de 2021. O estudo também destaca que a aquicultura é a atividade nacional de produção animal que mais cresce. O termo compreende a criação de organismos aquáticos, como peixes e mariscos, dentro de propriedades, diferenciando-se da pesca extrativista. “No Brasil, vemos um crescimento fantástico da produção de pescados nos últimos anos, devido a algumas características naturais: disponibilidade de terra, de água e de matéria prima”, analisa Martinho Colpani, presidente da Câmara Setorial do Pescado em São Paulo e coordenador adjunto da Comissão Técnica de Aquicultura da FAESP (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo). Ele cita que o setor busca manter a oferta constante, a preço adequado, colocando nas gôndolas os produtos mais apreciados pelos consumidores, como o filé de tilápia, hoje o líder de vendas. Olhando mais de perto os dados da produção paulista, nota-se que das 80 mil toneladas produzidas por ano, cerca de 75% estão concentradas em 12 municípios, de acordo com estudo da Embrapa Territorial (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), de 2020. Possibilitar que a produção alcance um número maior de cidades é um dos desafios para o setor. “O que vemos é resultante do modelo que foi construído. A aquicultura no estado avançou muito devido ao modelo de tanques-rede, instalados nas usinas hidrelétricas. São Paulo tem grandes corpos de água em usinas hidrelétricas, então, os municípios próximos delas foram mais beneficiados”, explica Martinho. A produção de organismos aquáticos pode ser feita em tanque-rede ou viveiro escavado. A primeira opção é uma estrutura flutuante, semelhante a uma gaiola, podendo ser confeccionada em rede ou tela revestida, permitindo a passagem de um elevado fluxo de água. Já o viveiro escavado é construído retirando-se terra de sua parte central ou de uma encosta, elevando-se as paredes, colocado, em geral, em áreas planas que permitem melhor controle para abastecimento e drenagem. Divisor de águas Martinho destaca que houve um verdadeiro divisor de águas em 2016, que vem possibilitando a produção em viveiros escavados, naqueles municípios que não ficam próximos das hidrelétricas. Com apoio da FAESP, o setor se mobilizou e conseguiu uma alteração da legislação ambiental no estado, que tornou aptas novas espécies para serem criadas nesse modelo. “Com essa nova legislação, está crescendo a oferta do pangasius (também conhecido como peixe panga), uma espécie que permite alta produtividade no viveiro escavado”, comemora o coordenador adjunto. A diversificação de espécies é um passo fundamental para que mais municípios ganhem uma fatia desse mercado lucrativo. Para ter uma ideia de como o modelo de viveiro escavado impacta positivamente o setor, a média de produção da tilápia é de 10 a 20 toneladas por hectare/ano, mas no caso do panga, esse volume salta para 200 toneladas por hectare/ano, “trazendo mais rentabilidade para o pequeno e médio produtor”, segundo Martinho. “Além disso, enquanto a tilápia oferece 30% de filé, o panga chega a ofertar 45%. O peixe pode ser uma alternativa de menor custo, em função da eficiência na cadeia produtiva”, diz Martinho. A exportação é outra porta estratégica que se abre para a aquicultura do Brasil. O país já é um grande produtor mundial e está exportando cada vez mais. O coordenador adjunto lembra que “o Brasil teve algumas dificuldades na Europa, mas outros países abriram o mercado para nós; estamos fazendo o dever de casa, aumentando a oferta de pescado”. Menor dependência do mercado externo A maior capacidade produtiva do setor está permitindo diminuir a dependência do País em relação ao mercado externo. “Hoje importamos quase um bilhão de reais por ano em filés de panga da Ásia”, reitera, “mas estamos caminhando para substituir essa importação por produção local, que vai gerar cada vez mais empregos e renda”. Martinho cita que as grandes redes de supermercados já estão comprando boa parte da produção paulista. O crescimento do segmento propiciou a criação da ABCPanga (Associação Brasileira dos Criadores de Panga) e da Cooperpanga, das quais Martinho é vice-presidente e presidente, respectivamente. A exemplo do que aconteceu com a mudança na legislação ambiental para empreendimentos aquícolas, em 2016, os representantes do setor atuam para a conquista de outros avanços nas políticas públicas. “Precisamos urgentemente tirar o Estado das nossas costas, diminuir os custos e adequar o sistema tributário. No nosso segmento, observamos essa necessidade de maneira mais enfática. Afinal, é um contrassenso que, em um país com tantas qualidades favoráveis, tenhamos que importar pescados”, defende o especialista. Neste sentido, a atuação da FAESP, da Câmara Setorial do Pescado e demais entidades da aquicultura, continua sendo imprescindível, visando reduzir a carga tributária e desburocratizar a concessão de licenças. “Para iniciar uma criação, o produtor se submete a cinco órgãos do estado, o que gera repetição de informações, morosidade e desinteresse. Isso pode acarretar duas situações: produtores à margem do sistema, por não conseguirem se adequar, ou aqueles que desistem, deixando de gerar empregos”. Mas para um setor que vem colecionando bons resultados, essas dificuldades não diminuem o otimismo para os próximos anos e representam tão somente desafios a serem superados. Fonte: Agrolink Curadoria: Boi a Pasto

Marina Silva nomeia presidentes interinos do Ibama e ICMBio

Servidores de carreira com conhecimento técnico, Jair Schmitt assume o comando do Ibama e Marcelo Marcelino de Oliveira, o ICMBio; confirmação definitiva dos nomes aguarda aval da Casa Civil A ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas (MMA), Marina Silva, nomeou nesta quinta-feira, 12, os presidentes do Ibama e do Instituto Chico Mendes (ICMBio), que atuarão, por enquanto, de forma interina. No Ibama, o comando passa a ser feito pelo servidor e analista ambiental Jair Schmitt. Há 21 anos no Ibama, Schmitt já foi coordenador geral de fiscalização ambiental. No MMA, atuou como diretor de combate ao desmatamento e florestas entre 2017 e 2019. Jair Schmitt tem conhecimento técnico de todas as áreas do Ibama. Fez doutorado em Desenvolvimento Sustentável, Política e Gestão pela Universidade de Brasília e tem mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental pela Universidade de São Paulo. No ICMBio, quem assume o comando interinamente é Marcelo Marcelino de Oliveira. Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba, Oliveira é mestre em Gestão e Políticas Ambientais pela Universidade Federal de Pernambuco. Analista Ambiental do ICMBio, Oliveira foi chefe de unidade conservação federal, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiro e presidente substituto do ICMBio. A nomeação definitiva dos presidentes do Ibama e ICMBio ainda espera um sinal verde da Casa Civil da Presidência da República. Marina Silva já conversou sobre o tema com ministro Rui Costa e aguarda o sinal da pasta. Com as nomeações publicadas hoje, a ministra garante o andamento dos órgãos ambientais. Fonte: O Estadão Curadoria: Boi a Pasto

Seca no Rio Grande do Sul impõe desafios na manutenção da alimentação animal

Especialista da SIA recomenda, entre outras alternativas para o momento, manutenção de altura de pastagens, ajuste de carga e priorizar categorias mais exigentes nos melhores pastos. Mais uma vez o Rio Grande do Sul passa dificuldades devido à falta de chuvas. A estiagem que pelo terceiro ano seguido prejudica lavouras e pastagens desafia o produtor a buscar soluções para amenizar este impacto. Na pecuária a preocupação vem com a nutrição dos animais, que perdem com o baixo crescimento dos pastos. O gerente técnico da SIA, Serviço de Inteligência em Agronegócios, Armindo Barth Neto, reforça que nestes períodos os produtores possam ter cartas na manga para minimizar os impactos do tempo seco. “Os produtores têm que ter consciência que estes períodos vão acontecer e é preciso ter alternativas para não estar exposto nestes momentos de dificuldades”, observa. No caso das pastagens, o especialista ressalta que neste ano se passa por um La Niña que no início de novembro registrou temperaturas frias, o que prejudicou o crescimento das pastagens logo no início da estação de crescimento. “Já no final de novembro e em dezembro tivemos registros de regiões com chuvas, mas na grande parte a média é de temperaturas muito altas com poucas chuvas, o que evapora muito rápido e cria o déficit prejudicando o crescimento das pastagens”, destaca. Barth Neto frisa que a primeira dica é sempre procurar manter as pastagens dentro da altura ótima de manejo. “Na SIA trabalhamos com o pastoreio Rotatínuo e cada pastagem tem sua altura ótima de manejo. Por exemplo, o capim sudão trabalhamos entre 25 e 40 centímetros, a mesma coisa para o milheto e a braquiária. No campo nativo trabalhamos entre 8 e 12 centímetros. Nestes períodos de estiagem é importante nunca deixar para baixo esta altura”, explica. Além disso, o gerente técnico da SIA também recomenda equilibrar a carga animal em cada potreiro, ajustando de acordo com o crescimento de cada área. “Se tivermos áreas não utilizadas ou subutilizadas, colocar mais animais nessas áreas e reequilibrar a carga animal nestes potreiros”, informa. Outra dica, de acordo com Barth Neto, é sobre a alimentação. Além de manter estoques, em muitos casos é preciso entrar com alguma suplementação para os animais para que se tenha uma parte da dieta que venha da pastagem e outra parte do cocho, com a finalidade que os animais comerem menos os pastos e consigam manter eles dentro da altura ótima. Outra alternativa, segundo o especialista, é fazer o pastejo horário, onde os produtores que têm áreas de pastagens anuais como Capim Sudão ou Milheto, “façam um acesso por um tempo determinado nessa pastagem, que pode ser por um turno (pela manhã ou pela tarde) ou em períodos mais críticos, soltar os animais por duas horas para que eles façam uma boa alimentação nestas pastagens e preservem a altura”, complementa. O gerente técnico da SIA lembra que é importante manter as pastagens bem manejadas porque quando começa a chover, logo que caem as primeiras chuvas, tendo a umidade no solo, estas pastagens voltaram a crescer muito rápido. “Se tenho uma pastagem rapada e quando começa a chover, não temos folha para essa pastagem fazer fotossíntese e este pasto, mesmo com chuva, demora para crescer e provavelmente em uma nova falta de chuvas não dá tempo para este pasto se recuperar”, salienta. Finalizando, o especialista enfatiza que o produtor deve neste momento fazer um ajuste de categorias, entendendo quais são as mais exigentes e oferecer as melhores pastagens. “Por exemplo, estamos em meio a uma estação reprodutiva e então é importante priorizar categorias com cria ao pé, entre elas as primíparas, que são vacas de primeira cria, essas sim tem que acessar as melhores pastagens e de maneira alguma não podem sofrer restrição alimentar, porque senão estas vacas têm uma taxa de prenhez muito baixa por falta de comida. Em segundo lugar, priorizar as vacas adultas que tem cria ao pé, e por último, em ordem de prioridade na reprodução, são as novilhas e vacas solteiras, animais adultos que não tem cria ao pé”, complementa Barth Neto. Fonte: O Presente Rural Curadoria: Boi a Pasto

Novo amendoim forrageiro tem alto teor de proteína e pode aumentar produção pecuária, aponta pesquisa

Resultado de 15 anos de pesquisa, nova cultivar é uma opção alimentar para bovinos, equinos e ovinos. Estudo foi feito pela Embrapa no Acre. Uma nova modalidade de cultivar amendoim forrageiro foi desenvolvida pela Embrapa no Acre e se destaca, principalmente, pela alta concentração de proteína, elevada produtividade de forragem e maior tolerância à seca. A tecnologia é alternativa para intensificar a produção de carne e leite e viabilizar uma pecuária com pasto mais sustentável. Resultado de 15 anos de avaliação e seleção de materiais genéticos, a nova cultivar “BRS Oquira” foi testada nas condições de clima e solo da Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. A pesquisa foi coordenada pela Embrapa Acre e contou com a parceria da Embrapa Cerrados (DF), Embrapa Amazônia Oriental (PA), Embrapa Pecuária Sudeste (SP) e Embrapa Gado de Corte (MS). A tecnologia está registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e passou a ser comercializada por viveiristas de três estados (Acre, São Paulo e Ceará), credenciados pelo Mapa e licenciados pela Embrapa. No Acre, a estimativa de produção de mudas da cultivar é de 16 toneladas por ano, com colheita a cada quatro meses. Os estudos mostraram que, em cultivos adubados e irrigados, o teor de proteína bruta na planta chega a 29%, valor que garante alimento de qualidade para o rebanho e melhora a produtividade animal. A coordenadora do Programa de Melhoramento Genético do Amendoim Forrageiro, da Embrapa Acre, pesquisadora Giselle de Assis, explica que, diferente de outras leguminosas que concentram a proteína nas folhas, o amendoim forrageiro possui elevado teor proteico também nos talos, característica que possibilita uma forragem de alta qualidade. Em experimentos sem adubação e irrigação, a cultivar BRS Oquira apresentou 22% de proteína bruta, teor de fibra em torno de 43% e 68% de digestibilidade de matéria seca (forragem). “A recomendação é justamente para essa nova cultivar ser utilizada na alimentação animal, com foco no consórcio de pastagem. A ideia é que o produtor que já planta a gramínea, que é o capim, possa introduzir o amendoim forrageiro no sistema dele de produção. A cultivar se mostrou muito bem adaptada e está sendo recomendada não só para o bioma Amazônia, mas também para a Mata Atlântica e Cerrado e ele tem alta produtividade, então, mostrou uma produção maior de forragem em relação a outras cultivares que já existem. Além disso, ele foi pesquisado em sistemas intensivos de produção e se mostrou uma forrageira de uma qualidade tão elevada quanto a da alfafa, que é uma leguminosa forrageira considerada a rainha das leguminosas, a mais utilizada e de excelente valor nutritivo”, explicou Giselle. Mais alimento para o gado Por ser nutritivo e palatável, o amendoim forrageiro pode ser usado na dieta de bovinos, equinos e ovinos, sob pastejo direto, em pastos consorciados com gramíneas, em plantios puros que funcionam como bancos de proteína ou fornecido no cocho como forragem verde picada, feno e silagem. Conforme a pesquisadora, a BRS Oquira demonstrou alto desempenho também na produtividade de forragem, em relação a outras cultivares de amendoim forrageiro. Em cultivos sem uso de adubação e irrigação, a nova cultivar produziu entre 13 e 16 toneladas de massa seca de forragem por hectare/ano na Amazônia, enquanto, no Cerrado, a produção variou de 10 a 13 toneladas por hectare/ano. No bioma Mata Atlântica, experimentos adubados e irrigados produziram entre 15 e 20 toneladas de matéria seca por hectare/ano. “Esse desempenho representa um aumento que varia de 10% até 44% na produtividade de forragem, capaz de proporcionar ganhos reais na produtividade do rebanho”, afirmou Giselle. Alta resistência e perenidade Além do elevado valor nutritivo e alto desempenho na produção de forragem, os estudos revelaram alta superioridade da BRS Oquira em outros aspectos que influenciam a eficiência da tecnologia. “Uma vantagem também, até para a gente aqui do Acre, é que esse material tem uma tolerância maior ao período seco. Apesar de estarmos na Amazônia e aqui a gente ter uma precipitação mais elevada que outras regiões, a gente passa melhor por esse período”, afirma a pesquisadora. Outra característica que confere perenidade a pastos consorciados com a cultivar é que, mesmo associada com gramíneas de maior porte, em condições de sombreamento, se desenvolve bem. Além disso, por ser uma espécie que possui caule com diversos pontos de enraizamento, a nova cultivar consegue se multiplicar rapidamente na pastagem e cobrir totalmente o solo, aspecto que evita processos erosivos e confere persistência quanto ao pastejo e pisoteio do gado. Os resultados da pesquisa mostraram ainda que a nova forma de cultivar de amendoim forrageiro também é tolerante a solos encharcados. Essa característica possibilita o consórcio com gramíneas adaptadas a essa condição, em áreas afetadas pela ‘síndrome da morte do braquiarão’, doença associada ao encharcamento do solo e ataques de fungos, considerada o principal fator de degradação de pastagens na Amazônia. “Aqui no Acre tivemos, nos últimos 20 anos, uma degradação muito intensa das pastagens, causada pela chamada síndrome da morte braquiarão. Como temos solos com drenagem insuficiente e temos uma precipitação elevada, vários meses do ano esse solo fica encharcado e aí esse capim não tolera esses solos, fica debilitado e suscetível a fungos que estão nos solos e são patogênicos. E o amendoim forrageiro é tolerante a esse ambiente. Então, onde o capim marandu morreu porque encharcou pode plantar essa cultivar do amendoim e outro capim e vai ajudar a fazer a recuperação dessas áreas”, explicou a pesquisadora. Adubação natural para a pastagem A cultivar BRS Oquira também é capaz de realizar a fixação biológica de nitrogênio nas pastagens, processo que melhora a fertilidade do solo e contribui para o desenvolvimento das plantas. De acordo com a pesquisa, por meio da associação com bactérias que vivem no solo e se alojam nas suas raízes, a leguminosa captura nitrogênio do ar e o disponibiliza para as plantas. “O grande diferencial é que a pastagem consorciada mantém sua produtividade ao longo do tempo, porque dificilmente o produtor faz a adubação nitrogenada na pastagem dele, porque o adubo