julho 27, 2024

A tecnologia que agricultores estão usando para tentar salvar as abelhas

No calor escaldante da manhã, Thai Sade escova os abacateiros que em breve vai polinizar artificialmente. Baseado em um moshav, ou fazenda coletiva, no centro de Israel, Sade é o fundador da empresa de tecnologia BloomX.

Ele diz que a empresa encontrou uma maneira de polinizar mecanicamente as plantações de maneira semelhante às abelhas.

Gordura de laboratório é aposta da startup Cellva para revolucionar alimentação

Na gastronomia brasileira, a banha de porco é um dos ingredientes mais tradicionais que existem – além de ser usada para cozinhar e fritar alimentos, a banha também já foi bastante utilizada como conservante em carnes, por exemplo. Mas há quem esteja de olho em rever essa tradição de maneira mais tecnológica. É o caso da startup Cellva, que trabalha atualmente no desenvolvimento de gordura cultivada em laboratório: um produto cuja base são células extraídas de porcos e alimentadas dentro de biorreatores, sem necessidade de abater o animal.

Pesquisa desenvolve filé de pirarucu em conserva

Avanço beneficia tanto piscicultores quanto pescadores, que utilizam planos de manejo para manter a espécie segura. Pesquisadores da Embrapa desenvolveram o filé de pirarucu (Arapaima gigas) em conserva, tecnologia agroindustrial que agrega valor ao pescado e desponta como potencial ativo de bioeconomia e desenvolvimento na Amazônia. O pirarucu está entre os maiores peixes de água doce do Brasil e do mundo e tem despertado a atenção de consumidores, manejadores e produtores em todo País, em especial, na Amazônia, de onde é originário. Entre as características atraentes ao mercado destacam-se o rápido ganho de peso desse peixe e o aproveitamento de carne, superior ao encontrado no gado. A tecnologia está disponível a empresas interessadas em dar continuidade à pesquisa e levá-la ao mercado consumidor. Ela foi desenvolvida por meio de parceria entre a Embrapa Amazônia Oriental (PA) e Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e resultou em um comunicado técnico detalhando todo processo e que pode ser acessado gratuitamente no portal da instituição.  A pesquisadora Alessandra Ferraiolo, uma das autoras do trabalho, defende que é necessário diversificar os produtos de peixes enlatados existentes no mercado, e com isso, possibilitar agregação de valor, assim como aumentar a vida útil do pescado fresco. O pirarucu é um peixe carnívoro que pode atingir, em condições de natureza, até três metros de comprimento e ultrapassar os 200 quilos. No caso da criação comercial, em cativeiro, os números também são animadores, pois o animal chega a 12 quilos em apenas um ano, tamanho apreciado pelo mercado. Em termos de rendimento econômico, pesquisas da Embrapa indicam que o pirarucu suplanta ao dobro o tambaqui (CoIossoma macropomum) e em até 40 vezes aos bubalinos, bovinos e ovinos. Considerando-se os elevados rendimentos de carne, o que indica a espécie com elevado potencial para a piscicultura industrial. Segundo Ferraiolo, o trabalho têm o intuito de agregar valor e incentivar o consumo da espécie, além de diversificar os produtos de peixes enlatados. “O objetivo do trabalho foi desenvolver conservas de pirarucu da pesca e da piscicultura e avaliar os produtos quanto às suas características físico-químicas, sensoriais e qualidade microbiológica”, detalha. Ela explica que as vantagens da espécie para esse tipo de processo agroindustrial estão no rendimento muscular e qualidade da carne. “A carne do pirarucu possui coloração clara, textura firme, sabor suave, o que agrada aos consumidores. A ausência de espinhas intramusculares e baixo teor de gordura são outros pontos importantes”, conta a cientista. Do rio à lata O trabalho dos cientistas envolveu, além do desenvolvimento de conservas, a avaliação da qualidade do produto final a fim de incentivar o consumo da espécie e fomentar a sua cadeia produtiva. Os produtos enlatados foram avaliados quanto às suas características físico-químicas e sensoriais e à qualidade microbiológica. A pesquisadora conta que foi obtido um produto de boa qualidade nutricional, sensorial e sanitária. É também considerado um produto de conveniência, por ser de fácil preparo, semipronto ou pronto para o consumo. “O filé de pirarucu em lata dispensa a cadeia do frio para o seu armazenamento, distribuição e comercialização”, enfatiza a cientista. Ela lembra que, como qualquer pescado, o filé da espécie é altamente suscetível à deterioração, desafio que a apresentação em lata ajuda a contornar. “O beneficiamento aumenta a vida útil, a diversidade de produtos e a aceitação do pescado pelo mercado consumidor, além de permitir um melhor controle de qualidade e aproveitamento dos subprodutos, sem perder os benefícios nutricionais”, defende a cientista ao ressaltar que o elevado teor de nutrientes presente no pirarucu o torna recomendável ao consumo. Pelo processo agroindustrial desenvolvido, os filés foram higienizados em solução clorada, imersos em salmoura (3% sal refinado), drenados, cortados e acondicionados em latas. Em seguida, adicionou-se o líquido de cobertura, à base salmoura a 2% e as latas foram submetidas aos processos de exaustão, recravação, tratamento térmico e resfriamento. Degustações, em testes sensoriais, também foram realizados e indicaram que a conserva elaborada com o pirarucu da piscicultura foi preferida em comparação à elaborada com o peixe oriundo da pesca. Os peixes de criação se sobressaíram nos atributos textura, sabor e impressão global. O resultado geral foi a intenção positiva de compra do produto. “A conserva de pirarucu, proveniente da pesca ou da piscicultura mostrou boa aceitação sensorial”, afirma Ferraiolo. Mercado Os dados oficiais sobre a produção pirarucu tem oscilado nos últimos anos. Depois de uma alta registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2015, quando a produção nacional atingiu algo em torno de oito mil toneladas, houve uma queda significativa em 2020, quando, de acordo com o instituto, a produção não conseguiu alcançar duas mil toneladas. Esses números, no entanto, não condizem com a realidade da produção do pirarucu, segundo Francisco Medeiros, presidente-executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR). Medeiros relata que os dados do IBGE provavelmente registraram apenas a criação comercial e não a produção oriunda dos planos de manejo. “A produção do pirarucu se divide entre a criação comercial em cativeiro e os planos de manejo comunitários, estes, nos diversos estados da Amazônia”, enfatiza o presidente da PeixeBR. Sobre a discrepância de dados, Medeiros acredita que pode estar relacionada à dificuldade de mensurar a pesca de manejo nas comunidades tradicionais. De acordo com os registro da PeixeBR, somente o estado do Amazonas produziu cerca de três mil toneladas em 2020, ou seja, mil toneladas a mais que o registrado pelo IBGE. A PeixeBR reconhece, no entanto, que houve um queda vertiginosa na produção em cativeiro, mas, ao mesmo tempo, um aumento significativo na produção de manejo e organização comunitária. O executivo avalia que o mercado para esse peixe tem muitos gargalos, com destaque para o resfriamento e conservação, mas também potencialidades e que o papel da pesquisa, a união de esforços e implementação de políticas públicas, podem reestruturar e impulsionar a cadeia da espécie nativa, tanto no manejo quanto no cativeiro. Se por um lado houve queda na produção em piscicultura, o mercado de alimentos enlatados segue aquecido e projeta crescimento, segundo pesquisa divulgada pela empresa de consultoria Mordor Intelligence.  O estudo Mercado de alimentos enlatados –

Bioeconomia no Brasil pode gerar faturamento de US$ 284 bi anuais

O levantamento mostrou ainda que as emissões de carbono podem ser reduzidas em cerca de 550 milhões de toneladas nos próximos 27 anos. Um levantamento inédito prevê que a implementação da bioeconomia no Brasil pode gerar um faturamento industrial anual de US$ 284 bilhões até 2050. É esse montante que o País poderá alcançar ao realizar a chamada total implementação da bioeconomia, que abrange três frentes: as atuais políticas para mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) no País, a consolidação da biomassa como principal matriz energética em setores importantes da economia e a intensificação de tecnologias biorrenováveis.  Intitulado “Potencial do impacto da bioeconomia para a descarbonização do Brasil”, o estudo é fruto da parceria entre a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), Embrapa Agroenergia, Laboratório Nacional de Biorrenováveis do Centro de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBR/CNPEM), Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai/CETIQT) e Laboratório Cenergia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Cenergia/UFRJ). O documento avalia distintas trajetórias para o Brasil até o ano de 2050, a partir das quais propõe três cenários potenciais da bioeconomia no contexto de transição energética no Brasil, sendo o último considerado ponto fundamental do documento, com a adoção mais intensificada da bioeconomia. O primeiro cenário, intitulado “Políticas Correntes”, analisa a manutenção das atuais políticas brasileiras e o respeito à Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, sigla em inglês), proposta no âmbito do Acordo de Paris sobre o Clima.  O segundo cenário, “Abaixo de 2 ºC”, considera que a biomassa passa a ser a principal fonte de energia para a implementação de tecnologias de baixo carbono nos principais setores da economia brasileira, também em cumprimento ao Acordo de Paris, com o objetivo específico de limitar o aumento da temperatura terrestre “bem abaixo dos 2 ºC” até o final do século.  O terceiro e último cenário proposto, chamado de “Potencial da Bioeconomia”, é no qual a bioeconomia e a transição energética se complementam e inserem tecnologias promissoras biorrenováveis a partir do cenário “Abaixo de 2 ºC”. “O estudo quantifica a bioeconomia em cenários de transição energética e avalia como as tecnologias geradas pela chamada economia circular e de baixo carbono podem complementar a transição energética dentro das cadeias produtivas”, afirma Alexandre Alonso, chefe-geral da Embrapa Agroenergia. “Buscamos desenvolver processos produtivos mais eficientes e menos intensivos em insumos e energia, fortemente apoiados na biotecnologia”, complementa. Além de Alonso, o estudo também conta com a contribuição do pesquisador da Embrapa Agroenergia e ex-presidente da Embrapa Maurício Lopes. Para Lopes, o Brasil tem plenas condições de modelar uma agricultura dedicada à biomassa capaz de viabilizar um setor bioindustrial inovador e competitivo.  “A bioeconomia entra com vantagem na complexa equação da sustentabilidade, por ser capaz de combinar de forma sinérgica recursos naturais, como a biomassa, e tecnologias avançadas, em modelo de produção de base biológica, limpa e renovável, promovendo sinergias entre as indústrias de energia, alimentos, química, materiais, dentre outras”, pontua. Soluções e tecnologias  Entre as principais contribuições do estudo está o levantamento de soluções que impactam o aumento da produtividade da agricultura, possibilitam a liberação de áreas que podem ser reaproveitadas por culturas energéticas e reduzem as emissões de GEE durante o processo produtivo.  O trabalho se concentrou em bioinovações de indústrias existentes e em fase de desenvolvimento, a partir das quais é possível estimar valores de investimento e de receita, com foco em setores com maior potencial de mitigação de GEE.   No quesito “soluções para intensificação sustentável da agricultura”, foram avaliadas tecnologias relacionadas a proteínas alternativas, soluções para confinamento de gado, fixação de carbono no solo, novas variedades de vegetais de alto rendimento por hectare, fixação biológica de nitrogênio (FBN), controle biológico, todas inseridas no contexto de otimização do uso do solo e produção de biomassa com baixa emissão de carbono ou até emissão negativa. Já no quesito “soluções para a conversão de biomassa em produtos de base energética” foram consideradas tecnologias que utilizam a biomassa para a produção de energia de baixa intensidade de carbono ou até emissões de GEE negativas e que apresentam maior escala de mercado, como bioenergia com captura e armazenamento de carbono (BECCS), captura e utilização de carbono (CCU), biogás e etanol de segunda geração (E2G). Por último, foram analisadas soluções para a conversão de biomassa em bioprodutos de alto valor agregado, importantes para substituir produtos de origem fóssil e viabilizar economicamente o desenvolvimento de biorrefinarias. Neste quesito, foram consideradas as tecnologias relacionadas à produção de bioquímicos, enzimas, biofertilizantes, biomateriais, bionafta e biocombustíveis avançados.  “As tecnologias retratam bem a necessidade de adaptação do processamento às diferentes fontes de biomassa, o que reforça o caráter modular das biorrefinarias e a possibilidade de distintas formas organizacionais dentro de um mesmo pátio produtivo”, indica o relatório. Fonte: Embrapa Curadoria: Boi a Pasto

Novo bioinsumo aumenta em até 20% a produtividade da cana-de-açúcar

Novo inoculante é formado por duas bactérias que aumentam a absorção de fósforo pela planta, aumentando a produtividade. Duas bactérias identificadas pela Embrapa em seu banco de microrganismos, capazes de aumentar a absorção de fósforo pelas plantas, mostram ganhos comprovados na cultura da cana-de-açúcar. O incremento de produtividade, segundo dados da pesquisa da Embrapa, chega a 20% com o primeiro inoculante solubilizador de fósforo desenvolvido no País, com recomendações agronômicas validadas para a cultura da cana-de-açúcar, identificado como Omsugo ECO e comercializado pela multinacional Corteva Agriscience. O novo bioinsumo promove a redução da aplicação de adubos fosfatados, resultando em ganhos econômicos e mais sustentabilidade ambiental. As duas cepas de bactérias que deram origem ao inoculante – Bacillus subtilis (CNPMS B2084) e Bacillus megaterium (CNPMS B119) – foram selecionadas a partir dos acessos da Coleção de Microrganismos Multifuncionais e Fitopatógenos (CMMF) da Embrapa Milho e Sorgo (MG). “Esse acervo tem enorme potencial em oferecer soluções para o aumento de produtividade de diversas culturas agrícolas, com foco em sustentabilidade e descarbonização da agricultura”, enfatiza Myriam Maia Nobre, chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Milho e Sorgo, ao informar que a coleção possui 11 mil registros. De acordo com a pesquisadora Christiane Paiva, líder da equipe desenvolvedora do estudo, as cepas dessas bactérias, a partir de mecanismos distintos, promovem maior crescimento das raízes e solubilização do fósforo adsorvido no solo. “Realizamos pesquisas com foco na cultura da cana, definindo as doses e quais seriam as recomendações de uso do inoculante Omsugo ECO para buscarmos o melhor custo-benefício para o produtor rural. Tivemos relatos de ganhos médios de cerca de 12 toneladas por hectare nas áreas onde os produtores realizaram testes com o produto, se comparadas com áreas sem aplicação”, reforça. Com o bioinsumo, canaviais entregam até 20% a mais de produtividade Experimentos conduzidos no ano agrícola 2020/2021 pela Embrapa e pela Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) em três áreas produtoras brasileiras comprovam a eficiência do Omsugo ECO nessa cultura, fornecedora de matéria-prima para um setor de alta importância estratégica e econômica para o País. O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com 572,8 milhões de toneladas produzidas para a atual safra 2022/2023, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os cientistas avaliaram os três mais importantes índices relacionados ao desempenho de uma lavoura de cana-de-açúcar: toneladas de cana por hectare (TCH) que mede a produtividade; açúcar total recuperável (ATR), indicador que representa a capacidade da cana de ser transformada em açúcar ou álcool; e toneladas de açúcar por hectare (TAH). A maior média de produtividade observada coincidiu com a parcela que recebeu a maior dose do inoculante líquido do Omsugo ECO. “A produtividade em TCH foi 20% superior ao tratamento que não recebeu aplicação do inoculante ou adubo fosfatado”, relata o pesquisador Geraldo de Almeida Cançado, da Embrapa Agricultura Digital, que conduziu os estudos na cultura da cana. Nas condições experimentais, o uso combinado de doses superiores a 500 ml por hectare do inoculante e aplicando somente 50% da quantidade de adubação fosfatada recomendada foi capaz de promover aumento significativo para os parâmetros de TCH e TAH. “Esses índices são associados, respectivamente, à produtividade e à qualidade da matéria-prima na cultura da cana-de-açúcar, indicando a eficácia do inoculante para essa cultura,” relataram os pesquisadores. Os dados foram publicados no Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa intitulado Utilização de Inoculante Líquido Solubilizador de Fosfato Formulado à Base dos Isolados de Bacillus megaterium e Bacillus subitilis no Plantio da Cana-de-Açúcar, que reúne autores da Embrapa Agricultura Digital e da Embrapa Milho e Sorgo. Como a tecnologia funciona As bactérias selecionadas pela Embrapa, por formarem esporos de alta resistência a estresses ambientais, permitem melhor colonização das raízes da cana e aplicação o ano todo. Além disso, sua aplicação é compatível com as práticas operacionais e de manejo da cultura. Os mecanismos de ação das bactérias passam pela liberação de fitormônios e pela produção de enzimas fosfatase e fitases que auxiliam na ciclagem do fósforo orgânico do solo e na produção de ácidos orgânicos para a liberação do fósforo fixado na forma inorgânica, que são essenciais para a ação na raiz e o aumento da absorção do fósforo pela cultura da cana. Os testes realizados no primeiro ano de validação da tecnologia comprovam a eficácia e a compatibilidade com as demais práticas agropecuárias preconizadas no Portfólio Corteva, segundo a empresa. Por InPress Porter Novelli “Estamos trazendo para o mercado o primeiro solubilizador de fósforo com recomendações agronômicas comprovadas para a cultura. A tecnologia foi pesquisada ao longo de 18 anos pela equipe da Embrapa e agora se junta às ações de desenvolvimento em larga escala da Corteva voltadas à cultura da cana. A demanda por produtos biológicos no mercado é crescente e deve continuar assim nos próximos anos”, informa Rodrigo Takegawa, líder de Marketing de Cana da Corteva Agriscience. “O novo produto vem ao encontro da demanda e da expectativa dos produtores de cana-de-açúcar na busca por soluções inovadoras sustentáveis. O foco dessa solução é fazer uso do fósforo retido no solo e, ao mesmo tempo, melhorar significativamente no aproveitamento da adubação fosfatada, contribuindo para um salto em produtividade e longevidade do canavial”, afirma Takegawa. De acordo com executivo da Corteva, o Omsugo ECO visa não apenas aproveitar melhor os fertilizantes de adubação fosfatada, mas também fazer uso das reservas do solo. “Essa solução apresenta compatibilidade biológica, física e química com os principais produtos utilizados no cultivo, inclusive em conjunto com a vinhaça, participando assim das atuais práticas agrícolas presentes na lavoura,” reforça. Foto: Guilherme de Medeiros / Simbiose Imagem comparativa do desenvolvimento de canavial sem o bioproduto e com a aplicação do insumo Fonte: Embraba Curadoria: Boi a Pasto

Programa de melhoramento genético vai elevar produção de carne e leite

Executado pela Emater-DF, Seagri e Conafer, Mais Pecuária Brasil começa a atender pecuaristas da capital Pecuaristas do Distrito Federal poderão ter acesso a um programa de melhoramento genético dos rebanhos, que pode aumentar a produção de carne e leite. Trata-se do Mais Pecuária Brasil, projeto que começou a ser executado em quatro propriedades, fruto de um trabalho conjunto da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), da Secretaria de Agricultura (Seagri-DF) e da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). O programa começou em Mato Grosso e atualmente está sendo executado em mais de dois mil municípios brasileiros. A Emater-DF incluiu a iniciativa no planejamento para beneficiar produtores em todo o Distrito Federal. O contrato com a Conafer, firmado por meio da Seagri, tem duração de quatro anos, podendo ser prorrogado por mais quatro. De acordo com o zootecnista Maximiliano Cardoso, coordenador do programa de Ruminantes e Equídeos da Emater-DF, os extensionistas da empresa estão escolhendo as propriedades onde o programa é viável. Produtores dos núcleos rurais Jardim e Tabatinga, localizados nas regiões administrativas do Paranoá e de Planaltina, respectivamente, receberam a visita dos técnicos no início desta semana. “Além da melhoria da produção, o melhoramento genético pode elevar o valor dos animais”, enumera Cardoso. O extensionista da Emater ressalta que o trabalho é multidisciplinar: “Temos técnicos de várias áreas atuando, pois é necessário avaliar a nutrição dos animais, sanidade do rebanho, adequação das instalações, viabilidade econômica, enfim, todos os aspectos importantes para o sucesso do projeto”. Recentemente, a Emater adquiriu dois aparelhos de ultrassom veterinário, o que vai facilitar ainda mais o trabalho. “Quem executa o serviço são os técnicos da Conafer, mas nós damos todo o suporte necessário”, explica Cardoso. *Com informações da Emater-DF Fonte: Agência Brasilia Curadoria: Boi a Pasto

Bioinsumo brasileiro para pastagens vence prêmio mundial

A premiação recebeu aproximadamente 100 inscrições de indústrias do agronegócio mundial O pacote tecnológico Pastomax, lançado em 2021 pela Embrapa Soja e BIOTROP, venceu a 15° edição do prêmio Crop Science Awards 2022, na categoria Melhor Novo Bioestimulante, em solenidade online realizada em 10 de novembro. A competição é uma iniciativa da S&P Global, empresa que atua no mercado de dados e análises financeiras, com o apoio da revista Chemical Week. A premiação, que reconhece a inovação de iniciativas científicas e tecnológicas da indústria global de proteção de cultivos e mercados de produção, recebeu aproximadamente 100 inscrições de indústrias do agronegócio mundial em 11 categorias de premiação. “Estamos entusiasmados com o reconhecimento mundial desse bioinsumo que pode aumentar, em média, em 22% a produção das pastagens brasileiras, além de incrementar a absorção de nutrientes. É mais alimento para o gado e alimento de melhor qualidade”, destaca a pesquisadora Mariangela Hungria, da Embrapa Soja. “Essa formulação inovadora é fruto de uma parceria público-privada, que envolveu muitos anos de pesquisa e dedicação da indústria para trazer ao mercado um produto biológico de excelência que tem potencial para transformar a realidade das pastagens degradas”, ressalta o também pesquisador da Embrapa Soja, Marco Antonio Nogueira. Para Rogério Rangel, engenheiro agrônomo e diretor de marketing Brasil e América Latina da BIOTROP, a vitória é motivo de muita comemoração e sinal da consagração de uma importante jornada tecnológica e de inovação da empresa, já que o PASTOMAX foi desenvolvido em parceria com a Embrapa Soja. “Esta é a segunda vez que participamos e novamente saímos da premiação com o reconhecimento de nossas soluções, sinal de que estamos no caminho certo. Essa conquista marca também a importante parceria que possuímos com a Embrapa em prol da agricultura regenerativa”, destaca. Há pouco mais de um ano no mercado, o produto apresentou crescimento de 132%, saltando de 6.600 hectares, em 2021, para 15.300 hectares, em 2022. “A projeção da Biotrop é de que o crescimento avance muito mais, devido aos excelentes resultados observados por pecuaristas em todo o Brasil com o uso da tecnologia, e aumente em torno de 250% em 2023”, afirma Rangel. Solução inovadora – O PASTOMAX é um inoculante multifuncional que associa dois microrganismos com propriedades multifuncionais, Azospirillum brasilense e Pseudomonas fluorescens.  De acordo com Mariangela Hungria e Marco Antonio Nogueira, foram 11 anos de pesquisas para chegar a esses resultados. Na última etapa, foram conduzidos ensaios por quatro safras, em duas condições de solo e clima distintos, com inoculação via sementes e, também, em aplicação foliar em pastagens já estabelecidas.  No caso da bactéria Azospirillum, os principais processos microbianos envolvidos são a síntese de fitormônios, promovendo o crescimento das raízes em até três vezes; e a fixação biológica do nitrogênio. A inoculação com essas bactérias via sementes ou via foliar em pastagens estabelecidas resultou, além do incremento na biomassa, em aumento médio de 13% no teor de N e de 10% no de K na parte aérea. Por sua vez, a Pseudomonas contribui com um conjunto de processos bioquímicos que incluem a solubilização de fosfatos, a síntese de fitormônios e de uma enzima reguladora da produção de etileno. A inoculação via sementes ou foliar com Pseudomonas resultou em incremento na biomassa, de 11% no teor de potássio (K) e de 30% no de fósforo (P) na parte aérea. Vale destacar que o desenvolvimento da tecnologia procurou viabilizar o sinergismo entre os microrganismos e permite a aplicação tanto na fase de estabelecimento de pastagens, quanto em pastagens já estabelecidas. Portanto, é uma conquista para atender também a uma demanda dos produtores que precisam melhorar as pastagens já estabelecidas”, comemora a pesquisadora Mariangela Hungria. Recuperação de pastagens – No Brasil, cerca 180 milhões de hectares são ocupados por pastagens, sendo 120 milhões com pastagens cultivadas, dos quais 86 milhões com braquiárias. De acordo com levantamento da Embrapa, aproximadamente 70% das pastagens brasileiras encontram-se em algum estágio de degradação, produzindo abaixo de seu potencial. “Não é, portanto, o momento de diminuir o uso de fertilizantes nas pastagens, mas sim de usar o potencial dos microrganismos para incrementar a eficiência de uso desses fertilizantes”, destaca Nogueira. Como uma grande contribuição dessas bactérias ocorre pela promoção do crescimento das raízes, as plantas absorvem mais água e nutrientes, aproveitando melhor os fertilizantes. “Hoje o Brasil importa, aproximadamente, 85% do N-P-K que consome, de modo que o aumento na eficiência de uso dos fertilizantes pode promover grande impacto para o setor”, ressalta Nogueira. Fonte: Agrolink Curadoria: Boi a Pasto

Biotecnologia irá alimentar a população do futuro

Com os desafios que pressionam a indústria alimentícia, como as mudanças climáticas que modificam ecossistemas e o nível de resistência das plantas a ervas daninhas e pragas, a biotecnologia se mostra um caminho promissor. Em todo o mundo, investimentos em pesquisa industrial permitem, por exemplo, sair do tradicional e usar fertilizantes à base de fermentação, com processos químicos que também contribuem para a sustentabilidade. Por aqui, cursos oferecidos por entidades como o Centro Latino-Americano de Biotecnologia atualizam estudantes de pós-graduação sobre as tecnologias moleculares, desenvolvimento de aplicações para as áreas de Saúde, Meio Ambiente e Agricultura, ou seja, formam mão de obra capacitada para implementar inovação na indústria do futuro. A partir de 2023, teremos grandes aportes em novas plantas de biotecnologia no país, pois o Brasil não deseja perder a alcunha de “celeiro do mundo” e tem toda a capacidade de absorver novas tecnologias. Pode parecer algo que demande alto custo, mas as plantas tecnológicas não são tão grandes quanto as tradicionais, o que reduz a escala. Prevendo essa demanda, a indústria de equipamentos industriais corre para fornecer máquinas que supram a nova necessidade. Por meio de muita inovação, por exemplo, no futuro próximo teremos válvulas com acionamento elétrico, o que permite realizar processos a distância e reduzir o tamanho das plantas. Falo em válvulas porque elas são o coração de uma fábrica que trabalha com fluidos ou gases. Para explicar melhor: quando falamos em automação no contexto da Indústria 4.0, hoje, o que temos são sistemas elétrico-pneumáticos, em que parte do acionamento é feito via ar comprimido (pneumático), ou seja: é preciso enviar um sinal elétrico para que o ar comprimido abra ou feche uma válvula ou outro sistema. Mas isso é muito complexo, pois é preciso gerar energia para movimentar um compressor que gere ar comprimido para então acionar o equipamento. No futuro, será possível enviar somente um sinal elétrico e….fim! Para isso, são necessárias válvulas que correspondam a essa necessidade. Existem ainda outros investimentos, como o conceito de válvula integrada com componentes que seriam adicionais, para medição de temperatura, vazão, condutividade etc. Com os produtos que estão sendo desenvolvidos, será possível ter todos esses sensores integrados de forma self-controlled, com todas as informações disponíveis direto na válvula. E quanto custa isso, você deve estar pensando…. temos no Brasil a falsa ideia de que os gestores só olham preço, mas nossa indústria não é mais assim. Se você oferece um sistema bem-feito e o cliente percebe o valor para seu sistema produtivo, mesmo que ele pague um pouco mais caro, ganhará em produtividade, tecnologia, garantia de processo, menor risco de contaminação do processo. Ou seja, o investimento se transforma em economia rapidamente. Isso porque o grande calcanhar de Aquiles quando se fala em biotecnologia é garantir zero contaminação. Imagine produzir uma batelada de produtos ao longo de semanas e, lá no fim, um pequeno desvio provocado por um minúsculo microrganismo contamina toda a série, que pode ser de mil litros ou 120 mil litros, por exemplo. É um risco que a indústria não pode correr. Outro ponto sensível é a garantia de manutenção com pronto atendimento personalizado, pois trata-se de equipamentos delicados que requerem especialização. Falo de alguns pontos que podem parecer ficção científica, mas estão logo ali, na esquina do tempo. A indústria que souber atender a todos esses requisitos terá a competitividade que o futuro demanda. Fonte: Com Você Portal Curadoria: Boi a Pasto

Koppert inaugura unidade de formulações e anuncia investimentos de R$ 700 milhões

Em constante expansão, a Koppert Biological Systems, líder no Brasil e no mundo em controle biológico, amplia sua atuação no país anunciando investimentos de R$ 700 milhões para os próximos três anos. O montante está sendo utilizado para aumentar a capacidade produtiva da Koppert Brasil, o que teve início com a inauguração da fábrica de formulações de microbiológicos. Segundo o diretor industrial da Koppert Brasil, Danilo Pedrazzoli, a empresa projeta um investimento fabril em três novas unidades produtivas no Brasil,  garantindo a vanguarda no mercado brasileiro e mundial em insumos biológicos para a agricultura. “A nova unidade de formulação está localizada em uma área de mais de 8.000 m² e vai produzir toda a linha de microbiológicos que conta com produtos à base de vírus, fungos e bactérias em formulações líquidas ou sólidas.”, explica.  Somente para essa unidade o investimento neste último ano foi de R$ 70 milhões, com geração de 70 empregos diretos em 2022. “A unidade de formulações tem capacidade para produzir 15 vezes mais, podendo operar em três turnos. Conta com alto índice de automatização e robotização dos processos, garantindo mais segurança e consequente aumento da qualidade aos produtos”, diz Pedrazzoli.  Crescimento As ampliações são consequência do crescimento da Koppert no Brasil e Cone Sul (Argentina, Paraguai e Uruguai) e da ampliação do mercado de biológicos nessas regiões. Em 2022, a expectativa da companhia é alcançar a marca de R$ 800 milhões em faturamento, o que representa um crescimento de pouco mais de 100% sobre o ano passado. “Acreditamos que com as ampliações elevaremos nossa participação de mercado para a casa dos 25%, considerando o potencial total industrial mais o potencial total on farm, ou de 33%, considerando somente o industrial”, esclarece o diretor comercial da Koppert Brasil, Gustavo Herrmann. A adoção dos biodefensivos pelos produtores vem crescendo, avançando em uma parcela cada vez maior do mercado de químicos. “Produtores de alta tecnologia, na busca de maiores produtividade, enxergaram nas soluções biológicas a sustentabilidade econômica e financeira para levá-los a um outro patamar. O que antes se restringia somente a culturas de nicho como o HFs (hortaliças e frutas) e de larga escala (batata, tomate, cebola, cenoura, pimentão e alho), evoluiu para as grandes culturas como soja e milho. Além disso, no combate a algumas pragas e doenças, o biológico vem sendo reconhecido pelo próprio produtor rural como superior ao concorrente químico”, orienta Herrmann. De acordo com dados da CropLife Brasil o mercado brasileiro de defensivos agrícolas biológicos cresce na casa dos 30% ano e em 2021 registrou vendas de R$ 1,79 bilhão. Em uma expectativa de longo prazo, a entidade indica que o mercado de biológicos pode crescer mais 107% até 2030, para R$ 3,69 bilhões.  Já o Cone Sul, ainda é um mercado com crescimento mais tímido que o do Brasil, mas que deve alcançar, já neste ano, um potencial de aproximadamente R$ 500 milhões de reais, segundo Herrmann. Sobre a Koppert  A Koppert Biological Systems está presente no Brasil desde 2011, quando iniciou seus primeiros registros. Atualmente, conta com duas modernas instalações fabris: a unidade de microbiológicos, localizada na cidade de Piracicaba, e a de macrobiológicos na vizinha Charqueada, ambas no estado de São Paulo.  A empresa possui infraestrutura completa para atender à crescente demanda do mercado agrícola por defensivos biológicos, tornando a agricultura brasileira mais sustentável, saudável, regenerativa e em harmonia com a natureza.  Com processos produtivos padronizados, seguros e altamente tecnificados, garante confiabilidade e qualidade ao seu completo portfólio de produtos, além da aplicação de macrobiológicos via drones, por meio da Natutec.  A empresa conta ainda com departamento próprio de Pesquisa & Desenvolvimento para aperfeiçoamento de tecnologias de controle biológico para a agricultura tropical, é parceira do SPARCBio (São Paulo Advanced Research Center for Biological Control) e com o Gazebo, primeiro hub de inovação do agronegócio especializado em tecnologias voltadas para o controle biológico do país.  Fonte: Assessoria de Imprensa Curadoria: Boi a Pasto

Como a tecnologia irá ajudar na adoção da pecuária de baixo carbono?

Thiago Parente, fundador e CEO da iRancho, destaca a demanda cada vez maior dos consumidores por “produtos verdes” A demanda cada vez maior dos consumidores por “produtos verdes” é também uma grande oportunidade para a pecuária brasileira. Os números de 2020 já mostram isso. As exportações de carne bovina bateram recorde no ano passado, com alta de 11,8% no faturamento, que chegou a US$ 8,53 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Foram 2,02 milhões de toneladas de carne embarcadas, o que representa 8,8% a mais do que em 2019. A alta nas vendas para o mercado externo teve um anabolizante que seguirá impactando a produção nacional: as pressões internacionais crescentes por boas práticas ambientais. As exigências dos frigoríficos em relação aos fornecedores também acompanham o desejo dos consumidores por uma carne mais sustentável ambientalmente. E aí temos um novo cenário já desenhado para o setor que está incentivando os produtores a criarem novos produtos que atendam consumidores agora mais exigentes e conscientes. Em uma parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), um dos maiores frigoríficos do país, a Marfrig lançou uma linha de carne carbono neutro, uma carne que no processo de produção deixa um saldo zero de emissões de carbono. A carne carbono neutro (CCN) é uma certificação do gado criada pela Embrapa em sistemas de integração do tipo silvipastoril (pecuária-floresta) ou agrossilvipastoril (lavoura-pecuária-floresta, ILPF). Estudo realizado na Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) mostra que cerca de 200 árvores por hectare seriam suficientes para neutralizar o metano exalado por 11 bovinos adultos por hectare ao ano. Como a taxa de lotação usual no Brasil é de 1 a 1,2 animal por hectare, a quantidade de árvores é mais do que suficiente para produzir uma redução das emissões. O cálculo é feito com a conversão do metano gerado pela digestão dos animais, que também é um dos gases do efeito estufa, em toneladas de carbono equivalente. O carbono retirado da atmosfera com o crescimento das árvores é o que fica fixado no tronco das árvores. Para se saber a quantidade, basta estimar o volume de madeira e, consequentemente, a quantidade de carbono fixada pela floresta. Pelos critérios da Embrapa, o sistema ideal deve ter entre 200 e 400 árvores por hectare. Além do carbono fixado, a presença de árvores influencia ainda no bem-estar animal. A sombra natural, além de bloquear a radiação solar, cria um microclima com sensação térmica mais agradável. Com o conforto térmico, o animal apresenta maior ganho de peso e a produção fica mais eficiente, consumindo menos recursos naturais ao longo do ciclo de vida para gerar a mesma quantidade de carne. Técnicas de manejo sustentáveis reduzem emissões em até 90% Além da integração da pecuária com floresta e lavoura, há outras boas práticas a seguir na pecuária para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Outro estudo desenvolvido pela ONG Imaflora no Mato Grosso mostrou que a adoção de técnicas de manejo sustentáveis na produção de gado, com suplementação alimentar, recuperação de pastagens degradadas, aumento da lotação de cabeças por hectare e redução do ciclo de engorda, pode reduzir em quase 90% as emissões de gás carbônico. Para a realização do estudo, os pesquisadores compararam duas áreas com pecuária intensiva sustentável no nordeste do Mato Grosso aos índices médios de emissão da atividade no Estado onde, estima-se, mais da metade das pastagens tem algum grau de degradação. Os pastos degradados são justamente um dos vilões em relação às emissões de gases do efeito estufa e a recuperação dessas áreas ajuda a reter carbono no solo. Os solos brasileiros, se estiverem com uma boa forrageira (tipo de pastagem), têm grande potencial para sequestrar esse carbono. Entretanto, o pasto degradado acaba provocando um volume maior de emissão de gases do efeito estufa. A ideia de sequestro do carbono pelo solo como uma das estratégias para combater as mudanças climáticas foi lançada em 2015, durante a COP 21, a conferência do clima realizada em Paris. No painel internacional, a França apresentou a chamada Iniciativa “4 por 1000”, que propõe que os países busquem um crescimento anual do estoque de carbono nos solos de 0,4% (daí o nome “4 por 1000”), que, segundo os estudos científicos, permitiria frear o aumento da concentração de CO2 na atmosfera e, consequentemente, o aumento da temperatura global. Além de ajudar a fixar o carbono no solo, a recuperação das pastagens também aumenta a produtividade da pecuária. O estudo da Imaflora mostrou na fazenda avaliada, uma unidade da Pecsa (Pecuária Sustentável da Amazônia) em Alta Floresta, uma taxa de lotação de até cinco animais por hectare, mais de cinco vezes superior à média do Mato Grosso. Aliada ao uso de suplementação alimentar aos animais, o sistema obteve um ciclo de engorda de apenas 12 meses (ante 36 na pecuária extensiva). Vale reforçar que, quanto mais curto o ciclo de produção da carne, menores as emissões de gases do efeito estufa. A produtividade registrada no estudo foi de até uma tonelada equivalente de carcaça por hectare ao ano, uma marca 17 vezes superior à média do Estado. A suplementação alimentar oferecida aos animais também tem papel fundamental não só no ganho de peso, mas também no balanço de emissões da atividade pecuária ao reduzir a quantidade de metano gerada pela digestão dos animais. A necessidade da sustentabilidade ambiental em qualquer atividade humana é uma realidade. A chamada pecuária de precisão, que usa a tecnologia para melhorar a produtividade e a sustentabilidade ambiental, é uma forte aliada para os produtores aproveitarem essa oportunidade. Adotar novas práticas com o uso das novas tecnologias nas fazendas de corte é um caminho sem volta para que a pecuária brasileira continue a ganhar mercado mundo afora. Você, pecuarista, já começou a olhar para isso? Por: Thiago Parente – DBO com curadoria Boi a Pasto.