julho 27, 2024

A tecnologia que agricultores estão usando para tentar salvar as abelhas

No calor escaldante da manhã, Thai Sade escova os abacateiros que em breve vai polinizar artificialmente. Baseado em um moshav, ou fazenda coletiva, no centro de Israel, Sade é o fundador da empresa de tecnologia BloomX.

Ele diz que a empresa encontrou uma maneira de polinizar mecanicamente as plantações de maneira semelhante às abelhas.

5G vai permitir que máquinas agrícolas – conversem entre si –

A tecnologia foi uma das responsáveis por revolucionar as máquinas agrícolas nos últimos 40 anos e transformar o Brasil num dos principais fornecedores de alimentos do mundo, e vai alçar o país a patamares ainda mais altos com a internet móvel de quinta geração. O impacto do 5G nas máquinas agrícolas será considerável, além de agregar aos processos novos equipamentos. A tecnologia vai possibilitar, por exemplo, a transmissão em tempo real de imagens em alta definição de plantações para acompanhamento a distância de uma equipe técnica, automação de processos, acompanhamento em tempo real das condições climáticas e análises do solo e saúde do que está plantado. Em um exemplo prático, sensores conectados ao 5G podem medir a temperatura e avaliar as condições hídricas imediatamente na plantação, permitindo que os agricultores possam acionar a irrigação em uma determinada área, mesmo estando a quilômetros de distância. Ações como essa reduzem custos e ajudam a diminuir perdas na produção. Pedro Estevão, vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), explica que a digitalização na agricultura eleva a produção de dados e, com isso, eleva também a capacidade de fazer gestão de frota e gestão agronômica, o que aumenta a produtividade como um todo. “Hoje tem a Internet das Coisas e a experiência da digitalização só está começando. Depois de se aprofundar, abre a possibilidade de máquinas autônomas, máquinas inteligentes que captam dados da operação e do meio ambiente. Ela utiliza o próprio banco de dados dela ou vai na rede e verifica o banco de dados fora da máquina e toma decisão autônoma. Então, é um mundo de possibilidades”, destaca o vice-presidente da Abag. “Todas elas visam melhorar a produtividade, seja no sentido de economizar combustível, economizar insumos, defensivos, fertilizantes, ou fazer uma operação melhor e ajudar o meio ambiente. Você tem uma maior produtividade do maquinário em geral.” A fim de otimizar a operação no campo, muitas máquinas agrícolas já estão sendo fabricadas preparadas para a Internet das Coisas (IoT), com sistemas informatizados que conversam entre si. Essas máquinas captam as informações de vários processos e outros maquinários e as correlacionam para gerar dados e análises a fim de melhorar as aplicações e eficiência. Mesmo que o 5G esteja apenas começando no Brasil, a indústria do setor já produz sistemas que utilizam computadores de bordo, GPS agrícola, sistemas de controle automáticos e telemetria avançada. Cláudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas Agrícolas (Simers), conta que já foram feitos avanços com o 4G e a entrada da quinta geração de internet móvel vai revolucionar a maneira com que se faz agricultura. “Quanto mais tecnologia nós tivermos no campo, mais tecnologia nós vamos imprimir nas nossas máquinas. Nós estamos caminhando para que colheitadeiras trabalhem sem operadores, isso não está muito longe. Isso vai ser um ganho muito grande para a agricultura. Imagine, o cara está na fazenda dele, no escritório, e poderá manejar as máquinas para que elas trabalhem sem operador”, vislumbra Bier. Luciano Stutz, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel) explica que o 5G tem o potencial de mudar o setor produtivo como um todo, tanto na cidade como no campo. “Você vai ter uma indústria que vai trabalhar com 5G, esse já vai poder operar um equipamento à distância, seja um drone, um semeador, seja uma máquina agrícola, se ele já tiver acesso ao 5G. Aquelas indústrias que se prevalecem de meios mecânicos, automatizados para fazerem seu processo produtivo se aproveitam do 5G na medida em que estão presentes”, destaca o presidente da Abrintel. Tecnologia no campoA evolução da indústria de máquinas agrícolas desempenhou papel fundamental no avanço do agronegócio brasileiro, transformando o Brasil de importador a um dos maiores fornecedores de alimentos em apenas 50 anos. Os primeiros tratores e colheitadeiras foram introduzidos em nossos campos entre 1959 e 1966 e a mecanização fez com que o setor se tornasse um dos mais importantes para a economia brasileira. A tecnologia continua ditando o mercado. Segundo Cláudio Bier, a renovação do parque de máquinas agrícolas, na década de 1980, ocorria a cada 16 anos. Hoje, ele ocorre mais cedo, já que os agricultores precisam acompanhar a evolução dos modelos e otimizar os processos. “Hoje a vida média de uma máquina é de dez anos, ou seja, o agricultor está trocando para buscar novas tecnologias”, explica. A organização e o intenso processo de modernização das cadeias produtivas do agronegócio, incluindo as novas tecnologias e máquinas agrícolas, fizeram com que o setor ganhasse ainda mais relevância em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o PIB do agronegócio brasileiro cresceu 8,36% em 2021. Diante do bom desempenho, o setor alcançou, no ano passado, participação de 27,6% no PIB, a maior desde 2004, quando foi de 27,53%. Em valores monetários, o PIB brasileiro totalizou R$ 8,6 trilhões em 2021, sendo que o agronegócio representou mais de R$ 2,3 trilhões. A tendência é de um aumento ainda mais significativo nos próximos anos, principalmente nas exportações. De acordo com dados da Embrapa, a participação do Brasil no mercado mundial de alimentos saltou, na última década, de US$ 20,6 bilhões para US$ 100 bilhões. A produção de grãos, por exemplo, em 20 anos (2000 a 2020), cresceu 210%, enquanto a mundial aumentou 60%. Fonte: Site Barra Curadoria: Boi a Pasto

Perspectivas para o agronegócio demandam tecnologias para uma produtividade sustentável

O agronegócio brasileiro é visto hoje como amplo e complexo sistema que compreende os segmentos de alimentos, fibras e energias renováveis. Leandro Pires* Segundo o Ministério da Agricultura, o PIB do agronegócio cresceu 1,08% e representou 21,3% do PIB do Brasil em 2014. A agricultura brasileira vem crescendo de forma sustentável e produtiva, o que culminou em uma produção de grãos de 193 milhões de toneladas no último ano. Os recentes ganhos de produtividade, publicados em junho de 2015, mostram que entre as safras 2013/14 e 2014/15 houve um incremento de 5,6% na produção de grãos e um aumento de 1,1% de área plantada. Um aumento de produtividade de 4,5% em um ano! Segundo o Banco Mundial, a população projetada de 9 bilhões de habitantes até 2050 demandará um aumento de 120% do consumo de carnes e de 148% do consumo de soja. Este cenário mostra-se como um sólido fundamento para o agronegócio brasileiro, que possui alto potencial para aproveitar essa oportunidade por sua disponibilidade de solo arável não explorada. Entretanto, o aumento de produtividade continuará sendo demandado em função da competição internacional das commodities agrícolas e da sustentabilidade de longo prazo. Nesse contexto, cresce a importância do setor de insumos, no qual se inserem as máquinas agrícolas, para o aumento de produtividade. As commodities agrícolas podem oferecer mais valor agregado do que outros produtos e com ganhos contínuos de produtividade nas cadeias a montante. Esses ganhos se baseiam em vantagens comparativas naturais do Brasil, inovações para competir nos mercados internacionais e investimentos em pesquisa de produção em áreas tropicais. As inovações em máquinas agrícolas e tecnologias como agricultura de precisão, integração de máquinas e gestão de frota contribuem para esse aumento de produtividade. Por meio delas se obtêm melhor uso da terra, redução de custos com insumos, redução de desperdícios de produção e melhor eficiência operacional. Tais inovações, além do foco em produtividade, possuem demanda de requisitos de segurança e sustentabilidade crescentes como, por exemplo, o Proconve MAR-I, programa para controle de emissões de poluentes. Com essas perspectivas de mercado e demandas por inovação, o 7º Simpósio SAE BRASIL de Máquinas Agrícolas irá reunir indústria, academia e entidades setoriais para discutir o aumento de produtividade com o desafio de manter a sustentabilidade. O encontro será realizado no dia 2 de setembro, na Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul), em Porto Alegre. Participe! *Leandro Pires é Gerente de Administração de Vendas da John Deere e chairperson do 7º Simpósio SAE BRASIL