julho 27, 2024

Agro 5.0: desafios e o que esperar dessa inovação

Agro 5.0 já é realidade no Brasil, mas a inovação ainda enfrenta desafios para a implementação em propriedades rurais A implantação da conexão 5G e o crescimento das tecnologias de coleta de dados estão dando um impulso no processo de salto tecnológico do agronegócio. A inovação proporcionada pelo agro 5.0 já é realidade em muitas propriedades do Brasil, mas a agricultura e a pecuária ainda enfrentam desafios para aproveitar todas as oportunidades oferecidas por essa evolução. Conheça a seguir o que é o agro 5.0 e quais são os impactos dele na agropecuária. O que é o agro 5.0? O agro 5.0 é a última inovação nos modelos de produção do agronegócio. A combinação da coleta de informações em tempo real e em larga escala com as tecnologias da inteligência artificial (IA) e análise de dados torna possível que os produtores rurais consigam gerir a fazenda de forma mais dinâmica e sustentável. Enquanto o agro 4.0 é caracterizado pela automação das máquinas agrícolas, a próxima revolução do agronegócio é baseada na transformação digital proporcionada por conectividade, Internet das Coisas (IoT), decisões baseadas em dados e tecnologias preditivas. As soluções digitais passam a se adaptar à realidade de cada produtor rural, dentro e fora da porteira. Nesse contexto, as startups do agronegócio (ou agtechs) desempenham um papel central com inovações que vão desde a biotecnologia e da administração do empreendimento até o barateamento de custos com insumos, seguros e financiamento. Impactos da inovação no agronegócio A agricultura e a pecuária, ao longo da história, sempre foram impactadas pelas inovações tecnológicas. Agora, o agro 5.0 tende a acelerar a evolução do setor, especialmente pela utilização de soluções de machine learning, que permitem às máquinas aprender com a própria experiência. Além de aumentar a produtividade com o uso de sensores, biotecnologia e previsão de cenários, o próximo salto evolutivo da agropecuária tem o potencial de desenvolver a qualidade dos alimentos produzidos ao mesmo tempo que torna mais econômica a produção, contribuindo para garantir segurança alimentar. Os processos do agro 5.0 ainda permitem o uso racional dos insumos e a redução de riscos relacionados ao ataque de pragas e à ocorrência de eventos climáticos ou desastres naturais. Tudo isso permite uma produção mais eficiente e sustentável, com menos impacto no meio ambiente e maiores margens de lucro para o agropecuarista. Desafios para a implementação do agro 5.0 Apesar de boa parte das tecnologias estar sendo usada, em menor ou maior grau, nas fazendas, a implementação do agro 5.0 ainda enfrenta desafios estruturais e técnicos para se tornar amplamente acessível. O principal deles se refere à infraestrutura de conectividade. De acordo com um levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mais de 70% das propriedades ainda não estão conectadas à internet, o que é um passo fundamental para o uso das inovações. O agronegócio também precisa de mão de obra especializada para operar máquinas, computadores e soluções digitais. Os cursos do setor precisam ser atualizados para formar uma geração que acompanhe a evolução tecnológica. Fonte: Canal Agro Curadoria: Boi a Pasto

Após queda em 2022, CNA projeta alta de até 2,5% do PIB agro em 2023

O agronegócio brasileiro deverá fechar 2022 com um ‘tombo’ de 4,1%, após ter registrado recordes em 2020 e 2021 A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê de estabilidade a crescimento de 2,5% para o PIB do agronegócio em 2023 na comparação com o previsto para este ano. Segundo a CNA, isso se deve aos elevados custos de produção, que devem permanecer no próximo ano, e da tendência de queda nos preços internacionais das commodities agrícolas. “Entretanto, mesmo com a projeção de alta menor do PIB, o resultado sinaliza uma recuperação se comparado com o PIB do agronegócio deste ano, que deverá fechar em queda de 4,1%, depois de registrar recordes em 2020 e 2021, reflexo da forte alta dos custos com insumos no setor, especialmente pela elevação dos preços dos defensivos e fertilizantes, que superaram os 100% de alta neste ano”, explicou a CNA. Para o Valor Bruto da Produção (VBP), que mede o faturamento da atividade agropecuária “dentro da porteira”, a tendência para o próximo ano é de um crescimento de 1,1% em relação a 2022, “mostrando um ritmo menor de expansão, puxado pelo comportamento da pecuária, que deve ter uma receita 2,3% menor em 2023 em relação a este ano”. Já no ramo agrícola, a receita deve ter alta de 2,8%. A estimativa para a safra de grãos 2022/2023 é de um aumento de 15,5% (ou 42 milhões de toneladas) em relação à safra 2021/2022, atingindo 313 milhões de toneladas. Esse crescimento é reflexo da elevação na área plantada, estimado em 76,8 milhões de hectares na safra atual. Apenas na cultura da soja, a área pode chegar a 43,2 milhões de hectares, superando em 4% o ciclo anterior. “A oleaginosa também deve recuperar a produtividade, favorecida pelas condições climáticas, em 17% na comparação com a safra passada e a produção deve totalizar 153,5 milhões de toneladas”, informou a CNA. Balanço do agronegócio em 2022 Segundo a CNA, este ano foi marcado, entre outros fatores, por uma forte alta dos custos com insumos no setor agropecuário, principalmente pela elevação dos preços de defensivos e fertilizantes. Esta será a principal razão para a queda prevista de 4,1% do PIB do agronegócio em 2022. “Também contribuíram para pressionar o PIB para baixo as reduções de produção em atividades importantes, como soja e cana-de-açúcar”, explicou a entidade. Já o Valor Bruto da Produção deve alcançar R$ 1,3 trilhão em 2022, crescimento de 2,2% em relação a 2021. No ramo agrícola, a receita deve subir 3,3% em relação a 2021, alcançando R$ 909,3 bilhões. Na pecuária, a previsão para este ano é de estabilidade, com aumento 0,1%, alcançando R$ 448,5 bilhões. As principais cadeias que mais influenciam no VBP são a soja, a carne bovina e o milho, que, somados, representam 58,4% do total. No comércio exterior, de janeiro a novembro deste ano, as exportações brasileiras de produtos agropecuários totalizam US$ 148,3 bilhões, superando em 23,1% o total vendido em todo o ano de 2021, de US$ 120,5 bilhões. Nos onze primeiros meses de 2022, o agro respondeu por 48% das vendas externas totais do Brasil. Ano de desafios Para a entidade, o próximo ano será de desafios, tanto no ambiente interno quanto no cenário externo. De acordo com a entidade, do lado doméstico, há incertezas sobre o controle das despesas públicas e a condução da política fiscal que devem impactar os custos do setor agropecuário, sobretudo em questões tributárias. “A taxa Selic [juros básicos da economia] deve se manter elevada no próximo ano, acarretando mais custo para o crédito para consumo, custeio e investimento. E o crédito privado deve se consolidar como alternativa para o produtor financiar sua produção nas próximas safras”, avaliou. O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, explicou que a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição pode elevar o risco de endividamento do governo, o que levaria à alta da inflação e consequente aumento dos juros. Ele defendeu essa flexibilização do teto de gastos por um prazo menor e não por quatro anos, como defendia a equipe de transição. Ontem (6), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a medida para dois anos. Pela proposta, serão destinados R$ 175 bilhões para pagamento do Bolsa Família, no valor de R$ 600 mensais, mais R$ 150 por criança de até 6 anos em 2023, além de recursos para ampliar investimentos. Lucchi concorda que é preciso revisar e criar uma nova regra para o teto de gastos. “Acho viável ter uma nova regra. Por exemplo, dinheiro de convênios, trabalhamos a questão dos fertilizantes, buscamos recursos para o Serviço Geológico do Brasil, mas não poderia ampliar recursos externos porque esbarrava na lei do teto. Então, cabe uma análise, o que tem que tomar cuidado são os valores colocados para o próximo ano e o período [prazo para flexibilização]”, disse. Instituída em 2016, a Emenda Constitucional do Teto de Gastos limita o aumento do orçamento público ao crescimento da inflação do ano anterior. Já no cenário internacional, as previsões de desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) mundial podem influenciar o comportamento das exportações brasileiras do setor no próximo ano. Também há estimativas de queda de crescimento econômico de alguns dos principais parceiros comerciais do Brasil, como China, Estados Unidos e União Europeia, além da incerteza na disponibilidade global de grãos e de insumos causados pela guerra da Rússia na Ucrânia. Comércio exterior Apesar dos desafios, o ano de 2023 tem boas perspectivas para que o Brasil continue aumentando a sua participação no comércio agrícola internacional. Na avaliação da CNA, a expectativa é de que o comércio internacional de bens deve desacelerar, com previsão de aumento de apenas 1% no volume transacionado, bem abaixo dos 3,4% esperados para esse ano, segundo dados da Organização Mundial de Comércio. “Neste contexto, o comércio agrícola deve seguir a mesma linha, crescendo a níveis menores do que em anos anteriores em razão do crescimento mais lento das importações da China, a retomada econômica mundial em função da pandemia de covid-19 e o conflito entre Rússia e Ucrânia e seus

Agro de SP deve fechar ano com crescimento de 14%

Expectativa da Faesp é que o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do estado seja de R$ 139 bilhões no consolidado de 2022 O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) paulista deve encerrar este ano na casa dos R$ 139 bilhões. Ao menos essa é a expectativa por parte do Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faesp/Senar-SP). A projeção foi apresentada no início da tarde desta quinta-feira (8), em coletiva de imprensa realizada na “Casa do Agricultor”, sede da entidade localizada no centro paulistano. Caso se confirme, o VBP paulista fechará 2022 com crescimento de 14% no comparativo com o desempenho registrado em 2021. No ano passado, o VBP do estado foi de R$ 122 bilhões. Na comparação com 2020, o salto é ainda maior, de aproximadamente 48% — isso porque, na ocasião, o setor foi responsável por movimentar R$ 94 bilhões. Vice-presidente da Faesp, Tirso de Salles Meirelles ressaltou que, apesar das dificuldades enfrentadas desde o início da pandemia da covid-19, o agro paulista foi além de manter as atividades. Cresceu, conforme enfatizou. Crescimento esse que, de acordo com ele, se deu — e se dá — em várias frentes. Inclusive, na sustentabilidade nas atividades da pecuária. “Temos tecnologia. Temos água. Temos terra” — Tirso de Salles Meirelles “Nosso gado é o único do mundo que é ‘verde’”, afirmou Meirelles. Para embasar tal declaração, ele chamou a atenção para o fato de, em São Paulo e em todo o Brasil, a pastagem representar cerca de 70% da base do setor. Os recursos naturais do país também foram ressaltados pelo vice-presidente da Faesp. “O Brasil é o único país do mundo a conseguir produzir até três safras por ano”, disse. “Temos tecnologia. Temos água. Temos terra”, complementou dirigente da entidade. Desenvolvimento em tecnologia para seguir crescendo E para seguir em crescimento, um dos indicadores valorizados por Tirso de Salles Meirelles terá ao menos um investimento certo para o futuro próximo. Isso porque a federação reforçou que em Ribeirão Preto, uma das maiores cidades do interior paulista, irá funcionar o Centro de Excelência em Cana-de-Açúcar. Conforme o nome sugere, o espaço servirá para lidar com ações voltadas à toda a cadeia produtiva do segmento sucroalcooleiro. O vice-presidente da Faesp disse, de forma breve, que a Faesp está liderando outros dois projetos relacionados à tecnologia. Um trata da criação de uma escola a ter como base o município de São Roque para levar, entre outros conhecimentos, técnicas de big data para os pequenos produtores da região. O outro é de um centro a servir como apoio às demandas das famílias assentadas em Mirante do Paranapanema e arredores. Agro paulista: em crescimento, mas sem ultrapassar o Paraná Mesmo diante da projeção de fechar este ano em crescimento de 14%, o agro paulista não deve ultrapassar o Paraná no ranking de VBP do país. Nem agora e nem ao longo de 2023. Ao menos é o que acredita o gerente do departamento econômico da Faesp, Cláudio Silveira Brisolara. De acordo com ele, a troca de posição não deve ocorrer justamente por causa da estagnação — e das incertezas — em torno da principal atividade da agropecuária de São Paulo: a cana-de-açúcar. “Não vejo essa possibilidade [de passar o Paraná no ranking nacional do VBP em 2023]”, respondeu Brisolara ao ser questionado pela reportagem do site do Canal Rural. Até o momento, de janeiro a outubro de 2022, o estado de São Paulo ocupa a terceira colocação na lista nacional do VBP, com participação de 11,7% do total. O Paraná está logo à frente, na segunda posição, com 11,9%. Mato Grosso lidera, com 18%, segundo os dados oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Situação da cana e de outras culturas da agropecuária de SP No VBP paulista, a cana-de-açúcar surge como a principal cultura. E com folga. Com a perspectiva por parte da Faesp de movimentar no consolidado de 2022 R$ 43,69 bilhões, a atividade responde por 31,5% de todo o Valor Bruto da Produção Agropecuária do estado. Boi gordo (13,26%) e soja (9,86%) completam o pódio dos maiores responsáveis pelo VBP de São Paulo. O segmento sucroalcooleiro e a pecuária de corte surgem no topo das exportações do agro paulista neste ano. De janeiro a outubro, o açúcar apareceu como o principal produto de exportação da agropecuária estadual. O segundo lugar no período foi ocupado pela carne bovina, informou a Faesp. No período, eles foram responsáveis por receitas cambiais nas casas de US$ 5,5 bilhões e US$ 3 bilhões, respectivamente. Fonte: Canal Rural Curadoria: Boi a Pasto

ABAG lança 2ª edição da pesquisa sobre inovação e competitividade no agronegócio

A partir da avaliação dos respondentes, entidade elaborará novo position paper sobre o tema Em 2020, a ABAG lançou o position paper “Visão da Inovação e Competitividade do Agronegócio”, com dezesseis direcionadores estratégicos, divididos em sete áreas, para mapear o ambiente inovador no agronegócio nacional. O documento foi elaborado pelo Comitê de Inovação da entidade. Para o próximo ano, a ABAG produzirá um novo position paper sobre esse tema, com o objetivo de mensurar a importância de fatores relacionados ao nível de inovação e de competitividade do agronegócio brasileiro, bem como nortear o planejamento estratégico de organizações públicas, privadas e de economia mista que trabalham com inovação. A pesquisa teve início no dia 1° de dezembro e será encerrada no dia 15 de janeiro de 2023. Com 32 questões, o formulário engloba assuntos como tecnologias 4.0, desafios do agro, atuação dos entes para a competitividade do setor, os critérios de governança, social e ambiental da sigla ESG, cadeias globais de valor, startups e tendências de inovação. Direcionada aos executivos de empresas do agronegócio, entidades setoriais, academia, instituições ligadas à inovação, como incubadoras, aceleradoras, parques tecnológicos, startups, governo, entre outros, a pesquisa está aberta para participação, basta acessar o formulário neste link. A divulgação do position paper está programada para março de 2023. O position paper de 2020 teve como as áreas estratégicas: Políticas Públicas, Fator Humano, Infraestrutura, Propriedade Intelectual e Patentes, Política Internacional, Financiamento e Fomento à Inovação e Sustentabilidade. A pesquisa da contou com a participação de diversos setores da sociedade, sendo um terço dos respondentes, associados da entidade. Fonte: Notícias Agrícolas Curadoria: Boi a Pasto