julho 27, 2024

Novo padrão para café torrado entra em vigor e indústria já está se preparando

As mudanças nos rótulos poderão ser feitas pelas empresas ao longo dos próximos 18 meses esde o dia 1º de janeiro, estão em vigor os padrões de classificação para o café torrado comercializado no Brasil estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, a partir da Portaria nº 570 . A classificação atendeu uma demanda apresentada pelo setor e com o padrão oficial definido, o órgão fiscalizador poderá verificar e controlar a qualidade, as condições higiênico-sanitárias e a identidade dos produtos oferecidos aos consumidores, o que pode ainda aumentar o consumo e a exportação do café. Entre as mudanças, algumas poderão ser percebidas diretamente pelo consumidor, já que estarão expostas nas embalagens: a espécie de café, o ponto de torra e a denominação “fora de tipo” caso o produto não consiga atingir os padrões mínimos de cafeína, extrato aquoso e a nota de qualidade global da análise sensorial estabelecidos pela Portaria. A rigor o que se busca é a garantia da qualidade do café torrado para todos os tipos de cafés. Atualmente, na comercialização desse produto, os consumidores baseiam-se na qualidade expressa na embalagem ou na fidelidade a uma marca, onde se cria uma expectativa positiva sobre o café que se pretende consumir. “A nova regra vem ao encontro dos objetivos do Ministério, que é assegurar a oferta de produto de qualidade e seguro ao consumo e ao mesmo tempo estimular o desenvolvimento sustentável de toda a cadeia produtiva e uma concorrência leal no mercado”, explica o coordenador-geral de Qualidade Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária, Hugo Caruso. Indústria em preparação Embora a indústria tenha um ano e meio para se adequar, algumas empresas já se anteciparam e estão prontas para atender às novas exigências. O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Pavel Cardoso, disse que desde outubro do ano passado as indústrias estão se movimentando para providenciar a nova rotulagem. “Acredito que em abril ou maio o mercado já terá produtos expostos com a nova identidade”, afirmou. As embalagens impressas antes do início da vigência do padrão continuam válidas até meados de 2024. Mas a partir de agora, novos rótulos encomendados devem trazer as informações obrigatórias. Cardoso contou que a Abic adotou o Selo de Pureza em 1989, seguindo resolução da Anvisa, que já previa no máximo 1% de impurezas naturais da lavoura presentes no produto. Em 2004, a associação lançou o Programa de Qualidade do Café, que classifica e diferencia quatro categorias de café a partir de análise sensorial: gourmet, superior, tradicional e extraforte. De acordo com Cardoso, em função da nova Portaria, os dois programas de certificação da Abic serão unificados e a concessão do selo será mais rigorosa. Os cafés “fora de tipo”, por exemplo, não poderão receber o selo da instituição. A Abic continuará atuando como certificadora do café torrado e, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária, vai ampliar o monitoramento do mercado visando coibir a prática de adulteração e fraude dos produtos, indicando, aos organismos de fiscalização, os produtos que não atendam à legislação. Corresponsabilidade Com a nova portaria, a responsabilidade pela venda de produto adulterado será compartilhada entre os produtores de café e o varejo. “Até então não havia um dispositivo de corresponsabilidade pela compra de café fraudado. É uma vitória avassaladora da indústria”, afirmou. Na prática, essa medida deve coibir a venda de produtos irregulares e elevar o padrão de qualidade do café. Outras mudanças A Portaria 570 vai permitir que órgãos de defesa do consumidor possam atuar em denúncias de fraude no produto. As torrefações deverão se registrar junto ao Ministério da Agricultura por meio do Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários (Sipeagro). Em relação à classificação do produto, que será obrigatória, as empresas terão as opções de terceirizar o processo, contratando uma empresa já credenciada no Ministério, ou implantar seus processos próprios processos, com classificadores e laboratórios internos. Neste caso, será necessário apresentar um manual de boas práticas ao Ministério. Se aprovado, as indústrias poderão classificar na frequência e maneira que acharem mais conveniente dentro do seu fluxo produtivo. Ainda de acordo com a portaria, pessoa física ou jurídica, incluindo o microempreendedor individual, que processe ou embale café e realize a venda direta ao consumidor final, efetuada no próprio estabelecimento de elaboração ou produção, em feiras livres, por meio de comércio eletrônico ou para cafeterias, fica facultada a apresentação do Documento de Classificação, desde que assegurada a conformidade, identidade e qualidade do produto conforme previsto no documento. Informações à imprensaAna Maio e Patrícia Távoraimprensa@agro.gov.br Curadoria: Boi a Pasto

Produção familiar de café Conilon cresce em média 30% ao ano no Vale do Rio Doce, desde 2017

Espécie se adaptou bem à região por ser mais rústica, de fácil manejo, além de resistente ao déficit hídrico Quanta história tem por trás de uma xícara de café? Se a bebida significa mais energia e conforto para quem a consome, para quem a produz não é diferente. Café é sinônimo de prosperidade. Minas Gerais é o maior estado produtor do grão do Brasil. Por aqui, ele é cultivado em diversas regiões, inclusive naquelas menos prováveis, como no Vale do Rio Doce. Em geral, o café é uma planta de altitudes maiores e climas mais amenos, mas o tipo Conilon se adaptou muito bem na região, garantindo renda para muitos produtores, que antes precisavam migrar para conseguir sustentar a família. Como o senhor Valdeci, que durante muitos anos deixou a mulher e filhos em Água Boa, para trabalhar na colheita do café Conilon, no estado do Espírito Santo. Nessa lida foi adquirindo experiência no cultivo, trouxe sementes e começou uma pequena produção ainda na terra do seu sogro. Em poucos anos investindo na cultura conseguiu comprar seu próprio pedaço de chão e viu a vida melhorar. “Quando eu mudei pra cá eu não tinha muitas coisas não. Eu morava com meu sogro e saía para o Espírito Santo pra apanhar café. Trouxe as sementes, eu mesmo fiz minhas mudas, plantei e consegui comprar minha terra. Eu paguei a terra só com dinheiro de café. Se não fosse o café, eu não conseguiria. E hoje eu já trabalho pra mim mesmo e as coisas estão muito boas”, conta satisfeito. Assim como Valdeci, vários agricultores familiares dos municípios de Água Boa, José Raydan, Santa Maria do Suaçuí, São José do Jacuri e São Pedro do Suaçuí, no Vale do Rio Doce, viram no café Conilon uma ótima oportunidade. Tanto que, de 2017 para cá, segundo dados da Emater-MG, a produção do grão na região cresceu cerca de 30% ao ano. Em 2017, esses municípios tinham juntos 62 agricultores familiares na atividade, hoje já são 93, além de 5 produtores de maior porte, que também entraram no ramo. A área plantada saltou de 135 hectares para 380, e a produção saiu de 3, 6 mil sacas para 9,2 mil ao ano. Volume ainda muito baixo para atender a demanda da região. Conforme a Emater, em Capelinha, que está próxima desses municípios produtores de Conilon, a demanda das seis torrefadoras que operam na cidade é de 4 mil sacas deste tipo de grão ao mês. Ou seja, ainda há muito mercado para explorar, o que deve incentivar mais produtores a investir na atividade. “Há uma tendência de aumentar principalmente o número de pequenos agricultores e não de aumentar expressivamente a área com grandes produtores”, comenta o extensionista da Emater-MG, em Água Boa, Luiz Antônio Borges. Segundo ele, as áreas plantadas são, em média, de 2 a 3 hectares. “Nesses espaços os produtores conseguem conduzir tranquilamente as lavouras, com custo de produção menor que o café Arábica, por exemplo, e assim sustentar a família. Eu recomendo que eles se dediquem ao café Conilon”, diz. Produzindo assim, em pequenos espaços, Edivano Batista Machado está satisfeito com os resultados do Conilon. Conta que em apenas meio hectare conseguiu uma alta produtividade, que na última safra lhe rendeu aproximadamente 70% de lucro. “Quem quiser plantar e cuidar dá lucro mesmo. Meu lucro aqui foi de 70%, de cada 100 reais sobrou 70 pra mim e não é fácil sobrar 70. Trabalho de tardinha, até de noite com prazer, porque é muito bom trabalhar e ver o resultado. E sempre tem a expectativa de todo ano colher ainda mais. Posso reclamar não, depois que passei a mexer com café foi só melhora”, diz satisfeito. Incentivo e qualidade A Emater-MG tem incentivado o cultivo do Conilon na região, promovendo Dias de Campo, prestando assistência técnica direta aos produtores. Segundo o coordenador técnico da empresa, José Mauro de Azevedo, o Conilon é uma espécie de café mais rústica, por isso mais resistente a pragas e doenças, além de se comportar bem mesmo com o déficit hídrico. “Esta região não está no semiárido, mas infelizmente, nos últimos anos, tem sofrido com a falta de chuvas. Sem contar que o Conilon é uma lavoura de manejo mais simples e bem-adaptada à produção em pequenas áreas”, explica. E os produtores da região não estão preocupados apenas com a quantidade de café que produzem, mas também com a qualidade. Com uma pós-colheita caprichosa, o produtor Adílson Melo conseguiu atingir 85 pontos no seu café, no último concurso regional de qualidade do grão. Trabalhando com a família, pretende deixar esse legado para os filhos. “O meu sonho aqui não é só fazer um café bom, que eu possa vender a mil, cinco mil reais. Meu interesse maior é ver meus filhos que estão aí crescendo, meus sucessores, darem continuidade”, finaliza. Fonte: Aline Louise – Ascom/Emater-MG Curadoria: Boi a Pasto

Romanelli destaca qualidade do café produzido por mulheres do Norte Pioneiro

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) destacou a qualidade do café produzido por mulheres do Norte Pioneiro. Produtoras da bebida em Tomazina, Joaquim Távora e Pinhalão foram vencedoras da 6ª edição do Cup das Mulheres. O evento foi realizado no Centro de Qualidade do Café, no IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater) e premiou os melhores grãos produzidos artesanalmente no Norte Pioneiro, por mulheres da agricultura familiar. “Mais uma vez o Norte Pioneiro mostra a força da mulher paranaense. A fragilidade de antes deu lugar à garra, à força e ao empoderamento feminino, que mostra cada dia mais que o lugar da mulher é onde ela quiser estar, e que tudo o que elas fazem, apresentam resultados positivos”, disse o deputado. As Mulheres do Café participaram do concurso com 22 lotes, que foram avaliados por uma comissão de provadores do IDR-Paraná. Os critérios têm base no protocolo da SCA (sigla, em inglês, para Associação de Cafés Especiais). Além de representar a força da mulher do Norte Pioneiro e apresentar a qualidade da produção regional, as cafeicultoras participaram de uma oficina de degustação. Vencedoras — O 6º Cup das Mulheres não apenas revelou a qualidade e dedicação com as quais as cafeicultoras se preocupam com a produção da bebida, como possibilitou ainda ampliar as discussões das etapas de processamento dos grãos depois que eles saem do campo. O café do Norte Pioneiro do Paraná é um dos 12 produtos paranaenses que contam com a certificação de IGP (Indicação Geográfica de Procedência) desde 2012, o que faz com que o Paraná seja o terceiro estado com mais reconhecimentos de origem no Brasil. As vencedoras da 6ª edição do concurso são de Tomazina, Joaquim Távora e Pinhalão. O café produzido por Claudionira Inocencia de Souza, de Tomazina, venceu na categoria cereja descascado. Márcia Cristina da Silva, da mesma cidade, foi a vencedora na fermentação induzida. Na categoria café natural, a campeã foi Fátima Aparecida da Cruz, de Joaquim Távora. Já o júri popular escolheu o café de Sirlene Soares Santos Souza, como o melhor entre todos os participantes. Iniciado em 2013, o Cup das Mulheres reúne cerca de 250 cafeicultoras, organizadas em 12 grupos de 11 municípios do Norte Pioneiro: Curiúva, Figueira, Ibaiti, Japira, Jaboti, Pinhalão, Tomazina, Siqueira Campos, Salto do Itararé, Joaquim Távora e Carlópolis. Fonte: Tribuna do Vale Curadoria: Boi a Pasto