julho 27, 2024

O açaí da Mata Atlântica: pesquisadores desenvolvem produtos com os frutos da palmeira juçara

Smoothie de juçara, morango e banana é um dos produtos desenvolvidos a fim de agregar valor ao fruto da Mata Atlântica Fruto nativo da Mata Atlântica, a juçara (Euterpe edulis) é saudável e ótimo ingrediente para diferentes produtos alimentícios. Foi o que demonstrou uma pesquisa realizada pela Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) que transformou a fruta em bebida tipo smoothie, corante e outros tipos de apresentação de polpa. A pesquisa procura agregar valor à matéria-prima e ajudar a proteger a espécie que chegou a ser incluída em lista de risco de extinção devido à extração ilegal de seu palmito. Similar ao seu parente amazônico, o açaí (Euterpe oleracea), o fruto da Mata Atlântica apresentou propriedades antioxidantes valiosas. A pesquisadora da Embrapa Flávia Gomes informa que os frutos da juçara são fonte de compostos bioativos, em especial, ácidos fenólicos e antocianinas. Evidências científicas têm apontado que essas substâncias têm ação antioxidante que protege as células contra radicais livres. Por isso, seu consumo poderá promover a redução do risco de diversas doenças degenerativas como câncer, aterosclerose, entre outras. “Vale destacar que a possível eficácia dos compostos bioativos no organismo humano é determinada pela biodisponibilidade dessas moléculas, que é definida como a quantidade de composto absorvido e metabolizado após a digestão. A biodisponibilidade tem como fator limitante a bioacessibilidade, a qual está relacionada à quantidade desses compostos que é liberada do alimento durante a digestão, ou seja, é uma fração de um composto potencialmente disponível para absorção”, detalha a cientista. Em testes realizados, os produtos avaliados apresentaram bioacessibilidade dos compostos fenólicos entre 5% e 25%, ou seja, nessa faixa, a quantidade de compostos fenólicos ingerida estaria disponível para absorção após a digestão. Os pesquisadores esperam que a agregação de valor aos frutos vá contribuir para a preservação da espécie. A exploração racional da fruta contribui para manter a floresta protegida e o fornecimento de um produto de alto valor agregado com importantes características nutricionais, funcionais e até de desenvolvimento econômico. Polpa em póA polpa da juçara em pó apresenta como diferencial não conter agentes encapsulantes na formulação, o que permite a disponibilização de um produto com intensidade de cor e elevada capacidade antioxidante.Foto: Kadijah Suleman Secagem da polpa para aumentar vida útil Segundo a pesquisadora Renata Tonon, devido à alta perecibilidade, a juçara apresenta vida útil muito curta. Assim, a secagem da polpa da fruta é uma forma de conservação do produto. “As polpas de frutas em pó apresentam baixa atividade de água o que dificulta, ou até impede, a multiplicação de microrganismos responsáveis por sua deterioração, aumentando consideravelmente a sua vida útil”, explica. A produção da polpa da juçara em pó também propicia maior facilidade no transporte, armazenamento e manuseio, o que favorece a comercialização, especialmente a exportação. “Além da possibilidade de reconstituição para consumo direto, a polpa em pó também pode ser utilizada como ingrediente em diversos produtos alimentícios. Por ser altamente concentrada em antocianinas, pigmento responsável por sua coloração roxa, pode, ainda, ser aplicada como corante natural, em substituição aos sintéticos”, destaca Tonon. A polpa em pó de juçara demonstrou, ainda, possuir propriedades prebióticas (ver quadro no fim da matéria). A equipe da Embrapa investigou o potencial da polpa em influenciar o crescimento de grupos bacterianos específicos, em um sistema de fermentação controlado, simulando as condições do intestino grosso humano. A polpa em pó aumentou a contagem de Bifidobacterium (microrganismo benéfico) e reduziu a população de Escherichia coli (bactéria patogênica). Aplicação em sorvete, iogurte e bebidas de frutas Nos produtos lácteos, foram testadas pequenas quantidades de corante de polpa da juçara, que variaram de 0,05% a 0,2%. Os resultados mostraram poder corante elevado da polpa desidratada, sendo que pequenas quantidades foram suficientes para reforçar a cor vermelha/rosada característica de sorvete e de iogurte de frutas vermelhas (mistura de morango e amora). “A pequena quantidade de polpa desidratada utilizada como corante nos produtos desenvolvidos não modificou as características nutritivas. Porém, foi capaz de conferir uma coloração atrativa e estável ao longo da vida útil dos produtos, de um mês no caso do iogurte e três meses para o sorvete”, informa a pesquisadora Ana Carolina Chaves. Adicionalmente, a polpa de juçara in natura foi estudada para o desenvolvimento de bebidas à base de frutas, buscando encontrar formulações otimizadas com base em valor nutritivo e aceitação sensorial. Aceitação dos produtos Testes sensoriais foram realizados visando avaliar o efeito da aplicação da polpa de juçara em pó, em diferentes concentrações, nas formulações de suco misto de maçã, iogurte e sorvete, além de avaliar o desempenho de diferentes proporções das frutas morango, banana e juçara na formulação de um smoothie. Nessa avaliação com consumidores potenciais de cada produto, verificou-se a aceitação de aparência, sabor e consistência, permitindo a identificação da formulação com melhor potencial de mercado. A pesquisadora Daniela Freitas de Sá relata que os resultados também demonstraram que a polpa em pó de juçara proporcionou a cor desejada e aumentou a expectativa de aceitação dos produtos, impactando positivamente a intenção de compra pelos consumidores. Já no desenvolvimento de uma bebida probiótica, avaliadores selecionados compararam bebidas produzidas com diferentes microrganismos probióticos e uma bebida referência (sem probiótico) após 90 dias de armazenamento, usando um método discriminativo. “Os resultados das análises sensoriais indicaram que os microrganismos avaliados não provocaram mudanças na aparência e consistência das bebidas e que apenas um dos microrganismos estudados promoveu uma alteração no sabor em relação à bebida sem probiótico”, relata a pesquisadora. Inspiração no açaí A aproximação da pesquisa da Embrapa com a juçara começou em 2008, por meio do proprietário da empresa Juçaí na época, George Braile. “Logo depois, a Embrapa abriu edital de propostas e eu submeti um projeto com o objetivo de estudar a aplicação dos processos de separação com membranas na polpa de juçara, aproveitando todo o conhecimento que já tínhamos sobre o açaí”, relembra a pesquisadora Lourdes Cabral. O projeto foi aprovado e, na equipe, foi incluída uma aluna de mestrado que avaliou a nanofiltração como ferramenta para concentrar as antocianinas presentes na polpa. “A grande motivação foi, de fato, validar a experiência que o grupo de pesquisa tinha com o açaí amazônico

Sítio volta a lucrar após investir em tecnologias de reuso da água

Em parceria com a Embrapa, a família Marchezin aplicou também técnicas de fossa biodigestora, para fazer o saneamento do esgoto, e de restauração de áreas degradadas, fazendo com que a propriedade deixasse de ser improdutiva. Uma propriedade improdutiva teve seu rumo alterado após os donos, com ajuda de pesquisadores, começarem a investir em tecnologias de reuso de água. Conheça no vídeo abaixo a história da família Marchezin, localizada em São Carlos (SP). https://globoplay.globo.com/v/11193300/ A propriedade, adquirida pela família na década de 70, tem uma área praticamente em declive, que foi se degradando aos poucos, principalmente por causa da erosão do solo causada pelo desmatamento. Na década de 90, ela se tornou quase toda improdutiva. Flávio, herdeiro da propriedade, deixou o campo para estudar administração de empresas, depois voltou com o objetivo de tornar a produção rentável. Começou trabalhando com peixes em um tanque escavado. Foi então que ele conheceu a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que precisava de uma área para testar novas tecnologias. A parceria rendeu três experimentos: Fonte: G1 Curadoria: Boi a Pasto

Descoberta de infecção muda a forma de cultivo do maracujá

Chegada do vírus CABMV ao Paraná exigiu mudanças na forma de cultivo dos maracujazeiros Os Servidores do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR) realizaram uma formação sobre maracujá em 2015, e, na visita a uma propriedade, foram interpelados por um produtor acerca da suspeita de uma doença na plantação. Depois de uma análise de laboratório, constatou-se a presença do vírus do mosaico caupí, conhecida pela sigla CbMV (do inglês Calibrachoa Mottle Virus). Os funcionários buscaram ajuda de especialistas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) e de produtores da cidade de Presidente Prudente (SP) que já enfrentavam a doença. As informações obtidas resultaram na proposta de novas práticas no cultivo dos maracujazeiros para erradicar o vírus. Como a doença afeta o cultivo de maracujá? O vírus CABMV é uma das principais pragas que acometem produções de maracujá em todo o Brasil. A primeira ocorrência relatada no País é de 1978, na Bahia; desde então, diversos estados sofrem com a doença e muitas regiões produtivas já relataram a quebra de safra em decorrência do vírus. Estudos demonstram que pelo menos 16 espécies de maracujazeiros são suscetíveis à doença. Quando infectados pelo vírus CABMV, os pomares sofrem o endurecimento dos frutos do maracujazeiro (EFM). Quando a doença se instala, as plantas contaminadas precisam ser erradicadas, ou então podem comprometer toda a produção. Em situações normais, os maracujazeiros são plantas semiperenes, os cultivos chegam a dar frutos por até 4 anos, mas quando há presença da doença, as plantas precisam ser eliminadas anualmente. A resistência dos produtores em alterar as práticas de manejo podem ter ajudado a espalhar a doença por todo o Estado do Paraná. Segundo informado pelo Senar-PR, a doença pode ter chegado ao Estado em 2004 e virou um problema para produtores em 2014. A principal área de cooperativa de maracujá chegou a ter uma redução drástica na produtividade, que só voltou ao normal em 2021, e outras áreas tiveram perdas de 100%. Qual é o manejo correto quando há CABMV no maracujá? O vírus CABMV é transmitido pelos pulgões, que passam a doença ao “morderem” uma planta contaminada e depois outra saudável. Existe uma estratégia simples para combater as infestações: ao invés de levar mudas de 30cm do viveiro para o pomar, leve-as com pelo menos 1,5 metro de altura, isso porque as plantas que já estão florescendo oferecem menos risco. Além disso, é preciso fazer o acompanhamento nutricional dos maracujazeiros para garantir a ausência da doença. A erradicação anual das lavouras freia a disseminação do vírus. Normalmente, as lavouras são derrubadas no final da safra, entre julho e agosto, e um período de 20 dias a 30 dias funciona como um vazio sanitário; as mudas estão seguras nos viveiros e os pulgões não tem onde se instalar. Com os novos conhecimentos sobre a doença, o sistema FAEP/Senar-PR atualizou o curso “Maracujazeiro”, que estará disponível para os produtores paranaenses. O curso ensina a contornar e conviver com a presença da doença no estado e ainda manter a produtividade. São ensinadas técnicas de irrigação, nutrição, manejo de mudas e técnicas para identificar a virose. Fonte: CNA SENAR, EMBRAPA, Revista Cultivar, FAEP Curadoria: Boi a Pasto

ABAG lança 2ª edição da pesquisa sobre inovação e competitividade no agronegócio

A partir da avaliação dos respondentes, entidade elaborará novo position paper sobre o tema Em 2020, a ABAG lançou o position paper “Visão da Inovação e Competitividade do Agronegócio”, com dezesseis direcionadores estratégicos, divididos em sete áreas, para mapear o ambiente inovador no agronegócio nacional. O documento foi elaborado pelo Comitê de Inovação da entidade. Para o próximo ano, a ABAG produzirá um novo position paper sobre esse tema, com o objetivo de mensurar a importância de fatores relacionados ao nível de inovação e de competitividade do agronegócio brasileiro, bem como nortear o planejamento estratégico de organizações públicas, privadas e de economia mista que trabalham com inovação. A pesquisa teve início no dia 1° de dezembro e será encerrada no dia 15 de janeiro de 2023. Com 32 questões, o formulário engloba assuntos como tecnologias 4.0, desafios do agro, atuação dos entes para a competitividade do setor, os critérios de governança, social e ambiental da sigla ESG, cadeias globais de valor, startups e tendências de inovação. Direcionada aos executivos de empresas do agronegócio, entidades setoriais, academia, instituições ligadas à inovação, como incubadoras, aceleradoras, parques tecnológicos, startups, governo, entre outros, a pesquisa está aberta para participação, basta acessar o formulário neste link. A divulgação do position paper está programada para março de 2023. O position paper de 2020 teve como as áreas estratégicas: Políticas Públicas, Fator Humano, Infraestrutura, Propriedade Intelectual e Patentes, Política Internacional, Financiamento e Fomento à Inovação e Sustentabilidade. A pesquisa da contou com a participação de diversos setores da sociedade, sendo um terço dos respondentes, associados da entidade. Fonte: Notícias Agrícolas Curadoria: Boi a Pasto

Biotecnologia irá alimentar a população do futuro

Com os desafios que pressionam a indústria alimentícia, como as mudanças climáticas que modificam ecossistemas e o nível de resistência das plantas a ervas daninhas e pragas, a biotecnologia se mostra um caminho promissor. Em todo o mundo, investimentos em pesquisa industrial permitem, por exemplo, sair do tradicional e usar fertilizantes à base de fermentação, com processos químicos que também contribuem para a sustentabilidade. Por aqui, cursos oferecidos por entidades como o Centro Latino-Americano de Biotecnologia atualizam estudantes de pós-graduação sobre as tecnologias moleculares, desenvolvimento de aplicações para as áreas de Saúde, Meio Ambiente e Agricultura, ou seja, formam mão de obra capacitada para implementar inovação na indústria do futuro. A partir de 2023, teremos grandes aportes em novas plantas de biotecnologia no país, pois o Brasil não deseja perder a alcunha de “celeiro do mundo” e tem toda a capacidade de absorver novas tecnologias. Pode parecer algo que demande alto custo, mas as plantas tecnológicas não são tão grandes quanto as tradicionais, o que reduz a escala. Prevendo essa demanda, a indústria de equipamentos industriais corre para fornecer máquinas que supram a nova necessidade. Por meio de muita inovação, por exemplo, no futuro próximo teremos válvulas com acionamento elétrico, o que permite realizar processos a distância e reduzir o tamanho das plantas. Falo em válvulas porque elas são o coração de uma fábrica que trabalha com fluidos ou gases. Para explicar melhor: quando falamos em automação no contexto da Indústria 4.0, hoje, o que temos são sistemas elétrico-pneumáticos, em que parte do acionamento é feito via ar comprimido (pneumático), ou seja: é preciso enviar um sinal elétrico para que o ar comprimido abra ou feche uma válvula ou outro sistema. Mas isso é muito complexo, pois é preciso gerar energia para movimentar um compressor que gere ar comprimido para então acionar o equipamento. No futuro, será possível enviar somente um sinal elétrico e….fim! Para isso, são necessárias válvulas que correspondam a essa necessidade. Existem ainda outros investimentos, como o conceito de válvula integrada com componentes que seriam adicionais, para medição de temperatura, vazão, condutividade etc. Com os produtos que estão sendo desenvolvidos, será possível ter todos esses sensores integrados de forma self-controlled, com todas as informações disponíveis direto na válvula. E quanto custa isso, você deve estar pensando…. temos no Brasil a falsa ideia de que os gestores só olham preço, mas nossa indústria não é mais assim. Se você oferece um sistema bem-feito e o cliente percebe o valor para seu sistema produtivo, mesmo que ele pague um pouco mais caro, ganhará em produtividade, tecnologia, garantia de processo, menor risco de contaminação do processo. Ou seja, o investimento se transforma em economia rapidamente. Isso porque o grande calcanhar de Aquiles quando se fala em biotecnologia é garantir zero contaminação. Imagine produzir uma batelada de produtos ao longo de semanas e, lá no fim, um pequeno desvio provocado por um minúsculo microrganismo contamina toda a série, que pode ser de mil litros ou 120 mil litros, por exemplo. É um risco que a indústria não pode correr. Outro ponto sensível é a garantia de manutenção com pronto atendimento personalizado, pois trata-se de equipamentos delicados que requerem especialização. Falo de alguns pontos que podem parecer ficção científica, mas estão logo ali, na esquina do tempo. A indústria que souber atender a todos esses requisitos terá a competitividade que o futuro demanda. Fonte: Com Você Portal Curadoria: Boi a Pasto

Marketplace transforma a vida de empresário do ramo de acerola na região de Nova Alta Paulista

Grandes eventos do agronegócio confirmam: a digitalização das compras on-line é uma megatendência no setor. Grandes eventos do agronegócio confirmam: a digitalização das compras on-line é uma megatendência no setor. Neste contexto, se destacam plataformas como o MF Rural, pioneiro no segmento e também o de maior audiência. Os benefícios oferecidos pela tecnologia vão além da facilidade, ao canalizar, em um só lugar, milhares de soluções para o campo. O modelo tem colaborado para que negócios potenciais mantenham as portas abertas. Foi o que aconteceu com o empresário Antonio Eugênio Vicentin, um produtor de acerola que, certa vez, pensou até em desistir do ramo, por causa de crescentes prejuízos. “Meu negócio não se sustentava e, para piorar, não encontrava um mecanismo eficiente para conquistar mercado, mesmo produzindo frutos de muita qualidade. Eu vendia basicamente para as pessoas que batiam na minha porta ou para pequenos comércios locais”, relembra o produtor, ressaltando que não se conformava com a situação. Sua família já foi muito forte na produção de café. Porém, com a crise instalada no setor, em 1985, viu-se obrigado a buscar alternativas rentáveis, chegando à produção de uvas e maracujá. Para diversificar o negócio, 14 anos depois, passou a cultivar acerola, atividade, considerada por ele, uma boa sacada pela constante valorização da fruta. A produção começou a gerar as demandas que tanto esperava; de tal maneira que todas as áreas disponíveis, em duas propriedades, foram dedicadas ao cultivo da fruta, que foi introduzida no País, há cerca de 40 anos. “O negócio prosperou de tal maneira que resolvemos abandonar as demais atividades”, explica. Quando secretário municipal de agricultura, o empresário acompanhava palestras sobre fruticultura ministradas por técnicos do CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e também da Embrapa, adquirindo amplo conhecimento. Ao fim da gestão, foi até o Nordeste para conhecer diferentes realidades de produção. Aquela região é a maior produtora nacional de acerola.       “Meus primos faziam a logística de contêineres de exportação da Agrícola Formosa, em Russas, na região do Vale do Jaguaribe (CE), e através deles pude visitar o empreendimento, conhecido como o maior produtor de melão e melancia no Brasil”, diz Antonio.               Da queda a ascensãoAté 2012, o negócio mantinha-se bem, mas as consequências em trabalhar em um mercado restrito começaram a se mostrar. A inadimplência dos clientes passou a ser frequente e as contas não mais fechavam, tanto que se viu obrigado a reduzir o quadro de colaboradores, além de utilizar as economias para liquidar dívidas. Em busca de soluções, pesquisou novos modelos de comercialização pela internet e acabou se deparando com o marketplace MF Rural. “Eu nem sabia que existiam plataformas como essa, mas logo percebi que digitalizar o negócio seria crucial para conquistar mercado”, relembra o Antonio. Logo após o primeiro anúncio, vários clientes em potencial entraram em contato. Em apenas seis meses, conseguiu se recuperar do tombo gerado pela inadimplência dos clientes. Deparou-se negociando diretamente com clientes de outras regiões de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e outros estados, despertando até mesmo a atenção de “curiosos” estrangeiros. “Investir no marketplace foi a salvação do meu negócio. Consegui recuperar os prejuízos e comecei a trabalhar com as contas no azul novamente”, relata o produtor. Nas duas unidades da Estância Zero Branco, pertencentes ao empresário, são produzidas, anualmente, 150 toneladas de acerola. Este volume o classifica entre os maiores produtores brasileiros. Ele não tem certeza, mas presume que seja ao menos o principal no Estado de São Paulo. “Salvei meu negócio investindo pouco, atingindo mercados que antes só poderia imaginar. Até hoje, de 50% a 70% de nossa receita vêm de negócios concluídos por meio da plataforma”, revela Antonio. Sua meta, agora, é construir uma unidade de processamento para exportar a polpa da fruta. O empresário finaliza dizendo que, em 2016, pelo engajamento do negócio, concretizou o sonho de infância em conhecer a terra natal de seu pai, Sante Vicentin, a cidade de Zero Branco, na província de Treviso, ao Norte da Itália. Sante foi trazido ao Brasil, em 1924, pelo avô do empresário, Giuseppe Vicentin, um ex-combatente na Primeira Guerra Mundial, aos dez anos de idade. Ao mesmo tempo que desbravava suas raízes, visitava fruticultores com quem já mantinha contato, trazendo-lhe um novo olhar sobre o potencial do negócio. “Essa história, inclusive, foi manchete em uma revista local”, comenta Antonio, ressaltando o apoio da esposa, Izaura Vicentin, em todos os momentos.  Agro mais digitalizado    Segundo o empresário Roberto Fabrizzi Lucas, CEO do Grupo MF Rural, desde a fundação do marketplace, em 2004, é crescente a adesão dos produtores rurais às compras online, movimento que ganhou força total nos últimos anos. “Comprar maquinários, insumos, ferramentas e outros produtos necessários ao dia a dia do campo se tornou algo rotineiro, de modo que, somente no ano passado, recebemos 12 milhões de acessos, com 85 milhões de visualizações de páginas”, comenta. Entre janeiro e novembro deste ano, mais de R$ 5 bilhões em transações foram convergidas pela plataforma. Assim como o senhor Antonio, outros milhares de produtores alavancaram suas vendas através do engajamento. Em constante evolução, o Grupo MF Rural traz inúmeras soluções em seu ecossistema, como uma carteira digital que dá segurança às compras, logística na entrega dos produtos e até mesmo serviços full time de publicidade.  Muito em breve, diferentes linhas de crédito também serão disponibilizadas através de uma fintech que será lançada pelo MF Rural.