7 conquistas do setor queijeiro em Minas
Sistema Faemg Senar desenvolve ações para fortalecer a cadeia produtiva no estado, que é responsável por 40% da produção nacional Quando pensamos em produtos genuinamente mineiros, o queijo é uma das principais referências da identidade cultural do estado. A iguaria, que é sinônimo de tradição, gera emprego, renda, estimula o turismo e é admirada no Brasil e exterior, tem um dia para chamar de seu: 20 de janeiro. No Dia Mundial do Queijo, o Sistema Faemg Senar destaca importantes conquistas do segmento em Minas Gerais, responsável por 40% da produção nacional. Atualmente, são produzidas no estado cerca de 34 mil toneladas de queijo artesanal por ano e 14 mil toneladas de queijos não artesanais da agroindústria familiar. Patrimônio da Humanidade O modo artesanal de produção mineira já é patrimônio imaterial brasileiro, mas, agora, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal (QMA) podem se tornar Patrimônio da Humanidade. Representando os produtores rurais que trabalham como verdadeiros guardiões desse costume secular, o Sistema Faemg Senar marcou presença na 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, em novembro de 2022, no Marrocos. O objetivo foi sensibilizar e apresentar os modos de fabricação às demais delegações, além de divulgar o bem cultural, promovendo o reconhecimento da diversidade, dos saberes, sabores e das práticas gastronômicas. “O Queijo Minas Artesanal carrega uma técnica histórica, que remonta ao tempo dos colonizadores. É feito em pequenas propriedades rurais, com receitas familiares passadas de geração em geração. O sabor varia de acordo com a região onde é produzido, sendo influenciado pela altitude, características do solo, clima, tipo de vegetação, entre outros”, explica o presidente da Comissão Técnica do Queijo Minas Artesanal do Sistema Faemg Senar, Frank Mourão Barroso. Cursos, programas e assistência técnica O Sistema Faemg Senar atua fortemente para o desenvolvimento do setor. Por meio da Comissão Técnica do Queijo Artesanal de Minas, a instituição faz a defesa técnica, política e dá visibilidade ao trabalho da cadeia produtiva. Há também as capacitações: foram realizados, somente em 2022, mais de 380 cursos presenciais, oficinas e seminários sobre técnicas de fabricação de queijos, que capacitaram cerca de 4 mil pessoas. Com o trabalho da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Agroindústria, foram realizadas mais de 7 mil visitas de campo e cerca de 600 propriedades receberam orientações gratuitas sobre produção e gestão com técnicos especializados, desde 2019, em parceria com os Sindicatos Rurais. “O ATeG tem nos ajudado muito, fizemos vários cursos para aprimorar a qualidade da nossa produção, em um processo muito importante para a nossa evolução”, disse a produtora Rafaela Faria, quarta geração de produtores de queijo Canastra da sua família. Ela e os irmãos já estavam no mercado de trabalho em outras áreas quando decidiram retornar para a fazenda próxima a São Roque de Minas, e investir na produção dos queijos “Irmãos Faria”, ao lado de seus pais. Melhoria das técnicas e boas práticas de fabricação Cada vez mais, o Sistema Faemg Senar investe em ações para melhorar as técnicas de produção e controle de qualidade, que incluem cursos de boas práticas de fabricação, programa especial em boas práticas agropecuárias e até mesmo suporte aos produtores em habilitação sanitária e registros de seus estabelecimentos juntos ao órgão de inspeção. Produtores assistidos pelo ATeG recebem, mensalmente, um técnico na propriedade que os auxilia na implantação e descrição dos programas de qualidade, nas técnicas de produção e no gerenciamento da propriedade, focando sempre na qualidade dos queijos produzidos. “A não utilização de métodos adequados de produção pode interferir diretamente na qualidade do queijo. Por exemplo, as olhaduras, que são aqueles furinhos. Muitas pessoas acabam se confundindo na hora de adquirir o produto, mas, na verdade, esses furinhos podem indicar uma falha no controle higiênico sanitário do processo, provocada por bactérias que, ao fermentarem o leite, produzem gases. Os furinhos podem aparecer no queijo quando o leite é obtido em condições inapropriadas de higiene e não passam por tratamento térmico para inativação desses microrganismos, podendo causar doenças de origem alimentar com prejuízos à saúde do consumidor”, destaca a analista de ATeG Paula Lobato. Selo Arte Por meio da Portaria nº 531, de 16 de dezembro de 2022, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabeleceu requisitos para a concessão dos selos de identificação artesanal Arte e Queijo Artesanal, que passam a ser concedidos pelos órgãos de agricultura e pecuária das esferas federal, estadual, municipal e distrital. A medida representa um grande avanço para cadeia produtiva. “Produtos fabricados a partir de leite cru devem atender à legislação, seguindo requisitos que assegurem a inocuidade na produção artesanal para o fornecimento de alimento seguro ao consumidor. A concessão do Selo Arte e a devida regularização sanitária das queijarias garante ao produtor comercializar seu queijo em todo o território nacional, agregando valor e aumentando o seu faturamento”, enfatiza Paula. Reconhecimento do queijo ‘Casca Florida’ De forma inédita no Brasil, o Queijo Minas Artesanal na variedade de Casca Florida (QMACF) foi reconhecido pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A resolução foi publicada em dezembro de 2022 em atendimento a uma demanda antiga da cadeia produtiva. É considerada “casca florida” a cobertura com presença ou dominância visualmente constatada de fungos filamentosos, popularmente nomeados de mofos ou bolores. O reconhecimento atesta ao mercado que o queijo é especial e suas características não oferecem risco à saúde. Minas Gerais é o primeiro estado brasileiro a reconhecer o QMACF. Outros estados já formalizaram a produção de queijos industrializados com casca florida a partir do leite pasteurizado. Regiões Produtoras Minas Gerais conta com dez regiões produtoras de Queijo Minas Artesanal: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serro, Serras da Ibitipoca e Triângulo Mineiro. Todas elas produzem esse mesmo tipo de queijo, mas têm o seu “saber fazer” característico. Cada origem dá ao queijo uma identidade própria, de acordo com as características humanas, culturais e naturais do local de fabricação. Recentemente, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) reconheceu outras
Deputados debatem produtos lácteos modificados
Com rótulos similares e preços mais atraentes, alguns consumidores alegaram ter sido induzidos a erro e comprar “gato por lebre”. Na última audiência pública do ano, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural debateu um tema que foi destaque na mídia e nas redes sociais em 2022: os produtos lácteos modificados. Apesar de já existirem há muito tempo, no período da entressafra em meados deste ano, tais produtos surgiram em maior quantidade e dividiram espaço nas gôndolas de padarias e supermercados ao lado dos lácteos convencionais. Com rótulos similares e preços mais atraentes, alguns consumidores alegaram ter sido induzidos a erro e comprar “gato por lebre”. “Os meios de comunicação divulgaram que em vez de adquirir leite, iogurtes, cremes de leite e até leite condensado, os consumidores estavam levando produtos lácteos modificados com adição de soro de leite, entre outros ingredientes”, conta a pesquisadora Kennya Siqueira, que participou da audiência. Já há algum tempo, o soro de leite se transformou de subproduto em ingrediente importante para a indústria de laticínios. Produtos como o whey protein se consolidaram no mercado fitness e são adotados em dietas especiais. A legislação também regulamenta os compostos lácteos elaborados à base de soro, estabelecendo que eles devem possuir no mínimo 51% de lácteo e a rotulagem conter todos os componentes do alimento. No entanto, a polêmica se estabeleceu devido à crise de produção ocorrida em 2022, com substancial aumento no custo de produção e no preço do leite (o litro do leite UHT chegou a custar cerca de R$ 9,00 para o consumidor). Os compostos ou misturas lácteas tornaram-se, então, uma alternativa mais acessível à população. Para a gerente-geral de Alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Patrícia Fernandes de Castilho, os produtos à base de soro de leite estão dentro da legislação, mas falta transparência, o que pode levar o consumidor ao erro. Embora as informações estejam todas contidas nos rótulos, a supervisora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Laís Amaral, diz que se a pessoa for ler todos os rótulos, passará horas no supermercado. “Transparência” foi a solução acordada entre os debatedores. O deputado federal por Minas Gerais, Zé Silva (Solidariedade), que conduziu a audiência pública, concorda que o consumidor necessita de clareza nos rótulos dos compostos lácteos: “os produtos não podem ser vendidos como foram”. As embalagens dos lácteos convencionais e compostos lácteos precisam ser diferenciadas e o parlamento deverá buscar medidas para que isso ocorra, foi o que se concluiu do debate. Fonte: Embrapa Curadoria: Boi a Pasto
Em meio a incertezas, mercado lácteo espera recuperação em 2023
Apesar da expectativa de retomada de crescimento, especialistas ressaltam que o ano de 2023 será ainda de muita incerteza, especialmente em relação à área fiscal. “Após quatro anos de altas consecutivas na produção leiteira, o setor apresentou dois anos de quedas significativas e estima-se que o Brasil encerre o ano com queda de 4,4% na produção formal”, relata a pesquisadora da Embrapa Gado de Leite Kennya Siqueira. “A cadeia produtiva do leite sofreu sérios impactos pelos acontecimentos globais em 2022, intensificando as dificuldades já apresentadas em 2021”, completa. Se, por um lado, a vacinação contra a Covid-19 acenava para a volta da normalidade e a retomada da economia; por outro, logo no primeiro trimestre de 2022, o conflito entre Rússia e Ucrânia valorizou as commodities agrícolas e o petróleo. Grandes produtores de grãos, fertilizantes e petróleo, os países em conflito impediram que a economia global se recuperasse dos anos de pandemia e criaram as condições para aumentos recordes dos custos de produção de leite no Brasil, além do aumento da inflação e da queda da renda do brasileiro, segundo detalha a cientista. Especialistas do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa (Cileite) fizeram um balanço do período recente e traçam perspectivas para setor em 2023. O ano de 2021 já terminara com dificuldades para o setor, com queda no volume de produção do leite inspecionado (gráfico abaixo), elevando a importação de lácteos em 21,5% no ano posterior. Nos dois últimos anos, o Índice do Custo de Produção do Leite (ICPLeite) divulgado pela Embrapa registrou crescimento de 62%. A partir do segundo semestre, esse índice iniciou uma lenta retração e, em novembro, o ICPLeite apresentou queda de 1,7%, influenciado principalmente pela retração de 4,5% do custo do alimento concentrado para as vacas. Ainda assim, o cenário foi de piora na rentabilidade do produtor ao longo do segundo semestre de 2022, pois o preço recebido por eles caiu de um pico de R$ 3,53 por litro de leite, em agosto, para cerca de R$ 2,50, em dezembro. O impacto também foi sentido pelo consumidor; segundo estimativa da Embrapa, o consumo anual de leite por habitante foi reduzido de 170,3 litros para 163 litros. Em meados do ano, os lácteos atingiram preços recordes. O bolsista de economia Ygor Guimarães, que atua no Núcleo de Desenvolvimento Econômico da Cadeia Produtiva do Leite da Embrapa, lembra que, em agosto, a inflação do “leite e derivados” chegou a 40,2%, sendo um dos itens que mais influenciou a elevação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “O alto custo para alimentar as vacas e a queda na produção durante a entressafra do leite penalizou o consumidor”, aponta o pesquisador do Núcleo Samuel Oliveira. “Podemos afirmar que o Brasil passou por uma crise de oferta de leite”, completa Oliveira. Isso fez com que os compostos lácteos ganhassem espaço como alternativas mais acessíveis para suprir parte da demanda, não sem despertar polêmica (leia quadro no fim da matéria). No entanto, o quarto trimestre do ano representou algum alívio para os consumidores. Na primeira quinzena de dezembro, o litro do leite UHT no atacado estava cotado a R$ 3,82 (queda de 40,5% desde o final de julho). Já o quilo da muçarela era vendido pela indústria a R$ 28,27 (queda de 34,8%). O leite spot (leite comercializado entre laticínios) teve a maior deflação; o litro do produto foi cotado em Minas Gerais a R$ 2,34, o que representa um recuo de 43% em relação a julho. Estimativas históricas sugerem que as festas de fim de ano são positivas para a indústria, que intensificam suas vendas. Estima-se crescimento próximo de 30% em relação à média de venda do ano, principalmente para leite condensado e creme de leite. Perspectivas para o setor Para o pesquisador da Embrapa Glauco Carvalho, embora o ano que começa ainda traga muitos componentes de incertezas internas e externas, o mercado brasileiro está se reequilibrando em termos de oferta e demanda. Segundo ele, com a recuperação do mercado de trabalho e melhorias do emprego e renda, espera-se alguma melhoria no consumo de leite e derivados. Outro fator positivo é a produção brasileira elevada de grãos na safra 2022/2023, contribuindo para uma menor pressão nos custos de alimentação das vacas, sobretudo concentrados à base de milho e soja. “Mas é um ano de muita incerteza ainda, em função da mudança de governo e das diretrizes que serão adotadas, principalmente na área fiscal, que tem impacto direto sobre taxa de juros e câmbio”, diz Carvalho. No âmbito externo, o analista Lorildo Stock espera que os preços dos fertilizantes recuem com uma solução para a guerra Rússia-Ucrânia. Porém, o cenário de inflação e o baixo crescimento previsto para as grandes economias (Estados Unidos, União Europeia e China) podem refletir negativamente na retomada da economia brasileira. “A desaceleração da economia mundial poderá gerar algum impacto negativo, ainda que modesto, no segmento lácteo”, avalia Stock. Carvalho complementa, dizendo que a forte valorização das commodities agrícolas e não agrícolas, nos últimos dois anos, ajudou na recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Esse não é o cenário para 2023. Fonte: Embrapa Curadoria: Boi a Pasto
Programa de melhoramento genético vai elevar produção de carne e leite
Executado pela Emater-DF, Seagri e Conafer, Mais Pecuária Brasil começa a atender pecuaristas da capital Pecuaristas do Distrito Federal poderão ter acesso a um programa de melhoramento genético dos rebanhos, que pode aumentar a produção de carne e leite. Trata-se do Mais Pecuária Brasil, projeto que começou a ser executado em quatro propriedades, fruto de um trabalho conjunto da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), da Secretaria de Agricultura (Seagri-DF) e da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). O programa começou em Mato Grosso e atualmente está sendo executado em mais de dois mil municípios brasileiros. A Emater-DF incluiu a iniciativa no planejamento para beneficiar produtores em todo o Distrito Federal. O contrato com a Conafer, firmado por meio da Seagri, tem duração de quatro anos, podendo ser prorrogado por mais quatro. De acordo com o zootecnista Maximiliano Cardoso, coordenador do programa de Ruminantes e Equídeos da Emater-DF, os extensionistas da empresa estão escolhendo as propriedades onde o programa é viável. Produtores dos núcleos rurais Jardim e Tabatinga, localizados nas regiões administrativas do Paranoá e de Planaltina, respectivamente, receberam a visita dos técnicos no início desta semana. “Além da melhoria da produção, o melhoramento genético pode elevar o valor dos animais”, enumera Cardoso. O extensionista da Emater ressalta que o trabalho é multidisciplinar: “Temos técnicos de várias áreas atuando, pois é necessário avaliar a nutrição dos animais, sanidade do rebanho, adequação das instalações, viabilidade econômica, enfim, todos os aspectos importantes para o sucesso do projeto”. Recentemente, a Emater adquiriu dois aparelhos de ultrassom veterinário, o que vai facilitar ainda mais o trabalho. “Quem executa o serviço são os técnicos da Conafer, mas nós damos todo o suporte necessário”, explica Cardoso. *Com informações da Emater-DF Fonte: Agência Brasilia Curadoria: Boi a Pasto
Tecnologia impulsiona resultados da pecuária de corte e leite
Em ano de muitos impactos sobre o consumo de carne e leite e nos custos produtivos, pecuaristas avançam no uso de tecnologia para levantar resultados Um ano que ficará marcado pelas incertezas e por um menor crescimento econômico mundial. E em que novamente a atividade pecuária se destacou pela resiliência às adversidades, pela capacidade de superação dos produtores rurais para levar carne e leite de alta qualidade de forma competitiva, que paga as contas da porteira para dentro e que gera divisas ao país. É desse jeito que 2022 será lembrado. Apesar da retomada decorrente da flexibilização após a pandemia de Covid-19, o país foi desafiado por várias questões, como a alta na inflação que gerou impacto sobre o consumo de alimentos no país, de maneira geral, e de carne vermelha, em particular, passando pelas questões relacionadas à guerra entre Rússia e Ucrânia que dificultou o acesso da produção agropecuária a insumos, e chegando até às volatilidades e incertezas comuns decorrentes da corrida eleitoral no país. Esse cenário com destaque para a resiliência da atividade agropecuária foi apresentado pelo time de especialistas do negócio de Ruminantes da DSM em encontro com a imprensa em 7 de dezembro. Para os especialistas, um ponto que ajudou a segurar o mercado foi o fato de as exportações de carne bovina baterem recorde, somando 190 mil toneladas em outubro, segundo dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex). Os embarques da proteína para países como a China, que lidera o ranking de importadores, somado ao aumento da oferta e maior velocidade no ciclo de baixa de preços para todas as categorias animais, contribuíram para esse cenário apontando para o positivo. Na cadeia do leite, porém, a pecuária foi prejudicada pelo fenômeno La Niña, que provocou uma entressafra antecipada, com custos de produção elevados que desanimaram o produtor. Mesmo assim, a oferta tende a melhorar no final do segundo semestre, com recuperação da produção e maior importação de laticínios. “Mais uma vez, a pecuária de corte e de leite se mostrou essencial ao desenvolvimento do nosso país. Tivemos uma série de desafios ao longo desse ano, que foram tratados com muito cuidado pelos produtores, os verdadeiros protagonistas do nosso setor”, aponta Sergio Schuler, vice-presidente do negócio de Ruminantes da DSM para a América Latina. Ao reforçar o protagonismo da atividade pecuária na economia brasileira, contudo, Schuler não deixa de mencionar os avanços dos produtores para a adoção de tecnologia no campo, de modo a impulsionar os resultados buscando produtividade, eficiência e rentabilidade e, consequentemente, preservando o capital alocado na produção rural. “Muitos produtores passaram a entender melhor a importância de usar tecnologias nas fazendas, incluindo suplementação adequada para os animais se tornarem mais produtivos e saudáveis durante todo seu ciclo”, reforça o executivo. Sobre as tecnologias do portfólio da marca Tortuga® de suplementos nutricionais para bovinos, o diretor de marketing da DSM, Juliano Sabella, menciona algumas inovações relevantes e que melhoram os índices zootécnicos dos bovinos de corte e leite e a rentabilidade dos produtores. Destaque para os aditivos CRINA® e RumiStarTM, ingredientes de alta tecnologia exclusivos da DSM que, combinados aos Minerais Tortuga, trazem uma série de benefícios para aumento da produtividade. Destaque também para o Hy-D®, aditivo que, ao ser incluído na dieta dos bovinos, garante absorção mais rápida e eficiente dos macrominerais, melhorando o rendimento de carcaça, produção de leite e índices reprodutivos, elevando os índices zootécnicos e gerando benefícios de bem-estar animal e segurança alimentar. Para 2023, a DSM espera um ano de incertezas para o setor, mas com desenvolvimento e uso de tecnologias e maior concentração na produção agropecuária. Quando o assunto é o segmento leiteiro, a companhia tem perspectivas de demanda ainda fragilizada, com o La Niña afetando o primeiro trimestre e custos ao produtor ainda elevados. Já sobre os bovinos de corte, a demanda externa vai continuar aquecida, com câmbio favorável. Apesar disso, a demanda interna ainda vai seguir sendo impactada, com possível melhora nesse final de ano e ao longo do próximo. “Teremos maior oferta de animais, o que inclui maior abate de fêmeas. Isso vai refletir diretamente na produção, que vai aumentar a partir desse ano, mas se prolongando principalmente em 2023 e 2024”, explica Schuler. Aquisição da Prodap é um grande passo na jornada da DSM em 2022 Além da tecnologia incluída na dieta dos animais, outro passo importante do negócio de Ruminantes da DSM esse ano foi a aquisição da Prodap, concluída em setembro. Sobre isso, vale dizer que o desenvolvimento de tecnologias e de soluções digitais para a pecuária sempre foi uma das missões fundamentais da DSM e, nesse contexto, esse foi mais um importante passo da companhia em sua jornada de precisão e personalização. Nesse mercado, a Prodap é uma empresa brasileira que combina tecnologia, serviços de consultoria e soluções nutricionais personalizadas para impulsionar a eficiência e a sustentabilidade na criação de animais. No negócio de Ruminantes da DSM, a Prodap complementará o profundo conhecimento em nutrição animal e os recursos de consultoria, permitindo um nível ainda mais alto de experiência do cliente. Ao apoiar uma produção rural mais eficiente, essa aquisição contribui para o compromisso da DSM de permitir uma redução de dois dígitos nas emissões de bovinos nas fazendas até 2030. “Com a integração da operação da Prodap, passamos a fortalecer o desenvolvimento de soluções digitais para alcançar mais mercados globalmente e um maior número de espécies de animais. Muitos clientes do negócio de Ruminantes da DSM já vêm sendo atendidos com as tecnologias desenvolvidas e fabricadas pela companhia, com a atenção para os serviços da Prodap. Tudo isso em uma mesma unidade de negócios, que já conta com a confiança do produtor rural brasileiro em ambas as frentes, a de produtos da DSM e a de serviços da Prodap”, conclui Schuler. Censo de Confinamento DSM registra 6,95 milhões de bois confinados em 2022 Um volume de 6,95 milhões de bovinos confinados. Esse foi o montante registrado pelo Censo de Confinamento DSM 2022, estruturado pelo Serviço de Inteligência de Mercado
Qualidade do leite depende da saúde animal e higiene no processo da ordenha
Nutricionista animal dá dicas que ajuda a evitar a produção de leite ácido na hora da ordenha. Para quem acha que para ser produtor de leite basta acordar cedo e ir ao campo, está enganado. No Brasil, existe uma busca constante por uma produção eficiente e de qualidade – ausência de acidez do leite, por exemplo – que vem colocando o país entre os principais produtores do mundo. E para se chegar a essa colocação, neste ranking tão disputado, uma série de procedimentos e práticas vem se tornando cada vez mais frequentes nos campos. De acordo com o nutricionista da Quimtia Brasil, Stephen Janzen, empresa fabricante de insumos para a nutrição animal, a obtenção de leite de qualidade está relacionada tanto à saúde do úbere das vacas (avaliada pelo índice de CCS – Contagem de Células Somáticas), à higiene dos equipamentos de ordenha e no tempo de resfriamento do leite (que deve ser mantido na temperatura de 4ºC). Esses são monitorados pelo índice de CBT – Contagem Bacteriana Total. “De fato, quanto mais dermos a devida importância na manutenção da saúde do sistema mamário, higiene dos equipamentos e eficiência na manutenção da temperatura do leite, menor será ocorrência de leite ácido”, afirma Stephen. O leite ácido é considerado, um dos principais vilões de produtores neste segmento. A legislação que regula o trabalho considera como leite ácido aquele que apresenta acidez acima de 18º Dornic (escala de graus utilizada para medir acidez do leite), o que pode ser proveniente da acidificação do produto por microrganismos presentes e em multiplicação no próprio produto e que fazem o desdobramento da lactose. Confira abaixo alguns dos fatores que podem influenciar na qualidade do leite: 1. Controle (e registro) da incidência de mastite clínica e subclínica, com a utilização dos métodos de diagnóstico: caneca de fundo escuro, CMT (California Mastit Test) e CCS (Contagem de Células Somáticas). 2. Desprezar os primeiros jatos de leite em uma caneca de fundo escuro, a fim de remover os microrganismos naturalmente presentes na extremidade do teto, provenientes de resíduos da ordenha anterior e para, ao mesmo tempo, avaliar-se a ocorrência de mastite; 3. Colocar as teteiras somente em tetos higienizados e secos. Quando houver necessidade, deve-se utilizar água com pouca pressão e a secagem deve ser realizada com toalhas de papel descartáveis. 4. Controlar a ordenha e retirar o conjunto tão logo cesse o fluxo de leite. A retirada das teteiras deve ser feita com bastante cuidado e sempre se desligando o fluxo de vácuo deste conjunto; 5. Lançar mão do uso de pré e pós-dipping, utilizando-se produtos de eficácia e qualidade reconhecidas. 6. Atenção especial para higiene do funcionário e dos equipamentos de ordenha. 7. Após a ordenha, no menor tempo possível deve-se ter o leite resfriado a 4ºC para que, desta forma, evite-se a multiplicação de microrganismos que possam provocar a acidificação do leite. Fonte: Quimtia / Comunicare