setembro 16, 2024

Novo amendoim forrageiro tem alto teor de proteína e pode aumentar produção pecuária, aponta pesquisa

Resultado de 15 anos de pesquisa, nova cultivar é uma opção alimentar para bovinos, equinos e ovinos. Estudo foi feito pela Embrapa no Acre. Uma nova modalidade de cultivar amendoim forrageiro foi desenvolvida pela Embrapa no Acre e se destaca, principalmente, pela alta concentração de proteína, elevada produtividade de forragem e maior tolerância à seca. A tecnologia é alternativa para intensificar a produção de carne e leite e viabilizar uma pecuária com pasto mais sustentável. Resultado de 15 anos de avaliação e seleção de materiais genéticos, a nova cultivar “BRS Oquira” foi testada nas condições de clima e solo da Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. A pesquisa foi coordenada pela Embrapa Acre e contou com a parceria da Embrapa Cerrados (DF), Embrapa Amazônia Oriental (PA), Embrapa Pecuária Sudeste (SP) e Embrapa Gado de Corte (MS). A tecnologia está registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e passou a ser comercializada por viveiristas de três estados (Acre, São Paulo e Ceará), credenciados pelo Mapa e licenciados pela Embrapa. No Acre, a estimativa de produção de mudas da cultivar é de 16 toneladas por ano, com colheita a cada quatro meses. Os estudos mostraram que, em cultivos adubados e irrigados, o teor de proteína bruta na planta chega a 29%, valor que garante alimento de qualidade para o rebanho e melhora a produtividade animal. A coordenadora do Programa de Melhoramento Genético do Amendoim Forrageiro, da Embrapa Acre, pesquisadora Giselle de Assis, explica que, diferente de outras leguminosas que concentram a proteína nas folhas, o amendoim forrageiro possui elevado teor proteico também nos talos, característica que possibilita uma forragem de alta qualidade. Em experimentos sem adubação e irrigação, a cultivar BRS Oquira apresentou 22% de proteína bruta, teor de fibra em torno de 43% e 68% de digestibilidade de matéria seca (forragem). “A recomendação é justamente para essa nova cultivar ser utilizada na alimentação animal, com foco no consórcio de pastagem. A ideia é que o produtor que já planta a gramínea, que é o capim, possa introduzir o amendoim forrageiro no sistema dele de produção. A cultivar se mostrou muito bem adaptada e está sendo recomendada não só para o bioma Amazônia, mas também para a Mata Atlântica e Cerrado e ele tem alta produtividade, então, mostrou uma produção maior de forragem em relação a outras cultivares que já existem. Além disso, ele foi pesquisado em sistemas intensivos de produção e se mostrou uma forrageira de uma qualidade tão elevada quanto a da alfafa, que é uma leguminosa forrageira considerada a rainha das leguminosas, a mais utilizada e de excelente valor nutritivo”, explicou Giselle. Mais alimento para o gado Por ser nutritivo e palatável, o amendoim forrageiro pode ser usado na dieta de bovinos, equinos e ovinos, sob pastejo direto, em pastos consorciados com gramíneas, em plantios puros que funcionam como bancos de proteína ou fornecido no cocho como forragem verde picada, feno e silagem. Conforme a pesquisadora, a BRS Oquira demonstrou alto desempenho também na produtividade de forragem, em relação a outras cultivares de amendoim forrageiro. Em cultivos sem uso de adubação e irrigação, a nova cultivar produziu entre 13 e 16 toneladas de massa seca de forragem por hectare/ano na Amazônia, enquanto, no Cerrado, a produção variou de 10 a 13 toneladas por hectare/ano. No bioma Mata Atlântica, experimentos adubados e irrigados produziram entre 15 e 20 toneladas de matéria seca por hectare/ano. “Esse desempenho representa um aumento que varia de 10% até 44% na produtividade de forragem, capaz de proporcionar ganhos reais na produtividade do rebanho”, afirmou Giselle. Alta resistência e perenidade Além do elevado valor nutritivo e alto desempenho na produção de forragem, os estudos revelaram alta superioridade da BRS Oquira em outros aspectos que influenciam a eficiência da tecnologia. “Uma vantagem também, até para a gente aqui do Acre, é que esse material tem uma tolerância maior ao período seco. Apesar de estarmos na Amazônia e aqui a gente ter uma precipitação mais elevada que outras regiões, a gente passa melhor por esse período”, afirma a pesquisadora. Outra característica que confere perenidade a pastos consorciados com a cultivar é que, mesmo associada com gramíneas de maior porte, em condições de sombreamento, se desenvolve bem. Além disso, por ser uma espécie que possui caule com diversos pontos de enraizamento, a nova cultivar consegue se multiplicar rapidamente na pastagem e cobrir totalmente o solo, aspecto que evita processos erosivos e confere persistência quanto ao pastejo e pisoteio do gado. Os resultados da pesquisa mostraram ainda que a nova forma de cultivar de amendoim forrageiro também é tolerante a solos encharcados. Essa característica possibilita o consórcio com gramíneas adaptadas a essa condição, em áreas afetadas pela ‘síndrome da morte do braquiarão’, doença associada ao encharcamento do solo e ataques de fungos, considerada o principal fator de degradação de pastagens na Amazônia. “Aqui no Acre tivemos, nos últimos 20 anos, uma degradação muito intensa das pastagens, causada pela chamada síndrome da morte braquiarão. Como temos solos com drenagem insuficiente e temos uma precipitação elevada, vários meses do ano esse solo fica encharcado e aí esse capim não tolera esses solos, fica debilitado e suscetível a fungos que estão nos solos e são patogênicos. E o amendoim forrageiro é tolerante a esse ambiente. Então, onde o capim marandu morreu porque encharcou pode plantar essa cultivar do amendoim e outro capim e vai ajudar a fazer a recuperação dessas áreas”, explicou a pesquisadora. Adubação natural para a pastagem A cultivar BRS Oquira também é capaz de realizar a fixação biológica de nitrogênio nas pastagens, processo que melhora a fertilidade do solo e contribui para o desenvolvimento das plantas. De acordo com a pesquisa, por meio da associação com bactérias que vivem no solo e se alojam nas suas raízes, a leguminosa captura nitrogênio do ar e o disponibiliza para as plantas. “O grande diferencial é que a pastagem consorciada mantém sua produtividade ao longo do tempo, porque dificilmente o produtor faz a adubação nitrogenada na pastagem dele, porque o adubo

Agro 5.0: desafios e o que esperar dessa inovação

Agro 5.0 já é realidade no Brasil, mas a inovação ainda enfrenta desafios para a implementação em propriedades rurais A implantação da conexão 5G e o crescimento das tecnologias de coleta de dados estão dando um impulso no processo de salto tecnológico do agronegócio. A inovação proporcionada pelo agro 5.0 já é realidade em muitas propriedades do Brasil, mas a agricultura e a pecuária ainda enfrentam desafios para aproveitar todas as oportunidades oferecidas por essa evolução. Conheça a seguir o que é o agro 5.0 e quais são os impactos dele na agropecuária. O que é o agro 5.0? O agro 5.0 é a última inovação nos modelos de produção do agronegócio. A combinação da coleta de informações em tempo real e em larga escala com as tecnologias da inteligência artificial (IA) e análise de dados torna possível que os produtores rurais consigam gerir a fazenda de forma mais dinâmica e sustentável. Enquanto o agro 4.0 é caracterizado pela automação das máquinas agrícolas, a próxima revolução do agronegócio é baseada na transformação digital proporcionada por conectividade, Internet das Coisas (IoT), decisões baseadas em dados e tecnologias preditivas. As soluções digitais passam a se adaptar à realidade de cada produtor rural, dentro e fora da porteira. Nesse contexto, as startups do agronegócio (ou agtechs) desempenham um papel central com inovações que vão desde a biotecnologia e da administração do empreendimento até o barateamento de custos com insumos, seguros e financiamento. Impactos da inovação no agronegócio A agricultura e a pecuária, ao longo da história, sempre foram impactadas pelas inovações tecnológicas. Agora, o agro 5.0 tende a acelerar a evolução do setor, especialmente pela utilização de soluções de machine learning, que permitem às máquinas aprender com a própria experiência. Além de aumentar a produtividade com o uso de sensores, biotecnologia e previsão de cenários, o próximo salto evolutivo da agropecuária tem o potencial de desenvolver a qualidade dos alimentos produzidos ao mesmo tempo que torna mais econômica a produção, contribuindo para garantir segurança alimentar. Os processos do agro 5.0 ainda permitem o uso racional dos insumos e a redução de riscos relacionados ao ataque de pragas e à ocorrência de eventos climáticos ou desastres naturais. Tudo isso permite uma produção mais eficiente e sustentável, com menos impacto no meio ambiente e maiores margens de lucro para o agropecuarista. Desafios para a implementação do agro 5.0 Apesar de boa parte das tecnologias estar sendo usada, em menor ou maior grau, nas fazendas, a implementação do agro 5.0 ainda enfrenta desafios estruturais e técnicos para se tornar amplamente acessível. O principal deles se refere à infraestrutura de conectividade. De acordo com um levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mais de 70% das propriedades ainda não estão conectadas à internet, o que é um passo fundamental para o uso das inovações. O agronegócio também precisa de mão de obra especializada para operar máquinas, computadores e soluções digitais. Os cursos do setor precisam ser atualizados para formar uma geração que acompanhe a evolução tecnológica. Fonte: Canal Agro Curadoria: Boi a Pasto

Preço do boi permanece estável, mas oferta melhora

O mercado físico do boi gordo registrou pouca movimentação de preços no decorrer desta quarta-feira no Brasil O nível de oferta segue melhorando com o retorno dos pecuaristas ao mercado. Em alguns estados os frigoríficos atuam de maneira retraída nas compras, a exemplo de São Paulo, com a sinalização de que as escalas de abate estão bem posicionadas, com unidades avançando na segunda quinzena do mês. No mercado paulista, aponta Safras, há unidades fora de compras. Em Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso as escalas não estão alongadas como em são Paulo e os frigoríficos estão um pouco mais ativos. Para os próximos dias vale prestar atenção na estratégia dos pecuaristas do Centro-Norte do país, considerando que as pastagens estão em boas condições. Vale atenção também o escoamento dos cortes no atacado e o ritmo da exportação brasileira. Em São Paulo, os preços ficaram indicados em R$ 280 arroba para pagamento à vista. Boi no atacado O mercado atacadista apresentou preços acomodados em São Paulo no decorrer da última quarta-feira. Segundo a Safras Consultoria, o ambiente de negócios sugere para pouco espaço para reajustes no curto prazo, considerando que a demanda na ponta final está arrefecendo, principalmente para os cortes mais nobres. Vale destacar que ao longo das últimas semanas os cortes de frango ganharam atratividade frente aos bovinos devido a excesso de oferta, fator que deve pesar na decisão de consumo das famílias, comenta. O quarto traseiro seguiu posicionado em R$ 20,60, por quilo. O quarto dianteiro foi cotado a R$ 14,80, por quilo e a ponta de agulha em R$ 15,10, por quilo. Fonte: Canal Rural Curadoria: Boi a Pasto

Novo padrão para café torrado entra em vigor e indústria já está se preparando

As mudanças nos rótulos poderão ser feitas pelas empresas ao longo dos próximos 18 meses esde o dia 1º de janeiro, estão em vigor os padrões de classificação para o café torrado comercializado no Brasil estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, a partir da Portaria nº 570 . A classificação atendeu uma demanda apresentada pelo setor e com o padrão oficial definido, o órgão fiscalizador poderá verificar e controlar a qualidade, as condições higiênico-sanitárias e a identidade dos produtos oferecidos aos consumidores, o que pode ainda aumentar o consumo e a exportação do café. Entre as mudanças, algumas poderão ser percebidas diretamente pelo consumidor, já que estarão expostas nas embalagens: a espécie de café, o ponto de torra e a denominação “fora de tipo” caso o produto não consiga atingir os padrões mínimos de cafeína, extrato aquoso e a nota de qualidade global da análise sensorial estabelecidos pela Portaria. A rigor o que se busca é a garantia da qualidade do café torrado para todos os tipos de cafés. Atualmente, na comercialização desse produto, os consumidores baseiam-se na qualidade expressa na embalagem ou na fidelidade a uma marca, onde se cria uma expectativa positiva sobre o café que se pretende consumir. “A nova regra vem ao encontro dos objetivos do Ministério, que é assegurar a oferta de produto de qualidade e seguro ao consumo e ao mesmo tempo estimular o desenvolvimento sustentável de toda a cadeia produtiva e uma concorrência leal no mercado”, explica o coordenador-geral de Qualidade Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária, Hugo Caruso. Indústria em preparação Embora a indústria tenha um ano e meio para se adequar, algumas empresas já se anteciparam e estão prontas para atender às novas exigências. O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Pavel Cardoso, disse que desde outubro do ano passado as indústrias estão se movimentando para providenciar a nova rotulagem. “Acredito que em abril ou maio o mercado já terá produtos expostos com a nova identidade”, afirmou. As embalagens impressas antes do início da vigência do padrão continuam válidas até meados de 2024. Mas a partir de agora, novos rótulos encomendados devem trazer as informações obrigatórias. Cardoso contou que a Abic adotou o Selo de Pureza em 1989, seguindo resolução da Anvisa, que já previa no máximo 1% de impurezas naturais da lavoura presentes no produto. Em 2004, a associação lançou o Programa de Qualidade do Café, que classifica e diferencia quatro categorias de café a partir de análise sensorial: gourmet, superior, tradicional e extraforte. De acordo com Cardoso, em função da nova Portaria, os dois programas de certificação da Abic serão unificados e a concessão do selo será mais rigorosa. Os cafés “fora de tipo”, por exemplo, não poderão receber o selo da instituição. A Abic continuará atuando como certificadora do café torrado e, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária, vai ampliar o monitoramento do mercado visando coibir a prática de adulteração e fraude dos produtos, indicando, aos organismos de fiscalização, os produtos que não atendam à legislação. Corresponsabilidade Com a nova portaria, a responsabilidade pela venda de produto adulterado será compartilhada entre os produtores de café e o varejo. “Até então não havia um dispositivo de corresponsabilidade pela compra de café fraudado. É uma vitória avassaladora da indústria”, afirmou. Na prática, essa medida deve coibir a venda de produtos irregulares e elevar o padrão de qualidade do café. Outras mudanças A Portaria 570 vai permitir que órgãos de defesa do consumidor possam atuar em denúncias de fraude no produto. As torrefações deverão se registrar junto ao Ministério da Agricultura por meio do Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários (Sipeagro). Em relação à classificação do produto, que será obrigatória, as empresas terão as opções de terceirizar o processo, contratando uma empresa já credenciada no Ministério, ou implantar seus processos próprios processos, com classificadores e laboratórios internos. Neste caso, será necessário apresentar um manual de boas práticas ao Ministério. Se aprovado, as indústrias poderão classificar na frequência e maneira que acharem mais conveniente dentro do seu fluxo produtivo. Ainda de acordo com a portaria, pessoa física ou jurídica, incluindo o microempreendedor individual, que processe ou embale café e realize a venda direta ao consumidor final, efetuada no próprio estabelecimento de elaboração ou produção, em feiras livres, por meio de comércio eletrônico ou para cafeterias, fica facultada a apresentação do Documento de Classificação, desde que assegurada a conformidade, identidade e qualidade do produto conforme previsto no documento. Informações à imprensaAna Maio e Patrícia Távoraimprensa@agro.gov.br Curadoria: Boi a Pasto

O Futuro do uso de dados no Agronegocio

Brasil é um dos líderes dentre os países que mais realizam inovação e pesquisa científica na agricultura; grandes feitos ocorreram entre os anos 60 aos anos 2000 O setor do agronegócio possui uma grande tradição em pesquisa analítica com uso de dados. Foi assim que impulsionamos a revolução verde, conhecida também como a terceira grande revolução da agricultura – período de grande expansão na produção de alimentos nos anos 70 e 80 -, que foi em grande parte fruto de análise de dados e modelagem estatística. Muitas das técnicas de modelagem usadas hoje, a exemplo da análise de experimentos e de variância, apareceram ou foram aperfeiçoadas nesse período por demanda das aplicações no setor agro. E o Brasil é um dos líderes dentre os países que mais realizam inovação e pesquisa científica na agricultura. Grandes feitos da pesquisa científica brasileira na agricultura ocorridos nos anos 60 aos anos 2000, como a domesticação e expansão da soja no Cerrado, o controle do cancro cítrico e a criação de um dos maiores programas globais de energia renovável – a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar – só foram possíveis graças ao uso de dados e modelagem estatística. Como uma amostra dessa relevância, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) recebeu mais de três bilhões de reais em verbas federais para investimento em pesquisa e inovação agropecuária em 2022. No âmbito da economia digital, tecnologias como a agricultura de precisão, pesquisa genética contínua e mecanismos de proteção financeira, e a sofisticação dos produtos financeiros como o mercado de derivativos e de seguros, só são escaláveis com uso intensivo de dados e modelos matemáticos e estatísticos. Em um espectro mais amplo, até as recentes demandas da sociedade como rastreabilidade da cadeia, monitoramento e segurança alimentar e o controle sobre atividades de sustentabilidade ambiental são essencialmente cadeias de informações não-estruturadas. A combinação dados e agricultura, por sinal, é protagonista nas principais pautas da sociedade atual, como a segurança alimentar e a sustentabilidade sócio-ambiental. A segurança alimentar é um desafio devido ao cenário de estrangulamento da cadeia de suprimentos. Os desencaixes logísticos, consequência dos efeitos da COVID-19, afetam tanto a disponibilidade e preços dos insumos como sementes, defensivos e fertilizantes, como também a distribuição e processamentos dos produtos. Para dimensionar o problema, no Brasil, é estimado o retrocesso de mais de uma década de programas de erradicação da fome e miséria no período de 2019 a 2022. Para combater esse retrocesso, precisamos reorganizar a cadeia, identificar os pontos de gargalo de logística e armazenamento e digitalizar os dados “da porteira para dentro”, como detalhamento do histórico de produtividade, característica do solo e maquinário, tipos de cultura, entre outros, para conectar os produtores com melhores fontes de financiamento, otimização na compra de insumos e melhora na distribuição dos seus produtos. Fora as demandas urgentes de segurança alimentar, as pautas de responsabilidade social e ambiental, em especial relacionadas às demandas por descarbonização dos processos produtivos e compensação das emissões de gases do efeito estufa, também são um assunto que tende a ser amplamente discutido. Dentre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da ONU, fora a questão do combate à fome, podemos destacar o agronegócio naqueles relacionados ao consumo e produção conscientes, mudanças climáticas e agricultura sustentável. Assim, a inovação em modelos de predição relacionados ao agro se torna fundamental, objetivando a sustentabilidade e as questões sociais. Em ambos os temas citados, dados e análises são os principais mecanismos de identificação e valoração das iniciativas individuais, como o levantamento global para uso em políticas públicas. Buscando a coleta e análise de informações, bem como a implementação de soluções cada vez mais sofisticadas, podemos esperar protagonismo das empresas especialistas em dados e das agtechs no futuro do agronegócio, setor de crescente importância na agenda mundial. Fonte: Compre Rural Curadoria: Boi a Pasto

Darcy Ribeiro quis unir floresta e escola em um Brasil inclusivo

Nascido há 100 anos, pensador encarnou utopia de país que foi travada pela estupidez Darcy Ribeiro dedicou-se a incontáveis tarefas em sua riquíssima trajetória pessoal e profissional, todas unidas por sua paixão pelo Brasil. Filho da geração modernista de 1922, ele norteou seu projeto inclusivo de país pelo desejo de combinar natureza e cultura, a contribuição indígena e a europeia, fórmula utópica e poderosa hoje sob ataque nas celebrações do centenário do pensador. Quando ocorreu o velório de Glauber Rocha em 1981, no Parque Lage, no Rio de Janeiro, a comoção foi enorme. Morria ali não apenas o cineasta de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964) e “Terra em Transe” (1967), mas uma rara força de imaginação crítica sobre o Brasil. Em meio à consternação, um homem aparentando cerca de 60 anos, perto do caixão, começou a falar, com semblante concentrado e sério, olhos apartados, não sei se por causa da tristeza do momento ou pela luminosidade do dia. Pode-se ver a cena no belo documentário de Silvio Tendler. O homem tem no tom de sua voz e no conteúdo das palavras uma firmeza certeira que está à altura do significado do acontecimento para o país. Dizia que Glauber foi capaz de gozos e excessos, porém mais ainda de dor, da nossa dor. Conta que um dia Glauber passou a manhã inteira chorando junto a ele, um choro que todos devíamos chorar: a dor de todos os brasileiros, as crianças com fome, o país que não deu certo, a brutalidade, a estupidez, a mediocridade, a tortura. Diz que os filmes de Glauber são um lamento, um grito, um berro e que esta é a herança por ele deixada: indignação. Ele foi o mais indignado de nós. Indignado com o mundo tal qual é. Isso porque, também mais que nós, Glauber podia ver o mundo que podia ser. O homem que dizia tudo isso era Darcy Ribeiro —e, se o dizia com segurança, é porque as palavras poderiam descrevê-lo também. Darcy foi muitas coisas na sua vida, e ele mesmo confessava isso: antropólogo, etnólogo indigenista, professor, educador, reitor, militante, ministro, senador, romancista. Nada disso, entretanto, dava-lhe, ao olhar no espelho, a imagem difusa de quem não se identifica. O que conferia unidade à variedade era, à semelhança do que enxergara na imagem de Glauber, a paixão e a luta pelo Brasil, que, sem renunciarem a gozos e alegrias, sabem sentir a dor e a tristeza do país, por tudo o que é e poderia ser: “O Brasil como Problema” (1995), como diz o título de um livro seu. Também ele viveu a modernidade do século 20, como observava sobre Glauber, oscilando em um pêndulo entre desespero e esperança. Darcy nasceu em Minas Gerais em outubro de 1922, poucos meses após o evento mais famoso do movimento cultural do modernismo no Brasil, a Semana de 22, em fevereiro daquele ano. Curiosamente, ele encarnou, com tons heroicos ao longo da vida, um ideário modernista que juntava o esforço intelectual teórico a um projeto de nação para o Brasil. Como Mário e Oswald de Andrade, mas também como Glauber, sua vida criativa esteve em estreita relação com sua terra. O projeto de Brasil pensado por Darcy poderia ser resumido —confirmando que pelo nome modernismo pode-se entender tanto apenas o movimento artístico de vanguarda paulista dos anos 1920 quanto um pensamento de que ele é parte e diz respeito, mais amplamente, ao processo de modernização do país— na sucinta fórmula escrita por Oswald de Andrade em seu “Manifesto da Poesia Pau-Brasil” (1924): a floresta e a escola. Cifrava-se, aí, a expectativa de que a formação do Brasil aproximasse a natureza da cultura e combinasse a contribuição indígena nativa da floresta à contribuição europeia urbana da escola. Darcy Ribeiro foi a tentativa veemente de fazer no Brasil esse projeto inclusivo de formação. E o foi não apenas em suas pesquisas e seus livros, mas nas falas e na vida. Sua trajetória teórica foi dedicada a refletir, apaixonadamente, sobre “o povo brasileiro”, título de seu último livro (1995); povo gestado “da confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios silvícolas e campineiros e com negros africanos, uns e outros aliciados como escravos”. Empenhou-se, de acordo com um evolucionismo de tons utópicos, em construir na materialidade social um país à altura dessa mistura, na combinação de floresta e escola. Viveu quase dez anos junto a aldeias indígenas do Pantanal e da Amazônia, entre 1947 e 1956. Teve contato com os kadiwéus, no sul do Mato Grosso, e os urubu-kaápor, no norte. Sua curiosidade sobre eles era mais que um mero ofício ou trabalho, enraizando-se em uma sensibilidade estética rara. “Eu queria compreender seu veemente desejo de beleza, expresso em cada um dos seus artefatos, feitos com muito mais primor que o necessário para cumprir sua função utilitária”, dizia, porque “a função verdadeira que os índios buscam em seus fazimentos é a beleza”. Romanticamente, Darcy via nos índios mais carinho que briga e mais harmonia que violência, na relação entre si e com a natureza. Nos títulos de seus livros antropológicos dessa época, fica evidente o que chamava sua atenção: “Kadiwéu: Ensaios Etnológicos sobre o Saber, o Azar e a Beleza” (1950), “Culturas e Línguas Indígenas do Brasil” (1957) e “Arte Plumária dos Índios Kaapo” (1957). Há saber, beleza, cultura, língua e arte. Para Darcy, os povos indígenas não eram um objeto de estudo somente, mas um motivo de encantamento e de fascinação. Sua produção não seria despersonalizada ou mercantilizada. Manteria a criatividade. Em uma formulação emblemática, Darcy vê se expressar nas relações sociais entre os índios e deles com a natureza uma “vontade de beleza”. Essa relação dos povos indígenas com a natureza, que Darcy identificou e valorizou desde a década de 1940, ganha ainda mais relevância no século 21, ou seja, quando o modelo civilizatório da modernidade ocidental consuma sua destruição do meio ambiente, ameaçando a vida de toda a humanidade. Sem o alarde que só poderia aparecer depois da conscientização sobre o aquecimento global e o colapso climático, Darcy enaltecia o contato dos índios com

Empresas precisam de uma nova cultura de sustentabilidade; leia o artigo

Já se criou até o termo inovabilidade para se referir à inovação que busca a sustentabilidade O conceito da sustentabilidade e o ESG (governança ambiental, social e corporativa, na sigla em inglês) têm dominado grande parte da pauta de encontros empresariais, seminários e congressos de negócios. O discurso garante não ser apenas mais um modismo, como tantos outros no passado, e sim um conceito que teria vindo para ficar, até porque não teríamos escolha, se quisermos salvar o planeta. Para maior compreensão e melhor avaliação da sigla, é importante entender a amplitude do conceito de sustentabilidade, que pode ser olhado em três horizontes. No primeiro, no extremo, deveríamos repensar valores da sociedade, padrões de consumo, o conceito da obsolescência planejada, e nos perguntarmos até quando o planeta suporta esse modelo, que é hoje o motor do crescimento. No segundo, num plano intermediário, as empresas passam a redefinir os seus modelos de negócios, com mudanças importantes direcionadas pela tecnologia, onde a sustentabilidade seja um vetor relevante. Um exemplo é o da Volkswagen, que divulgou recentemente que agora considera como concorrentes as empresas de tecnologia, e não mais as outras montadoras. Nesse horizonte estão as tecnologias disruptivas, como a inteligência artificial, a internet das coisas, a computação quântica, o blockchain e o metaverso, que vêm permitindo inovações transformadoras em processos, produtos e modelos. É um cardápio que permite variadas combinações e distintas abrangências. Num terceiro horizonte, uma realidade mais próxima e mais difundida, estão os esforços crescentes para desenvolver soluções e iniciativas que olhem o ESG. É a inovação incremental que permite essa evolução. A pauta ambiental, por exemplo, oferece inúmeras dores e oportunidades para a busca de soluções novas. Já se criou até o termo inovabilidade para se referir à inovação que busca a sustentabilidade. A inovação aberta, parcerias com startups, como as ESG Techs, podem ajudar as empresas. E aqui é necessário frisar a importância da aprovação da Lei das Startups (Lei Complementar n.º 182/2021) em 2022. As empresas precisam transformar essa pauta em cultura para que ela permeie os novos modelos de negócios. Os setores público e privado devem trabalhar juntos para evitar excessos na legislação, buscar eficiência nos licenciamentos, equilíbrio e ponderação nas fiscalizações e oferecer estímulos à inovabilidade. É a melhor maneira de transformar o que muitas vezes ainda é visto como moda, ou como um fardo a carregar, em um compromisso espontâneo e duradouro. Fonte: O Estadão Curadoria: Boi a Pasto

Alckmin fala em criar Secretaria de Economia Verde e retomar ‘reindustrialização’

Vice-presidente toma posse como Ministro da Indústria em cerimônia concorrida no Palácio do Planalto O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), tomou posse nesta quarta-feira, 4, como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e prometeu retomar a política de “reindustrialização’ alinhada com práticas de economia verde como condição para o crescimento sustentável do País. Ele disse que vai criar uma Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria para dar apoio na retomada da agenda da competitividade. A área trabalhará em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva. “Essa é uma agenda prioritária, inclusive para assegurar competitividade do produto nacional. A politica precisa estar em sintonia com necessidade da economia mundial. A sociobiodiversidade será ponto de partida da nova política industrial, algumas frentes nessa natureza incluem complexo industrial da saúde, energias renováveis, hidrogênio verde e mobilidade”, disse. Numa das cerimônias de posse mais prestigiadas a ocorrer no Palácio do Planalto, com filas que se formaram às 9 horas para o evento que só ocorreria às 11h, Alckmin prometeu tocar a agenda de interesse dos empresários, que inclui financiamento, simplificação tributária e redução do custo Brasil. Após a posse, foi cercado por dezenas de convidados que se espremiam em busca de fotos, apertos de mão e uma chance de falar com o ministro. Até mesmo apoiadores do governo com bonés do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) entraram na disputa para se aproximar dele. Segundo Alckmin, os desafios relacionados às cadeiras de fornecimento e preservação do meio ambiente se proliferam e impactam nos fluxos internacionais de comércio. O vice-presidente ainda afirmou que o País dará exemplos positivos no processo de desenvolvimento verde. Para isso, a Secretaria de Economia Verde deve funcionar como um anteparo a sanções internacionais por causa do desmatamento, assim como terá a atribuição de atrair investimentos internacionais no que Alckmin chamou de “protecionismo” a partir da questão climática. “O Brasil pode ser e será o grande protagonista no processo de descarbonização da economia global”, disse Alckmin. “Os desafios relacionados às cadeias de fornecimentos se proliferam e impactam fluxos de comércio.O Brasil de agora dará exemplos positivos, enfrentará riscos de maneira construtiva. Estamos seguros de uma maior integração do comércio exterior brasileiro no mundo. O comércio exterior é fundamental para fortalecer indústria e serviços no País”, completou. De acordo com Alckmin, o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) será a principal alavanca do ministério na retomada da industrialização e da política de desenvolvimento social no País. O ministro-presidente disse ainda que o banco deve atuar como um vetor da economia verde no País com investimentos. Ele ainda apontou a reforma tributária a ser desenhada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), como um dos pontos de interesse da sua gestão no ministério por permitir a elevação do Produto Interno Bruto (PIB) e a eficiência econômica. O vice-presidente e agora ministro ainda elogiou uma das primeira medidas do novo governo na área, que, segundo ele, deve ditar o ritmo das articulações na pasta: a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNI), que criará uma mesa de discussões e negociações entre os setores público e privado. Alckmin ainda reservou uma parte do discurso para criticar a política econômica do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi tocada pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes. O antigo titular da economia acumulou funções no seu chamado “superministério” que estrutura do MDIC. O ministro-presidente disse que será necessário “reconstruir” a ações industriais. “Reconstrução porque depois de 4 anos de descaso, de má gestão e de desalinho dos reais problemas brasileiro, o presidente Lula, com acerto, determinou a recriação do MDIC como uma medida fundamental para ao Brasil retomar o caminho do desenvolvimento, como já aconteceu em seus governos bem sucedidos”, afirmou. Na disputa plateia formada no Salão Oeste do Planalto estivem nomes influentes no mercado financeiro, como o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente em exercício do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (União Brasil-PB), e o ex-presidente José Sarney (MDB) também estiveram presentes, numa das poucas cerimônias de posse de ministros com autoridades dessa estatura política. A nomeação de Alckmin para comandar a pasta do Desenvolvimento se deu após dificuldades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em convencer outros nomes a assumir o posto. Em dezembro, o petista convidou o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, para integrar o governo, mas recebeu negativa diante da crise que o industrial enfrentava dentro da organização por tentativas do ex-presidente Paulo Skaf de tentar demovê-lo da presidência. Como alternativa, ainda em dezembro Lula convidou o presidente do Conselho de Administração do grupo Ultra, Pedro Wongtschowski, que também declinou da proposta por divergências com o posicionamento econômico anunciado pelo governo de transição até aquele momento. O executivo é um ávido defensor de políticas de concessão e privatização, numa toada liberal, que foram rechaçadas pelo plano de gestão petista. Durante a formação dos ministérios, Lula chegou a dizer que em seu novo mandato “vão acabar as privatizações” no País. Sem um homem forte e com aceitação do mercado para ocupar o posta, Lula indicou o seu vice para a pasta, num recuo da posição adotada ainda na primeira leva de anúncios de ministros. Durante o período de transição de governo foi especulada a possibilidade de Alckmin assumir a pasta da Defesa, ao que Lula respondeu com a assertiva de que seu companheiro de chapa nas eleições não acumularia funções. “Eu fiz questão de colocar o Alckmin como coordenador para que ninguém pensasse que o coordenador vai ser ministro. Ele não disputa vaga de ministro porque é o vice-presidente”, disse Lula. Como mostrou o Estadão, o MDIC será um dos ministérios mais fortes do terceiro governo Lula. A pasta sob o guarda-chuva de Alckmin coordenará as ações do BNDES e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). O vice-presidente ainda pode acumular no ministério as atribuições de planejar e elaborar metas de longo e médio prazo. O BNDES será presidido pelo ex-ministros de gestões petistas Aloízio Mercadante (PT).

Marina assume ministério do meio-ambiente e anuncia secretaria especial contra desmatamento

Em cerimônia prestigiada no Palácio do Planalto, nova ministra do Meio Ambiente assume com promessa de recuperar protagonismo brasileiro A deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) assumiu, nesta quarta-feira (4), o comando do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática. Em cerimônia prestigiada, realizada no Palácio do Planalto, ela fez duras críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL) e anunciou as primeiras medidas no comando da pasta – dentre elas, a criação de uma secretaria extraordinária de combate ao desmatamento. Marina retorna ao cargo que deixou em 2008, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em meio a atritos com outras pastas e alegações de falta de apoio no governo. A reaproximação entre os dois se deu durante campanha eleitoral de 2002, no enfrentamento a Bolsonaro, e com as sinalizações do petista de maior protagonismo da agenda ambiental em um novo governo. A cerimônia que marcou o retorno de Marina Silva ao Poder Executivo teve amplo simbolismo e contou com a presença de figuras centrais da política nacional, como o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que mais cedo assumiu o comando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), além de outros ministros da nova gestão e parlamentares. Durante sua fala, Marina Silva acenou para a necessidade de protagonismo do Brasil nas questões ambientais em fóruns internacionais e também a nível interno. Como exemplo, a ministra citou o Acordo de Paris, compromisso mundial assinado por 195 países que prevê metas para redução da emissão de gases do efeito estufa. “O governo brasileiro, que sempre foi protagonista nessa discussão, não se furtará em exercer esse papel de liderança nacional e internacional”, disse. Para tanto, Marina definiu as políticas públicas em meio ambiente como “elemento estratégico do estado brasileiro na relação com a sociedade”. Segundo Marina, a promoção de temas ambientais a nível federal passa necessariamente por uma política de transversalidade. Citando o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), ela defendeu abordagens a partir de diferentes aspectos sob a visão e o trabalho desenvolvido por cada ministério, sem se tratar, portanto, de um tema restrito a uma única pasta.  ministério também promoverá a gestão compartilhada de recursos pesqueiros e gestão ambiental no meio rural, como forma de conter o enfraquecimento da gestão pública na área ambiental dos últimos anos. Também será criado um conselho sobre mudança do clima, sob a liderança de Lula. “A diretriz passa por recuperar, fortalecer e criar arcabouço institucional para tratar o tema com a participação de todas as instâncias governamentais na esfera federal, estadual e municipal, além de representantes do setor produtivo, acadêmico e da sociedade civil”, argumentou. “Haverá tensões, mas as visões setorais vão refletir em uma perspectiva mais integradora”, explicou. Além da participação interministerial, a nova estrutura do Ministério do Meio Ambiente traz para si a Agência Nacional de Águas e o Serviço Florestal Brasileiro como parte do arcabouço institucional do novo governo. Em caráter provisório ela anunciou a criação da Secretaria Extraordinária do Desmatamento e Ordenamento Territorial e Fundiário, como forma de frear irregularidades que nos últimos anos tenham resultado em prejuízos ambientais. A estrutura será desfeita caso cumpra a missão de acabar com a destruição da Amazônia. “Quando chegarmos ao desmatamento zero, não precisará da Secretária Extraordinária de Desmatamento. Então, esse secretário sabe que a taxa de sucesso dele será medida no dia que o presidente extinguir a secretária extraordinária de desmatamento”, afirmou. Segundo Marina, em breve a pasta contará também com a Autoridade Nacional de Mudança Climática, a ser criada até março, e uma Secretaria de Bioeconomia, que trabalhará temas envolvendo o potencial de biodiversidade e ativos ambientais. Marina apresentou o compromisso de recuperar 12 milhões de hectares degradados e gerar 260 mil novos empregos. Segundo ela, tal medida poderia fomentar a economia dessas áreas e enfraquecer o garimpo ilegal. A ministra ainda reforçou o compromisso da pasta em “fazer jus ao compromisso de tirar o Brasil do mapa da fome”. “É impossível cuidar da biodiversidade sem a participação da sociedade. Para isso, é preciso controle e participação social”, disse. “Que a gente passe a ter o melhor cartão de visitas. Aqui será o endereço para produtos de base sustentável. Com empresários, trabalhadores, cada um de nós”, disse. A nova ministra assume com a promessa de recuperar a imagem do Brasil no exterior em questões ambientais, atrair novos investimentos para o país e abrir o mercado nacional a partir de sinais claros de preservação ambiental. “Vamos ter uma ação que respeita o multilateralismo, mas vamos atuar internamente para que o Brasil volte, em lugar de ser um pária ambiental, ser um país que vai nos ajudar a fazer com que a gente consiga finalizar o acordo do Mercosul (com a União Europeia)”, afirmou. “Que a gente consiga trazer os investimentos, que a gente consiga abrir os mercados para os nossos produtos. Que a gente deixe de ser o pior cartão de visitas para os nossos interesses”, prosseguiu. A ministra reconheceu que haverá “tensões” internas, mas acrescentou que o papel de seu ministério não é “ser um entrave às justas expectativas de desenvolvimento social, mas facilitador” de que isso ocorra sem atacar o meio ambiente. Com capital político próprio e visibilidade internacional, ela vai comandar uma área que vai ser acompanhada de perto no exterior e ela própria será uma espécie de baliza do sucesso do governo Lula 3 em conciliar interesses, como o de ambientalistas e o do importante setor do agronegócio. Marina disse que o governo brasileiro não se furtará a exercer um papel de liderança nacional e internacional frente à emergência climática que se impõe, que tem como mais atingidos os mais pobres, lembrou. Ela fez duras críticas à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na área ambiental e mencionou declaração do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP), deputado federal eleito para a próxima legislatura, durante uma reunião ministerial sobre “passar a boiada”. “Boiadas se passaram nos lugares onde deveriam passar apenas políticas de proteção ambiental”, disse. Durante o governo Bolsonaro, diversas políticas ambientais foram desmontadas,

Avicultura gaúcha lança aplicativo para unificar a comunicação do setor

Ferramenta vai concentrar canais de comunicação, módulos de serviços e informações extras sobre o setor Atentos aos avanços da informação e da comunicação, o setor avícola gaúcho decidiu aumentar a sua presença no meio digital com o lançamento de um aplicativo (app). Com nome provisório de “Avicultura RS ON”, a plataforma estará disponível a partir do dia 15 de fevereiro, quando será oficialmente apresentada à cadeia produtiva da avicultura gaúcha.  O objetivo do app é concentrar um centro de acesso aos canais de comunicação, módulos de serviços e informações referentes ao segmento. No aplicativo, será possível acessar notícias em tempo real, cenários e estatísticas, newsletter, revista Asgav/Sipargs, fornecedores credenciados, contatos dos órgãos oficiais, eventos setoriais e outras informações complementares. Entidades como a Organização de Avicultura do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs), Programa Ovos RS, Comitê Estadual de Sanidade Avícola do Estado do Rio Grande do Sul (Coesa-RS) irão abastecer a plataforma com conteúdos e esclarecimentos importantes para o setor. O presidente executivo da OARS, José Eduardo dos Santos, comentou que a tecnologia é uma obstinação da área, integrando as rotinas produtivas dos alimentos e também melhorando e otimizando os canais de comunicação da avicultura do RS. “O aplicativo vem para somar a um trabalho cada vez mais consolidado do setor no universo virtual. É também uma consequência evolutiva da atuação forte da avicultura das redes sociais, que cada vez aumenta o engajamento junto aos elos da cadeia e também aos consumidores”, relatou. Sucesso nas redes sociais A avicultura gaúcha termina 2022 com destaque nas mídias digitais. O motivo desta informação é o sucesso do setor nas redes sociais e no site. O relatório de engajamento nas redes sociais no período de janeiro a dezembro de 2022 indicou uma expansão tanto nos dados referentes ao alcance, quanto nos índices de visualização das redes da Asgav e do Programa Ovos RS. O instagram foi a rede com aumento mais expressivo. O instagram Asgav registrou alcance acima de 300 mil pessoas, um crescimento de 28,2% de janeiro a dezembro deste ano. O número de visitas ao perfil passou de 9 mil, quase 98% de alta durante o período. Já o instagram do Programa Ovos RS fechou o ano com alcance acima de 306 mil pessoas, e registrou um aumento de 65% no número de visitantes ao perfil, somando mais de 10,5 mil visitantes no período. O site da Asgav também finaliza 2022 com saldo positivo, contabilizando mais de 94 mil visitas no exercício, 61,63% a mais do que as realizadas em 2021. A entidade ainda registra aumento de alcance nos sites Ovos RS, Ovos Plus Quality e COESA-RS. “É resultado de um trabalho diário de relacionamento que visa atingir não apenas o setor, mas todos aqueles ligados indiretamente com avicultura e também os consumidores”, disse José Eduardo dos Santos, presidente executivo da OARS. Fonte: AviSite Curadoria: Boi a Pasto