O Futuro do uso de dados no Agronegocio
Brasil é um dos líderes dentre os países que mais realizam inovação e pesquisa científica na agricultura; grandes feitos ocorreram entre os anos 60 aos anos 2000 O setor do agronegócio possui uma grande tradição em pesquisa analítica com uso de dados. Foi assim que impulsionamos a revolução verde, conhecida também como a terceira grande revolução da agricultura – período de grande expansão na produção de alimentos nos anos 70 e 80 -, que foi em grande parte fruto de análise de dados e modelagem estatística. Muitas das técnicas de modelagem usadas hoje, a exemplo da análise de experimentos e de variância, apareceram ou foram aperfeiçoadas nesse período por demanda das aplicações no setor agro. E o Brasil é um dos líderes dentre os países que mais realizam inovação e pesquisa científica na agricultura. Grandes feitos da pesquisa científica brasileira na agricultura ocorridos nos anos 60 aos anos 2000, como a domesticação e expansão da soja no Cerrado, o controle do cancro cítrico e a criação de um dos maiores programas globais de energia renovável – a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar – só foram possíveis graças ao uso de dados e modelagem estatística. Como uma amostra dessa relevância, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) recebeu mais de três bilhões de reais em verbas federais para investimento em pesquisa e inovação agropecuária em 2022. No âmbito da economia digital, tecnologias como a agricultura de precisão, pesquisa genética contínua e mecanismos de proteção financeira, e a sofisticação dos produtos financeiros como o mercado de derivativos e de seguros, só são escaláveis com uso intensivo de dados e modelos matemáticos e estatísticos. Em um espectro mais amplo, até as recentes demandas da sociedade como rastreabilidade da cadeia, monitoramento e segurança alimentar e o controle sobre atividades de sustentabilidade ambiental são essencialmente cadeias de informações não-estruturadas. A combinação dados e agricultura, por sinal, é protagonista nas principais pautas da sociedade atual, como a segurança alimentar e a sustentabilidade sócio-ambiental. A segurança alimentar é um desafio devido ao cenário de estrangulamento da cadeia de suprimentos. Os desencaixes logísticos, consequência dos efeitos da COVID-19, afetam tanto a disponibilidade e preços dos insumos como sementes, defensivos e fertilizantes, como também a distribuição e processamentos dos produtos. Para dimensionar o problema, no Brasil, é estimado o retrocesso de mais de uma década de programas de erradicação da fome e miséria no período de 2019 a 2022. Para combater esse retrocesso, precisamos reorganizar a cadeia, identificar os pontos de gargalo de logística e armazenamento e digitalizar os dados “da porteira para dentro”, como detalhamento do histórico de produtividade, característica do solo e maquinário, tipos de cultura, entre outros, para conectar os produtores com melhores fontes de financiamento, otimização na compra de insumos e melhora na distribuição dos seus produtos. Fora as demandas urgentes de segurança alimentar, as pautas de responsabilidade social e ambiental, em especial relacionadas às demandas por descarbonização dos processos produtivos e compensação das emissões de gases do efeito estufa, também são um assunto que tende a ser amplamente discutido. Dentre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da ONU, fora a questão do combate à fome, podemos destacar o agronegócio naqueles relacionados ao consumo e produção conscientes, mudanças climáticas e agricultura sustentável. Assim, a inovação em modelos de predição relacionados ao agro se torna fundamental, objetivando a sustentabilidade e as questões sociais. Em ambos os temas citados, dados e análises são os principais mecanismos de identificação e valoração das iniciativas individuais, como o levantamento global para uso em políticas públicas. Buscando a coleta e análise de informações, bem como a implementação de soluções cada vez mais sofisticadas, podemos esperar protagonismo das empresas especialistas em dados e das agtechs no futuro do agronegócio, setor de crescente importância na agenda mundial. Fonte: Compre Rural Curadoria: Boi a Pasto
Programa de melhoramento genético vai elevar produção de carne e leite
Executado pela Emater-DF, Seagri e Conafer, Mais Pecuária Brasil começa a atender pecuaristas da capital Pecuaristas do Distrito Federal poderão ter acesso a um programa de melhoramento genético dos rebanhos, que pode aumentar a produção de carne e leite. Trata-se do Mais Pecuária Brasil, projeto que começou a ser executado em quatro propriedades, fruto de um trabalho conjunto da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), da Secretaria de Agricultura (Seagri-DF) e da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). O programa começou em Mato Grosso e atualmente está sendo executado em mais de dois mil municípios brasileiros. A Emater-DF incluiu a iniciativa no planejamento para beneficiar produtores em todo o Distrito Federal. O contrato com a Conafer, firmado por meio da Seagri, tem duração de quatro anos, podendo ser prorrogado por mais quatro. De acordo com o zootecnista Maximiliano Cardoso, coordenador do programa de Ruminantes e Equídeos da Emater-DF, os extensionistas da empresa estão escolhendo as propriedades onde o programa é viável. Produtores dos núcleos rurais Jardim e Tabatinga, localizados nas regiões administrativas do Paranoá e de Planaltina, respectivamente, receberam a visita dos técnicos no início desta semana. “Além da melhoria da produção, o melhoramento genético pode elevar o valor dos animais”, enumera Cardoso. O extensionista da Emater ressalta que o trabalho é multidisciplinar: “Temos técnicos de várias áreas atuando, pois é necessário avaliar a nutrição dos animais, sanidade do rebanho, adequação das instalações, viabilidade econômica, enfim, todos os aspectos importantes para o sucesso do projeto”. Recentemente, a Emater adquiriu dois aparelhos de ultrassom veterinário, o que vai facilitar ainda mais o trabalho. “Quem executa o serviço são os técnicos da Conafer, mas nós damos todo o suporte necessário”, explica Cardoso. *Com informações da Emater-DF Fonte: Agência Brasilia Curadoria: Boi a Pasto
Empresas precisam de uma nova cultura de sustentabilidade; leia o artigo
Já se criou até o termo inovabilidade para se referir à inovação que busca a sustentabilidade O conceito da sustentabilidade e o ESG (governança ambiental, social e corporativa, na sigla em inglês) têm dominado grande parte da pauta de encontros empresariais, seminários e congressos de negócios. O discurso garante não ser apenas mais um modismo, como tantos outros no passado, e sim um conceito que teria vindo para ficar, até porque não teríamos escolha, se quisermos salvar o planeta. Para maior compreensão e melhor avaliação da sigla, é importante entender a amplitude do conceito de sustentabilidade, que pode ser olhado em três horizontes. No primeiro, no extremo, deveríamos repensar valores da sociedade, padrões de consumo, o conceito da obsolescência planejada, e nos perguntarmos até quando o planeta suporta esse modelo, que é hoje o motor do crescimento. No segundo, num plano intermediário, as empresas passam a redefinir os seus modelos de negócios, com mudanças importantes direcionadas pela tecnologia, onde a sustentabilidade seja um vetor relevante. Um exemplo é o da Volkswagen, que divulgou recentemente que agora considera como concorrentes as empresas de tecnologia, e não mais as outras montadoras. Nesse horizonte estão as tecnologias disruptivas, como a inteligência artificial, a internet das coisas, a computação quântica, o blockchain e o metaverso, que vêm permitindo inovações transformadoras em processos, produtos e modelos. É um cardápio que permite variadas combinações e distintas abrangências. Num terceiro horizonte, uma realidade mais próxima e mais difundida, estão os esforços crescentes para desenvolver soluções e iniciativas que olhem o ESG. É a inovação incremental que permite essa evolução. A pauta ambiental, por exemplo, oferece inúmeras dores e oportunidades para a busca de soluções novas. Já se criou até o termo inovabilidade para se referir à inovação que busca a sustentabilidade. A inovação aberta, parcerias com startups, como as ESG Techs, podem ajudar as empresas. E aqui é necessário frisar a importância da aprovação da Lei das Startups (Lei Complementar n.º 182/2021) em 2022. As empresas precisam transformar essa pauta em cultura para que ela permeie os novos modelos de negócios. Os setores público e privado devem trabalhar juntos para evitar excessos na legislação, buscar eficiência nos licenciamentos, equilíbrio e ponderação nas fiscalizações e oferecer estímulos à inovabilidade. É a melhor maneira de transformar o que muitas vezes ainda é visto como moda, ou como um fardo a carregar, em um compromisso espontâneo e duradouro. Fonte: O Estadão Curadoria: Boi a Pasto
Energia solar: governo analisa programa para facilitar acesso da população aos painéis de geração
Proposta do grupo de transição é de formular um modelo diferente para permitir o acesso a cada tipo de consumidor O governo Luiz Inácio Lula da Silva analisa a criação de um programa para facilitar o acesso da população, sobretudo os mais pobres, à chamada geração distribuída – modalidade em que o consumidor gera a própria energia elétrica a partir de fontes renováveis. O principal foco é a energia solar, com a instalação de painéis fotovoltaicos nas residências. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a proposta foi apresentada pelo grupo de transição ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em reunião nesta semana e foi bem recebida. A sugestão foi incluída no relatório final do Grupo de Trabalho de Minas e Energia da Transição como uma das medidas prioritárias a serem tomadas pelo novo governo. No documento, o grupo explica que o programa tem como objetivo permitir que populações vulneráveis tenham acesso à energia renovável de baixo custo. O prazo previsto para a implementação é de 100 dias. A ideia, ainda em discussão, seria formular um modelo diferente para permitir o acesso a cada tipo de consumidor. O programa poderia envolver, por exemplo, linhas de crédito com juros mais baixos para famílias de classe média e outras fontes de financiamento para comunidades mais vulneráveis. Contudo, ainda não há um formato fechado. “Prioritariamente o programa deverá contemplar escolas e postos de saúde públicos, consumidores de baixa renda, daqueles atendidos pelo Minha Casa, Minha Vida; favelas e cortiços, populações tradicionais, agricultura familiar, população atingida por barragens e assentamentos de programas de reforma agrária.” Nos últimos anos, a modalidade cresceu exponencialmente no País graças aos descontos nos custos de distribuição e transmissão concedidos para quem instala os sistemas. A avaliação, contudo, é que o alto custo ainda impossibilita que grande parte da população tenha acesso a essa modalidade de geração. “A implantação do programa possibilitará a redução do custo da energia elétrica para os consumidores a serem priorizados pelo programa. O resultado dessa economia poderá ser utilizado para aplicação em atividades produtivas e de subsistência”, explicou o GT no relatório. Alerta Também está no radar do GT o projeto de lei que prorroga, por seis meses, subsídios para novos projetos de geração distribuída, classificado como um ponto de alerta no relatório entregue ao Ministério de Minas e Energia (MME). O texto chegou a ser aprovado pela Câmara no final do ano passado, mas o GT de Minas e Energia articulou para barrar a votação no Senado. O relatório aponta que a proposta tem risco de impactar em mais de R$ 25 bilhões as tarifas dos consumidores até 2045. A proposta altera o novo marco legal da micro e minigeração distribuída, sancionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no ano passado. A lei determina que os consumidores que protocolarem pedidos de acesso à rede de distribuição até esta sexta-feira, 6, terão direito a manter os subsídios, conforme a regra atual. Para os demais, que solicitarem após esse prazo, a cobrança pelo uso dos sistemas de transmissão e distribuição, hoje bancados pelos demais consumidores, será gradual. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que o subsídio à geração própria de energia custará R$ 5,4 bilhões em 2023. Esse valor será pago pelos demais consumidores de energia, ou seja, por aqueles que não geram a própria energia. Fonte: O Estadão Curadoria: Boi a Pasto
BNDES financia R$ 3,5 bilhões em energia renovável
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou em financiamento de R$ 3,5 bilhões para projetos de geração de energia renovável nas fontes eólica e solar fotovoltaica, para os grupos Pan American Energy, Atlas Renewable Energy e Engie Brasil Energia. O crédito será por meio da linha BNDES Finem Geração de Energia, com prazo de 24 anos. Somadas, as usinas terão capacidade instalada de 1,5 gigawatts (GW), energia suficiente para atender 2,6 milhões de residências. Dos projetos que serão financiados, R$1,1 bilhão indexado em dólares americanos será para o complexo Solar Boa Sorte, que o grupo Atlas e a Hydro Rein estão implantando em Paracatu (MG). A usina terá 438 megawatts (MW) de capacidade instalada e fornecerá parte da energia gerada para a Albras, por meio de acordos de autoprodução. O complexo contará com 778 mil painéis solares e deve entrar em operação comercial em janeiro de 2025 Empreendimentos da Engie e da Pan American serão na Bahia Outros R$ 900 milhões serão destinados a oito das dez usinas do Complexo Eólico Novo Horizonte, do Grupo Pan American Energy. O empreendimento de 423 MW de capacidade ficará entre os municípios baianos de Novo Horizonte, Boninal, Brotas de Macaúbas, Ibitiara, Oliveira dos Brejinhos e Piatã. Ainda na Bahia, o banco financiará R$ 1,5 bilhão do Complexo Eólico Serra do Assuruá, que a Engie Brasil Energia está construindo em Gentio do Ouro. O complexo é formado por 24 parques eólicos com 188 aerogeradores da Vestas e terá capacidade instalada total de 846 MW. A entrada em operação comercial acontecerá de forma escalonada entre julho de 2024 e junho de 2025. Fonte: O Estadão Curadoria: Boi a Pasto
Pesquisa aponta necessidade de plano para prevenção de doenças em caprinos leiteiros
Embrapa Caprinos e Ovinos Um estudo sobre a prevalência de doenças infecciosas em rebanhos de leiteiros caprinos na divisão entre os estados da Paraíba e Pernambuco (região que concentra cerca de 70% da produção de leite de cabra do País) aponta a necessidade de um plano de biossegurança na região, para prevenção, controle e monitoramento das enfermidades mais presentes, enfrentando os riscos de mortes, perdas produtivas e até mesmo problemas de saúde pública. A elaboração das bases do plano deve acontecer nos dois primeiros meses de 2023, em uma proposta participativa, reunindo produtores agrícolas, instituições públicas e privadas em sua construção. A proposta é integrar ações de assistência técnica, capacitação, rede de laboratórios para diagnóstico das doenças, melhoria dos serviços de vigilância epidemiológica, além de treinamentos sobre educação sanitária e boas práticas para produtores agrícolas. A pesquisa, coordenada pela Embrapa , investigou a prevalência de seis doenças (Agalaxia Contagiosa, Artrite Encefalite Caprina, Brucelose Ovina, Clamidiose, Paratuberculose e Toxoplasmose) em 51 propriedades rurais de 19 municípios diferentes da região, que compreende os territórios do Cariri Paraibano e Sertão de Pernambuco. No experimento, 937 foram identificados e coletadas amostras de sangue para exames sorológicos. Os resultados de soroprevalência observados que algumas doenças foram verificadas, como a Agalaxia Contagiosa, infecção que pode causar prejuízos na produção de leite. Ela se mostrou presente em 11% dos animais avaliados e em 51% das propriedades rurais. Toxoplasmose (18,5% dos animais) e Clamidiose (16,1%) apresentaram os maiores percentuais de prevalência ( ver tabela abaixo ). Para os membros da equipe que realizaram a pesquisa, os dados merecem atenção dos gestores públicos e do setor produtivo, pois as doenças trazem prejuízos diretos e indiretos aos rebanhos (como diminuição da produção, receita de custos com tratamento, necessidade de descartar animais), como também pode afetar a qualidade e, por consequência, a distribuição de produtos. “A região possui uma organização da produção em arranjos produtivos locais, com cooperativas e associações que, em conjunto, buscaram esforços de articulação para a transmissão do leite caprino. A implementação de um plano de biossegurança visa maior e melhor obtenção de produtos seguros e de qualidade”, explica Selmo Alves , pesquisador da área de Sanidade Animal da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE). A proposta de um plano articular deve ser de produtores e instituições, públicas e privadas, envolvidos com o segmento caprinocultura leiteira, com o objetivo de mitigar a presença de microrganismos causadores das doenças no ambiente das propriedades rurais. “Ele será baseado em um conjunto de ações integradas, visando melhorar o manejo geral, sanitário e bem-estar dos rebanhos. Essa implantação deve ser baseada em capacitação, educação continuada e na iniciativa voluntária, com as devidas responsabilidades protegidas”, afirma Rizaldo Pinheiro , também pesquisador de Sanidade Animal da Embrapa. Os incentivadores reforçam que a conscientização e engajamento de técnicos e do setor produtivo na adoção de boas práticas é fundamental, pois os cuidados com manejo sanitário e nutricional podem reduzir bastante a incidência de doenças infecciosas nas propriedades (ver quadro abaixo sobre recomendação para prevenção de doenças ao fim deste texto ). Outro aspecto a ser considerado é a compra de animais provenientes de outros rebanhos, que, se não forem observadas as recomendações de manejo, pode levar aos rebanhos animais doentes que contaminem os demais. “É fundamental verificar se não existe rebanho de origem, ou existiram, casos de doenças, assim como observar a orientação técnica de informações sanitárias da propriedade e do rebanho, atendidas nas instituições oficiais – secretarias de agricultura estadual e municipal, bem como agências de defesa . Antes da chegada dos animais na propriedade, é importante proceder à limpeza e ao conteúdo das instalações e manter os animais adquiridos separados do rebanho existente por 60 dias (quarentena)”, frisa Selmo Alves. Perdas produtivas Resultados preliminares do estudo foram compartilhados com os proprietários das propriedades residentes e com gestores públicos dos municípios envolvidos, por meio de laudos, boletins técnicos e reuniões realizadas nos últimos meses de 2021. Uma das preocupações compartilhadas nesses encontros foi o impacto das doenças na produção do leite caprino da região da divisa, que possui um rebanho com cerca de 130 mil cabeças, e produção de nove milhões de litros por ano, aproximadamente. Os investigadores destacam que as manifestações dessas doenças podem resultar em problemas na produção e qualidade do leite, distúrbios reprodutivos, morte de animais, além de comprometimento do comércio do leite e seus derivados. “Algumas doenças como a Agalaxia Contagiosa e a Artrite Encefalite Caprina causam a mastite, o que ocasiona alteração físico-química e biológica do leite determinando o comprometimento da qualidade e causador do produto”, acrescenta Pinheiro. Esse compartilhamento de informações sobre prevalência de doenças nos rebanhos da região e a proposta de um plano de biossegurança foram contribuições importantes, na visão de agentes públicos e produtores rurais participantes dos encontros. Segundo Grazielle Sobrinho, produtora rural de Livramento (PB), as informações sobre as enfermidades desenvolvidas pela Embrapa a ajudaram exatamente em um momento em que ela ingressa na atividade da caprinocultura leiteira. “Nem sempre a gente tem como identificar as doenças, por falta de recursos e de técnicos mais experientes no assunto”, frisa ela. Geneci Lemos, produtor rural de Coxixola (PB), afirmou que, a partir das informações compartilhadas pela equipe da Embrapa, já foi possível implantar melhorias no manejo de seus animais e que um plano de controle das doenças atendidas para uma região séria “excelente” . “O conhecimento já me ajudou muito e quanto mais informação, apoio e pessoas nos orientando, melhor”, destaca o criador. Os gestores dos municípios da região classificam a proposta de criação de um plano de biossegurança para os caprinos leiteiros como uma iniciativa que, a partir do envolvimento de diferentes instituições públicas e privadas, pode trazer soluções mais efetivas para a sanidade animal nas propriedades rurais. “Esta articulação será bem-vinda. A Embrapa é uma empresa de pesquisa que apoia as instituições com ações para o diagnóstico e solução de problemas que, na maioria das vezes, o pequeno agricultor não dispõe de serviços e tecnologias”, ressalta Geandre Alves, secretário de Agricultura de São Domingos do Cariri (PB). O secretário de Agricultura, Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Livramento (PB), Gabriel Montenegro, foi outro gestor a participar das reuniões para apresentação
Crédito mais caro e necessidade de tecnologia aumentam a procura por consórcio de máquinas agrícolas
Modalidade se torna opção especialmente para produtores rurais de pequeno e médio portes, que precisam modernizar suas fazendas. Um levantamento da ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, aponta que 50% do parque industrial agrícola brasileiro tem mais de dez anos de uso. Para aumentar a rentabilidade do produtor rural e tornar a produção mais sustentável, as máquinas antigas precisam ser trocadas por outras mais modernas e tecnológicas, que oferecem novas possibilidades para a lida no dia a dia do campo. Entretanto, com os juros constantemente em alta, encarecendo o acesso ao crédito, produtores rurais de pequeno e médio portes precisam procurar novas alternativas para adquirir suas máquinas. Uma das opções que tem se mostrado mais acessível é o consórcio. Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) mostram que as vendas de novas cotas no segmento de pesados, que incluem tratores, máquinas e implementos agrícolas, cresceram mais de 50% de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo período de 2021. Já o volume de créditos comercializados aumentou 12,5% nos oito primeiros meses do ano, somando mais de R$ 25 bilhões vendidos no período, comprovando a demanda por parte dos produtores. Este aumento pelo interesse em comprar máquinas a partir de consórcio é percebido também pela Jacto Máquinas Agrícolas, empresa sediada em Pompéia/SP. De acordo com Guilherme dos Reis, responsável pelo Consórcio Jacto, houve aumento de 35% na aquisição de cotas de consórcio de maquinários de pequeno porte, com crédito médio em torno de R$ 120 mil, quando comparado o período de janeiro a outubro de 2022 com o ano anterior. A demanda por esta categoria está tão em alta que a empresa decidiu pela abertura de um novo grupo entre os interessados em máquinas de porte menor, com planos a partir de R$ 23 mil, com 18 a 24 meses para pagar, oferecendo contemplações mensais por sorteio e por lance. Para Guilherme, o que explica esse interesse é o aumento constante dos juros, a falta de crédito da linha Moderfrota, principal programa para aquisição de máquinas e implementos agrícolas do Plano Safra, e a necessidade eminente de modernizar a produção. “O consórcio traz diversos benefícios para o produtor rural. Um dos principais é o baixo custo, devido as taxas de juros que tem oscilado para cima a cada reunião do Copom. Os consorciados compartilham o valor de uma máquina através do pagamento de parcelas planejadas. Também porque como não está vinculado ao sistema financeiro, não impacta os limites junto a outras instituições”, comenta Guilherme Reis. “Outro benefício é a vantagem do planejamento. O consorciado já sabe os valores das parcelas, além de não descapitalizar o seu dinheiro, que pode ser investido em outras necessidades da propriedade”, reforça o especialista. A Jacto atualmente está com três planos ativos para o cliente final, além do novo grupo para máquinas de pequeno e médio porte e renovação de frota, recém-aberto: Entrega Programada com plano a partir de R$ 23 mil e prazo de 12 parcelas; Primeira Parcela Grátis com contemplações mensais por sorteio ou lance e planos de 18 a 24 parcelas. Para grandes máquinas, plano de R$ 900 mil a R$ 1,8 mi, com contemplações mensais também por sorteio e lance e prazo de 84 parcelas, além do plano de R$ 300 mil a R$ 600 mil, com prazo de 102 meses, com contemplações por sorteio, lance livre e lance fixo com entrega imediata de uma linha específica de plantadeira e adubadora. Os planos são acessíveis a diferentes perfis de produtores rurais e também tipos de máquinas que pretendem adquirir. Fonte: G1 Curadoria: Boi a Pasto
Em 2022, PR liberou R$ 8,8 milhões em seguro rural e 1,5 mil veículos do Trator Solidário
Governo oferece benefício complementar no seguro rural, o que amplia o acesso ao seguro agrícola e garante cobertura de perdas decorrentes de fenômenos climáticos. O Estado também gerencia a aquisição de máquinas e implementos para o produtor Atividade bastante dependente de condições climáticas e de fatores não controláveis, a agropecuária tem no seguro rural um auxiliar para a proteção da renda. Para baratear os custos, o Governo do Paraná é um dos poucos que conta com um programa estadual de subvenção econômica ao prêmio do seguro, complementar ao oferecido pela União. Já o programa Trator Solidário possibilita aos agricultoras familiares a compra de máquinas, implementos e equipamentos a preços mais acessíveis. O objetivo é ampliar o acesso ao seguro agrícola, garantir ao segurado a cobertura de perdas decorrentes de fenômenos climáticos e adversos que afetam as lavouras, incorporar o seguro rural como instrumento para a estabilidade da renda agropecuária e promover o uso de tecnologias adequadas e modernas da gestão do empreendimento. A Subvenção Estadual ao Prêmio de Seguro Rural é limitada ao percentual máximo de 20% do prêmio total, não podendo exceder R$ 4,4 mil por CPF, por cultura ou espécie animal, e até R$ 8,8 mil por CPF por ano civil. Em 2022, dos R$ 11 milhões disponíveis, foram pagos R$ 8,8 milhões em subvenções. Estiveram sob a garantia do seguro os proprietários de 3.199 apólices, cobrindo pouco mais de 169,8 mil hectares. O atendimento contemplou ameixa, arroz, batata inglesa, cebola, cevada, feijão, kiwi, milho, pera, pêssego, tomate, trigo sequeiro e uva. Os triticultores foram os que mais procuraram essa garantia para suas culturas, com 77% do volume segurado, o que corresponde a R$ 6,64 milhões. Outros 13%, ou R$ 1,12 milhão, foram segurados pelos produtores de milho segunda safra. Entre as outras principais culturas que se beneficiaram do valor restante estão cevada, uva, cebola e tomate. TRATOR SOLIDÁRIO – O programa Trator Solidário tem o foco no agricultor familiar. Por meio dele, os interessados podem adquirir máquinas, implementos e equipamentos a preços mais acessíveis. Os financiamentos seguem regras estabelecidas para a linha Pronaf Mais Alimentos e chegam a custar em torno de 15% menos que o valor pago no mercado comum. Em 2022, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento registrou o faturamento de 1.506 máquinas, num total superior a R$ 324,8 milhões. Foram entregues 1.411 tratores, 91 colhedoras e quatro pulverizadores. Somente nos tratores, o investimento foi de R$ 268,4 milhões. Eles foram fornecidos por seis empresas. Fonte: Notícias Agrícolas Curadoria: Boi a Pasto
Sítio volta a lucrar após investir em tecnologias de reuso da água
Em parceria com a Embrapa, a família Marchezin aplicou também técnicas de fossa biodigestora, para fazer o saneamento do esgoto, e de restauração de áreas degradadas, fazendo com que a propriedade deixasse de ser improdutiva. Uma propriedade improdutiva teve seu rumo alterado após os donos, com ajuda de pesquisadores, começarem a investir em tecnologias de reuso de água. Conheça no vídeo abaixo a história da família Marchezin, localizada em São Carlos (SP). https://globoplay.globo.com/v/11193300/ A propriedade, adquirida pela família na década de 70, tem uma área praticamente em declive, que foi se degradando aos poucos, principalmente por causa da erosão do solo causada pelo desmatamento. Na década de 90, ela se tornou quase toda improdutiva. Flávio, herdeiro da propriedade, deixou o campo para estudar administração de empresas, depois voltou com o objetivo de tornar a produção rentável. Começou trabalhando com peixes em um tanque escavado. Foi então que ele conheceu a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que precisava de uma área para testar novas tecnologias. A parceria rendeu três experimentos: Fonte: G1 Curadoria: Boi a Pasto
Pesquisador brasileiro é convidado para comitê internacional
Comitê estuda sobre praga que atinge diversas culturas O pesquisador Paulo Viana, da Embrapa Milho e Sorgo, foi convidado para participar como consultor independente do comitê European Food Safety Authority (EFSA), que avalia os riscos de uma eventual introdução da praga Elasmopalpus lignosellus (lagarta-elasmo) nos países europeus. Na ocasião, Paulo Viana fez uma apresentação sobre a distribuição geográfica da praga, suas características biológicas, monitoramento, dispersão, controle e métodos de manejo integrado. Após a apresentação, seguiu-se uma sessão de perguntas realizadas pelos membros do EFSA. As informações apresentadas serão publicadas na Ata do EFSA e divulgadas para a comunidade europeia. Segundo o pesquisador, mais de 60 espécies de plantas são hospedeiras da lagarta elasmo. A praga Elasmopalpus lignosellus ataca as plantas no estádio inicial de desenvolvimento, danificando a região de crescimento e, na maioria dos casos, causa a sua morte. A distribuição geográfica da praga está nos países das Américas do Sul, Central e do Norte, abrangendo até o sul dos Estados Unidos. Ainda segundo Paulo Viana, ocorre de preferência em períodos mais secos e em culturas cultivadas em solos mais arenosos. Existem publicações on-line da Embrapa sobre a praga (Circular Técnica 118 – Manejo de elasmo na cultura do milho) e capítulo de livro (Pragas de Solo no Brasil – Elasmo) sobre o assunto, de autoria do pesquisador. Sobre a European Food Safety Authority A EFSA é um organismo da União Europeia que fornece pareceres científicos independentes sobre riscos alimentares existentes e emergentes. O conselho informa leis, regras e políticas europeias e, dessa forma, auxilia na proteção dos consumidores dos riscos ligados à cadeia de alimentos. Acesse o site da instituição: https://www.efsa.europa.eu/en. Sobre a praga A lagarta elasmo, Elasmopalpus lignosellus, ocorre nas regiões temperadas e tropicais do continente americano. É uma praga polífaga que ataca mais de 60 espécies de plantas, causando sérios danos a várias culturas de importância econômica, como milho, cana-de-açúcar, trigo, soja, arroz, feijão, sorgo, amendoim e algodão. Perdas atribuídas ao ataque de elasmo no milho variam de 20 % até a destruição total da lavoura em condição de alta infestação (VIANA, 2004). A lavoura somente é atacada pela lagarta até atingir uma altura média de 35cm. Normalmente, o agricultor percebe o ataque da praga através das inúmeras falhas na lavoura. O dano é causado pela lagarta na região do colo, penetrando em seguida no colmo e fazendo galerias no seu interior, provocando o perfilhamento e/ou a morte da planta. O ataque pode ser visualizado pelo murchamento e pela seca das folhas centrais, que se destacam com facilidade ao serem puxadas. As perdas ocasionadas estão relacionadas com a redução no estande, resultando no baixo rendimento da cultura. O ataque da lagarta causa a destruição da região de crescimento, quando este se encontra abaixo do nível do solo ou destrói total ou parcialmente os tecidos meristemáticos responsáveis pela condução de água e nutrientes. Fonte: Sou Agro Curadoria: Boi a Pasto