novembro 7, 2025

WEBSÉRIE Transição entre a seca e as àguas, com sucesso: o segredo está na suplementação proteica

Por Marisa Rodrigues, Marcia Midori e Andrea Mesquita, especial para o portal Boi a Pasto

Legenda: Bovinos de corte em pastagem seca com perda de nutrientes, exigindo suplementação protéica na transição para as chuvas – Imagem: Trown Nutrition Divulgação

O período de transição entre a seca e o início das chuvas é um divisor de águas para a pecuária. Depois de meses enfrentando pastagens secas, pobres em nutrientes e com baixo teor de proteína, o rebanho se depara com o rebrote do capim verde e mais digestível. Parece o cenário perfeito, mas a mudança brusca pode comprometer o desempenho dos animais e impactar a produtividade da fazenda.

É nesse momento que a suplementação proteica se consolida como uma das estratégias mais importantes para manter a condição corporal do gado, evitar problemas digestivos e preparar o rebanho para ganhos consistentes durante a estação chuvosa.


O desafio da transição

Na seca, o teor de proteína do pasto pode cair para apenas 4% ou 5%, insuficiente para sustentar os microrganismos do rúmen. “Sem proteína, a fermentação diminui, o consumo de forragem cai e o resultado é perda de peso”, explica João Vitor Pirola, coordenador Técnico Beef da Trouw Nutrition.

Legenda: “Sem proteína, a fermentação diminui, o consumo de forragem cai e o resultado é perda de peso”, explica João Vitor Pirola, coordenador Técnico Beef da Trouw Nutrition.

Já com a chegada das chuvas, o capim brota macio, cheio de proteína solúvel e com alta taxa de passagem pelo trato digestivo. Essa rápida mudança causa diarréias, queda no consumo de suplemento e até perda de desempenho, alerta o zootecnista Bruno Marson, diretor técnico da Connan. O manejo nutricional, portanto, precisa ser personalizado e ajustado para atravessar essa fase crítica.


A força da proteína

A suplementação proteica mantém a fermentação ruminal ativa, estimulando o consumo de capim e melhorando a digestibilidade da fibra. Ingredientes como farelo de soja, farelo de algodão, DDG e ureia são as bases mais utilizadas.

Pesquisas mostram que elevar a proteína da dieta para cerca de 8% pode aumentar em até 36% a digestibilidade da fibra e em 26% o consumo de matéria seca. “A suplementação é o elo que mantém o motor do rúmen funcionando quando o pasto seca”, resume Pirola.


Manejo estratégico por categoria

A estratégia deve variar conforme a categoria do rebanho:

  • Matrizes em cria: precisam manter boa condição corporal para garantir parto saudável, retorno rápido à reprodução e peso adequado do bezerro ao desmame.
  • Novilhas e fêmeas em crescimento: a suplementação de baixo consumo (0,1 a 0,2% do peso vivo) evita interrupção no desenvolvimento. Quando há escassez de pasto, entram os suplementos múltiplos (0,3 a 0,5%/PV).
  • Vacas primíparas: exigem atenção especial, pois estão em fase de crescimento e lactação ao mesmo tempo.
  • Recria e engorda: a suplementação previne perdas no período seco e assegura ganhos consistentes com a chegada das águas.

Marson lembra que a transição de suplementos deve ser feita gradualmente, misturando durante alguns dias o produto usado na seca com aquele destinado às águas. Se não for possível, a troca deve ocorrer no início da estação chuvosa, sempre com espaçamento de cocho adequado para evitar competição.


Proteico, proteico energético e múltiplos

O pecuarista pode escolher diferentes estratégias de suplementação:

  • Proteico de baixo consumo: (0,1 a 0,2%/PV) garante proteína suficiente mesmo em pastos secos.
  • Proteico energético: combina proteína e energia, ajudando o gado a aproveitar melhor o capim de transição.
  • Múltiplos: incluem proteína, energia e minerais, elevando ainda mais o desempenho e garantindo equilíbrio na dieta.

Além disso, suplementos com aditivos modulam a fermentação ruminal, favorecendo maior aproveitamento do pasto verde e ganhos mais rápidos.


Resultados no campo

Os números comprovam a eficiência da suplementação. Em pastagens de braquiária bem manejadas, animais suplementados chegaram a ganhar 480 gramas por dia no auge da seca e até 640 gramas diários no início das chuvas.

Em média, o uso de proteico de baixo consumo pode aumentar o ganho anual de 4 para 6 arrobas por animal, com custo adicional equivalente a uma arroba de boi gordo. Já com o proteico energético, o ganho pode chegar a 8 arrobas ao ano, com custo extra de cerca de 2,5 arrobas.

Legenda: Bruno Marson, da Connan: “Não existe fórmula única. Existe manejo personalizado e adequado para cada fazenda”.

Nutrição que gera resultados

Para Pirola e Marson, a mensagem é clara: a suplementação proteica na transição da seca para as águas é um investimento que se paga em produtividade, fertilidade e rentabilidade.

“Não existe fórmula única. Existe manejo personalizado e adequado para cada fazenda”, ressalta Marson. Já Pirola complementa: “O animal que atravessa bem a seca responde muito melhor ao rebrote do capim. Ele entra nas águas com apetite e potencial para ganhos rápidos”.

Em tempos de clima cada vez mais instável, apostar em protocolos nutricionais bem definidos é o caminho mais seguro para manter o rebanho saudável e o negócio rentável.

Desempenho reprodutivo de primíparas depende de nutrição adequada e manejo eficiente

Cuidados no pré e pós-parto também são essenciais para que as novilhas atinjam o peso ideal para reprodução

Um dos principais desafios da pecuária de leite e de corte, o desempenho reprodutivo de vacas primíparas ou de primeira cria, é motivo de muita atenção por parte dos produtores, que buscam manter o bem-estar animal das novilhas e garantir a produtividade e rentabilidade da fazenda. Nutrição balanceada, manejo reprodutivo eficiente e atenção especial, pré e pós-parto, fazem parte dos cuidados adotados na propriedade para que o ciclo reprodutivo seja otimizado.  

“Estas vacas estão passando pelo seu primeiro ciclo reprodutivo após a primeira gestação e parto, e este é um período crucial para sua saúde e futura produtividade, pois elas ainda estão em fase de crescimento e desenvolvimento”, explica o zootecnista e diretor-técnico comercial da Connan, Bruno Marson. “Por causa do seu crescimento corporal e lactação, elas têm maiores necessidades nutricionais em comparação às vacas que já tiveram múltiplos partos e podem apresentar mais desafios reprodutivos, como maior dificuldade em emprenhar novamente após o parto”, destaca.

Um dos cuidados fundamentais para que não ocorram problemas é uma nutrição adequada para que as fêmeas consigam atingir o peso ideal para a primeira inseminação, que corresponde a um Escore de Condição Corporal (ECC) em torno de 3,5 na escala de 1 a 5. De acordo com Marson, esse parâmetro é atingido com uma dieta equilibrada em termos de qualidade e quantidade dos nutrientes, que são fundamentais para a saúde reprodutiva.  

Se necessário, a suplementação pode melhorar as taxas de retorno ao cio e reduzir o intervalo entre partos. Outro ponto importante é manter o acesso constante à água limpa e fresca, especialmente durante o período de lactação. “A alimentação deve ser ajustada para evitar perda excessiva de ECC no pós-parto, pois isso pode atrasar o retorno à fertilidade”, alerta o zootecnista.

O uso de protocolos de inseminação artificial bem planejados, com sincronização do cio, quando necessário, pode melhorar a taxa de prenhez. Antes do parto, a novilha deve ficar em um ambiente limpo e confortável. Já no momento do nascimento do bezerro, a estação deve ser planejada para evitar problemas como chuvas intensas e alta incidência de doenças e insetos, que podem afetar a saúde e o desempenho reprodutivo do animal.  “A atenção à saúde das primíparas no pré e pós-parto é fundamental para evitar problemas como retenção de placenta, infecções e doenças metabólicas que podem afetar o desempenho reprodutivo. Além disso, é importante minimizar o estresse térmico e outros fatores que possam prejudicar a saúde e o desempenho reprodutivo dos animais”, elenca Marson.

Por fim, é importante monitorar a saúde e a produtividade ao longo de todo o ciclo reprodutivo para identificar e corrigir problemas que possam surgir. “Com esses cuidados, é possível melhorar significativamente o desempenho reprodutivo das primíparas, aumentando a eficiência da produção de leite e carne”, finaliza.

Sobre a Connan 

Com sede em Boituva (SP) e filial em Campo Verde (MT), a Connan – Geração de Resultados iniciou suas atividades em 2004 e tem como principais acionistas os engenheiros agrônomos Fernando Penteado Cardoso Filho e Eduardo Penteado Cardoso, membros da família fundadora da empresa MANAH, do famoso slogan “Com MANAH adubando dá”, criado pelo patriarca, o engenheiro agrônomo pela ESALQ, Dr. Fernando Penteado Cardoso. Os dois irmãos, e sócios, também são detentores da patente Nelore Lemgruber, desenvolvendo e expandindo a genética na Fazenda Mundo Novo, localizada em Uberaba (MG).  

Com mais de 150 representantes comerciais, a Connan é a única empresa nacional a produzir o próprio fosfato bicálcico e possuir a tecnologia Aglomerax, o que lhe confere grande diferencial competitivo e garantia de qualidade dos produtos.  

 

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