julho 27, 2024

Trabalhar eficiência alimentar no período das águas maximiza ganhos econômicos

Durante o período de chuvas o criador pecuário brasileiro tem mais oferta de pastagem, o que não significa que não seja economicamente interessante investir em nutrição. Durante o período de chuvas o criador pecuário brasileiro tem mais oferta de pastagem, o que não significa que não seja economicamente interessante investir em nutrição. Mas muitos produtores ainda deixam de maximizar os lucros durante este período por não estarem atentos ao fato de que a forragem, apesar de abundante, pode não oferecer todos os requerimentos nutricionais necessários para o maior ganho de peso possível do gado. Algumas lacunas na pecuária de corte durante esta época podem ser preenchidas com soluções que adicionem valor ao alimento ofertado ao animal. Qualquer resultado obtido a mais durante as águas trará um proveito muito maior do que na seca. É mais rentável ter um lucro de 10% de um milhão do que de 20% de 10 mil, explica Amaury Valinote, gerente  Nacional de Gado de Corte da Alltech. Na seca o trabalho é muito intenso para alcançar pequenos resultados, já nas chuvas, é possível chegar a grandes ganhos com poucas mudanças e investimentos. Durante essa época, o capim possui um teor de proteína adequado, porém ainda é possível obter mais peso com a suplementação proteica. Nesse caso, é importante considerar o tipo e eficiência do suplemento ofertado que poderá complementar os efeitos do capim. O Optigen® é a solução oferecida pela Alltech. O produto é uma fonte de liberação controlada de nitrogênio, que fornece proteína degradável no rúmen com a mesma velocidade de fornecimento dos farelos vegetais. Com o consumo do Optigen®, o animal terá nitrogênio durante mais tempo ao longo do dia, colaborando com a ação dos microorganismos ruminais. As pesquisas comprovam que há um acréscimo de peso de 1@ ao utilizar o produto em comparação à mistura mineral simples por todo o verão. A eficiência ruminal é essencial para o desempenho do animal, entretanto após a produção de nutrientes no rúmen, estes precisam ser absorvidos pelo intestino. Actigen® é uma solução para  a melhora da saúde e ativação do metabolismo das células intestinais. Esta solução foi desenvolvida a partir da nutrigenômica e elaborada por meio da purificação das frações ativas das mananoproteínas, extraídas da parede celular de uma cepa de levedura. O Actigen® também aumenta o peso durante as chuvas, reduz os casos de diarreia e permite produzir bezerros mais pesados e mais saudáveis. Para o funcionamento correto do sistema digestivo dos animais é imprescindível a utilização de minerais – essenciais para as enzimas. Mais de 400 enzimas necessitam de minerais para se desenvolverem e outras estão no organismo, porém precisam ser ativadas. Elas são responsáveis por metabolizar todos os nutrientes que estão sendo fornecidos e o Bioplex® entra com esta ação, explica Fernando Franco, gerente de Vendas da Alltech. Os minerais em sua forma convencional são muito reativos e muitas vezes se tornam indisponíveis para a absorção pelo animal. Os minerais orgânicos Bioplex® são produzidos por um processo que os torna protegido das reações químicas indesejáveis, ao mesmo tempo em que facilita a absorção pelo gado. Durante a estação de monta, esta solução oferece mais ondas foliculares, menor intervalo entre o parto e a primeira ovulação, mais chance de prenhez e maior taxa de concepção no rebanho. Com o uso do Bioplex®, os dias entre o parto e a primeira inseminação caíram de 75 para 68 em estudo realizado na Inglaterra. Para todos estes investimentos darem resultado, o animal precisa estar com boas condições de saúde. O Beef-Sacc®, cepa de levedura exclusiva da Alltech, funciona neste sentido, atuando no rúmen. Reduz os impactos de estresse, melhora a saúde, promove maior deposição de músculos, ganho de peso e rendimento de carcaça. Essas vantagens são decorrentes de uma composição de cromo e selênio orgânicos de alta disponibilidade.  Já a cepa exclusiva funciona produzindo substâncias estimulantes ao crescimento microbiano, proporcionando uma melhor e mais rápida digestão, maior consumo de alimentos e aumento do aproveitamento da dieta. Com algumas das soluções oferecidas pela Alltech é possível maximizar o rendimento durante a temporada. O retorno econômico nas chuvas é muito maior por unidade de trabalho e por investimento despendido do que na seca. Então, este é o momento de trabalhar visando mais lucros, finaliza Fernando. A Alltech investe em pesquisas na área de nutrição, qualidade e rastreabilidade para fornecer produtos livres de contaminação de metais pesados e dioxinas. Fonte: LN Comunicação

Ganhando peso no período seco

É possível sim ganhar peso durante o período seco, quando se trabalha com proteinados. André N. Louzada* No período da seca, as pastagens amadurecem, elevam-se os teores de fibra, diminui a produção de folhas, caem os níveis de energia, minerais, e principalmente os teores de proteína, chegando este nutriente a representar menos de 7% da matéria seca, e sendo ele o principal limitante nutricional. Com isso o desempenho animal é extremamente prejudicado, pois o teor mínimo de proteína na dieta (7% na matéria seca) é fundamental para fornecer nitrogênio para multiplicação e ação da microbiota ruminal, que atuará fermentando o alimento ingerido. Quando falamos em nutrição de ruminantes, temos que nos atentar para fornecer as melhores condições para a microbiota ruminal, mantendo um equilíbrio entre os nutrientes e dessa forma maximizando sua atividade, que processará e disponibilizará por sua vez uma maior quantidade de nutrientes, o que favorece um melhor desempenho dos ruminantes. Além da proteína para uma melhor capacidade de fermentação ruminal, quantidades adequadas de macro e microminerais são necessárias para atender à microbiota e as exigências dos animais, pois na seca, os níveis de minerais essenciais das pastagens podem cair de 50 a 80%. Adequando os níveis de proteína, energia e minerais da dieta no período seco, e consequen-temente a capacidade da microbiota ruminal em fermentar o volumoso, a forragem ingerida é digerida mais rapidamente, liberando espaço no rúmen para que o animal consiga ingerir mais pastagem, auxiliando o animal a se manter produtivo. Isso é possível quando utilizamos um proteinado adequado. Para que o emprego de um suplemento mineral proteico tenha resultado, é fundamental possuir volume de pastagem, mesmo seca, que em alguns lugares é conhecida como macega ou bucha. Contudo deve-se atentar para a presença de folhas nessa forragem, pois em pastagens que apresentam apenas talos, o desempenho animal fica prejudicado devido ao fato destes talos possuírem uma camada muito espessa de lignina e pouquíssimos nutrientes, sendo de baixíssima digestibilidade, permanecendo muito mais tempo no rúmen.  A lignina é um composto que confere resistência e proteção à planta, e sua concentração aumenta na parede celular do vegetal conforme a planta amadurece. Essa lignina dificulta a ação da microbiota.  Já as folhas, mesmo secas, possuem uma camada menor de lignina e uma concentração maior de nutrientes, conferindo uma melhor digestibilidade e permitindo assim uma fermentação mais eficiente, liberando espaço no rúmen para que o animal ingira mais forragem. O momento certo de começar a fornecer um suplemento mineral específico para a seca de-pende de se observar a apresentação das pastagens. Sendo assim, o momento certo para o forneci-mento de um suplemento para a seca é quando as pastagens se encontram amareladas e secas. É importante observar esse estádio das pastagens porque caso o suplemento de seca seja fornecido em um momento inadequado, ou seja, quando esta pastagem ainda estiver verde, o consumo do suplemento se torna muito baixo, não atendendo as exigências minerais dos animais, o que certa-mente traz prejuízos no desempenho dos mesmos. Portanto o produtor deve sempre acompanhar o consumo médio de suplemento, evitando ingestões inadequadas. No período de transição das pastagens, quando não há um consumo adequado do proteinado pelo fato do pasto não estar completamente seco, o produtor deve lançar mão de suplementos minerais para o período de transição, garantindo o aporte nutricional adequado também neste período. Ainda, em determinadas regiões, devido ao clima e à incidência esporádica de chuvas, as pastagens dificilmente secam completamente, passando todo o período de “estiagem” em transição. Existem proteinados desenvolvidos para cada categoria devido ao fato de cada uma ter uma exigência mineral. A categoria de cria é a mais exigente em minerais, pois além da necessidade desses nutrientes para manutenção, há uma maior demanda para entrar em cio, para gestação e para lactação. Os touros, que também fazem parte da categoria de cria, exigem minerais para uma produ-ção de sêmen de qualidade, para uma boa disposição e uma boa libido. Já a categoria de recria não é tão exigente quanto a de cria, mas mesmo assim é mais exigente que a de engorda, pois coincide com uma fase de intenso crescimento e desenvolvimento ósseo e muscular, com o desenvolvimento do aparelho reprodutor e também com o amadurecimento do sistema imunológico. Fornecer um produto inadequado à categoria pode trazer consequências desastrosas na bovinocultura, como queda de desempenho reprodutivo, atraso no desenvolvimento ou aumento na incidência de enfermidades por não prover os animais de quantidades corretas de minerais. Portanto, quando as condições ambientais exigirem o uso de um proteinado de seca, que este seja escolhido de forma a suprir tanto a deficiência proteica da forragem, como a exigência mineral da categoria em questão. Pasto amarelado indica o momento correto de iniciar a suplementação especial para o período seco. Manejo correto Normalmente os proteinados possuem ureia em sua formulação. Por isso, para evitar o risco de intoxicações alguns cuidados devem ser tomados: • Sempre adaptar os animais ao novo suplemento, sendo indicado na primeira semana diluir o proteinado a ser utilizado na proporção de 1:1 com o produto que já utilizava. Na segunda semana diluir o proteinado na proporção de 2:1 com o produto que utilizava. Da terceira semana em diante, fornecer o proteinado puro; • Caso o fornecimento seja suspenso por três dias ou mais, deve ser refeita a adaptação; • Evitar o acúmulo de água dentro do cocho, trabalhando preferencialmente com estruturas cobertas. Sempre fazer alguns furos no cocho e o manter levemente inclinado, de forma que caso venha a ser molhado, o excesso de água escorra. • Manter sempre água de boa qualidade e à vontade disponível aos animais, e que o bebedouro esteja próximo ao cocho; • Também é importantíssimo respeitar o espaçamento de cocho mínimo indicado para cada produto, para que todos os animais tenham acesso ao suplemento e consumam a quantidade adequada da mistura. Os proteinados necessitam de uma metragem maior de cocho pois devem ser ingeridos em maior quantidade quando comparados à um suplemento de linha branca, o que leva à uma

Matéria-prima da indústria, a ureia reforça a dieta do rebanho na seca

Bovinos engordados a pasto apresentam bom desenvolvimento na estação das chuvas e fraco no período seco. Mistura de ureia com sulfato de amônio. Foto: Dalízia Aguiar. Manejo adequado, uso de espécies forrageiras resistentes, adubação, irrigação são táticas para aumentar a produção de pastagens, entretanto, índices semelhantes aos obtidos nas águas são difíceis de obter. O produtor que deseja manter ganhos de peso similares deve investir em uma alimentação equilibrada e pensar na estratégia nutricional na safra anterior.  Neste início de inverno, a ureia tem papel significativo na alimentação do rebanho e sua mantença na seca. Descoberta no século 18, por um francês, é a primeira substância orgânica sintetizada pelo homem, neste caso, um químico alemão, no século seguinte ao seu descobrimento. A partir disso houve uma revolução na agricultura, tornando-se o primeiro adubo produzido quimicamente e a principal fonte de nitrogênio da atividade agrícola.  A substância estimula o aproveitamento das forrageiras de baixa qualidade e acrescenta proteína na dieta dos animais resolvendo dois problemas típicos da estação. Além disso, seu custo é baixo e sua utilização simples. Com tal relação custo-benefício, ainda é flexível, com variações de uso.  O composto orgânico pode ser adicionado ao sal mineral, ao volumoso ou ao concentrado. Porém antes disso, o produtor deve misturá-lo ao sulfato de amônio, na proporção 9:1, 9 (nove) partes de ureia para 1 (uma) de sulfato. Feito, está apto a outras combinações.  Com sal mineral, a divisão é meio a meio. Metade ureia, metade sal, com troca a cada três dias para evitar empedramento. “Uma recomendação é incluir fubá na mistura, prolongando a vida útil do material, melhorando sua consistência e impedindo o empedramento”, aconselha Haroldo Pires de Queiroz, zootecnista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A composição da fórmula prescrita é 1 (uma) parte de fubá para 2 (duas) de sal mineral e 2 (duas) de ureia.  Com o volumoso, como a cana-de-açúcar e a silagem, a ciência recomenda adicionar 1% do volumoso, segue Haroldo Queiroz. Matemática simples: 100 kg de cana com 1 kg de ureia diluída em quatros litros de água. O mesmo cálculo para silagem. “Já com o feno, por não conter água, a porcentagem sobe para 3%”, completa. O preparo é realizado na hora de consumir.  No concentrado, é um complemento proteico para enriquecer e reduzir o custo da proteína, considerando que o preço do farelo de soja é mais elevado que o da ureia. “São 100 kg de mistura múltipla – energia, proteína e minerais – com 1,5 kg de ureia. O produtor tem a possibilidade de fazer a mistura e guardá-la para toda a seca”.  Por ser tóxico, o produto somente é fornecido a ruminantes, porque a flora do rúmen transforma o nitrogênio não proteico em proteína. Todavia, há uma dose segura processada diariamente e isso merece uma observação. Para tanto, indica-se inserir o composto, gradativamente, usando metade da dose na primeira semana.  “Caso sejam 20 kg de cana-de-açúcar + 1% de ureia, alimentar os animais com 10 kg por sete dias. Esse período introdutório adaptará a flora do rúmen à ureia e os riscos de intoxicação e sobrecarga do fígado reduzirão”, exemplifica e justifica o analista da Embrapa. Animais doentes, famintos ou sem adaptação, bezerros e cavalos, conforme Queiroz, não devem ingerir, pois quando a flora está em desequilíbrio, a ação tóxica desencadeia.  Ressalta-se que todo ano, na seca, o emprego da substância é sugerido. No verão, o pasto tem 10% de proteína e o gado precisa, no mínimo, de 6%. Na estação fria, a proteína do capim cai para 2% e o bovino perde peso, mesmo com reforço, a qualidade não é elevada. “O animal tem acesso a um valor insuficiente de forragem e no máximo mantém o peso ou o perde, vagarosamente, no inverno. Se o pecuarista oferecer a ureia no sal, dieta arroz com feijão, terá garantido 100 gramas de ganho de peso por dia em um período crítico”, garante o especialista.  Multiuso, a molécula, composta por nitrogênio, hidrogênio, carbono e oxigênio, é também manufatura de plásticos, estabilizadora em explosivos de nitrocelulose e componente químico encontrado em condicionadores de cabelo e loções e nos corantes da indústria têxtil. Fonte: Embrapa Gado de Corte

Novilhas de corte: condição corporal visando empenho reprodutivo

O empenho em ganho de peso em fêmeas de corte é importante para todo o ciclo reprodutivo das futuras matrizes. Gustavo Melo e Vitoriano Neto* Da desmama até a fase de reprodução, o ganho de peso é fundamental para novilhas expressarem todo potencial reprodutivo e estarem aptas. Para animais da raça Nelore, isso significa pesar 300 kg aos 24 meses de idade. Em um diagrama da evolução dos pesos e respectivos ganhos pode-se determinar qual o ganho de peso em cada categoria para que este objetivo seja alcançado: No diagrama, observa-se que a fase de recria consiste em, aproximadamente, 510 dias, ou seja, 17 meses (720 dias na concepção – 210 dias na desmama). Neste exemplo, a fêmea desmamou com 180 kg e chegou à idade reprodutiva (24 meses) com 300 kg. Foi necessário um ganho de 235 gramas por dia para que a meta fosse alcançada. Atingir este desempenho parece simples, porém é necessário destacar que este animal provavelmente passará, na fase de recria, por dois períodos de seca e um de chuvas. Na maioria das regiões centrais do Brasil, o primeiro período de seca coincide com o momento pós-desmama. Portanto, ações estratégicas de suplementação devem ser traçadas para a primeira e a segunda seca, de acordo com a condição em que animais estão entrando em cada um destes períodos. A suplementação pode ser baseada em misturas múltiplas de baixo a médio consumo (0,1% a 0,2% do peso vivo, respectivamente) de acordo com a condição dos animais e das pastagens. As partir do momento que as novilhas se tornam aptas à estação de monta, deve-se preocupar em mantê-las com um desempenho de ganho de peso para que concluam a estação de reprodução e atinjam a parição com um escore de condição corporal acima de 3 em uma escala de 1 a 5. Para isso, algumas estratégicas de manejo e de suplementação também podem ser utilizadas como, por exemplo, a manutenção desta categoria apartada e privilegiada quanto à qualidade e quantidade dos pastos ofertados. Em relação à suplementação, é importante avaliar os suplementos (misturas múltiplas ou proteinados) que façam com que estes animais atinjam as metas de desempenho citadas anteriormente. Garantir uma condição corporal adequada para as novilhas prenhes (escore 3) é essencial para que estes animais, ao parirem, possam ser trabalhadas rapidamente e de forma eficaz visando a estação de monta subsequente. *Gustavo Melo e Vitoriano Neto são médicos veterinários da Equipe Rehagro Fonte: Rehagro / Rural Centro

Suplementação mineral nas águas: a hora de cuidar (e ganhar mais) é agora

A suplementação mineral nas águas é fundamental para a obtenção de bons resultados na pecuária de corte. Sergio Raposo de Medeiros* É na época das chuvas que temos o maior desenvolvimento das nossas forrageiras, sendo comum que mais de ¾ da massa total de forragem produzida no ano se concentre nessa época. Consequentemente, o maior ganho de peso dos animais ocorre também nesse período. Isso ocorre porque o animal é capaz de selecionar uma dieta com maior valor nutritivo, fazendo menos esforço no pastejo. A maior ingestão de nutrientes e o menor gasto de energia no pastejo resultam em melhor desempenho. E qual o papel dos minerais no desempenho dos animais? O primeiro aspecto a ser entendido é que os minerais, por si só, não fazem o animal ganhar peso. Todavia, eles são fundamentais para o correto funcionamento do animal e exigidos na deposição de tecidos. Assim, apesar de a presença deles não garantir o ganho, a deficiência de qualquer um deles limita o desempenho. Uma ilustração para facilitar esse conceito seria uma fábrica que produz caixas de madeira feitas com dobradiças e uma fechadura. Digamos que você tenha mão-de-obra e madeira para fazer cem caixas, mas que de um dos parafusos para fixar a fechadura na tampa da caixa você tenha o suficiente apenas para 80 caixas. Nesse caso, apesar do seu potencial para fabricar cem caixas, só sairão prontas da linha de montagem 80% do seu potencial. Assim, por conta de um item que representa apenas uma ínfima parte do peso, bem como do custo do produto, há um grande prejuízo. De maneira semelhante, mesmo que a pastagem tenha proteína e energia suficientes para o animal ganhar 900 g/cabeça.dia, se o teor de fósforo nesta dieta permitir apenas 600 g/cabeça.dia, o desempenho será limitado pela falta de fósforo. Se houver zinco suficiente apenas para ganho de peso de 500 g/cabeça.dia, ganhar-se-á apenas esse meio quilo e assim por diante. Enfim, o nutriente mais limitante é o que define o desempenho. O mais importante de se notar neste conceito é que quanto maior a produção do animal, maior a sua exigência por nutrientes.  Assim, da mesma forma que quanto maior for minha produção de caixas, mais tenho que suprir minha fábrica de parafusos para as fechaduras, quanto maior o desempenho dos animais, mais tenho que me preocupar que a suplementação mineral seja eficiente e não limite o potencial de ganho nas pastagens. Esse é um dos motivos que faz crítico o adequado fornecimento de minerais aos animais. Outro papel muito importante dos minerais para bovinos decorre da participação destes no correto funcionamento do sistema imunológico, que protege os animais contra doenças. Aqui, deve-se lembrar de que nem sempre problemas de saúde se expressam claramente e os animais podem ter pior desempenho sem demonstrar sintomas visíveis de alguma doença. Além disso, por ser uma época de alta umidade e calor, o desafio sanitário é maior nas águas. Quando o sistema imune é desafiado, ele demanda mais nutrientes. O cobre é um dos minerais que tem exigências maiores em animais sob desafios imunológicos. Portanto, um animal melhor nutrido em cobre pode ter maior desempenho que outro mal nutrido. O que fica claro é que em nenhuma outra época do ano é mais crítico o correto suprimento de minerais. É quando eles farão mais diferença. E fazem, visto que as forrageiras tropicais são reconhecidamente deficientes em elementos minerais. Em especial, deficientes em sódio, zinco, cobre, fósforo e cálcio, além de cobalto, iodo e selênio. Felizmente, há boas opções de misturas minerais prontas no mercado com indicações para as diferentes categorias animais e situações de fertilidade do solo, facilitando a escolha das melhores opções para cada caso. O grande desafio é conseguir um bom fornecimento do produto de maneira que o consumo seja efetivo e o mais homogêneo possível entre os animais do lote. Abaixo, algumas dicas para aumentar a chance de sucesso na suplementação mineral: 1) Manter os cochos sempre abastecidos; 2) Disponibilizar suficiente área de cocho por animal. Recomenda-se 6 cm/UA de área linear de cocho, que é um valor mínimo e, na medida do possível deve ser aumentada. Uma UA equivale a um animal de 450 kg; 3) Se possível, colocar mais de um cocho de sal, para dar chance aos animais submissos lamberem o sal do cocho em que os animais que eles tenham medo não estejam usando. A dica é colocar os cochos de forma a ter pelo menos a distância equivalente a dois corpos entre os cochos, considerando que “um corpo” é a distância-de-fuga dos bovinos, ou seja, aquele que tem medo evita ficar a menos do que um corpo de distância do animal que ele teme; 4) Evitar a formação de poças d´água em frente e ao redor do cocho, o que dificulta o acesso dos animais ao mineral. Essa dica vale para qualquer outro imprevisto que afete o acesso dos animais ao sal mineralizado; 5) Evitar a formação de torrões ou placas endurecidas do sal mineralizado no cocho e  desfazê-los mecanicamente, pois eles reduzem o consumo do produto pelos animais; 6) Valorizar e treinar o salgador para que ele entenda a importância do seu trabalho e o porquê de ter que ser bem feito, incumbindo-o de monitorar o consumo de cada lote; 7) Usar o valor obtido do monitoramento de consumo para fazer correções no fornecimento, seja pelo aumento da oferta em locais onde o consumo esteja abaixo do recomendado pelo fabricante (ou seu técnico de confiança) ou pela redução, onde estiver ocorrendo consumo acima do previsto. Importante destacar aqui que o maior prejuízo é quando há consumo abaixo do previsto, pois há grande chance de estarmos perdendo desempenho potencial das pastagens; 8) Mesmo se o consumo estiver dentro do esperado, pode haver animais que não estejam consumindo. Uma atenta observação pelo salgador e os resultados de desempenho podem comprovar isso. Se isso ocorrer, deve-se aumentar a área de cocho, de preferência com a instalação de cochos adicionais. Com atitudes simples como essas, é