Sítio volta a lucrar após investir em tecnologias de reuso da água
Em parceria com a Embrapa, a família Marchezin aplicou também técnicas de fossa biodigestora, para fazer o saneamento do esgoto, e de restauração de áreas degradadas, fazendo com que a propriedade deixasse de ser improdutiva. Uma propriedade improdutiva teve seu rumo alterado após os donos, com ajuda de pesquisadores, começarem a investir em tecnologias de reuso de água. Conheça no vídeo abaixo a história da família Marchezin, localizada em São Carlos (SP). https://globoplay.globo.com/v/11193300/ A propriedade, adquirida pela família na década de 70, tem uma área praticamente em declive, que foi se degradando aos poucos, principalmente por causa da erosão do solo causada pelo desmatamento. Na década de 90, ela se tornou quase toda improdutiva. Flávio, herdeiro da propriedade, deixou o campo para estudar administração de empresas, depois voltou com o objetivo de tornar a produção rentável. Começou trabalhando com peixes em um tanque escavado. Foi então que ele conheceu a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que precisava de uma área para testar novas tecnologias. A parceria rendeu três experimentos: Fonte: G1 Curadoria: Boi a Pasto
Produção familiar de café Conilon cresce em média 30% ao ano no Vale do Rio Doce, desde 2017
Espécie se adaptou bem à região por ser mais rústica, de fácil manejo, além de resistente ao déficit hídrico Quanta história tem por trás de uma xícara de café? Se a bebida significa mais energia e conforto para quem a consome, para quem a produz não é diferente. Café é sinônimo de prosperidade. Minas Gerais é o maior estado produtor do grão do Brasil. Por aqui, ele é cultivado em diversas regiões, inclusive naquelas menos prováveis, como no Vale do Rio Doce. Em geral, o café é uma planta de altitudes maiores e climas mais amenos, mas o tipo Conilon se adaptou muito bem na região, garantindo renda para muitos produtores, que antes precisavam migrar para conseguir sustentar a família. Como o senhor Valdeci, que durante muitos anos deixou a mulher e filhos em Água Boa, para trabalhar na colheita do café Conilon, no estado do Espírito Santo. Nessa lida foi adquirindo experiência no cultivo, trouxe sementes e começou uma pequena produção ainda na terra do seu sogro. Em poucos anos investindo na cultura conseguiu comprar seu próprio pedaço de chão e viu a vida melhorar. “Quando eu mudei pra cá eu não tinha muitas coisas não. Eu morava com meu sogro e saía para o Espírito Santo pra apanhar café. Trouxe as sementes, eu mesmo fiz minhas mudas, plantei e consegui comprar minha terra. Eu paguei a terra só com dinheiro de café. Se não fosse o café, eu não conseguiria. E hoje eu já trabalho pra mim mesmo e as coisas estão muito boas”, conta satisfeito. Assim como Valdeci, vários agricultores familiares dos municípios de Água Boa, José Raydan, Santa Maria do Suaçuí, São José do Jacuri e São Pedro do Suaçuí, no Vale do Rio Doce, viram no café Conilon uma ótima oportunidade. Tanto que, de 2017 para cá, segundo dados da Emater-MG, a produção do grão na região cresceu cerca de 30% ao ano. Em 2017, esses municípios tinham juntos 62 agricultores familiares na atividade, hoje já são 93, além de 5 produtores de maior porte, que também entraram no ramo. A área plantada saltou de 135 hectares para 380, e a produção saiu de 3, 6 mil sacas para 9,2 mil ao ano. Volume ainda muito baixo para atender a demanda da região. Conforme a Emater, em Capelinha, que está próxima desses municípios produtores de Conilon, a demanda das seis torrefadoras que operam na cidade é de 4 mil sacas deste tipo de grão ao mês. Ou seja, ainda há muito mercado para explorar, o que deve incentivar mais produtores a investir na atividade. “Há uma tendência de aumentar principalmente o número de pequenos agricultores e não de aumentar expressivamente a área com grandes produtores”, comenta o extensionista da Emater-MG, em Água Boa, Luiz Antônio Borges. Segundo ele, as áreas plantadas são, em média, de 2 a 3 hectares. “Nesses espaços os produtores conseguem conduzir tranquilamente as lavouras, com custo de produção menor que o café Arábica, por exemplo, e assim sustentar a família. Eu recomendo que eles se dediquem ao café Conilon”, diz. Produzindo assim, em pequenos espaços, Edivano Batista Machado está satisfeito com os resultados do Conilon. Conta que em apenas meio hectare conseguiu uma alta produtividade, que na última safra lhe rendeu aproximadamente 70% de lucro. “Quem quiser plantar e cuidar dá lucro mesmo. Meu lucro aqui foi de 70%, de cada 100 reais sobrou 70 pra mim e não é fácil sobrar 70. Trabalho de tardinha, até de noite com prazer, porque é muito bom trabalhar e ver o resultado. E sempre tem a expectativa de todo ano colher ainda mais. Posso reclamar não, depois que passei a mexer com café foi só melhora”, diz satisfeito. Incentivo e qualidade A Emater-MG tem incentivado o cultivo do Conilon na região, promovendo Dias de Campo, prestando assistência técnica direta aos produtores. Segundo o coordenador técnico da empresa, José Mauro de Azevedo, o Conilon é uma espécie de café mais rústica, por isso mais resistente a pragas e doenças, além de se comportar bem mesmo com o déficit hídrico. “Esta região não está no semiárido, mas infelizmente, nos últimos anos, tem sofrido com a falta de chuvas. Sem contar que o Conilon é uma lavoura de manejo mais simples e bem-adaptada à produção em pequenas áreas”, explica. E os produtores da região não estão preocupados apenas com a quantidade de café que produzem, mas também com a qualidade. Com uma pós-colheita caprichosa, o produtor Adílson Melo conseguiu atingir 85 pontos no seu café, no último concurso regional de qualidade do grão. Trabalhando com a família, pretende deixar esse legado para os filhos. “O meu sonho aqui não é só fazer um café bom, que eu possa vender a mil, cinco mil reais. Meu interesse maior é ver meus filhos que estão aí crescendo, meus sucessores, darem continuidade”, finaliza. Fonte: Aline Louise – Ascom/Emater-MG Curadoria: Boi a Pasto
Pesquisador brasileiro é convidado para comitê internacional
Comitê estuda sobre praga que atinge diversas culturas O pesquisador Paulo Viana, da Embrapa Milho e Sorgo, foi convidado para participar como consultor independente do comitê European Food Safety Authority (EFSA), que avalia os riscos de uma eventual introdução da praga Elasmopalpus lignosellus (lagarta-elasmo) nos países europeus. Na ocasião, Paulo Viana fez uma apresentação sobre a distribuição geográfica da praga, suas características biológicas, monitoramento, dispersão, controle e métodos de manejo integrado. Após a apresentação, seguiu-se uma sessão de perguntas realizadas pelos membros do EFSA. As informações apresentadas serão publicadas na Ata do EFSA e divulgadas para a comunidade europeia. Segundo o pesquisador, mais de 60 espécies de plantas são hospedeiras da lagarta elasmo. A praga Elasmopalpus lignosellus ataca as plantas no estádio inicial de desenvolvimento, danificando a região de crescimento e, na maioria dos casos, causa a sua morte. A distribuição geográfica da praga está nos países das Américas do Sul, Central e do Norte, abrangendo até o sul dos Estados Unidos. Ainda segundo Paulo Viana, ocorre de preferência em períodos mais secos e em culturas cultivadas em solos mais arenosos. Existem publicações on-line da Embrapa sobre a praga (Circular Técnica 118 – Manejo de elasmo na cultura do milho) e capítulo de livro (Pragas de Solo no Brasil – Elasmo) sobre o assunto, de autoria do pesquisador. Sobre a European Food Safety Authority A EFSA é um organismo da União Europeia que fornece pareceres científicos independentes sobre riscos alimentares existentes e emergentes. O conselho informa leis, regras e políticas europeias e, dessa forma, auxilia na proteção dos consumidores dos riscos ligados à cadeia de alimentos. Acesse o site da instituição: https://www.efsa.europa.eu/en. Sobre a praga A lagarta elasmo, Elasmopalpus lignosellus, ocorre nas regiões temperadas e tropicais do continente americano. É uma praga polífaga que ataca mais de 60 espécies de plantas, causando sérios danos a várias culturas de importância econômica, como milho, cana-de-açúcar, trigo, soja, arroz, feijão, sorgo, amendoim e algodão. Perdas atribuídas ao ataque de elasmo no milho variam de 20 % até a destruição total da lavoura em condição de alta infestação (VIANA, 2004). A lavoura somente é atacada pela lagarta até atingir uma altura média de 35cm. Normalmente, o agricultor percebe o ataque da praga através das inúmeras falhas na lavoura. O dano é causado pela lagarta na região do colo, penetrando em seguida no colmo e fazendo galerias no seu interior, provocando o perfilhamento e/ou a morte da planta. O ataque pode ser visualizado pelo murchamento e pela seca das folhas centrais, que se destacam com facilidade ao serem puxadas. As perdas ocasionadas estão relacionadas com a redução no estande, resultando no baixo rendimento da cultura. O ataque da lagarta causa a destruição da região de crescimento, quando este se encontra abaixo do nível do solo ou destrói total ou parcialmente os tecidos meristemáticos responsáveis pela condução de água e nutrientes. Fonte: Sou Agro Curadoria: Boi a Pasto
A pecuária na visão do consumidor
Pesquisa da Embrapa aponta associação da atividade com questões negativas como desmatamento e maus tratos aos animais, exigindo maior esforço de comunicação Por Larissa Vieira Que o brasileiro é apaixonado por carne todos sabem. Somos o terceiro maior consumidor mundial do produto, com 24,8 kg/hab./ano, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para 2022. Apesar disso, a imagem da pecuária bovina junto ao consumidor está longe de ser 100% positiva. Foi o que apontou o estudo “Percepção de aspectos comunicacionais sobre a produção de carne bovina no Brasil e sua interação com a sociedade” realizado pelo pesquisador Ériklis Nogueira, da Embrapa Pantanal. “A pesquisa confirma uma dificuldade do Agro em comunicar ao grande público que a produção de carne, na maioria das vezes, ocorre de forma sustentável e segura, com respeito ao bem-estar animal, e que o consumo do produto é vantajoso do ponto de vista nutricional. Verificamos que o Agro fala muito para si mesmo e pouco para o público consumidor urbano”, destaca Nogueira. No estudo, foram entrevistadas, por meio de questionário, um total de 181 pessoas de várias idades, com destaque para as faixas etárias de 31 a 40 anos (27,6%) e de 41 a 50 anos (26,5%). Essas pessoas pertenciam a vários segmentos da sociedade, desde o próprio Agro (principalmente produtores rurais) até profissionais de ensino ou pesquisa e consumidores em geral. “A maioria afirmou que come carne bovina de três a cinco vezes por semana (48,6%) ou mais de cinco vezes (40,8%). Além disso, 48% disseram preferir esse tipo de carne a outras (frango, peixe, suíno, caprino)”, informa o pesquisador. Fonte: Revista DBO Curadoria: Boi a Pasto