novembro 21, 2024

Suplementação na seca: quem não planejou, agora, precisa remediar

O inverno, que não apareceu este ano, exceto na região Sul, castigou mais ainda, com altíssimas temperaturas a maioria das regiões do Brasil, prejudicando (secando, na verdade) ainda mais, as pastagens. (*) Por Marisa Rodrigues O inverno, que não apareceu este ano, exceto na região Sul, castigou mais ainda, com altíssimas temperaturas a maioria das regiões do Brasil, prejudicando (secando, na verdade) ainda mais, as pastagens. O que deve ter causado muitos prejuízos para os pecuaristas. Em especial, para aqueles que não planejaram com antecedência a passagem por esse duríssimo período de estiagem. Todos os anos essa tarefa tem que ser feita como uma lição de casa. Tem que entrar na rotina diária das propriedades. O pecuarista não pode dormir em berço esplêndido durante os primeiros quatro meses do ano, enquanto as chuvas em geral são abundantes por todo o País, sem prestar atenção na estação da seca, trazida pelo inverno, que, em função das já aceleradas mudanças climáticas, é cada vez mais rigorosa. O fenômeno vem sendo amplamente estudado e divulgado pelas mais sérias instituições de pesquisas científicas mundiais, mas parece que a ficha demora para cair justamente entre aqueles que mais precisam dela. Gente que convive com a lida diária em suas fazendas pecuárias, atividade estreitamente ligada ao meio ambiente, parece preferir fazer ouvidos moucos aos gritos da mãe natureza. O resultado é que as soluções- sim, elas existem e não são poucas – para mitigar o problema, a curto, médio e longo prazos, acabam sempre sendo procrastinadas, empurradas sempre mais um pouquinho para frente, e óbvio, o problema não só persiste como vai se avolumando, não só no Brasil, mas no planeta todo. É só prestarmos atenção nas ondas de calor do verão europeu que passaram dos 40 °C, em diversos países onde o frio se faz sentir, mesmo na estação mais quente do ano, como o Reino Unido, Portugal, Alemanha, França, entre outros. Não é mais uma questão de mito ou verdade. A situação é bastante séria e a cada ano, só tende a piorar, elevando cada vez mais os custos de produção, pois o temido efeito do boi sanfona, que quase virou lenda nas propriedades de alta performance, na época da seca, neste ano além de pequenos e médios produtores, atingiu muitos grandes também, pois os efeitos da estação foram e ainda estão muito intensos, nas diferentes regiões brasileiras, independentemente do calor exagerado em pleno inverno, do Sudeste para cima, como no Sul, onde as temperaturas muito baixas, até com registros de neve, onde esse evento climático não é muito comum, castigaram e acabaram com as pastagens. Nessa altura do campeonato, para quem não fez o planejamento nutricional para a prevenção da seca, com antecedência de uns quatro meses, pelo menos, agora, no auge dela, a única coisa a se fazer é suplementar o rebanho com produtos formulados especificamente para supri-los com vitaminas e sais minerais, além de outros nutrientes que ajudam na manutenção do score corporal da vaca. Na verdade, a suplementação mineral é fundamental para complementar a nutrição dos bovinos, e deve acontecer o ano todo, apenas sendo adaptada para cada fase do gado combinada com a ingestão das pastagens verdes e cheias de proteína. Pastagens essas que, dentro do planejamento podem ser transformadas em feno ou silagem, e armazenadas para que não faltem no período mais crítico. (*) Marisa Rodrigues, consultora de comunicação e marketing especializado para o agronegócio, com ênfase em pecuária, é jornalista, CEO da Taxi Blue Comunicação Estratégica e publisher-fundadora do portal Boi a Pasto.

Lucro na seca depende da suplementação adequada

Nesse período de transição entre estações do clima, o pecuarista deve ficar atento ao manejo nutricional do rebanho Sempre que caminhamos para a época seca do ano, as deficiências minerais das pastagens se acentuam, assim como a energia e proteína na mesma. No entanto, o nutriente que passará a limitar a criação dos animais dentro do período seco para os animais criados em pastagens é, de fato, a Proteína (Nitrogênio).Como os pastos estão maduros e secos, em baixo valor nutricional, o consumo de forragem é diretamente afetado, principalmente pela queda nos teores de proteína, onde por sua vez, os animais passam a consumir quantidades menores do alimento, o que chamamos de redução na ingestão de matéria seca, que terá por consequência um menor desempenho, chegando em inúmeras vezes a perda de peso neste período, caracterizando-se pelo efeito sanfona, onde parte do peso adquirido nas águas, perde-se na seca. Este fato ocorre, pois os ruminantes (bovinos, ovinos, bubalinos) precisam de, no mínimo, 7% de proteína bruta (PB) presente na matéria seca de seus alimentose, com o caminhar da seca, essa concentração estará a baixo desses valores, reduzindo assim as atividades da microbiota ruminal, pois não há o mínimo necessário de nutrientes para estimular o crescimento dos microrganismos ruminais. Com a diminuição da população microbiana e das atividades ruminais, a capacidade do rúmen em fermentar e digerir forragem fica comprometida, e o tempo de passagem do alimento pelo trato digestório aumenta, o que logo levará o animal em um quadro de subnutrição, poisomesmo tem sua capacidade de ingestão reduzida.  Em cima dos fatores que mencionamos anteriormente, para que possamos mitigar ou mesmo dar condições para que os animais continuem a ganhar peso e se desenvolver zootecnicamente, precisamos compensar as quedas desses nutrientes que limitam a criação de nossos animais. Para isso, devemos ter uma atenção especial sobre os suplementos que iremos fornecer, pois além dos Minerais Essenciais, esses produtos devem contém boa fonte de Proteína e Energia, que estimulam a multiplicação dos microrganismos ruminais. Para assim aumentar a ingestão da forragem que ora estará com baixa qualidade, e assim retomar, ou manter seus desempenhos, mesmo de forma mais tímida, quando comparado aos desempenhos no período das águas.E esta suplementação proteica deve conter fontes de Nitrogênio Não Proteico (Ureia) e, também, fontes de proteína verdadeira (grãos) associada, para aumentar a eficiência de sua utilização, assim como o consumo das forragens pobres em proteína (< 7% de PB). A principal resposta a essas suplementações proteicas tem sido pelo atendimento da exigência microbiana ruminal por proteína, além dos minerais e energia contidos nesses suplementos. A viabilidade econômica de uma atividade é assegurada pela sua capacidade de gerar lucro, e isso se ressume na capacidade de produção de cada sistema. Por esse fator, o Departamento Técnico de Nutrição Animal do grupo Matsuda desenvolveu o Programa Desempenho Máximo, que visa a produção de mais Arrobas e mais Quilos de Bezerros produzidos ao longo de todo o ano.Para isso, é preciso ajustar a nutrição de tempos em tempos, afim de ajustar a exigência nutricional dos animais, pois as forrageiras não mantém níveis constantes em suas composições nutricionais.Vale ainda ressaltar que a suplementação quando feita de forma adequada, serve para ajustar a Deficiência e o Desbalanço Nutricional presente nas Forragens, independente da época do ano ou mesmo aporte de intensificação sobre as correções agronômicas feitas sobre as mesmas. E toda vez que erramos ou negligenciamos as exigências dos animais frente ao pouco que nossas pastagens conseguem fornecer em Minerais, Proteína e Energia, estamos também retardando o desempenho dos nossos animais, aumentando com isso os custos sobre a produção desses animais por permanecerem maior tempo dentre da propriedade, ou o que é pior, sendo subprodutivos, ou seja, produzindo muito aquém do que realmente poderiam produzir. Com isso perdemos competitividade para com outras áreas, ou atividades. Dentro de um País tropical como o Brasil, onde 96% do nosso rebanho é criado quase que de forma exclusiva, em pastagens tropicais, as forragens são sem dúvida, a forma mais barata de produzirmos Carne e Leite de qualidade.Porém, desde que a nutrição aos animais sejam bem corrigidas, por Suplementos Minerais Proteicos e Energéticos, tecnicamente adequados via cochos, também chamados de parto do boi, onde consomem tudo o que os pastos não contemplam em sua composição.A nutrição mineral, é como o alicerce de uma casa, é a base para todas as demais atividades metabólicas, seja para síntese de proteína ou enérgica, Miogênese (formação dos músculos), Adipogênese (formação da gordura), Lactogênese (formação do Leite), e tantas outras importantes fases de desenvolvimento dos animais. Os três principais fatores que limitam o desempenho de bovinos em pastagens tropicais no Brasil são o baixo teôrprotéico das gramíneas e a baixa disponibilidade de energia devido à menor digestibilidade das forragens, o que podemos corrigir com o uso de suplementos protéicos e energéticos. E a Deficiência e o Desbalanços de Minerais, principalmente P, Cu, Na, Co, Se, Zn,I e S, que podem ser acertados com o uso de Suplementos Minerais com ou sem proteína e energia, de acordo com a época do ano ou mesmo grau de intensificação. Mas principais consequências dessas deficiências são, perda da resposta imunológica acarretando maior susceptibilidade às doenças infectocontagiosas e parasitária, que debilitam e elevam a mortalidade dos animais, principalmente animais jovens.

Estiagem antecipa suplementação alimentar para animais

APTA alerta para necessidades de fêmeas em lactação, animais jovens de alto potencialgenético em fase de crescimento ou animais jovens em regime de engorda para o abate. Os criadores de ovinos e bovinos já estão acostumados a fazer a suplementação alimentar dos animais anualmente. O que eles não esperavam é que a dieta precisaria ser enriquecida em junho e julho, e não em agosto, como comumente acontece. A antecipação da alimentação suplementar dos animais ocorreu devido à estiagem que atinge diversas regiões brasileiras. De acordo com Gabriela Aferri, pesquisadora da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), houve elevação de 30% na demanda por dias de alimentação de maior custo aos animais. Todos os anos, o produtor de ovinos e bovinos precisa preparar a alimentação animal para o inverno, época em que o capim, por falta de sol e chuva, deixa de crescer.  Com a oferta em baixa, o produtor precisa inserir outros suprimentos na dieta animal, como feno, silagem ou cana-de-açúcar. “Acreditar que a suplementação alimentar não será necessária em nenhum período do ano é iludir-se e correr atrás do prejuízo depois. Quem não se prepara para a época de inverno e primavera, sempre tem prejuízos. Neste ano, pela irregularidade das chuvas, a falta de pastagem começou mais cedo”, afirma a pesquisadora da APTA, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A suplementação de pastagem é necessária para animais com maior exigência de nutrientes, como fêmeas em lactação, animais jovens de alto potencial genético em fase de crescimento ou animais jovens em regime de engorda para o abate. “Quando utilizamos forrageiras de melhor valor nutricional associada à adubação eficiente, produzimos, de forma mais barata, um alimento de valor nutricional adequado. Esta situação, porém, não se manterá o ano todo, porque os fatores ambientais e fisiológicos da planta se alteram, levando à diminuição da produção e do valor nutricional das forrageiras”, diz. No caso das ovelhas adultas, por exemplo, são necessários de quatro a cinco quilos de alimentos, por dia. A função dessa suplementação é manter os animais em boa condição corporal.  De acordo com Gabriela, a escala visual de condição corporal dos animais têm cinco graus, do número 1, muito magro, ao 5, muito gordo. “É desejável que a condição corporal fique entre 3 e 4. Se aparecer a condição 2, a luz de alerta se acende. É problema à vista”, explica a pesquisadora da APTA. Segundo Gabriela, os bovinos têm mais resistência à falta de nutrientes, o que não acontece com os ovinos. “Na época da seca, até vemos vacas, por exemplo, que ficam muito magras e conseguem esperar a época do verão para engordarem. Chamamos isso de efeito sanfona. No caso dos ovinos, isso não ocorre. Eles sentem muito a falta de nutrientes, ocorrendo doenças e até mesmo a morte do animal”, afirma. O primeiro nutriente que deve ser suplementado é a proteína, pois tem impacto direto na saúde dos animais e os volumosos produzidos em São Paulo são carentes deste elemento.  As formas concentradas de proteína, como os farelos proteicos ou ureia são as mais comumente usadas, por serem de fácil comercialização e armazenamento. No mercado, há diversos tipos de suplementos formulados para atenderem às diversas necessidades da criação. A suplementação energética via volumoso ou concentrado é menos desafiadora, pois os animais suportam uma leve perda de peso, caso estejam gordos ao final da estação favorável. “Mas ao longo do tempo, será inevitável utilizar um volumoso como fonte de energia”, explica Gabriela. Segundo a pesquisadora da APTA, os produtores se prepararam para a época da seca, mas como o período está maior este ano, pode ser que a estimativa de necessidade de alimentos seja menor do que a necessidade real a ser observada. “Só saberemos disso ao final do ano”, afirma a pesquisadora da APTA.  Gabriela explica que os produtores costumam cultivar os alimentos que serão usados no inverno. A pesquisadora, porém, dá algumas dicas para aqueles que estão com estoque em baixa. “Há duas saídas: comprar volumosos – cana e silagem – ou de feno de alguma propriedade próxima e utilizar algum coproduto regional na alimentação. Em casos extremos, de muita dificuldade, o produtor precisa vender parte do seu rebanho”, diz. No pasto, o capim só deve voltar a ter condições de ser pastejado de 40 a 50 dias após o período de chuva, que deve ter início neste mês de outubro. Fonte: APTA

A suplementação para bovinos é essencial no período seco

Entre o período de abril e setembro, os países localizados no trópico sul têm sua produção de forragens afetada pela estacionalidade, o que torna praticamente impossível conciliar a produção de forragem de alta qualidade, durante o ano todo, com a demanda de nutrientes que os animais precisam. José Leonardo*  Este fato gera a necessidade de suplementação mineral, proteica e energética dos bovinos, na época seca, momento em que o objetivo dos pecuaristas deve ser o incremento do ganho de peso dos animais.  Na tentativa de garantir a oferta de forragem aos animais neste período, muitos produtores vedam piquetes precocemente, o que resulta em aumento do intervalo entre cortes do capim. Este ato ocasiona alterações significativas na estrutura e composição do capim, que será pastejado pelo animal. A maior altura do dossel forrageiro será representada por incremento de haste, que apresenta valor nutricional bem inferior às folhas.  No momento do pastejo, se o dossel forrageiro estiver muito alto, o animal gastará mais tempo para realizar um bocado, o que pode acarretar menor ingestão ao longo do dia. Em adição, a forragem consumida apresentará menores teores de minerais, proteína bruta e energia, porém maior teor de fibra.  É comum desempenho insatisfatório no período seco, quando bovinos não são suplementados com fontes proteicas, energéticas e mineral adequadas. Ao suplementar os animais com nutrientes limitantes na forragem, nesta época, haverá incremento no consumo de forragem e maior digestibilidade do alimento ingerido. A adoção desta prática elimina o chamado “boi sanfona”, animal que perde peso no período seco do ano, fato que compromete a eficiência econômica e produtiva de qualquer propriedade.  Ao oferecer aos bovinos o suplemento mineral adequado, a deficiência nutricional será corrigida, proporcionando ganho de peso ao animal.  Para manutenção do peso vivo dos animais, no período seco, é necessário o fornecimento de um suplemento mineral ureado, o qual apresenta somente a ureia como fonte de nitrogênio. No entanto, o fornecimento de um suplemento mineral proteico, com pelo menos 30% de Proteína Bruta, que propicie o consumo de 100g de proteinado / 100 kg de peso vivo, resultará em um ganho de peso que vai variar de 150 a 250 g/animal/dia. Já o fornecimento de um suplemento mineral proteico/energético, com pelo menos 30% de Proteína Bruta, que proporcione o consumo de 200g / 100 kg de Peso Vivo, terá em um ganho de peso com variação de 300 a 500 g/animal/dia. O ponto fundamental, independente do suplemento, é a presença de oferta de forragem suficiente.  Os suplementos minerais proteicos ou proteico / energéticos devem ter em sua composição proteína verdadeira, proveniente principalmente do farelo de soja, bem como fonte de nitrogênio não proteico (ureia). A quantidade de proteína verdadeira e ureia dependerá do teor de proteína bruta do proteinado e do valor nutricional da forragem ofertada.  Um bom suplemento proteico e/ou proteico/energético apresenta teores de sódio, farelos vegetais e ureia adequados para regular o consumo de tais suplementos. Não há necessidade de abastecer os cochos diariamente. No entanto, a cada três dias é fundamental que os cochos disponham de tais suplementos e sejam monitorados. Apesar de serem disponibilizados no período seco, os cochos devem ser cobertos, pois chuvas ocasionais podem ocorrer. Além disto, devem apresentar orifícios que permitam o escoamento de água, visto que estes suplementos apresentam ureia em sua composição.  *José Leonardo é zootecnista e gerente de Produtos Ruminantes Fonte: LN

O fósforo na alimentação de bovinos

O fósforo (P) é o segundo elemento mineral mais abundante no organismo. Rafael Achilles Marcelino* A eficiência dos sistemas de produção animal depende, em grande parte, do uso de medidas racionais de manejo, sobretudo no que diz a respeito da nutrição dos animais, uma vez que a alimentação representa uma fração significativa dos custos de produção. Neste sentido, o correto balanceamento das dietas possui grande importância, sendo necessário para isso o conhecimento das exigências nutricionais dos animais, assim como da composição bromatológica e da disponibilidade de nutrientes dos alimentos. Os minerais, embora presentes em menores proporções do que outros nutrientes, tais como proteína e a gordura, desempenham funções vitais e suas deficiências acarretam alterações de ordem produtiva, reprodutiva e de saúde. Os minerais possuem basicamente três funções no organismo animal: composição estrutural de órgãos e tecidos, constituintes de tecidos e fluidos corporais e catalisadores de sistemas enzimáticos e hormonais. O fósforo (P) é o segundo elemento mineral mais abundante no organismo. Cerca de 80% está presente nos ossos e dentes, além de localizar-se também em todas as células e em quase toda transação envolvendo formação e quebra de ligações de alta energia. Fósforo também está intimamente envolvido no equilíbrio ácido-básico do sangue e de outros fluidos corporais, sendo componente fosfolipídico, fosfoprotéico e do ácido nucléico. A absorção de P ocorre principalmente no intestino delgado. Somente pequenas quantidades são absorvidas no rúmen, omaso e abomaso. A homeostase do P é predominantemente mantida por reciclagem salivar e excreção fecal, sendo proporcional a quantidade de P consumida e absorvida (NRC, 2001). Fósforo também é requerido pelos microrganismos ruminais para digestão da celulose e síntese de proteína microbiana. A falta de energia e de proteína é, frequentemente, responsável pelos baixos níveis de produção. Todavia, desequilíbrios minerais nos solos e forrageiras vêm sendo responsabilizados pelo baixo desempenho produtivo e reprodutivo de ruminantes sob pastejo em áreas tropicais. Fontes de suplementos minerais de P (fosfatos monocálcico e bicálcico) são adicionadas acima da recomendação, no intuito de se garantir “margem de segurança resultando em 25 a 35% de excesso do mineral na dieta e o aumento de 30% de sua excreção. No rúmen, a disponibilidade dos minerais e sua utilização dependem da taxa de passagem e da interação com a população microbiana. As disponibilidades do Ca e P podem ser significativamente alteradas em virtude de suas combinações químicas ou associações físicas com outros componentes da dieta. O ácido fitico afeta a absorção intestinal do Ca e P, porém no rúmen, em virtude da produção da fitase microbiana, o fitato é amplamente utilizado. A absorção de P também pode ser prejudicada pelo magnésio (Mg), AI e Fe, que formam precipitados, bem como pelo molibdênio (Mo) e cobre (Cu), que interferem diretamente na absorção de P. A vitamina D aumenta a absorção e a atividade de transporte de Ca e P. Seu requerimento em bovinos de corte é de 275UI/kg de matéria seca (MS) para cada dia (d), segundo o NRC. Porém, animais que recebem luz solar ou que se alimentam de forrageiras secas ao sol raramente necessitam desta suplementação, a não ser que sejam animais confinados e que recebam dieta conservada. A concentração plasmática da forma ativa da vitamina D (l ,25 OH2 D) é menor para o gado europeu, atribuída a uma adaptação genética e ambiental, devido à menor luminosidade. Fatores como espécie, maturidade da planta, clima, o tipo de solo e sua concentração de minerais, não devem ser utilizadas separadamente para predizer a concentração mineral da forrageira.Geralmente, as concentrações da maioria dos minerais são maiores em leguminosas com relação às gramíneas. Na tabela 1 pode-se observar as variações encontradas entre gramíneas e leguminosas, coletadas de suas partes novas e condições experimentais. Tabela 1 – Concentração de minerais em algumas gramíneas e leguminosas forrageiras Com relação à idade da planta, o efeito da idade da planta sobre a concentração de minerais em capim Panicum maximum pode ser observado na tabela 2. A concentração da maioria dos minerais nas forrageiras tende a decrescer com a idade da planta, e para alguns minerais, a influência da maturidade sob suas concentrações é maior, como no caso do nitrogénio e fósforo, os dois de grande importância no planejamento da suplementação dos animais em pastejo. Tabela 2 – Concentrações médias de minerais na forrageira Panicum maximum em diferentes idades O entendimento dos processos que envolvem a utilização dos minerais pelo ruminante, particularmente o fósforo, é importante, de modo a possibilitar o desenvolvimento de estratégias que possam adequar o suprimento de misturas minerais para o animal, garantindo uma maior vantagem produtiva e econômica, conciliada a uma menor excreção de fósforo, favorecendo uma maior eficiência de utilização desse mineral. Geralmente a suplementação com P é superestimada, ocasionando um gasto desnecessário para um melhor desempenho dos animais e menor excreção fosfatada no ambiente. Pesquisas feitas não sugerem que o excesso de P na dieta melhore o desempenho produtivo e reprodutivo. Deve-se avaliar o balanceamento da dieta como um todo e eliminar exageros, pois os custos desses excessos certamente pesam no orçamento, além de apresentar restrições ambientais. * Rafael Achilles Marcelino é da Universidade Federal de Lavras – 3rlab Fonte: 3rlab