setembro 7, 2024

Arroz: preços sustentados mesmo com andamento da colheita

O mercado doméstico de arroz encerrou a penúltima semana de março com preços firmes, apesar do avanço da colheita no Brasil. A ponta vendedora segue distante das negociações, aguardando melhores condições para retomar a comercialização.Evandro Oliveira, analista e consultor de Safras & Mercado A média da saca de 50 quilos de arroz em casca no Rio Grande do Sul fechou a quinta-feira, dia 23 cotada a R$ 84,81. Um avanço de 0,16% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, houve uma alta de 0,53%. E um aumento de 10,77% quando comparado ao mesmo período de 2022. Segundo ele, o cereal deve manter preços firmes na temporada 2023/24, iniciada em março. O dólar em patamares elevados favoreceu muito as exportações de arroz no segundo semestre de 2022, com volumes recordes sendo alcançados, como foi o caso do mês de outubro.Evandro Oliveira, analista e consultor de Safras & Mercado O pico foi alcançado em meados de janeiro, embora agora em março o ritmo esteja mais brando. Com os embarques escoando a oferta e limitando a disponibilidade interna, as cotações foram alavancadas. México se destaca Em arroz em casca, o país exportou na temporada 2022/23, março a fevereiro, 918,8 mil toneladas, contra 335,2 mil toneladas em 2021/22. Destaque para os embarques para o México, com mais de 456 mil toneladas embarcadas em 2022/23. Por outro lado, o consultor indicou que as importações também cresceram na temporada, o que limitou avanços nas cotações. Mas, o viés é altista para 2023/24, com o estoque ao final da temporada 2023/24 devendo cair para 491 mil toneladas, com queda de 47% em relação à temporada anterior (929 mil toneladas). “Teremos estoques pequenos ao final da temporada 2023/24, um indicativo de suporte nos preços na temporada”, afirma Oliveira. A produção brasileira 2023/24 é estimada por Safras & Mercado em 10,366 milhões de toneladas, contra 10,977 milhões de toneladas (-6%) da safra anterior. E essa oferta menor tende a reduzir os estoques e sustentar as cotações. Fonte: Safras & Mercado Curadoria: Marisa Rodrigues/Portal Boi a Pasto

Recuos do milho em Campinas e de soja em Chicago e Paranaguá

A ausência de compradores dos negócios no aguardo de melhores oportunidades somada com o avanço da colheita faz com que o milho recue para a casa dos R$ 84/saca no mercado físico de Campinas/SP. Ontem os vencimentos mais distantes do cereal apresentaram recuos mais expressivos na B3. Enquanto o contrato maio/23 terminou a sessão regular no campo positivo a R$ 84,06/saca. Uma alta de 0,19%, apesar do avanço da colheita da safra de verão. E após o USDA reportar um forte número de exportação do milho norte-americano até a semana encerrada dia 16, para 3,096 milhões de toneladas, o vencimento maio/23 chegou a renovar a máxima das últimas sessões na Bolsa de Chicago. Porém, retornou e acabou fechando o pregão regular no vermelho a US$ 6,32/bushel, recuo diário de 0,28%. Soja pressionada Os problemas logísticos depreciando os prêmios de exportação e a queda intensa e contínua dos futuros em Chicago continuam a pressionar os preços da soja no mercado físico. Em Paranaguá/PR, a oleaginosa atinge o patamar de R$ 154,09/saca, queda diária de R$ 6/sc. E quedas próximas a 2% marcaram os futuros do grão de soja em Chicago ontem, reagindo às expressivas desvalorizações do complexo soja e também à perda de demanda para a oleaginosa norte-americana para a brasileira. E apresentaram o menor fechamento diário desde 31 de outubro. O vencimento maio/23 retrocedeu 2%, e finalizou o pregão regular de 23/03 a US$ 14,20/bushel. Fonte: Agrifatto Curadoria: Marisa Rodrigues/Portal Boi a Pasto

Mercado Halal de alimentos bate US1,4 trilhão

Por Adilson Rodrigues Estudos apresentados pela Dynar Standard no State of the Global Islamic Economy Report 2022 (Relatório sobre o Estado da Economia Islâmica Global, em tradução livre) revelam que os gastos dos muçulmanos com alimentos no mercado halal, em geral, atingiram US$ 1,4 trilhão em 2022 e poderão alcançar US$ 1,67 trilhão em 2025. Nesse ritmo acelerado de crescimento, com forte presença de um amplo leque de commodities nacionais, a carne bovina verde e amarela tem destaque na preferência. O lastro histórico iniciado nos anos 20 entre as nações árabes e o agronegócio nacional foi determinante para sedimentar o Brasil como maior produtor de proteína de origem animal Halal do mundo. Mas não é só isso. “Outro fator que merece muita atenção por parte dos profissionais que compõem os elos da cadeia produtiva da carne bovina brasileira é o crescimento da religião. Hoje, estima-se que haja 1,9 bilhão de muçulmanos no mundo, e as projeções apontam crescimento; consequentemente, oportunidades”, informa o CEO da SIILHalal (Chapecó/SC), Chaiboun Darwiche. Isso porque, prossegue o CEO da SIILHalal, fundada em 2008, a religião representa, atualmente, 25% da população global; ela cresce duas vezes mais rápido quando comparado às demais não-muçulmanas. “A nossa expectativa – como empresa especializada no mercado de Certificação Halal no Brasil – é que o mercado de alimentos do gênero acompanhe esse crescimento. Acredito que o país tende a se beneficiar com essas projeções por meio da aliança histórico-comercial e pelo profundo conhecimento deste mercado”, salienta o executivo. Exportações brasileiras para o mercado Halal De acordo com dados do departamento de Inteligência de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB, São Paulo/SP), da qual a SIILHalal é associada, as exportações de produtos do agronegócio do Brasil para o bloco de 22 países árabes no Oriente Médio e Norte da África tiveram efetiva participação, sendo responsáveis por 70,87% da receita gerada ao longo de 2022 ou US$ 12,57 bilhões: um aumento de 40,74%, comparado ao ano anterior. Fonte: Revista A Granja Curadoria: Marisa Rodrigues/ Boi a Pasto

Participação brasileira saltou de US$ 20,6 bilhões para US100 bilhões

Estudo indica que a contribuição do Brasil para o abastecimento mundial deverá aumentar ainda mais nos próximos anos   A participação do Brasil no mercado mundial de alimentos saltou de 20,6 bilhões para 100 bilhões de dólares nos últimos dez anos, com destaque para carne, soja, milho, algodão e produtos florestais. Segundo especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os dados indicam que a contribuição do Brasil para o abastecimento mundial deverá aumentar ainda mais nos próximos anos. A informação faz parte do mais recente estudo de autoria de Elísio Contini e Adalberto Aragão, da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas, da Embrapa, sob o título “O Agro brasileiro alimenta 800 milhões de pessoas”. “É importante conhecer a contribuição do Agro Brasileiro na disponibilidade de alimentos para a sociedade brasileira e para o mundo. Em termos de pessoas alimentadas, em manifestações de autoridades e trabalhos técnicos, os números variavam de 1 a 1,5 bilhão de pessoas. Decidimos checar estes números, partindo da produção de grãos e oleaginosas do Brasil em relação à mundial”, explicou o pesquisador Elísio Contini. Nessa direção, o estudo adotou um método que considera a produção de grãos e oleaginosas – alimentos básicos de amplas populações no mundo e também considerados básicos para a produção de proteína animal -, para quantificar o quanto o agro brasileiro contribui para a alimentação de pessoas no Brasil e no mundo. “A hipótese é de que os grãos e as oleaginosas vêm sendo a base da alimentação humana, para o consumo direto das pessoas, alimentos processados ou como insumo para ração para a produção das principais carnes”, afirmam os autores do trabalho que adotaram para a execução do cálculo a classificação de “alimentos” utilizada pelo Banco Mundial para a elaboração do Food Price Index, que considera os seguintes cereais: arroz, trigo, milho e cevada; óleos vegetais e tortas: soja, óleo de soja, torta de soja, óleo de dendê, de coco e de amendoim; além de outros alimentos como açúcar, banana, carne de boi, de aves e laranja. Fonto: gov.br com informações da Embrapa Curadoria: Marisa Rodrigues/ Portal Boi a Pasto

Exportação recorde de milho derruba estoques para 2 mi de toneladas

Conab indica suprimento em 123,8 milhões de t e consumo e exportação em 122 milhões Com os dados do mercado externo de janeiro já definidos, o Brasil deve fechar o ano comercial com estoque de passagem de milho abaixo de 2 milhões de toneladas, um volume não registrado há muitos anos. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) prevê oferta total (estoques iniciais, produção e importação) de 123,8 milhões de toneladas no período de fevereiro de 2022 a janeiro de 2023. Já o consumo nacional (75 milhões de toneladas) e as exportações (47 milhões) somam 122 milhões. Resta 1,8 milhão para ser incorporado ao volume da nova safra. A menos que haja revisão para cima da produção ou para baixo do consumo. Do lado da oferta desse cereal, há dúvidas sobre o potencial de produção e de exportação dos argentinos e dificuldades da Ucrânia para exportar. O Brasil é o grande fornecedor no momento, uma vez que o produtor dos Estados Unidos está reticente em vender seu produto, à espera de melhores preços, segundo Daniele Siqueira, analista da AgRural. Mesmo com superssafra de soja e de milho previstas no Brasil, os preços em Chicago continuam em bons patamares. As incertezas na produção e na exportação de grãos dos argentinos mantêm o mercado em alerta. O contrato de março da soja foi negociado a US$ 15,15 por bushel (27,2 kg) nesta terça-feira (7), um valor próximo da máxima histórica de US$ 15,72 para esse contrato, registrada em 19 de junho de 2022. As chuvas de janeiro na Argentina desanuviaram um pouco o cenário ruim que se apresentava para os produtores de soja do país. Mesmo com a chuva, no entanto, ainda fica difícil uma avaliação da produção.A safra de soja é longa na Argentina e só no decorrer de fevereiro será possível uma definição melhor do volume a ser produzido, afirma Daniele. O mercado ainda trabalha com números bem diversos, que vão de uma produção de 37 milhões a 45,5 milhões de toneladas. Este último dado é do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Para Daniele, a safra argentina de soja deverá ficar abaixo dos 40 milhões, o que seria um volume distante do potencial de 48 milhões a 50 milhões de toneladas. No Brasil, apesar da seca no Rio Grande do Sul e em áreas pontuais do Paraná e de Mato Grosso do Sul, a safra deverá superar 150 milhões de toneladas, o que ajuda a cobrir o déficit argentino. As incertezas no Brasil são com o desenrolar da colheita, que está atrasada. Dados da AgRural indicam que até o início de fevereiro apenas 9% da área destinada à oleaginosa tinha sido colhida, abaixo dos 16% de há um ano. No Paraná, as máquinas passaram por apenas 2% da área, bem menos do que os 15% da safra anterior. Embora os produtores norte-americanos estejam de olho nesse atraso da colheita de soja brasileira, o que pode comprometer o período ideal do milho, a analista da AgRural diz que ainda é cedo para uma avaliação dos efeitos desse atraso. Uma eventual redução na safra brasileira de milho favoreceria os produtores dos Estados Unidos, que atrasaram as vendas do cereal à espera de preços melhores. O milho, assim como a soja, também tem um patamar elevado de preços em Chicago. Nesta terça-feira, terminou o pregão em US$ 6,74 por bushel (25,4 kg), não muito distante da máxima de US$ 7,12 de 23 de outubro do ano passado para esse contrato. Contrariando… Jair Bolsonaro escreveu em uma rede social que “o valor das exportações [do agronegócio] passou de R$ 68 bilhões em 2018 para R$ 82 bilhões em 2021”, em vista de o país ter conseguido novos mercados e de elevar o número de produtos comercializados. …o próprio O Ministério da Agricultura informa, no entanto, que as exportações do agronegócio de 2018 superaram, pela primeira vez, o patamar de US$ 100 bilhões, somando US$ 101,2 bilhões. …governo Já as de 2021 subiram para US$ 120,5 bilhões. O Ministério já tem disponível, inclusive, as receitas de exportações de 2022, que atingiram US$ 159,1 bilhões. Máquinas agrícolas As vendas somaram 67,4 mil unidades no ano passado, 19,4% a mais do que em 2021, segundo a Anfavea. Nesse mesmo período, as exportações subiram para 10,6 mil unidades, 7,6% a mais do que no período anterior. Máquinas agrícolas 2 Neste ano, no entanto, o desempenho deverá ser mais fraco. A associação do setor prevê uma queda das vendas para 65 mil unidades, 3,5% a menos do que em 2022, e recuo de 13% nas exportações, para 9.520 unidades. Inflação Os preços dos produtos agropecuários caíram 0,56% em janeiro no atacado, segundo o IGP-DI. Entre as altas estiveram feijão, mandioca e arroz. Na lista de quedas estão soja, aves, carne bovina e adubo. Fonte: Folha de São Paulo Curadoria: Boi a Pasto