maio 18, 2025

Torta de farelo de algodão é aposta da Embrapa na alimentação animal

A instituição divulgou estudo onde destaca o alto valor nutricional desses coprodutos e seu potencial para reduzir custos, elevar a produtividade e fortalecer a sustentabilidade na pecuária

por Giulia Di Napoli

Estudo comprova viabilidade do uso de farelo e torta de algodão na alimentação animal

Reprodução

Um estudo técnico-científico realizado em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento (Faped), comprova a viabilidade do uso do farelo e da torta de algodão na alimentação animal. Conduzido pela Embrapa Algodão, o trabalho destaca o alto valor nutricional desses coprodutos — obtidos a partir do caroço do algodão, subproduto da separação da pluma — e seu potencial para reduzir custos, elevar a produtividade e fortalecer a sustentabilidade na pecuária brasileira.

A torta e o farelo de algodão são ricos em nutrientes como, por exemplo, proteína bruta, fibras e lipídios, sendo muito utilizados na formulação de rações. O objetivo do estudo foi apresentá-los como alternativas viáveis para a composição de rações, reunindo evidências científicas que possam embasar as decisões de compradores e formuladores de dietas na pecuária.

“O aproveitamento integral da cadeia do algodão é uma das grandes fortalezas da nossa cotonicultura. O farelo e a torta representam uma alternativa viável do ponto de vista econômico e também sustentável. Quando utilizados de forma técnica e responsável, esses produtos trazem excelentes resultados, especialmente na redução dos custos com alimentação animal”, explicou Gustavo Piccoli, presidente da Abrapa.

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Ao longo de um ano, a equipe de pesquisa analisou cerca de 150 estudos científicos para embasar a elaboração do relatório. A proposta surgiu após questionamentos recorrentes sobre a segurança e a eficiência do uso de subprodutos do algodão na alimentação animal. “O objetivo foi esclarecer, com base científica, que esses ingredientes são seguros e eficientes quando usados corretamente”, afirmou João Paulo Saraiva Morais, pesquisador em Fibras e Biopolímeros da Embrapa Algodão e um dos coordenadores do relatório.

Oferta de caroço

Com o crescimento da produção nacional, aumentou também a oferta de caroço. Para a safra 2024/2025, a Abrapa estima uma produção de 5.067.049 toneladas de caroço de algodão. Esse volume, ao ser processado, dá origem à torta e ao farelo, que podem conter até 55% de proteína bruta.

Por essas características, os coprodutos se mostram como alternativas viáveis ao milho e ao farelo de soja, especialmente em dietas para bovinos, ovinos e caprinos. Segundo o relatório, a inclusão desses ingredientes pode melhorar o ganho de peso, aumentar a produção de leite e reduzir significativamente os custos com alimentação — que representam, em média, 70% das despesas em sistemas pecuários intensivos.

Além dos benefícios econômicos e nutricionais, o uso de torta e farelo de algodão contribui para um sistema de produção mais sustentável. A valorização desses coprodutos reduz o desperdício, amplia o aproveitamento da biomassa do algodão e diminui a competição com alimentos destinados ao consumo humano. Outro diferencial é a presença de ácidos graxos insaturados, que podem melhorar o perfil lipídico e o valor nutricional do leite.

“O farelo de algodão é o terceiro ingrediente proteico mais produzido no mundo para uso em dietas animais, podendo substituir parcialmente outros ingredientes devido ao seu alto teor de fibra, em torno de 28%, e níveis de proteína, que, em média, são de 40% e podem chegar a 55%. Esses números evidenciam o potencial da torta e do farelo, especialmente em regiões onde há limitação de outras fontes proteicas ou onde se busca diversificar as fontes de proteína na alimentação animal”, destaca Daniel Furlan Amaral, Diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da Abiove.

Uso responsável

O estudo também alerta para o uso responsável desses ingredientes, especialmente por conta o gossipol — substância natural do algodão que pode ser tóxica em grandes quantidades para algumas espécies, como aves e suínos. “É essencial seguir as recomendações técnicas, especialmente para espécies mais sensíveis.

O relatório traz tabelas com valores máximos indicados para diferentes categorias de animais. O uso consciente garante segurança e bons resultados”, explicou o pesquisador.

Giulia Di Napoli *

Giulia Di Napoli *

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 202

Curadoria: Marisa Rodrigues para o portal Boi a Pasto

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