julho 27, 2024

Produtores e empresas apostam em técnica que recupera àrea

“O produtor rural não consegue produzir se não tiver equilíbrio ecológico. A gente depende economicamente de uma natureza preservada.” A fala do produtor de soja Joel Carlos Hendges, de Balsas (MA), resume o conceito de agricultura regenerativa, ou Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), aplicada com a adoção de técnicas de cultivo ambientalmente inteligentes, com práticas voltadas para o enfrentamento das mudanças climáticas, proteção do solo e da água. Esse modo de plantar e colher, com técnicas simples, respeitando a natureza, recupera o ecossistema biológico e aumenta a produtividade, dando mais rentabilidade ao produtor. 

“O produtor rural não consegue produzir se não tiver equilíbrio ecológico. A gente depende economicamente de uma natureza preservada.” A fala do produtor de soja Joel Carlos Hendges, de Balsas (MA), resume o conceito de agricultura regenerativa, ou Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), aplicada com a adoção de técnicas de cultivo ambientalmente inteligentes, com práticas voltadas para o enfrentamento das mudanças climáticas, proteção do solo e da água. Esse modo de plantar e colher, com técnicas simples, respeitando a natureza, recupera o ecossistema biológico e aumenta a produtividade, dando mais rentabilidade ao produtor. 

Livro e curso da Embrapa tratam de compostos nitrogenados na carcinicultura marinha

Ambos os produtos são de acesso gratuito e voltados para diferentes públicos ligados a essa cadeia produtiva A carcinicultura (ou cultivo de camarão) é uma atividade em crescimento no país e que apresenta potencial para ir ainda mais longe. Em 2021, foram produzidas mais de 78,6 mil toneladas, com valor de produção maior que R$ 1,6 bilhão. Os números são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Embrapa, recentemente, lançou dois produtos voltados para essa cadeia produtiva de valor: um livro e um curso. Ambos digitais, com acesso gratuito e que abordam o mesmo tema: compostos nitrogenados no cultivo de camarão marinho. O livro, que pode ser acessado e baixado neste link, tem como autora principal a pesquisadora Alitiene Pereira, da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju-SE), que é especialista em biologia de organismos aquáticos. Com linguagem clara e simplificada, a publicação trata de importantes aspectos do cultivo de camarão e outros organismos marinhos, que tem como um dos fatores mais críticos as concentrações de compostos nitrogenados, como amônia e nitrito, interferindo na qualidade da água usada nos sistemas. “O manejo adequado desses componentes no ambiente de cultivo é extremamente importante. Com as técnicas adequadas e aplicação de boas práticas, o produtor consegue manter níveis seguros de compostos nitrogenados na água do sistema, reduzindo riscos à produção e garantindo melhores resultados de produtividade”, explica a autora. Além de Alitiene, são autores do livro: a médica veterinária Hellen Kato, pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO); o engenheiro de pesca Valdemir de Oliveira, analista da Embrapa Meio-Norte (Teresina-PI); e especialistas em cultivo de camarão marinho da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e da DAP Projetos Aquícolas. Curso on-line Além do livro, a Embrapa lançou curso sobre compostos nitrogenados no cultivo de camarão marinho dentro de sua plataforma e vitrine de capacitações, o e-Campo. Disponível neste link, já são 270 inscritos, incluindo participantes que concluíram o curso. A organizadora é Hellen, que também colaborou com o livro. Segundo ela, “a grande vantagem da plataforma e-Campo, para nós, é a capilaridade. A plataforma possibilita que possamos chegar geograficamente a qualquer lugar, inclusive do mundo (temos vários alunos em outros países em cursos anteriores)”. A pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura segue dizendo que “todos os benefícios do on-line, como flexibilidade de horários e rotinas, possibilitam que mais pessoas possam aderir ao curso, considerando a rotina pesada e constante de quem trabalha nas criações e também de acadêmicos”. O curso foi desenvolvido considerando como públicos técnicos extensionistas com atuação em carcinicultura, produtores de camarão marinho e acadêmicos. São sete módulos técnicos e, no final, um oitavo com revisão de todo o conteúdo. O curso é uma forma de a Embrapa atender demanda da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC). Tanto o livro como o curso são resultados do BRS Aqua, projeto que envolve mais de 20 Unidades e cerca de 270 empregados da Embrapa, além de bolsistas. Com forte caráter estruturante, já que por meio dele a empresa está incrementando sua infraestrutura de pesquisa em aquicultura, o BRS Aqua também se destaca na formação de recursos humanos especializados na área, sobretudo por conta das bolsas disponibilizadas. São três as fontes de financiamento: o Fundo Tecnológico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Funtec / BNDES); a Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAP / Mapa), cujo recurso está sendo operacionalizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); e a própria Embrapa. Mais informações sobre o BRS Aqua nesta página. Serviço O que: livro e curso sobre compostos nitrogenados no cultivo de camarão marinho Onde: livro neste link e curso neste link Acesso: gratuito Clenio Araujo (6279/MG)Embrapa Pesca e Aquicultura Curadoria: Boi a Pasto

Soja produz até 20% mais em consórcio de capim com leguminosas de cobertura

Experimentos foram realizados em Dourados, Naviraí, Rio Brilhante, Nova Andradina, Vicentina e Ponta Porã Pesquisas da Embrapa Agropecuária Oeste (MS) realizadas em seis municípios de Mato Grosso do Sul, e validadas por produtores rurais, mostram que o consórcio de gramíneas forrageiras com crotalárias (leguminosas de cobertura) resulta em um incremento de produtividade de até 20% no cultivo de soja. Além disso, aumenta a quantidade e a qualidade de biomassa produzida pelas plantas e promove a FBN (fixação biológica de nitrogênio) no solo, aliando vantagens econômicas e ambientais. Os experimentos foram realizados em Dourados, Naviraí, Rio Brilhante, Nova Andradina, Vicentina e Ponta Porã. “Em Dourados, Naviraí e Rio Brilhante, o consórcio de gramínea forrageira com crotalária foi uma alternativa para diversificação do sistema de produção de grãos na entressafra da soja. Nos outros municípios, o consórcio foi uma prática adicional para a renovação de pastagens”, complementa o analista Gessí Ceccon. Palhada garantida A inclusão de leguminosas no sistema é também uma alternativa para a produção de palha e, no caso das crotalárias (dependendo da espécie), há possibilidade de pastejo nos sistemas integrados. “A fixação de nitrogênio, proporcionada pelas leguminosas impacta positivamente os custos de produção a médio prazo”, diz o pesquisador Rodrigo Arroyo Garcia. As crotalárias utilizadas na pesquisa foram a C. juncea, C. ochroleuca e C. spectabilis. Já as gramíneas forrageiras foram a brachiaria ruziziensis, brachiaria brizantha (cultivar Xaraés) e panicum maximum (cultivares Tamani e Zuri). Outra vantagem foi a produção expressiva de biomassa para um sistema de produção consorciado, ultrapassando 7 mil quilos por hectare na safrinha, próximos dos cerca de 8 mil kg/ha do capim solteiro. Além da quantidade, a qualidade da biomassa também é relevante. Em alguns experimentos, a crotalária contribuiu com mais de 2 toneladas por hectare em cerca de cem dias. Segundo o pesquisador Luís Armando Zago Machado, os dados foram obtidos em sistemas de produção com propósitos distintos e diferentes condições climáticas, “desde talhões de renovação de pastagem e implantação de sistemas integrados, até áreas com longo histórico de cultivo soja/milho”, explica. Implantação do sistema “O processo de implantação do consórcio é a etapa mais importante para que a tecnologia agregue benefícios ao sistema de produção, com aspectos positivos provenientes das duas espécies”, assegura Garcia. No cultivo intercalar, as sementes das leguminosas são distribuídas em uma linha e as das gramíneas em outra. A melhor opção, como alertam os pesquisadores, é aplicar a gramínea a lanço e semear a crotalária na sequência. Na implantação em mesma linha, indica-se a C. ochroleuca, por ser constituída de sementes menores, “o que favorece a uniformização da mistura com as sementes dos capins e a distribuição nos sulcos de semeadura”, esclarece Zago. Outro fator a ser observado pelo produtor rural é a quantidade de sementes a ser utilizada. Quando o objetivo é produção de palha, pode-se usar metade da quantidade recomendada para a espécie solteira. Se há intenção de pastejo na área, a quantidade de sementes de C. ochroleuca ou C. juncea pode ser reduzida consideravelmente, para cerca de 25% da recomendação para cultivo solteiro. Implantação da soja Durante a entressafra, os animais fazem o controle da forrageira por pisoteio ou alimentação. A C. ochroleuca e a C. juncea apresentam baixa capacidade de rebrote, o que facilita a implantação da soja em sucessão. Zago chama a atenção para o cultivo em consórcio voltado apenas para a produção de biomassa na entressafra da soja, “porque o crescimento excessivo de forrageiras, como algumas cultivares de Brizantha e Panicum, pode dificultar a sua implantação.”. Para controlar o crescimento da forrageira e evitar a produção de sementes da leguminosa, a indicação é a poda mecânica da parte aérea, com roçadeira, triton ou rolo faca, cerca de cem dias após a semeadura. Os pesquisadores afirmam que “o maquinário e as tecnologias existentes já adotadas pelo produtor rural, independentemente do tamanho da propriedade e nível de investimento, são adequadas, e eventuais pequenos ajustes viabilizam a utilização do consórcio nas áreas de produção avaliadas em Mato Grosso do Sul”. Produtores comprovam bons resultados na prática O gerente técnico do Grupo Agropecuária Palmares, Franklyn Guimarães, diz que o grupo trabalha com agropecuária há mais de 30 anos, na região de São Gabriel do Oeste (MS) e em Itiquira (MT). No total, são quatro propriedades de 8.500 hectares, 2.500 hectares, 2.200 hectares, e 1.400 hectares. Em São Gabriel do Oeste, antes da introdução das pesquisas da Embrapa Agropecuária Oeste, o sistema de produção utilizado era o de sucessão de soja/milho, e de soja/braquiária. Atualmente, o consórcio entre Crotalaria Jjuncea e Crotalaria Oochroleuca com Brachiaria ruziziensis é adotado em 700 hectares na safrinha. Segundo Guimarães, em 2022 foi plantada a primeira safrinha com a tecnologia da Embrapa, mas já foi possível observar bons resultados na melhoria do solo, com o aporte de nitrogênio pela FBN. “Os resultados parciais da solução tecnológica apontam para uma tendência de aumento da área na próxima safra da soja. Eu recomendo a outros produtores”, enfatiza. Com informações da Embrapa Agropecuária Oeste, de Dourados (MS) – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS Curadoria: Boi a Pasto