Planos de manejo e tipos de pastagens são debatidos em encontro com produtores do Pantanal
Fazendas pantaneiras apresentam distintas aptidões de produtividade e demandam diferentes estratégias de manejo O 3º Encontro de Produtores da Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS) que aconteceu em Cuiabá (01/12) trouxe temas relevantes para o bioma, como: “Por que, onde e como introduzir pastagens exóticas no Pantanal” e “Manejo de pastagens nativas e exóticas”. Os assuntos foram abordados pela pesquisadora, Sandra Aparecida Santos, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Pantanal), para os produtores rurais assistidos pela equipe de assistência técnica e pesquisa do projeto. Existe uma grande proporção de paisagens no bioma Pantanal e forrageiras de qualidade que compõem os campos. As fazendas pantaneiras apresentam distintas aptidões de produtividade e demandam diferentes estratégias de manejo. Diante disso, o projeto FPS leva ao produtor pantaneiro informações e ferramentas que possam subsidiar a definição de estratégias de manejo que proporcionem a conservação das pastagens nativas, associadas com a introdução de gramíneas exóticas, e que permitam a manutenção da sustentabilidade dos sistemas de produção no Pantanal. Sandra mostrou ainda aos fazendeiros do Pantanal que manter a pastagem nativa em boas condições pode trazer mais benefícios do que introduzir pastagens exóticas – aquelas que não são nativas do bioma. “Primeiro passo é identificar como valorar as pastagens nativas. Em seguida, avaliar diferentes estados de conservação de pastagens nessas áreas e comparar com as pastagens introduzidas nessas mesmas áreas. Assim, conseguimos fazer a valoração dessas pastagens e é possível observar que elas têm um alto valor, um baixo impacto ambiental, maior renovabilidade e maior valor nutricional”, explicou Sandra. Segundo Sandra, o ecossistema pantaneiro é muito complexo. Em função da ocorrência de cheias durante o período das águas, nem todas as gramíneas da região (mais de 200) produzem quantidade satisfatória de forragem anualmente. Esse regime de cheias também dificulta a introdução de gramíneas cultivadas ou exóticas. “O grande benefício de fazer parte desse projeto foi nos apropriarmos da vegetação nativa. Temos uma quantidade de vegetação nativa de grande importância, com alto valor de proteína e isso é muito importante para nós, ter a consciência de que esse patrimônio está disponível para nós é um grande valor. E a Embrapa, a Famato, o Senar, o Imea vem contribuindo para que nós realmente consigamos adequar o sistema de manejo, com pasto nativo da nossa pecuária, da nossa mão de obra, gestão, isso é muito benéfico para nós produtores pantaneiros”, contou a produtora rural e presidente do Sindicato Rural de Cáceres, Ida Beatriz. O tema “Lei do Pantanal e regulamentação” foi apresentado pela superintendente de Mudanças Climáticas e Biodiversidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Gabriela Priante. Gabriela fez um prospecto dos últimos 14 anos, até a alteração da lei do Pantanal, a morosidade de regulamentação das legislações, e concluiu que hoje com a parceria que o estado de Mato Grosso tem com a Embrapa Pantanal, por meio de cooperação técnica, as notas técnicas estão subsidiando a melhoria, a readequação e a regulamentação das políticas existentes. “As políticas estão prontas? Elas estão ideais? Não. Tanto que acabamos de ver a necessidade de algumas adaptações, entretanto somente podemos atender o que está dentro das legislações. Enquanto ela não mudar precisamos fortalecer essa parceria com os institutos de pesquisa”, disse Gabriela. Certificação – O analista de pecuária da Famato, Marcos de Carvalho, falou sobre o interesse do setor produtivo rural de Mato Grosso em alcançar o mérito de Indicação Geográfica (IG) de uma carne ambientalmente sustentável, socialmente justa e economicamente viável para o Pantanal Mato-grossense. Representantes do Sistema Famato estiveram em Bagé, no Rio Grande do Sul, em novembro deste ano para conhecer a iniciativa de Indicação Geográfica da Carne do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional. “Nosso objetivo é contribuir para que o bioma Pantanal também alcance o mérito de Indicação Geográfica de uma carne ambientalmente sustentável, socialmente justa e economicamente viável. Em uma ação conjunta com Mato Grosso do Sul e o Mapa, pretendemos conquistar esse reconhecimento para o pecuarista do Pantanal”, destacou Lucélia Avi, gestora técnica da Famato. FPS – É um projeto piloto criado para auxiliar produtores rurais do bioma Pantanal de Mato Grosso a se desenvolverem economicamente na região e de forma sustentável. O projeto é coordenado pela Famato, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e Embrapa Pantanal. Tem a parceria do Imea e Sindicatos Rurais. Participaram do evento a chefe da Embrapa Pantanal, Suzana Sales, representando a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a diretora Eloisa El Hage, o secretário de estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Cesar Alberto Miranda, produtores rurais, presidentes de sindicatos rurais, Ida Beatriz (Cáceres), Raul Santos (Poconé) e Antônio Carlos de Carvalho (Santo Antônio de Leverger) e técnicos do Sistema Famato. A gravação do evento está disponível no canal da Famato no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=1P5zpEQSjcQ Fonte: CNA Curadoria: Boi a Pasto
Descoberta de infecção muda a forma de cultivo do maracujá
Chegada do vírus CABMV ao Paraná exigiu mudanças na forma de cultivo dos maracujazeiros Os Servidores do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR) realizaram uma formação sobre maracujá em 2015, e, na visita a uma propriedade, foram interpelados por um produtor acerca da suspeita de uma doença na plantação. Depois de uma análise de laboratório, constatou-se a presença do vírus do mosaico caupí, conhecida pela sigla CbMV (do inglês Calibrachoa Mottle Virus). Os funcionários buscaram ajuda de especialistas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) e de produtores da cidade de Presidente Prudente (SP) que já enfrentavam a doença. As informações obtidas resultaram na proposta de novas práticas no cultivo dos maracujazeiros para erradicar o vírus. Como a doença afeta o cultivo de maracujá? O vírus CABMV é uma das principais pragas que acometem produções de maracujá em todo o Brasil. A primeira ocorrência relatada no País é de 1978, na Bahia; desde então, diversos estados sofrem com a doença e muitas regiões produtivas já relataram a quebra de safra em decorrência do vírus. Estudos demonstram que pelo menos 16 espécies de maracujazeiros são suscetíveis à doença. Quando infectados pelo vírus CABMV, os pomares sofrem o endurecimento dos frutos do maracujazeiro (EFM). Quando a doença se instala, as plantas contaminadas precisam ser erradicadas, ou então podem comprometer toda a produção. Em situações normais, os maracujazeiros são plantas semiperenes, os cultivos chegam a dar frutos por até 4 anos, mas quando há presença da doença, as plantas precisam ser eliminadas anualmente. A resistência dos produtores em alterar as práticas de manejo podem ter ajudado a espalhar a doença por todo o Estado do Paraná. Segundo informado pelo Senar-PR, a doença pode ter chegado ao Estado em 2004 e virou um problema para produtores em 2014. A principal área de cooperativa de maracujá chegou a ter uma redução drástica na produtividade, que só voltou ao normal em 2021, e outras áreas tiveram perdas de 100%. Qual é o manejo correto quando há CABMV no maracujá? O vírus CABMV é transmitido pelos pulgões, que passam a doença ao “morderem” uma planta contaminada e depois outra saudável. Existe uma estratégia simples para combater as infestações: ao invés de levar mudas de 30cm do viveiro para o pomar, leve-as com pelo menos 1,5 metro de altura, isso porque as plantas que já estão florescendo oferecem menos risco. Além disso, é preciso fazer o acompanhamento nutricional dos maracujazeiros para garantir a ausência da doença. A erradicação anual das lavouras freia a disseminação do vírus. Normalmente, as lavouras são derrubadas no final da safra, entre julho e agosto, e um período de 20 dias a 30 dias funciona como um vazio sanitário; as mudas estão seguras nos viveiros e os pulgões não tem onde se instalar. Com os novos conhecimentos sobre a doença, o sistema FAEP/Senar-PR atualizou o curso “Maracujazeiro”, que estará disponível para os produtores paranaenses. O curso ensina a contornar e conviver com a presença da doença no estado e ainda manter a produtividade. São ensinadas técnicas de irrigação, nutrição, manejo de mudas e técnicas para identificar a virose. Fonte: CNA SENAR, EMBRAPA, Revista Cultivar, FAEP Curadoria: Boi a Pasto
Acerto na nutrição das vacas leiteiras é essencial para ter bezerras saudáveis
O correto manejo da vaca leiteira no período seco, compreendido por cerca de oito semanas finais da gestação, é fundamental na preparação da fêmea para ter um bom parto e o consequente início de vida da bezerra. O correto manejo da vaca leiteira no período seco, compreendido por cerca de oito semanas finais da gestação, é fundamental na preparação da fêmea para ter um bom parto e o consequente início de vida da bezerra. Wiliam Tabchoury, gerente da Unidade de Bovinos da Auster Nutrição Animal, explica que o bom desempenho nessa fase decorre de diversos fatores, como nutrição, sanidade, visão integrada das condições de manejo e ambiente. “Lotes de vacas secas devem ser separados em dois grupos principais. Nas primeiras cinco semanas, é fundamental a maior ingestão de fibra longa e nas últimas três semanas, dietas de pré-parto um pouco mais densas”, orienta o engenheiro agrônomo. “O local deve propiciar conforto, com cama seca e macia, ventilação, sombra e água, que deve ser potável e livre de contaminantes, especialmente de patógenos e agentes químicos”. Quanto às bezerras, Tabchoury ressalta que é de suma importância a ingestão de colostro nas primeiras horas de vida, pois elas nascem sem imunidade ativa. “É necessário atentar também à conservação (refrigeração ou congelamento), ao preparo (descongelamento e aquecimento) e à temperatura de fornecimento do colostro, evitando a perda de qualidade, especialmente das suas imunoglobulinas”, analisa o especialista. Além disso, ele recomenda a adoção de três categorias distintas para o manejo alimentar durante a fase de aleitamento: dieta líquida, dieta líquida e sólida e dieta sólida com níveis nutricionais específicos e bem diferentes entre si. “Precisamos trabalhar com, pelo menos, três dietas diferentes para as bezerras num período muito curto, entre 70 e 90 dias, para maximizar o resultado técnico e econômico”, afirma o gerente da Auster. Ele explica que as bezerras precisam ingerir grande quantidade de leite na fase inicial da vida inicial e isso gera um grande desafio, se contar apenas com o fornecimento da própria vaca. “O leite é um produto nobre, de elevado valor, que se constitui na principal fonte de receita da propriedade. Portanto, alimentar bezerras com leite de vaca é um investimento elevado para o produtor, pois interfere na redução no volume comercializado e, por consequência, na receita da propriedade”, explica Wiliam Tabchoury. Para oferecer suporte tanto em termos de redução de custos como de aumento da renda com o leite, a Auster oferece um alimento lácteo completo para as bezerras: Nattimilk, que promove maior crescimento de estrutura e massa magra, com efeitos positivos no aumento da produção, reprodução e longevidade das futuras vacas leiteiras. Ele é o único produto do mercado nacional desenvolvido para enfrentar os desafios da criação de bezerras em clima quente e úmido, além de ser uma combinação perfeita entre elevada performance de ganho de peso com sanidade, atuando simultaneamente no crescimento corpóreo e no aumento da resistência e imunidade das bezerras. Além dessa tecnologia inovadora, a Auster oferece o Plano Nutricional Auster Para Bezerras (NASEM 2021), composto por planejamento alimentar completo, que busca o aumento da performance e redução de custos em reais por quilograma de peso vivo ganho. “A assistência técnica e o bem-estar animal são fundamentais para a criação de bovinos leiteiros mais eficientes, felizes, saudáveis, rentáveis e sustentáveis. Dessa forma, a presença de um técnico e o manejo na propriedade com uma dose a mais de carinho, além de cuidado, atenção e respeito com os animais, são essenciais para ter êxito na criação de bezerras”, finaliza Wiliam. Fonte: Assessoria Auster Curadoria: Boi a Pasto