setembro 7, 2024

Agronegócio: como empreender com a apicultura

O mercado de mel é considerado hoje um dos mais promissores da agropecuária Ainda pouco propagado, o mercado de mel é considerado hoje um dos mais promissores da agropecuária, com o país liderando o ranking de produtores orgânicos do mundo. Empreender no segmento pode ser uma boa alternativa para proprietários de chácaras, sítios, fazendas, e também para quem não é dono de terra. O professor Armindo Vieira Júnior, referência no setor apícola, explica como e ensina a começar um apiário do zero. Ele garante que qualquer pessoa pode iniciar essa jornada. “É uma atividade que pode ser realizada por homens ou mulheres, com um investimento inicial médio de R$ 10 mil reais. O retorno pode chegar até R$ 100 mil por ano”, diz o apicultor. Segundo Armindo, o mel brasileiro é um mel puro e orgânico, o mais procurado pelo mercado nacional e internacional. Ainda não há apicultores disponíveis no Brasil para atender essa alta demanda. E com intuito de incentivar essa formação, o professor da Escola de Apicultura, Armindo Vieira Júnior, oferecerá um curso gratuito e online, entre os dias 24 e 27/01, às 19h. Durante as aulas, ele vai ensinar como montar um apiário do zero, como se dá o manejo das abelhas, o que você vai precisar para iniciar o negócio, como atingir uma superprodução de mel, entre outros assuntos. Para participar, basta se inscrever gratuitamente no site: Link Programação: Aula 1 — dia 24/01 — 19h às 22hTudo que você precisa saber sobre apicultura. Aula 2 — dia 25/01– 19h às 22hComo montar seu apiário do zero. Aula 3 — dia 26/01 — 19h às 22hOs segredos para atingir a superprodução de mel. Aula 4 — dia 27/01 — 19h às 22h Como criar um negócio milionário com a produção de mel Fonte: Agrolink Curadoria: Boi a Pasto

Bioeconomia no Brasil pode gerar faturamento de US$ 284 bi anuais

O levantamento mostrou ainda que as emissões de carbono podem ser reduzidas em cerca de 550 milhões de toneladas nos próximos 27 anos. Um levantamento inédito prevê que a implementação da bioeconomia no Brasil pode gerar um faturamento industrial anual de US$ 284 bilhões até 2050. É esse montante que o País poderá alcançar ao realizar a chamada total implementação da bioeconomia, que abrange três frentes: as atuais políticas para mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) no País, a consolidação da biomassa como principal matriz energética em setores importantes da economia e a intensificação de tecnologias biorrenováveis.  Intitulado “Potencial do impacto da bioeconomia para a descarbonização do Brasil”, o estudo é fruto da parceria entre a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), Embrapa Agroenergia, Laboratório Nacional de Biorrenováveis do Centro de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBR/CNPEM), Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai/CETIQT) e Laboratório Cenergia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Cenergia/UFRJ). O documento avalia distintas trajetórias para o Brasil até o ano de 2050, a partir das quais propõe três cenários potenciais da bioeconomia no contexto de transição energética no Brasil, sendo o último considerado ponto fundamental do documento, com a adoção mais intensificada da bioeconomia. O primeiro cenário, intitulado “Políticas Correntes”, analisa a manutenção das atuais políticas brasileiras e o respeito à Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, sigla em inglês), proposta no âmbito do Acordo de Paris sobre o Clima.  O segundo cenário, “Abaixo de 2 ºC”, considera que a biomassa passa a ser a principal fonte de energia para a implementação de tecnologias de baixo carbono nos principais setores da economia brasileira, também em cumprimento ao Acordo de Paris, com o objetivo específico de limitar o aumento da temperatura terrestre “bem abaixo dos 2 ºC” até o final do século.  O terceiro e último cenário proposto, chamado de “Potencial da Bioeconomia”, é no qual a bioeconomia e a transição energética se complementam e inserem tecnologias promissoras biorrenováveis a partir do cenário “Abaixo de 2 ºC”. “O estudo quantifica a bioeconomia em cenários de transição energética e avalia como as tecnologias geradas pela chamada economia circular e de baixo carbono podem complementar a transição energética dentro das cadeias produtivas”, afirma Alexandre Alonso, chefe-geral da Embrapa Agroenergia. “Buscamos desenvolver processos produtivos mais eficientes e menos intensivos em insumos e energia, fortemente apoiados na biotecnologia”, complementa. Além de Alonso, o estudo também conta com a contribuição do pesquisador da Embrapa Agroenergia e ex-presidente da Embrapa Maurício Lopes. Para Lopes, o Brasil tem plenas condições de modelar uma agricultura dedicada à biomassa capaz de viabilizar um setor bioindustrial inovador e competitivo.  “A bioeconomia entra com vantagem na complexa equação da sustentabilidade, por ser capaz de combinar de forma sinérgica recursos naturais, como a biomassa, e tecnologias avançadas, em modelo de produção de base biológica, limpa e renovável, promovendo sinergias entre as indústrias de energia, alimentos, química, materiais, dentre outras”, pontua. Soluções e tecnologias  Entre as principais contribuições do estudo está o levantamento de soluções que impactam o aumento da produtividade da agricultura, possibilitam a liberação de áreas que podem ser reaproveitadas por culturas energéticas e reduzem as emissões de GEE durante o processo produtivo.  O trabalho se concentrou em bioinovações de indústrias existentes e em fase de desenvolvimento, a partir das quais é possível estimar valores de investimento e de receita, com foco em setores com maior potencial de mitigação de GEE.   No quesito “soluções para intensificação sustentável da agricultura”, foram avaliadas tecnologias relacionadas a proteínas alternativas, soluções para confinamento de gado, fixação de carbono no solo, novas variedades de vegetais de alto rendimento por hectare, fixação biológica de nitrogênio (FBN), controle biológico, todas inseridas no contexto de otimização do uso do solo e produção de biomassa com baixa emissão de carbono ou até emissão negativa. Já no quesito “soluções para a conversão de biomassa em produtos de base energética” foram consideradas tecnologias que utilizam a biomassa para a produção de energia de baixa intensidade de carbono ou até emissões de GEE negativas e que apresentam maior escala de mercado, como bioenergia com captura e armazenamento de carbono (BECCS), captura e utilização de carbono (CCU), biogás e etanol de segunda geração (E2G). Por último, foram analisadas soluções para a conversão de biomassa em bioprodutos de alto valor agregado, importantes para substituir produtos de origem fóssil e viabilizar economicamente o desenvolvimento de biorrefinarias. Neste quesito, foram consideradas as tecnologias relacionadas à produção de bioquímicos, enzimas, biofertilizantes, biomateriais, bionafta e biocombustíveis avançados.  “As tecnologias retratam bem a necessidade de adaptação do processamento às diferentes fontes de biomassa, o que reforça o caráter modular das biorrefinarias e a possibilidade de distintas formas organizacionais dentro de um mesmo pátio produtivo”, indica o relatório. Fonte: Embrapa Curadoria: Boi a Pasto

Queijarias mineiras recebem as primeiras certificações emitidas pelos municípios

Nova legislação federal, de dezembro de 2022, deu autonomia aos órgãos municipais para a concessão dos selos 19 de Janeiro de 2023 , 18:14 O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, participou, nesta quinta-feira (19/1), da solenidade de entrega dos primeiros Certificados do Selo Queijo Artesanal emitidos pelos municípios. O evento foi realizado em parceria pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e a Associação Mineira de Municípios (AMM). Os municípios de Entre Rios de Minas e Aiuruoca entregaram as primeiras certificações à queijaria Cana Velha e à queijaria Goa, respectivamente. Outros municípios, como Diamantina e Formiga, estão finalizando os procedimentos e em breve os produtores estarão aptos a receberem os selos emitidos pelos respectivos órgãos municipais. Descentralização As certificações entregues pelos municípios são as duas primeiras realizadas após a publicação da portaria federal N° 531 de 16 de dezembro de 2022, com as novas regras para a concessão do Selo Arte e do Selo Queijo Artesanal. A partir da nova legislação, além do Ministério, as instituições de agricultura e pecuária estaduais e municipais poderão conceder os selos de identificação artesanal aos produtos com registro em serviço de inspeção oficial de mesma instância. Os municípios passam a ter autonomia para conceder os selos que autorizam o trânsito em território nacional de produtos fiscalizados por profissionais municipais, sem necessidade de auditorias do Estado ou do Ministério da Agricultura, simplificando o processo e promovendo a universalização da política de acesso à comercialização desses produtos em todo o país. Protagonismo Municipal Para o Superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais, Marcílio de Souza Magalhães, a medida é a concretização do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), implantado em 1998, que dividiu a responsabilidade de inspeção e defesa agropecuária entre os três níveis de governo (União, Estados e municípios). “O nível municipal estava bem aquém neste processo. E com a nova lei, os municípios assumem novas responsabilidades e é uma grande oportunidade se organizarem, ajustarem seus serviços de inspeção municipal e integrarem de forma definitiva o Suasa, que é tão importante para o país”. Para o Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, essa descentralização vem numa ótima hora, em que o setor precisa aumentar o volume de produção dos queijos formalizados. “O serviço de inspeção municipal agora pode emitir o Selo Queijo Artesanal, permitindo o comércio entre municípios e estados. O próximo passo é conseguirmos a exportação dessas iguarias para o mundo. Aqui em Minas Gerais, mais uma vez, estamos assumindo o protagonismo na cadeia produtiva dos queijos artesanais, muito importante na cultura e economia do estado. O Sistema Estadual da Agricultura vai acompanhar e dar o apoio necessário para que os municípios tenham um serviço de inspeção eficiente e os produtores tenham facilidade no registro dos seus produtos”, afirma o secretário Thales Fernandes. “Para a gente é muito importante a visibilidade, a simbologia. O que a gente tem feito é para eleger Minas Gerais o planeta Queijo. A gente já tem os modos de fazer dos queijos artesanais reconhecidos como patrimônio imaterial estadual e nacional, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e estamos lutando para que sejam reconhecidos pela Unesco”, afirma a Secretária-Adjunta de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Milena Andrade Pedrosa. O Vice-Presidente da Associação Mineira de Municípios, Luiz Fernando Alves, também destacou a importância da medida. “É um grande ganho e nós, do municipalismo mineiro, vemos essa descentralização como um grande avanço, que vai trazer mais notoriedade e ganhos para esse setor produtivo que é muito importante, especialmente, para os pequenos produtores”. Segundo o Coordenador de Vigilância em Saúde de Aiuruoca, Marcos Paulo Maciel, a municipalização na emissão dos selos é um passo fundamental para o fortalecimento do setor. “A produção de leite e a atividade queijeira são muito fortes no município. A emissão desses selos vai permitir o escoamento da produção para outros mercados, aumentando a geração de emprego e renda para a cidade. Isso vai estimular que mais produtores tenham o interesse de buscar a regularização de suas atividades e isso é muito bom para o município”, avalia. À frente da Queijaria Cana Velha, um dos empreendimentos certificados, a produtora Helena Silva Melo fala da importância do selo para o seu negócio. “Vai valorizar demais o nosso trabalho e aumentar as vendas. Atualmente, nossa produção é de 15 queijos de meio quilo por dia, comercializados na região. Agora, nossos queijos poderão ser vendidos em todo o país e a intenção é aumentar a produção.” Regiões Caracterizadas Minas Gerais conta com 15 regiões caracterizadas como produtoras dos diversos queijos artesanais. O Queijo Minas Artesanal (QMA), produzido com leite de vaca cru, sem pasteurização, seguindo processos tradicionais de confecção, foi o primeiro a ser caracterizado no estado. Atualmente, 10 regiões no estado são caracterizadas como produtoras de QMA (Araxá, Canastra, Campos das Vertentes, Cerrado, Serra do Salitre, Serro, Triângulo Mineiro, Serras da Ibitipoca, Diamantina e Entre Serras da Piedade ao Caraça). Além disso, o estado conta com mais cinco regiões caracterizadas como produtoras de outros tipos de queijos artesanais (Alagoa, Mantiqueira, Jequitinhonha, Vale do Suaçuí e Serra Geral). Também participaram da solenidade o deputado federal José Silva, e o estadual Antônio Carlos Arantes, dirigentes das instituições vinculadas ao Sistema Estadual da Agricultura e representantes municipais e de instituições ligadas ao setor. Fonte – Ascom/Seapa Curadoria: Boi a Pasto

Novo bioinsumo aumenta em até 20% a produtividade da cana-de-açúcar

Novo inoculante é formado por duas bactérias que aumentam a absorção de fósforo pela planta, aumentando a produtividade. Duas bactérias identificadas pela Embrapa em seu banco de microrganismos, capazes de aumentar a absorção de fósforo pelas plantas, mostram ganhos comprovados na cultura da cana-de-açúcar. O incremento de produtividade, segundo dados da pesquisa da Embrapa, chega a 20% com o primeiro inoculante solubilizador de fósforo desenvolvido no País, com recomendações agronômicas validadas para a cultura da cana-de-açúcar, identificado como Omsugo ECO e comercializado pela multinacional Corteva Agriscience. O novo bioinsumo promove a redução da aplicação de adubos fosfatados, resultando em ganhos econômicos e mais sustentabilidade ambiental. As duas cepas de bactérias que deram origem ao inoculante – Bacillus subtilis (CNPMS B2084) e Bacillus megaterium (CNPMS B119) – foram selecionadas a partir dos acessos da Coleção de Microrganismos Multifuncionais e Fitopatógenos (CMMF) da Embrapa Milho e Sorgo (MG). “Esse acervo tem enorme potencial em oferecer soluções para o aumento de produtividade de diversas culturas agrícolas, com foco em sustentabilidade e descarbonização da agricultura”, enfatiza Myriam Maia Nobre, chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Milho e Sorgo, ao informar que a coleção possui 11 mil registros. De acordo com a pesquisadora Christiane Paiva, líder da equipe desenvolvedora do estudo, as cepas dessas bactérias, a partir de mecanismos distintos, promovem maior crescimento das raízes e solubilização do fósforo adsorvido no solo. “Realizamos pesquisas com foco na cultura da cana, definindo as doses e quais seriam as recomendações de uso do inoculante Omsugo ECO para buscarmos o melhor custo-benefício para o produtor rural. Tivemos relatos de ganhos médios de cerca de 12 toneladas por hectare nas áreas onde os produtores realizaram testes com o produto, se comparadas com áreas sem aplicação”, reforça. Com o bioinsumo, canaviais entregam até 20% a mais de produtividade Experimentos conduzidos no ano agrícola 2020/2021 pela Embrapa e pela Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) em três áreas produtoras brasileiras comprovam a eficiência do Omsugo ECO nessa cultura, fornecedora de matéria-prima para um setor de alta importância estratégica e econômica para o País. O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com 572,8 milhões de toneladas produzidas para a atual safra 2022/2023, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os cientistas avaliaram os três mais importantes índices relacionados ao desempenho de uma lavoura de cana-de-açúcar: toneladas de cana por hectare (TCH) que mede a produtividade; açúcar total recuperável (ATR), indicador que representa a capacidade da cana de ser transformada em açúcar ou álcool; e toneladas de açúcar por hectare (TAH). A maior média de produtividade observada coincidiu com a parcela que recebeu a maior dose do inoculante líquido do Omsugo ECO. “A produtividade em TCH foi 20% superior ao tratamento que não recebeu aplicação do inoculante ou adubo fosfatado”, relata o pesquisador Geraldo de Almeida Cançado, da Embrapa Agricultura Digital, que conduziu os estudos na cultura da cana. Nas condições experimentais, o uso combinado de doses superiores a 500 ml por hectare do inoculante e aplicando somente 50% da quantidade de adubação fosfatada recomendada foi capaz de promover aumento significativo para os parâmetros de TCH e TAH. “Esses índices são associados, respectivamente, à produtividade e à qualidade da matéria-prima na cultura da cana-de-açúcar, indicando a eficácia do inoculante para essa cultura,” relataram os pesquisadores. Os dados foram publicados no Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa intitulado Utilização de Inoculante Líquido Solubilizador de Fosfato Formulado à Base dos Isolados de Bacillus megaterium e Bacillus subitilis no Plantio da Cana-de-Açúcar, que reúne autores da Embrapa Agricultura Digital e da Embrapa Milho e Sorgo. Como a tecnologia funciona As bactérias selecionadas pela Embrapa, por formarem esporos de alta resistência a estresses ambientais, permitem melhor colonização das raízes da cana e aplicação o ano todo. Além disso, sua aplicação é compatível com as práticas operacionais e de manejo da cultura. Os mecanismos de ação das bactérias passam pela liberação de fitormônios e pela produção de enzimas fosfatase e fitases que auxiliam na ciclagem do fósforo orgânico do solo e na produção de ácidos orgânicos para a liberação do fósforo fixado na forma inorgânica, que são essenciais para a ação na raiz e o aumento da absorção do fósforo pela cultura da cana. Os testes realizados no primeiro ano de validação da tecnologia comprovam a eficácia e a compatibilidade com as demais práticas agropecuárias preconizadas no Portfólio Corteva, segundo a empresa. Por InPress Porter Novelli “Estamos trazendo para o mercado o primeiro solubilizador de fósforo com recomendações agronômicas comprovadas para a cultura. A tecnologia foi pesquisada ao longo de 18 anos pela equipe da Embrapa e agora se junta às ações de desenvolvimento em larga escala da Corteva voltadas à cultura da cana. A demanda por produtos biológicos no mercado é crescente e deve continuar assim nos próximos anos”, informa Rodrigo Takegawa, líder de Marketing de Cana da Corteva Agriscience. “O novo produto vem ao encontro da demanda e da expectativa dos produtores de cana-de-açúcar na busca por soluções inovadoras sustentáveis. O foco dessa solução é fazer uso do fósforo retido no solo e, ao mesmo tempo, melhorar significativamente no aproveitamento da adubação fosfatada, contribuindo para um salto em produtividade e longevidade do canavial”, afirma Takegawa. De acordo com executivo da Corteva, o Omsugo ECO visa não apenas aproveitar melhor os fertilizantes de adubação fosfatada, mas também fazer uso das reservas do solo. “Essa solução apresenta compatibilidade biológica, física e química com os principais produtos utilizados no cultivo, inclusive em conjunto com a vinhaça, participando assim das atuais práticas agrícolas presentes na lavoura,” reforça. Foto: Guilherme de Medeiros / Simbiose Imagem comparativa do desenvolvimento de canavial sem o bioproduto e com a aplicação do insumo Fonte: Embraba Curadoria: Boi a Pasto

Deputados debatem produtos lácteos modificados

Com rótulos similares e preços mais atraentes, alguns consumidores alegaram ter sido induzidos a erro e comprar “gato por lebre”. Na última audiência pública do ano, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural debateu um tema que foi destaque na mídia e nas redes sociais em 2022: os produtos lácteos modificados. Apesar de já existirem há muito tempo, no período da entressafra em meados deste ano, tais produtos surgiram em maior quantidade e dividiram espaço nas gôndolas de padarias e supermercados ao lado dos lácteos convencionais. Com rótulos similares e preços mais atraentes, alguns consumidores alegaram ter sido induzidos a erro e comprar “gato por lebre”. “Os meios de comunicação divulgaram que em vez de adquirir leite, iogurtes, cremes de leite e até leite condensado, os consumidores estavam levando produtos lácteos modificados com adição de soro de leite, entre outros ingredientes”, conta a pesquisadora Kennya Siqueira, que participou da audiência. Já há algum tempo, o soro de leite se transformou de subproduto em ingrediente importante para a indústria de laticínios. Produtos como o whey protein se consolidaram no mercado fitness e são adotados em dietas especiais. A legislação também regulamenta os compostos lácteos elaborados à base de soro, estabelecendo que eles devem possuir no mínimo 51% de lácteo e a rotulagem conter todos os componentes do alimento. No entanto, a polêmica se estabeleceu devido à crise de produção ocorrida em 2022, com substancial aumento no custo de produção e no preço do leite (o litro do leite UHT chegou a custar cerca de R$ 9,00 para o consumidor). Os compostos ou misturas lácteas tornaram-se, então, uma alternativa mais acessível à população. Para a gerente-geral de Alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Patrícia Fernandes de Castilho, os produtos à base de soro de leite estão dentro da legislação, mas falta transparência, o que pode levar o consumidor ao erro. Embora as informações estejam todas contidas nos rótulos, a supervisora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Laís Amaral, diz que se a pessoa for ler todos os rótulos, passará horas no supermercado. “Transparência” foi a solução acordada entre os debatedores. O deputado federal por Minas Gerais, Zé Silva (Solidariedade), que conduziu a audiência pública, concorda que o consumidor necessita de clareza nos rótulos dos compostos lácteos: “os produtos não podem ser vendidos como foram”. As embalagens dos lácteos convencionais e compostos lácteos precisam ser diferenciadas e o parlamento deverá buscar medidas para que isso ocorra, foi o que se concluiu do debate. Fonte: Embrapa Curadoria: Boi a Pasto

Em meio a incertezas, mercado lácteo espera recuperação em 2023

Apesar da expectativa de retomada de crescimento, especialistas ressaltam que o ano de 2023 será ainda de muita incerteza, especialmente em relação à área fiscal. “Após quatro anos de altas consecutivas na produção leiteira, o setor apresentou dois anos de quedas significativas e estima-se que o Brasil encerre o ano com queda de 4,4% na produção formal”, relata a pesquisadora da Embrapa Gado de Leite Kennya Siqueira. “A cadeia produtiva do leite sofreu sérios impactos pelos acontecimentos globais em 2022, intensificando as dificuldades já apresentadas em 2021”, completa. Se, por um lado, a vacinação contra a Covid-19 acenava para a volta da normalidade e a retomada da economia; por outro, logo no primeiro trimestre de 2022, o conflito entre Rússia e Ucrânia valorizou as commodities agrícolas e o petróleo. Grandes produtores de grãos, fertilizantes e petróleo, os países em conflito impediram que a economia global se recuperasse dos anos de pandemia e criaram as condições para aumentos recordes dos custos de produção de leite no Brasil, além do aumento da inflação e da queda da renda do brasileiro, segundo detalha a cientista. Especialistas do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa (Cileite) fizeram um balanço do período recente e traçam perspectivas para setor em 2023. O ano de 2021 já terminara com dificuldades para o setor, com queda no volume de produção do leite inspecionado (gráfico abaixo), elevando a importação de lácteos em 21,5% no ano posterior. Nos dois últimos anos, o Índice do Custo de Produção do Leite (ICPLeite) divulgado pela Embrapa registrou crescimento de 62%. A partir do segundo semestre, esse índice iniciou uma lenta retração e, em novembro, o ICPLeite apresentou queda de 1,7%, influenciado principalmente pela retração de 4,5% do custo do alimento concentrado para as vacas. Ainda assim, o cenário foi de piora na rentabilidade do produtor ao longo do segundo semestre de 2022, pois o preço recebido por eles caiu de um pico de R$ 3,53 por litro de leite, em agosto, para cerca de R$ 2,50, em dezembro. O impacto também foi sentido pelo consumidor; segundo estimativa da Embrapa, o consumo anual de leite por habitante foi reduzido de 170,3 litros para 163 litros. Em meados do ano, os lácteos atingiram preços recordes. O bolsista de economia Ygor Guimarães, que atua no Núcleo de Desenvolvimento Econômico da Cadeia Produtiva do Leite da Embrapa, lembra que, em agosto, a inflação do “leite e derivados” chegou a 40,2%, sendo um dos itens que mais influenciou a elevação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “O alto custo para alimentar as vacas e a queda na produção durante a entressafra do leite penalizou o consumidor”, aponta o pesquisador do Núcleo Samuel Oliveira. “Podemos afirmar que o Brasil passou por uma crise de oferta de leite”, completa Oliveira. Isso fez com que os compostos lácteos ganhassem espaço como alternativas mais acessíveis para suprir parte da demanda, não sem despertar polêmica (leia quadro no fim da matéria). No entanto, o quarto trimestre do ano representou algum alívio para os consumidores. Na primeira quinzena de dezembro, o litro do leite UHT no atacado estava cotado a R$ 3,82 (queda de 40,5% desde o final de julho). Já o quilo da muçarela era vendido pela indústria a R$ 28,27 (queda de 34,8%). O leite spot (leite comercializado entre laticínios) teve a maior deflação; o litro do produto foi cotado em Minas Gerais a R$ 2,34, o que representa um recuo de 43% em relação a julho. Estimativas históricas sugerem que as festas de fim de ano são positivas para a indústria, que intensificam suas vendas. Estima-se crescimento próximo de 30% em relação à média de venda do ano, principalmente para leite condensado e creme de leite. Perspectivas para o setor Para o pesquisador da Embrapa Glauco Carvalho, embora o ano que começa ainda traga muitos componentes de incertezas internas e externas, o mercado brasileiro está se reequilibrando em termos de oferta e demanda. Segundo ele, com a recuperação do mercado de trabalho e melhorias do emprego e renda, espera-se alguma melhoria no consumo de leite e derivados. Outro fator positivo é a produção brasileira elevada de grãos na safra 2022/2023, contribuindo para uma menor pressão nos custos de alimentação das vacas, sobretudo concentrados à base de milho e soja. “Mas é um ano de muita incerteza ainda, em função da mudança de governo e das diretrizes que serão adotadas, principalmente na área fiscal, que tem impacto direto sobre taxa de juros e câmbio”, diz Carvalho. No âmbito externo, o analista Lorildo Stock espera que os preços dos fertilizantes recuem com uma solução para a guerra Rússia-Ucrânia. Porém, o cenário de inflação e o baixo crescimento previsto para as grandes economias (Estados Unidos, União Europeia e China) podem refletir negativamente na retomada da economia brasileira. “A desaceleração da economia mundial poderá gerar algum impacto negativo, ainda que modesto, no segmento lácteo”, avalia Stock. Carvalho complementa, dizendo que a forte valorização das commodities agrícolas e não agrícolas, nos últimos dois anos, ajudou na recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Esse não é o cenário para 2023. Fonte: Embrapa Curadoria: Boi a Pasto

‘O Ministério da Agricultura acabou’, afirma vice-presidente da Faesp

De acordo com Tirso Meirelles, a pasta foi desestruturada com a migração da gestão do abastecimento e do Cadastro Ambiental Rural para outros ministérios O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, divulgou um vídeo lamentando o que classifica como desestruturação do Ministério da Agricultura (Mapa), com a divisão das funções com outras pastas. “Sem dúvida nenhuma, o Ministério da Agricultura acabou”, diz ele no vídeo, mencionando que o Mapa até então garantia a geração de de políticas agrícolas do país, o abastecimento e a segurança alimentar. De acordo com Meirelles, a entidade havia procurado o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, com uma documentação em que demonstrava preocupação com o fortalecimento do Mapa. “Nós não temos mais o abastecimento [no ministério], não temos mais o aspecto de desenvolvimento da política agrícola, de um seguro, dos investimentos que precisam ser feitos [no setor]”, afirma. Migração de funções da pasta da Agricultura Meirelles lembra ainda que atribuições importantes do Mapa passaram para outros âmbitos do governo federal. “O Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA) foram para o Meio Ambiente, a agricultura familiar foi para o Desenvolvimento Agrário, assim como o aspecto de abastecimento e da política agrícola”. Ele elogia a experiência agrícola e parlamentar de Carlos Fávaro, escolhido pelo presidente Lula para estar à frente da Agricultura. “Mas ele vai estar amarrado, com o comprometimento que o CAR e o PRA foram pro meio ambiente, vai comprometer a implementação do Código Florestal. Hoje teremos uma grande dificuldade com o ministério, do jeito que foi montado”, complementa. Fonte: Canal Rural Curadoria: Boi a Pasto

Aquicultura é a atividade de produção animal que mais cresce no País

Apoio da FAESP possibilitou mudança na legislação ambiental, que está impulsionando o setor no estado de São Paulo Um setor que pode ser estratégico para alimentar a população do planeta, a aquicultura está em franca expansão no Brasil. O país tem as taxas mais altas de crescimento do mundo nos relatórios internacionais, segundo estudo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo de 2021. O estudo também destaca que a aquicultura é a atividade nacional de produção animal que mais cresce. O termo compreende a criação de organismos aquáticos, como peixes e mariscos, dentro de propriedades, diferenciando-se da pesca extrativista. “No Brasil, vemos um crescimento fantástico da produção de pescados nos últimos anos, devido a algumas características naturais: disponibilidade de terra, de água e de matéria prima”, analisa Martinho Colpani, presidente da Câmara Setorial do Pescado em São Paulo e coordenador adjunto da Comissão Técnica de Aquicultura da FAESP (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo). Ele cita que o setor busca manter a oferta constante, a preço adequado, colocando nas gôndolas os produtos mais apreciados pelos consumidores, como o filé de tilápia, hoje o líder de vendas. Olhando mais de perto os dados da produção paulista, nota-se que das 80 mil toneladas produzidas por ano, cerca de 75% estão concentradas em 12 municípios, de acordo com estudo da Embrapa Territorial (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), de 2020. Possibilitar que a produção alcance um número maior de cidades é um dos desafios para o setor. “O que vemos é resultante do modelo que foi construído. A aquicultura no estado avançou muito devido ao modelo de tanques-rede, instalados nas usinas hidrelétricas. São Paulo tem grandes corpos de água em usinas hidrelétricas, então, os municípios próximos delas foram mais beneficiados”, explica Martinho. A produção de organismos aquáticos pode ser feita em tanque-rede ou viveiro escavado. A primeira opção é uma estrutura flutuante, semelhante a uma gaiola, podendo ser confeccionada em rede ou tela revestida, permitindo a passagem de um elevado fluxo de água. Já o viveiro escavado é construído retirando-se terra de sua parte central ou de uma encosta, elevando-se as paredes, colocado, em geral, em áreas planas que permitem melhor controle para abastecimento e drenagem. Divisor de águas Martinho destaca que houve um verdadeiro divisor de águas em 2016, que vem possibilitando a produção em viveiros escavados, naqueles municípios que não ficam próximos das hidrelétricas. Com apoio da FAESP, o setor se mobilizou e conseguiu uma alteração da legislação ambiental no estado, que tornou aptas novas espécies para serem criadas nesse modelo. “Com essa nova legislação, está crescendo a oferta do pangasius (também conhecido como peixe panga), uma espécie que permite alta produtividade no viveiro escavado”, comemora o coordenador adjunto. A diversificação de espécies é um passo fundamental para que mais municípios ganhem uma fatia desse mercado lucrativo. Para ter uma ideia de como o modelo de viveiro escavado impacta positivamente o setor, a média de produção da tilápia é de 10 a 20 toneladas por hectare/ano, mas no caso do panga, esse volume salta para 200 toneladas por hectare/ano, “trazendo mais rentabilidade para o pequeno e médio produtor”, segundo Martinho. “Além disso, enquanto a tilápia oferece 30% de filé, o panga chega a ofertar 45%. O peixe pode ser uma alternativa de menor custo, em função da eficiência na cadeia produtiva”, diz Martinho. A exportação é outra porta estratégica que se abre para a aquicultura do Brasil. O país já é um grande produtor mundial e está exportando cada vez mais. O coordenador adjunto lembra que “o Brasil teve algumas dificuldades na Europa, mas outros países abriram o mercado para nós; estamos fazendo o dever de casa, aumentando a oferta de pescado”. Menor dependência do mercado externo A maior capacidade produtiva do setor está permitindo diminuir a dependência do País em relação ao mercado externo. “Hoje importamos quase um bilhão de reais por ano em filés de panga da Ásia”, reitera, “mas estamos caminhando para substituir essa importação por produção local, que vai gerar cada vez mais empregos e renda”. Martinho cita que as grandes redes de supermercados já estão comprando boa parte da produção paulista. O crescimento do segmento propiciou a criação da ABCPanga (Associação Brasileira dos Criadores de Panga) e da Cooperpanga, das quais Martinho é vice-presidente e presidente, respectivamente. A exemplo do que aconteceu com a mudança na legislação ambiental para empreendimentos aquícolas, em 2016, os representantes do setor atuam para a conquista de outros avanços nas políticas públicas. “Precisamos urgentemente tirar o Estado das nossas costas, diminuir os custos e adequar o sistema tributário. No nosso segmento, observamos essa necessidade de maneira mais enfática. Afinal, é um contrassenso que, em um país com tantas qualidades favoráveis, tenhamos que importar pescados”, defende o especialista. Neste sentido, a atuação da FAESP, da Câmara Setorial do Pescado e demais entidades da aquicultura, continua sendo imprescindível, visando reduzir a carga tributária e desburocratizar a concessão de licenças. “Para iniciar uma criação, o produtor se submete a cinco órgãos do estado, o que gera repetição de informações, morosidade e desinteresse. Isso pode acarretar duas situações: produtores à margem do sistema, por não conseguirem se adequar, ou aqueles que desistem, deixando de gerar empregos”. Mas para um setor que vem colecionando bons resultados, essas dificuldades não diminuem o otimismo para os próximos anos e representam tão somente desafios a serem superados. Fonte: Agrolink Curadoria: Boi a Pasto

Marina Silva nomeia presidentes interinos do Ibama e ICMBio

Servidores de carreira com conhecimento técnico, Jair Schmitt assume o comando do Ibama e Marcelo Marcelino de Oliveira, o ICMBio; confirmação definitiva dos nomes aguarda aval da Casa Civil A ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas (MMA), Marina Silva, nomeou nesta quinta-feira, 12, os presidentes do Ibama e do Instituto Chico Mendes (ICMBio), que atuarão, por enquanto, de forma interina. No Ibama, o comando passa a ser feito pelo servidor e analista ambiental Jair Schmitt. Há 21 anos no Ibama, Schmitt já foi coordenador geral de fiscalização ambiental. No MMA, atuou como diretor de combate ao desmatamento e florestas entre 2017 e 2019. Jair Schmitt tem conhecimento técnico de todas as áreas do Ibama. Fez doutorado em Desenvolvimento Sustentável, Política e Gestão pela Universidade de Brasília e tem mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental pela Universidade de São Paulo. No ICMBio, quem assume o comando interinamente é Marcelo Marcelino de Oliveira. Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba, Oliveira é mestre em Gestão e Políticas Ambientais pela Universidade Federal de Pernambuco. Analista Ambiental do ICMBio, Oliveira foi chefe de unidade conservação federal, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiro e presidente substituto do ICMBio. A nomeação definitiva dos presidentes do Ibama e ICMBio ainda espera um sinal verde da Casa Civil da Presidência da República. Marina Silva já conversou sobre o tema com ministro Rui Costa e aguarda o sinal da pasta. Com as nomeações publicadas hoje, a ministra garante o andamento dos órgãos ambientais. Fonte: O Estadão Curadoria: Boi a Pasto

Seca no Rio Grande do Sul impõe desafios na manutenção da alimentação animal

Especialista da SIA recomenda, entre outras alternativas para o momento, manutenção de altura de pastagens, ajuste de carga e priorizar categorias mais exigentes nos melhores pastos. Mais uma vez o Rio Grande do Sul passa dificuldades devido à falta de chuvas. A estiagem que pelo terceiro ano seguido prejudica lavouras e pastagens desafia o produtor a buscar soluções para amenizar este impacto. Na pecuária a preocupação vem com a nutrição dos animais, que perdem com o baixo crescimento dos pastos. O gerente técnico da SIA, Serviço de Inteligência em Agronegócios, Armindo Barth Neto, reforça que nestes períodos os produtores possam ter cartas na manga para minimizar os impactos do tempo seco. “Os produtores têm que ter consciência que estes períodos vão acontecer e é preciso ter alternativas para não estar exposto nestes momentos de dificuldades”, observa. No caso das pastagens, o especialista ressalta que neste ano se passa por um La Niña que no início de novembro registrou temperaturas frias, o que prejudicou o crescimento das pastagens logo no início da estação de crescimento. “Já no final de novembro e em dezembro tivemos registros de regiões com chuvas, mas na grande parte a média é de temperaturas muito altas com poucas chuvas, o que evapora muito rápido e cria o déficit prejudicando o crescimento das pastagens”, destaca. Barth Neto frisa que a primeira dica é sempre procurar manter as pastagens dentro da altura ótima de manejo. “Na SIA trabalhamos com o pastoreio Rotatínuo e cada pastagem tem sua altura ótima de manejo. Por exemplo, o capim sudão trabalhamos entre 25 e 40 centímetros, a mesma coisa para o milheto e a braquiária. No campo nativo trabalhamos entre 8 e 12 centímetros. Nestes períodos de estiagem é importante nunca deixar para baixo esta altura”, explica. Além disso, o gerente técnico da SIA também recomenda equilibrar a carga animal em cada potreiro, ajustando de acordo com o crescimento de cada área. “Se tivermos áreas não utilizadas ou subutilizadas, colocar mais animais nessas áreas e reequilibrar a carga animal nestes potreiros”, informa. Outra dica, de acordo com Barth Neto, é sobre a alimentação. Além de manter estoques, em muitos casos é preciso entrar com alguma suplementação para os animais para que se tenha uma parte da dieta que venha da pastagem e outra parte do cocho, com a finalidade que os animais comerem menos os pastos e consigam manter eles dentro da altura ótima. Outra alternativa, segundo o especialista, é fazer o pastejo horário, onde os produtores que têm áreas de pastagens anuais como Capim Sudão ou Milheto, “façam um acesso por um tempo determinado nessa pastagem, que pode ser por um turno (pela manhã ou pela tarde) ou em períodos mais críticos, soltar os animais por duas horas para que eles façam uma boa alimentação nestas pastagens e preservem a altura”, complementa. O gerente técnico da SIA lembra que é importante manter as pastagens bem manejadas porque quando começa a chover, logo que caem as primeiras chuvas, tendo a umidade no solo, estas pastagens voltaram a crescer muito rápido. “Se tenho uma pastagem rapada e quando começa a chover, não temos folha para essa pastagem fazer fotossíntese e este pasto, mesmo com chuva, demora para crescer e provavelmente em uma nova falta de chuvas não dá tempo para este pasto se recuperar”, salienta. Finalizando, o especialista enfatiza que o produtor deve neste momento fazer um ajuste de categorias, entendendo quais são as mais exigentes e oferecer as melhores pastagens. “Por exemplo, estamos em meio a uma estação reprodutiva e então é importante priorizar categorias com cria ao pé, entre elas as primíparas, que são vacas de primeira cria, essas sim tem que acessar as melhores pastagens e de maneira alguma não podem sofrer restrição alimentar, porque senão estas vacas têm uma taxa de prenhez muito baixa por falta de comida. Em segundo lugar, priorizar as vacas adultas que tem cria ao pé, e por último, em ordem de prioridade na reprodução, são as novilhas e vacas solteiras, animais adultos que não tem cria ao pé”, complementa Barth Neto. Fonte: O Presente Rural Curadoria: Boi a Pasto