setembro 16, 2024

Pesquisa desenvolve filé de pirarucu em conserva

Avanço beneficia tanto piscicultores quanto pescadores, que utilizam planos de manejo para manter a espécie segura. Pesquisadores da Embrapa desenvolveram o filé de pirarucu (Arapaima gigas) em conserva, tecnologia agroindustrial que agrega valor ao pescado e desponta como potencial ativo de bioeconomia e desenvolvimento na Amazônia. O pirarucu está entre os maiores peixes de água doce do Brasil e do mundo e tem despertado a atenção de consumidores, manejadores e produtores em todo País, em especial, na Amazônia, de onde é originário. Entre as características atraentes ao mercado destacam-se o rápido ganho de peso desse peixe e o aproveitamento de carne, superior ao encontrado no gado. A tecnologia está disponível a empresas interessadas em dar continuidade à pesquisa e levá-la ao mercado consumidor. Ela foi desenvolvida por meio de parceria entre a Embrapa Amazônia Oriental (PA) e Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e resultou em um comunicado técnico detalhando todo processo e que pode ser acessado gratuitamente no portal da instituição.  A pesquisadora Alessandra Ferraiolo, uma das autoras do trabalho, defende que é necessário diversificar os produtos de peixes enlatados existentes no mercado, e com isso, possibilitar agregação de valor, assim como aumentar a vida útil do pescado fresco. O pirarucu é um peixe carnívoro que pode atingir, em condições de natureza, até três metros de comprimento e ultrapassar os 200 quilos. No caso da criação comercial, em cativeiro, os números também são animadores, pois o animal chega a 12 quilos em apenas um ano, tamanho apreciado pelo mercado. Em termos de rendimento econômico, pesquisas da Embrapa indicam que o pirarucu suplanta ao dobro o tambaqui (CoIossoma macropomum) e em até 40 vezes aos bubalinos, bovinos e ovinos. Considerando-se os elevados rendimentos de carne, o que indica a espécie com elevado potencial para a piscicultura industrial. Segundo Ferraiolo, o trabalho têm o intuito de agregar valor e incentivar o consumo da espécie, além de diversificar os produtos de peixes enlatados. “O objetivo do trabalho foi desenvolver conservas de pirarucu da pesca e da piscicultura e avaliar os produtos quanto às suas características físico-químicas, sensoriais e qualidade microbiológica”, detalha. Ela explica que as vantagens da espécie para esse tipo de processo agroindustrial estão no rendimento muscular e qualidade da carne. “A carne do pirarucu possui coloração clara, textura firme, sabor suave, o que agrada aos consumidores. A ausência de espinhas intramusculares e baixo teor de gordura são outros pontos importantes”, conta a cientista. Do rio à lata O trabalho dos cientistas envolveu, além do desenvolvimento de conservas, a avaliação da qualidade do produto final a fim de incentivar o consumo da espécie e fomentar a sua cadeia produtiva. Os produtos enlatados foram avaliados quanto às suas características físico-químicas e sensoriais e à qualidade microbiológica. A pesquisadora conta que foi obtido um produto de boa qualidade nutricional, sensorial e sanitária. É também considerado um produto de conveniência, por ser de fácil preparo, semipronto ou pronto para o consumo. “O filé de pirarucu em lata dispensa a cadeia do frio para o seu armazenamento, distribuição e comercialização”, enfatiza a cientista. Ela lembra que, como qualquer pescado, o filé da espécie é altamente suscetível à deterioração, desafio que a apresentação em lata ajuda a contornar. “O beneficiamento aumenta a vida útil, a diversidade de produtos e a aceitação do pescado pelo mercado consumidor, além de permitir um melhor controle de qualidade e aproveitamento dos subprodutos, sem perder os benefícios nutricionais”, defende a cientista ao ressaltar que o elevado teor de nutrientes presente no pirarucu o torna recomendável ao consumo. Pelo processo agroindustrial desenvolvido, os filés foram higienizados em solução clorada, imersos em salmoura (3% sal refinado), drenados, cortados e acondicionados em latas. Em seguida, adicionou-se o líquido de cobertura, à base salmoura a 2% e as latas foram submetidas aos processos de exaustão, recravação, tratamento térmico e resfriamento. Degustações, em testes sensoriais, também foram realizados e indicaram que a conserva elaborada com o pirarucu da piscicultura foi preferida em comparação à elaborada com o peixe oriundo da pesca. Os peixes de criação se sobressaíram nos atributos textura, sabor e impressão global. O resultado geral foi a intenção positiva de compra do produto. “A conserva de pirarucu, proveniente da pesca ou da piscicultura mostrou boa aceitação sensorial”, afirma Ferraiolo. Mercado Os dados oficiais sobre a produção pirarucu tem oscilado nos últimos anos. Depois de uma alta registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2015, quando a produção nacional atingiu algo em torno de oito mil toneladas, houve uma queda significativa em 2020, quando, de acordo com o instituto, a produção não conseguiu alcançar duas mil toneladas. Esses números, no entanto, não condizem com a realidade da produção do pirarucu, segundo Francisco Medeiros, presidente-executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR). Medeiros relata que os dados do IBGE provavelmente registraram apenas a criação comercial e não a produção oriunda dos planos de manejo. “A produção do pirarucu se divide entre a criação comercial em cativeiro e os planos de manejo comunitários, estes, nos diversos estados da Amazônia”, enfatiza o presidente da PeixeBR. Sobre a discrepância de dados, Medeiros acredita que pode estar relacionada à dificuldade de mensurar a pesca de manejo nas comunidades tradicionais. De acordo com os registro da PeixeBR, somente o estado do Amazonas produziu cerca de três mil toneladas em 2020, ou seja, mil toneladas a mais que o registrado pelo IBGE. A PeixeBR reconhece, no entanto, que houve um queda vertiginosa na produção em cativeiro, mas, ao mesmo tempo, um aumento significativo na produção de manejo e organização comunitária. O executivo avalia que o mercado para esse peixe tem muitos gargalos, com destaque para o resfriamento e conservação, mas também potencialidades e que o papel da pesquisa, a união de esforços e implementação de políticas públicas, podem reestruturar e impulsionar a cadeia da espécie nativa, tanto no manejo quanto no cativeiro. Se por um lado houve queda na produção em piscicultura, o mercado de alimentos enlatados segue aquecido e projeta crescimento, segundo pesquisa divulgada pela empresa de consultoria Mordor Intelligence.  O estudo Mercado de alimentos enlatados –

Pesquisa subsidia licenciamento ambiental agropecuário no Acre

Mecanismos adotados agora permitem determinar o grau de impacto ambiental das atividades rurais, de acordo com o tipo de negócio e com a forma como são conduzidas. Estudo realizado pela Embrapa gerou subsídios para a reformulação das regras para licenciamento ambiental de empreendimentos agropecuários e agrossilvipastoris, com finalidade comercial, em áreas alteradas do Acre. Publicada no fim de 2022, a nova Resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente e Floresta (Cemaf) define como critérios para emissão da licença o impacto ambiental da atividade e indicativos do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do estado sobre o potencial de uso da terra. As mudanças conferem maior agilidade ao processo e contribuem para uma produção mais sustentável. Elaborada por um grupo de trabalho, composto por produtores rurais e profissionais de instituições de pesquisa, órgãos de apoio e fomento à produção, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil, a proposta da nova norma se baseou em pesquisa sobre o potencial de poluição e degradação ambiental de atividades produtivas predominantes no Acre. O estudo avaliou aspectos como os limites territoriais para áreas de reserva legal e de preservação permanente, sítios arqueológicos e territórios protegidos e considerou o potencial de adoção de tecnologias sustentáveis no processo de produção. Os resultados permitiram reunir as atividades produtivas, passíveis de licenciamento, em 19 tipologias classificadas de acordo com o grau de impacto ambiental. “Na norma anterior, o principal parâmetro para emissão da licença ambiental era o tamanho da propriedade rural. Essa análise quantitativa, com ênfase no porte do empreendimento, desconsiderava o risco de danos ao meio ambiente que determinadas atividades rurais oferecem, independente da extensão da área que ocupam. A revisão e alteração dos critérios possibilitou criar mecanismos que permitem determinar o grau de impacto ambiental do negócio rural, de acordo com o tipo e com a forma como são conduzidos”, explica o pesquisador da Embrapa Acre, Judson Valentim, coordenador do estudo e relator do grupo de trabalho. O pesquisador pondera, ainda que, quando alinhados a preceitos conservacionistas e às boas práticas de produção agropecuária, tanto pequenos negócios como grandes empreendimentos rurais podem ser sustentáveis e lucrativos. “A adoção de indicativos técnicos do Mapa de Subsídio à Gestão Territorial e Ambiental do ZEE do Estado como critério direcionador do processo de licenciamento ambiental, e de tecnologias recomendadas pela pesquisa, pode contribuir para uma produção mais sustentável no Acre”, acrescenta. Segundo a secretária de Meio Ambiente e Políticas Indígenas do estado, Paola Daniel, a ausência de critérios técnicos como reguladores do licenciamento ambiental dificultava o trabalho do órgão licenciador e fragilizava o processo, com prejuízos para o produtor rural que ficava sujeito a questionamentos por parte das instituições de controle. O novo dispositivo ajusta aspectos normativos e adequa procedimentos administrativos, aspectos que tornam mais ágil a emissão da licença ambiental, em atendimento a demanda do setor produtivo. “Contar com regras específicas para o licenciamento de atividades agropecuárias comerciais, potencialmente causadoras ou mitigadoras de impacto ambiental, proporciona maior transparência e segurança para os atores envolvidos no processo, em relação ao cumprimento de requisitos legais, uso adequado da terra e conservação ambiental por empreendimentos rurais”, enfatiza a gestora. Grau de impacto ambiental De acordo com legislação federal, o desenvolvimento de atividades agropecuárias comerciais deve ser autorizado por meio de licenciamento ambiental, de competência de estados e municípios ou da esfera federal, conforme o tipo de atividade. No Acre, nas áreas de jurisprudência federal, como terras indígenas e Reservas Extrativistas, o processo é de responsabilidade do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). Já nas áreas geridas pelo Estado, é realizado pelo Instituto de Meio Ambiente (Imac), órgão que também fiscaliza o cumprimento de aspectos ambientais por empreendimentos rurais. A nova norma regulamentadora do licenciamento ambiental no Estado classifica as atividades produtivas licenciáveis em três níveis de impacto ambiental: baixo, médio ou alto. São consideradas de baixo impacto a reforma de pastagem degradada, com integração de lavouras anuais por plantio direto e de dessecação da vegetação; o cultivo de lavouras perenes em área degradada ou em substituição a área de pastagens, por plantio direto e com dessecação da vegetação; e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) em áreas degradadas, de agricultura ou de pastagem, em sistema de plantio direto, com dessecação ou trituração da vegetação. As atividades de médio impacto ambiental incluem a reforma de pastagem degradada com mecanização convencional do solo (aração e gradagem); a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) em sistema de plantio mecanizado; o cultivo de lavouras anuais e perenes em área degradada ou em substituição a área de pastagem, com plantio convencional e mecanização do solo; o semiconfinamento de bovinos para fins de produção de matrizes e reprodutores; e a implantação de lavouras anuais ou perenes e de sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) com uso de irrigação, entre outras iniciativas de produção que envolvam a mecanização do solo. Na classificação de empreendimentos de alto impacto ambiental estão a implantação de sistema de produção de lavouras anuais, a integração Lavoura-Pecuária (ILP) e as lavouras perenes, todas com irrigação com pivô central, e o confinamento de bovinos para fins de terminação. “Atividades com baixo e médio potencial de degradação terão procedimentos simplificados, sem a necessidade de documentação técnica para o licenciamento. Já para licenciar atividades de alto impacto ambiental, entre outras exigências, é necessário apresentar projeto técnico detalhado e Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) por profissional registrado junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Caso o empreendimento rural envolva níveis distintos de impacto ambiental, o produtor deverá requerer uma licença para cada atividade”, orienta Valentim. Embasamento técnico-científico O Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) possibilita conhecer os riscos potenciais de impacto social e ambiental do negócio rural e a aptidão de áreas alteradas, a partir de informações sobre o solo como topografia, capacidade de drenagem e fertilidade, entre outros aspectos que determinam o potencial e vulnerabilidades da área para a produção agropecuária e florestal.  Construído a partir de estudos científicos desenvolvidos pela Embrapa e outras instituições e com base na legislação ambiental e nas mudanças decorrentes de processos de regularização fundiária e do uso da terra, essa ferramenta de gestão

Senar lança curso online gratuito para produtores de aves e suínos integrados

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) lançou o curso Cadec voltado para produtores de aves e suínos integrados.  O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) lançou o curso Cadec voltado para produtores de aves e suínos integrados. A capacitação online e gratuita está com matrículas abertas, mediante disponibilidade de vagas no portal de educação a distância no link: https://cnabrasil.org.br/noticias/senar-lanca-curso-online-para-produtores-de-aves-e-suinos-integrados Com carga horária de 32 horas, o curso está dividido em quatro módulos: Lei da Integração; técnicas da organização e condução de reuniões; técnicas de negociação e gerenciamento dos custos de produção na avicultura integrada. Os participantes terão acesso às novidades da Lei de Integração (nº 13.288/2016) para o modelo de negócio do produtor integrado. O conteúdo prevê ainda o gerenciamento de custos de produção para obtenção de resultados melhores nas negociações entre produtores rurais e agroindústria. Para efetivar a matrícula, é necessário ter idade a partir de 16 anos. Após realizar todas as atividades e responder uma pesquisa de satisfação, o participante receberá o certificado de participação. O curso é uma iniciativa do programa Cadec Brasil do Sistema CNA/Senar para atender às demandas dos produtores integrados das cadeias de aves e suínos. As Cadecs são Comissões para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração, formada por representantes dos produtores rurais e das indústrias para promover mais transparência nas relações contratuais nos moldes da lei de integração A avicultura e a suinocultura estão entre as atividades que mais utilizam este sistema, em que produtores integrados e indústrias integradoras firmam parceria para a comercialização de animais para a produção de carnes. Para conhecer o programa, clique aqui. Fonte: CNA Brasil Curadoria: Boi a Pasto

7 conquistas do setor queijeiro em Minas

Sistema Faemg Senar desenvolve ações para fortalecer a cadeia produtiva no estado, que é responsável por 40% da produção nacional Quando pensamos em produtos genuinamente mineiros, o queijo é uma das principais referências da identidade cultural do estado. A iguaria, que é sinônimo de tradição, gera emprego, renda, estimula o turismo e é admirada no Brasil e exterior, tem um dia para chamar de seu: 20 de janeiro. No Dia Mundial do Queijo, o Sistema Faemg Senar destaca importantes conquistas do segmento em Minas Gerais, responsável por 40% da produção nacional. Atualmente, são produzidas no estado cerca de 34 mil toneladas de queijo artesanal por ano e 14 mil toneladas de queijos não artesanais da agroindústria familiar. Patrimônio da Humanidade O modo artesanal de produção mineira já é patrimônio imaterial brasileiro, mas, agora, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal (QMA) podem se tornar Patrimônio da Humanidade. Representando os produtores rurais que trabalham como verdadeiros guardiões desse costume secular, o Sistema Faemg Senar marcou presença na 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, em novembro de 2022, no Marrocos. O objetivo foi sensibilizar e apresentar os modos de fabricação às demais delegações, além de divulgar o bem cultural, promovendo o reconhecimento da diversidade, dos saberes, sabores e das práticas gastronômicas. “O Queijo Minas Artesanal carrega uma técnica histórica, que remonta ao tempo dos colonizadores. É feito em pequenas propriedades rurais, com receitas familiares passadas de geração em geração. O sabor varia de acordo com a região onde é produzido, sendo influenciado pela altitude, características do solo, clima, tipo de vegetação, entre outros”, explica o presidente da Comissão Técnica do Queijo Minas Artesanal do Sistema Faemg Senar, Frank Mourão Barroso. Cursos, programas e assistência técnica O Sistema Faemg Senar atua fortemente para o desenvolvimento do setor. Por meio da Comissão Técnica do Queijo Artesanal de Minas, a instituição faz a defesa técnica, política e dá visibilidade ao trabalho da cadeia produtiva. Há também as capacitações: foram realizados, somente em 2022, mais de 380 cursos presenciais, oficinas e seminários sobre técnicas de fabricação de queijos, que capacitaram cerca de 4 mil pessoas. Com o trabalho da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Agroindústria, foram realizadas mais de 7 mil visitas de campo e cerca de 600 propriedades receberam orientações gratuitas sobre produção e gestão com técnicos especializados, desde 2019, em parceria com os Sindicatos Rurais. “O ATeG tem nos ajudado muito, fizemos vários cursos para aprimorar a qualidade da nossa produção, em um processo muito importante para a nossa evolução”, disse a produtora Rafaela Faria, quarta geração de produtores de queijo Canastra da sua família. Ela e os irmãos já estavam no mercado de trabalho em outras áreas quando decidiram retornar para a fazenda próxima a São Roque de Minas, e investir na produção dos queijos “Irmãos Faria”, ao lado de seus pais. Melhoria das técnicas e boas práticas de fabricação Cada vez mais, o Sistema Faemg Senar investe em ações para melhorar as técnicas de produção e controle de qualidade, que incluem cursos de boas práticas de fabricação, programa especial em boas práticas agropecuárias e até mesmo suporte aos produtores em habilitação sanitária e registros de seus estabelecimentos juntos ao órgão de inspeção. Produtores assistidos pelo ATeG recebem, mensalmente, um técnico na propriedade que os auxilia na implantação e descrição dos programas de qualidade, nas técnicas de produção e no gerenciamento da propriedade, focando sempre na qualidade dos queijos produzidos. “A não utilização de métodos adequados de produção pode interferir diretamente na qualidade do queijo. Por exemplo, as olhaduras, que são aqueles furinhos. Muitas pessoas acabam se confundindo na hora de adquirir o produto, mas, na verdade, esses furinhos podem indicar uma falha no controle higiênico sanitário do processo, provocada por bactérias que, ao fermentarem o leite, produzem gases. Os furinhos podem aparecer no queijo quando o leite é obtido em condições inapropriadas de higiene e não passam por tratamento térmico para inativação desses microrganismos, podendo causar doenças de origem alimentar com prejuízos à saúde do consumidor”, destaca a analista de ATeG Paula Lobato. Selo Arte Por meio da Portaria nº 531, de 16 de dezembro de 2022, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabeleceu requisitos para a concessão dos selos de identificação artesanal Arte e Queijo Artesanal, que passam a ser concedidos pelos órgãos de agricultura e pecuária das esferas federal, estadual, municipal e distrital. A medida representa um grande avanço para cadeia produtiva. “Produtos fabricados a partir de leite cru devem atender à legislação, seguindo requisitos que assegurem a inocuidade na produção artesanal para o fornecimento de alimento seguro ao consumidor. A concessão do Selo Arte e a devida regularização sanitária das queijarias garante ao produtor comercializar seu queijo em todo o território nacional, agregando valor e aumentando o seu faturamento”, enfatiza Paula. Reconhecimento do queijo ‘Casca Florida’ De forma inédita no Brasil, o Queijo Minas Artesanal na variedade de Casca Florida (QMACF) foi reconhecido pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A resolução foi publicada em dezembro de 2022 em atendimento a uma demanda antiga da cadeia produtiva. É considerada “casca florida” a cobertura com presença ou dominância visualmente constatada de fungos filamentosos, popularmente nomeados de mofos ou bolores. O reconhecimento atesta ao mercado que o queijo é especial e suas características não oferecem risco à saúde. Minas Gerais é o primeiro estado brasileiro a reconhecer o QMACF. Outros estados já formalizaram a produção de queijos industrializados com casca florida a partir do leite pasteurizado. Regiões Produtoras Minas Gerais conta com dez regiões produtoras de Queijo Minas Artesanal: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serro, Serras da Ibitipoca e Triângulo Mineiro. Todas elas produzem esse mesmo tipo de queijo, mas têm o seu “saber fazer” característico. Cada origem dá ao queijo uma identidade própria, de acordo com as características humanas, culturais e naturais do local de fabricação. Recentemente, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) reconheceu outras

Produtores rurais ensinam como garantir um pasto de qualidade em MT

O manejo incorreto pode causar degradação e perda, além de poder prejudicar o pecuarista com menor rentabilidade. Um pasto bem cuidado é rico em nutrientes e interfere positivamente na produção animal. Já um manejo incorreto pode causar perda e degradação, além de menor rentabilidade ao pecuarista. Em Pedra Preta, a 243 km de Cuiabá, o produtor rural, José Nogueira de Oliveira, tem uma propriedade em que ele cria gado de leite e de corte. Ele explica que garantir ao gado um pasto de qualidade, faz toda a diferença. Desde que ele investiu na produção de um pasto de qualidade, com piquetes rotacionados, ele diminuiu os custos com ração. “Eu estou mexendo com uma parte de leite e outra de corte, mas eu estou dando prioridade mais para o leite. Resolvi fazer uma rotacionada para abaixar o custo de produção da propriedade e a quantidade de ração comprada”, disse. A propriedade de José é acompanhada por uma equipe da Empresa Mato Grossense de Pesquisa Assistencia e Extensao Rural (Empaer), que tem dado apoio técnico no pasto de qualidade. O engenheiro agrônomo, Roklerson Ignácio de Souza, conta que esse acompanhamento vem desde a época da seca, e que eles tiveram a preocupação de plantar o capim certo para ter uma boa reprodução na área, além de controlar a quantidade de animais corretos por piquete para ter bons resultados. “Essa propriedade a gente começou por etapas, começamos primeiro trabalhando com a alimentação da seca, que foi meio hectare de capiaçu com um hectare de milho. E a gente tinha uma preocupação de ter uma área, no período das águas, de uma pastagem de qualidade que maximizasse a produção aqui na propriedade”, disse. Além da economia na ração, José ainda conseguiu aumentar a produção de leite em 51% de um mês para o outro, depois que começou a equilibrar os animais no pasto rotacionado. Hoje a propriedade está com 29 piquetes divididos em dois hectares. O pecuarista, Marcelo Villas Boas, implementou o sistema de integração de lavoura-pecuária na sua fazenda. Ele, em conjunto com o apoio técnico, decidiu investir cerca de R$ 15 mil para criar um consórcio entre milho e braquiária em quatro hectares. A veterinária, Raquel Mattos Cazonato, explica que, na fazenda do Marcelo, essa área estava degradada, e que a integração contribuiu para recuperação total da área, trazendo benefícios como diminuir o custo na formação do pasto e melhorar a produtividade. “Entre as vantagens do sistema, estão a diminuição do revolvimento de solo, então a gente melhora o estoque de carbono, a gente aproveita a adubação residual da lavoura para a pastagem, diminui custo na formação do pasto e a gente aproveita os efeitos sinérgicos entre as plantas e melhora a produtividade por área”, explicou. Fonte: G1 Curadoria: Boi a Pasto

Estudo nacional mostra panorama da resistência de plantas daninhas a herbicidas

Parceria entre Bayer e Embrapa realiza amplo levantamento de plantas daninhas que invadem pastagens e lavouras de algodão, milho, soja e trigo. Pesquisadores da Bayer e da Embrapa estão avaliando sistemas produtivos como estratégias de resiliência para o manejo de plantas daninhas resistentes aos herbicidas. As atividades estão sendo desenvolvidas em diferentes regiões brasileiras, em lavouras de milho, trigo, soja, algodão e em pastagens, desde 2017. Os dados coletados foram reunidos em uma plataforma que traz dados espaciais sobre a ocorrência de plantas daninhas (leia abaixo). Um dos objetivos do trabalho é divulgar e fortalecer o conceito da resistência e dos seus diferentes tipos, para que o produtor entenda como é importante fazer um manejo mais adequado desse problema.  Além de gerar informações sobre a presença de plantas daninhas em lavouras de diferentes estados do Brasil, o projeto buscou caracterizar os sistemas de produção que contribuem para o manejo de plantas daninhas. A ideia é mostrar para o produtor que, se o investimento em insumos for feito da forma correta, valerá a pena e não causará prejuízos na rentabilidade da lavoura. O trabalho foi estruturado em ações específicas. A primeira foi o levantamento das espécies existentes e a caracterização da resposta de herbicidas nas populações das plantas daninhas, para detectar a resistência ou não. Em seguida, foram montados experimentos para o desenvolvimento de estratégias de manejo e de prevenção da resistência. Levantamento da presença da resistência a herbicidas O primeiro passo foi coletar e selecionar as sementes de plantas daninhas que sobreviveram à aplicação de herbicidas. “As sementes foram levadas para reprodução nas Unidades da Embrapa e, em seguida, colocadas para germinar e emergir. Com as plantas dessas sementes germinadas, foram realizadas triagens (screening) com diferentes herbicidas para identificação da resistência ou da suscetibilidade”, relata o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Décio Karam, líder do projeto. Para aferir a resistência, os pesquisadores seguiram uma metodologia internacional. “Porque pode haver um nível alto ou baixo de resistência ao herbicida. Para o nível mais alto, a dose para causar o efeito é maior. Após determinada dose de resposta, definimos o fator de resistência”, explica o pesquisador.  “Com esses dados do screening e da coleta, nós desenvolvemos os mapas de presença da resistência ou da suscetibilidade das espécies por região no Brasil. Então, o sistema de manejo pôde ser diferenciado em cada município, em função da presença ou não da resistência”, conta Karam. Os pesquisadores estão também monitorando as novas espécies que têm sido questionadas sobre resistência, que são o capim-pé-de-galinha (Eleusine indica – foto à direita) e o caruru (Amaranthus hybridus), além das que já eram estudadas. Foram testados 15 herbicidas em 2.050 amostras, em 6.232 screening. Avaliação das áreas As áreas foram avaliadas de acordo com os investimentos no uso de herbicidas: baixo, médio e alto investimento. “A variação dos custos dos inputs (insumos) é estabelecida pelo número de mecanismos de ação de herbicidas que se coloca no sistema de produção. Ou seja, com poucos mecanismos de ação de herbicidas, um grupo maior de herbicidas e um alto grupo”, informa o pesquisador Décio Karam. Os mecanismos de ação e aplicação dos herbicidas são ajustados em função da região e do sistema de produção utilizado. “Os inputs para os diferentes sistemas produtivos são: soja-trigo, soja-milho, soja-algodão e soja-azevém”. “Nosso padrão de baixo investimento é só com a utilização de dois mecanismos de ação de herbicidas, basicamente com glifosato e atrazina. Observamos que nas áreas de baixo investimento sempre ocorreu maior infestação, com exceção do experimento na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas (MG), pois aqui na nossa área não há a presença da resistência. Contudo, após quatro anos, já podem ser verificadas plantas muito esparsas no campo por causa da sobra da aplicação dos herbicidas”, afirma.  O experimento da pesquisa está instalado desde a safra de 2018, com o trigo, e em 2019, com a soja. Foram avaliadas a presença das plantas daninhas resistentes e a eficácia dos tratamentos com os diferentes níveis de ação. “Nos sistemas avaliados, nós vimos o quanto se gastou de herbicida, e quanto o produtor teve de retorno financeiro. Ao longo de quatro anos, mesmo fazendo um alto investimento, houve maior lucratividade e melhor qualidade do produto. Assim, mesmo investindo muito no sistema de produção e com maior número de mecanismos de ação utilizados, há um retorno econômico comparado ao produtor que faz uso de baixo investimento para o manejo de plantas daninhas resistentes aos herbicidas”, explica Karam. Segundo ele, a eficácia dos diferentes tipos de manejo está sendo avaliada por meio do banco de sementes de plantas daninhas no solo. Com essa informação e a análise das plantas emergidas, está sendo analisada a dinâmica populacional em função dos sistemas produtivos e do investimento no manejo com herbicidas. Além disso, há efeitos indiretos, como diminuição do banco de sementes de plantas daninhas no solo e redução da porcentagem de participação da planta daninha resistente na população de plantas daninhas da área, de acordo com o pesquisador. “Com isso, aumenta a sustentabilidade do sistema produtivo. Depois de quatro anos, constatamos que precisamos de um trabalho de longa duração na área, pois a resistência não é um efeito imediato no sistema e sim a consequência de vários anos de manejo”, diz Karam. Esses trabalhos estão sendo realizados em parceria entre oito Centros de Pesquisa da Embrapa e a Bayer, em duas áreas no Mato Grosso, duas áreas em Minas Gerais, três áreas no Rio Grande do Sul e duas áreas no Paraná. Participam a Embrapa Algodão, Embrapa Agrossilvipastoril, Embrapa Clima Temperado, Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Soja, Embrapa Territorial e Embrapa Trigo. “O objetivo agora é estender a pesquisa por um período maior de tempo para demonstrar, realmente, a diferença dos manejos de plantas daninhas empregados. Queremos mostrar, onde não havia a ocorrência visível da resistência, quanto tempo o produtor irá demorar para perceber o problema na área”, comenta Karam. Plataforma de dados geoespaciais  Todo esse trabalho de campo realizado gerou um banco de dados inéditos sobre a resistência ou suscetibilidade de plantas daninhas a herbicidas. Essas informações estão disponíveis publicamente em uma plataforma on-line desenvolvida pela Embrapa, que permite visualizá-las

Agronegócio: como empreender com a apicultura

O mercado de mel é considerado hoje um dos mais promissores da agropecuária Ainda pouco propagado, o mercado de mel é considerado hoje um dos mais promissores da agropecuária, com o país liderando o ranking de produtores orgânicos do mundo. Empreender no segmento pode ser uma boa alternativa para proprietários de chácaras, sítios, fazendas, e também para quem não é dono de terra. O professor Armindo Vieira Júnior, referência no setor apícola, explica como e ensina a começar um apiário do zero. Ele garante que qualquer pessoa pode iniciar essa jornada. “É uma atividade que pode ser realizada por homens ou mulheres, com um investimento inicial médio de R$ 10 mil reais. O retorno pode chegar até R$ 100 mil por ano”, diz o apicultor. Segundo Armindo, o mel brasileiro é um mel puro e orgânico, o mais procurado pelo mercado nacional e internacional. Ainda não há apicultores disponíveis no Brasil para atender essa alta demanda. E com intuito de incentivar essa formação, o professor da Escola de Apicultura, Armindo Vieira Júnior, oferecerá um curso gratuito e online, entre os dias 24 e 27/01, às 19h. Durante as aulas, ele vai ensinar como montar um apiário do zero, como se dá o manejo das abelhas, o que você vai precisar para iniciar o negócio, como atingir uma superprodução de mel, entre outros assuntos. Para participar, basta se inscrever gratuitamente no site: Link Programação: Aula 1 — dia 24/01 — 19h às 22hTudo que você precisa saber sobre apicultura. Aula 2 — dia 25/01– 19h às 22hComo montar seu apiário do zero. Aula 3 — dia 26/01 — 19h às 22hOs segredos para atingir a superprodução de mel. Aula 4 — dia 27/01 — 19h às 22h Como criar um negócio milionário com a produção de mel Fonte: Agrolink Curadoria: Boi a Pasto

Queijarias mineiras recebem as primeiras certificações emitidas pelos municípios

Nova legislação federal, de dezembro de 2022, deu autonomia aos órgãos municipais para a concessão dos selos 19 de Janeiro de 2023 , 18:14 O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, participou, nesta quinta-feira (19/1), da solenidade de entrega dos primeiros Certificados do Selo Queijo Artesanal emitidos pelos municípios. O evento foi realizado em parceria pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e a Associação Mineira de Municípios (AMM). Os municípios de Entre Rios de Minas e Aiuruoca entregaram as primeiras certificações à queijaria Cana Velha e à queijaria Goa, respectivamente. Outros municípios, como Diamantina e Formiga, estão finalizando os procedimentos e em breve os produtores estarão aptos a receberem os selos emitidos pelos respectivos órgãos municipais. Descentralização As certificações entregues pelos municípios são as duas primeiras realizadas após a publicação da portaria federal N° 531 de 16 de dezembro de 2022, com as novas regras para a concessão do Selo Arte e do Selo Queijo Artesanal. A partir da nova legislação, além do Ministério, as instituições de agricultura e pecuária estaduais e municipais poderão conceder os selos de identificação artesanal aos produtos com registro em serviço de inspeção oficial de mesma instância. Os municípios passam a ter autonomia para conceder os selos que autorizam o trânsito em território nacional de produtos fiscalizados por profissionais municipais, sem necessidade de auditorias do Estado ou do Ministério da Agricultura, simplificando o processo e promovendo a universalização da política de acesso à comercialização desses produtos em todo o país. Protagonismo Municipal Para o Superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais, Marcílio de Souza Magalhães, a medida é a concretização do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), implantado em 1998, que dividiu a responsabilidade de inspeção e defesa agropecuária entre os três níveis de governo (União, Estados e municípios). “O nível municipal estava bem aquém neste processo. E com a nova lei, os municípios assumem novas responsabilidades e é uma grande oportunidade se organizarem, ajustarem seus serviços de inspeção municipal e integrarem de forma definitiva o Suasa, que é tão importante para o país”. Para o Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, essa descentralização vem numa ótima hora, em que o setor precisa aumentar o volume de produção dos queijos formalizados. “O serviço de inspeção municipal agora pode emitir o Selo Queijo Artesanal, permitindo o comércio entre municípios e estados. O próximo passo é conseguirmos a exportação dessas iguarias para o mundo. Aqui em Minas Gerais, mais uma vez, estamos assumindo o protagonismo na cadeia produtiva dos queijos artesanais, muito importante na cultura e economia do estado. O Sistema Estadual da Agricultura vai acompanhar e dar o apoio necessário para que os municípios tenham um serviço de inspeção eficiente e os produtores tenham facilidade no registro dos seus produtos”, afirma o secretário Thales Fernandes. “Para a gente é muito importante a visibilidade, a simbologia. O que a gente tem feito é para eleger Minas Gerais o planeta Queijo. A gente já tem os modos de fazer dos queijos artesanais reconhecidos como patrimônio imaterial estadual e nacional, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e estamos lutando para que sejam reconhecidos pela Unesco”, afirma a Secretária-Adjunta de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Milena Andrade Pedrosa. O Vice-Presidente da Associação Mineira de Municípios, Luiz Fernando Alves, também destacou a importância da medida. “É um grande ganho e nós, do municipalismo mineiro, vemos essa descentralização como um grande avanço, que vai trazer mais notoriedade e ganhos para esse setor produtivo que é muito importante, especialmente, para os pequenos produtores”. Segundo o Coordenador de Vigilância em Saúde de Aiuruoca, Marcos Paulo Maciel, a municipalização na emissão dos selos é um passo fundamental para o fortalecimento do setor. “A produção de leite e a atividade queijeira são muito fortes no município. A emissão desses selos vai permitir o escoamento da produção para outros mercados, aumentando a geração de emprego e renda para a cidade. Isso vai estimular que mais produtores tenham o interesse de buscar a regularização de suas atividades e isso é muito bom para o município”, avalia. À frente da Queijaria Cana Velha, um dos empreendimentos certificados, a produtora Helena Silva Melo fala da importância do selo para o seu negócio. “Vai valorizar demais o nosso trabalho e aumentar as vendas. Atualmente, nossa produção é de 15 queijos de meio quilo por dia, comercializados na região. Agora, nossos queijos poderão ser vendidos em todo o país e a intenção é aumentar a produção.” Regiões Caracterizadas Minas Gerais conta com 15 regiões caracterizadas como produtoras dos diversos queijos artesanais. O Queijo Minas Artesanal (QMA), produzido com leite de vaca cru, sem pasteurização, seguindo processos tradicionais de confecção, foi o primeiro a ser caracterizado no estado. Atualmente, 10 regiões no estado são caracterizadas como produtoras de QMA (Araxá, Canastra, Campos das Vertentes, Cerrado, Serra do Salitre, Serro, Triângulo Mineiro, Serras da Ibitipoca, Diamantina e Entre Serras da Piedade ao Caraça). Além disso, o estado conta com mais cinco regiões caracterizadas como produtoras de outros tipos de queijos artesanais (Alagoa, Mantiqueira, Jequitinhonha, Vale do Suaçuí e Serra Geral). Também participaram da solenidade o deputado federal José Silva, e o estadual Antônio Carlos Arantes, dirigentes das instituições vinculadas ao Sistema Estadual da Agricultura e representantes municipais e de instituições ligadas ao setor. Fonte – Ascom/Seapa Curadoria: Boi a Pasto

Deputados debatem produtos lácteos modificados

Com rótulos similares e preços mais atraentes, alguns consumidores alegaram ter sido induzidos a erro e comprar “gato por lebre”. Na última audiência pública do ano, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural debateu um tema que foi destaque na mídia e nas redes sociais em 2022: os produtos lácteos modificados. Apesar de já existirem há muito tempo, no período da entressafra em meados deste ano, tais produtos surgiram em maior quantidade e dividiram espaço nas gôndolas de padarias e supermercados ao lado dos lácteos convencionais. Com rótulos similares e preços mais atraentes, alguns consumidores alegaram ter sido induzidos a erro e comprar “gato por lebre”. “Os meios de comunicação divulgaram que em vez de adquirir leite, iogurtes, cremes de leite e até leite condensado, os consumidores estavam levando produtos lácteos modificados com adição de soro de leite, entre outros ingredientes”, conta a pesquisadora Kennya Siqueira, que participou da audiência. Já há algum tempo, o soro de leite se transformou de subproduto em ingrediente importante para a indústria de laticínios. Produtos como o whey protein se consolidaram no mercado fitness e são adotados em dietas especiais. A legislação também regulamenta os compostos lácteos elaborados à base de soro, estabelecendo que eles devem possuir no mínimo 51% de lácteo e a rotulagem conter todos os componentes do alimento. No entanto, a polêmica se estabeleceu devido à crise de produção ocorrida em 2022, com substancial aumento no custo de produção e no preço do leite (o litro do leite UHT chegou a custar cerca de R$ 9,00 para o consumidor). Os compostos ou misturas lácteas tornaram-se, então, uma alternativa mais acessível à população. Para a gerente-geral de Alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Patrícia Fernandes de Castilho, os produtos à base de soro de leite estão dentro da legislação, mas falta transparência, o que pode levar o consumidor ao erro. Embora as informações estejam todas contidas nos rótulos, a supervisora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Laís Amaral, diz que se a pessoa for ler todos os rótulos, passará horas no supermercado. “Transparência” foi a solução acordada entre os debatedores. O deputado federal por Minas Gerais, Zé Silva (Solidariedade), que conduziu a audiência pública, concorda que o consumidor necessita de clareza nos rótulos dos compostos lácteos: “os produtos não podem ser vendidos como foram”. As embalagens dos lácteos convencionais e compostos lácteos precisam ser diferenciadas e o parlamento deverá buscar medidas para que isso ocorra, foi o que se concluiu do debate. Fonte: Embrapa Curadoria: Boi a Pasto

Como tornar o agronegócio mais sustentável?

Mercado agro busca formas de se reinventar para diminuir o impacto ambiental Nunca se falou tanto em sustentabilidade como nos últimos anos. O mundo está em uma corrida contra o tempo para minimizar os impactos ambientais causados por indústrias, antes que se tornem irreversíveis. Entre um dos setores mais poluentes, o agronegócio, que é responsável por quase 1/5 de toda a emissão de gás carbônico no planeta segundo a publicação ‘Our World in Data’, enfrenta o desafio de se reinventar nesse cenário. Em comparação com resto do mundo, o Brasil lidera a redução do impacto ambiental no agronegócio — segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o país foi capaz de elevar o volume de sua produção, além de reduzir o impacto ambiental da atividade, se destacando entre países como Argentina, Alemanha, Canadá, China, Estados Unidos, França e Índia. Apesar de serem dados animadores, ainda há um longo caminho a se trilhar rumo a sustentabilidade. Diante destes desafios, as indústrias possuem duas opções: reduzir as emissões de CO², reestruturando sua cadeia produtiva em busca de maior eficiência energética e conversão alimentar, ou, como opção, também é possível compensar suas emissões, o que pode ser feito através do plantio de árvores ou da compra de créditos de carbono. Para aqueles que buscam otimizar sua produção, com o objetivo de reduzir o impacto ambiental causado por ela, é importante se atentar aos insumos, resíduos e a eficiência da estrutura. Para otimizar de forma sustentável os insumos e resíduos da produção de carnes, é recomendado o uso de uma energia limpa, como a solar, através da instalação de painéis de captação de luz. Além disso, a água usada nas criações dos animais pode ser de reuso, usando a captação da água da chuva, e deve-se optar por um bio compostor para despejo de resíduos. Quando a eficiência da estrutura, um dos pontos essenciais é o investimento em isolamento térmico. Economia de energia, ganho de produtividade, melhora na ambiência, e o bem-estar animal são as principais vantagens de instalar esse tipo de sistema. “Levando em consideração que 80% do calor de interno vem do telhado, a melhor, mais sustentável e econômica opção para manter a temperatura de um aviário agradável é investir em soluções para coberturas. Para isso, subcoberturas que utilizam do são tão recomendadas”, explica Emerson Salum, Gerente Comercial da Saint-Gobain Produtos para Construção. “É também importante garantir que as telhas utilizadas contribuam para a eficiência térmica do espaço, as telhas Topcomfort são indicadas já que sua tecnologia consegue ajudar a diminuir a incidência de calor no ambiente”. O Midfelt Agro da Isover proporciona ao sistema um bloqueio térmico e acústico, o que diminui a incidência de calor transmitido pela cobertura ao ambiente, aumentando a produtividade dos aviários. O produto é sustentável, já que é produzido a partir de vidro reciclado, seguro, por ser incombustível e não gotejar em caso de incêndio, além de ser antifúngico e antibacteriano, evitando a propagação de fungos, bactérias e roedores. Fonte: Agrolink Curadoria: Boi a Pasto