setembro 7, 2024

Sal mineral deve ser dado para os bovinos o ano todo

As necessidades de sal mineral variam de acordo com o estado do animal e o peso. Produtor já sabe, mas é sempre bom relembrar de que a correta mineralização do rebanho garante uma boa produção de carne e leite e evita queda de produtividade. Como os pastos não suprem todas as necessidades minerais dos animais é importante fazer a suplementação de forma correta utilizando uma mistura com todos os macro e micro elementos no concentrado. Os macrominerais mais importantes são: Cálcio (Ca), Fósforo (P), Magnésio (Mg), Enxofre (S), sódio (Na), Cloro (Cl) e potássio (K) e os microminerais: Ferro (Fe), zinco (Zn), cobre (Cu), iodo (I), manganês (Mn), flúor (F), molibdênio (Mb), cobalto (Co), selênio (Se), cromo (Cr), níquel (Ni), vanádio (Vn) e silício (Si). Normalmente esses elementos fazem parte da mistura mineral disponível no comércio, mas é importante comprar o produto de empresas idôneas e, em caso de dúvida, coletar amostra do produto e enviar para análise. As necessidades de sal mineral variam de acordo com o estado do animal e o peso. De forma geral pode-se dizer que o consumo diário deve ser entre 80 a 100 gramas. É bom lembrar que sem uma correta mineralização o animal não desenvolverá todo seu potencial, portanto é recomendável a avaliação de um especialista para indicar a melhor mistura para o rebanho. Há muitos mitos em torno do assunto que vale a pena comentar, como por exemplo, o de que sal mineral é tudo igual.  Para o pesquisador da Embrapa Sérgio Raposo o que diferencia um sal mineral de outro é a formulação. “Um produto mal formulado, isto é, com níveis de garantia furados e consumo mal planejado, não será eficaz”. Outra questão, ainda muito mais comprometedora, é que existem inúmeras armadilhas no mercado em termos de matéria-prima, conta o pesquisador. “Ainda que algumas delas possam ser evitadas com uma análise de laboratório, outras podem ter um laudo perfeito, mas o nutriente não ser assimilável”. Outros diferenciais, segundo Sérgio, são: qualidade da mistura, fontes mais nobres de matéria-prima, tipo de apresentação (granulado, floculado), resistência ao empedramento e algo que tem feito muita diferença: apoio técnico da empresa ao produtor. Outra conversa comum é de que o mineral que importa no sal é o fósforo. Segundo o pesquisador, o fósforo não é o único mineral que o produtor deve se preocupar. Levantamentos feitos pela Embrapa Gado de Corte apontam que as forrageiras têm valor baixo de sódio (< 0,1% da matéria seca), predispondo deficiência. O fósforo ficou em quarto lugar na pesquisa, com 72% das amostras abaixo de 0,12% da matéria seca, além de outros. Como todos podem limitar a produção o criador deve se preocupar com vários minerais além de que estejam balanceados, sem grandes excessos que possam predispor a problemas de absorção. “Um mineral em excesso prejudica a absorção de outro”, esclarece o especialista. É também comum se ouvir dizer que é bobagem gastar com sal mineral e que algum amigo parou de mineralizar e não notou diferença nenhuma. Sérgio diz que esse é um mito para o qual basta o tempo derrubar. O uso da técnica de suplementação mineral permite o aproveitamento de todo potencial produtivo da forragem, diz Sérgio e “ter esse conceito correto na ponta da língua ajuda a deixar o sal na ponta da língua dos animais e o azul mais vivo na conta da fazenda”. O uso de minerais na seca A lógica é que a exigência dos minerais para manter ou perder peso na seca é tão baixa que o pouco que tem na pastagem já resolve. O conceito importante é o seguinte: Quanto maior a produção, maior a necessidade de nutrientes, inclusive de minerais. Por isso que a época que mais se deve preocupar com a suplementação de minerais é nas águas. Na seca, também devemos, mas usando sal com ureia e proteinado, resolvendo primeiro o fator mais limitante, explica Sérgio Raposo. “O que acontece na seca é que não adianta fornecer apenas os minerais, pois o nutriente mais limitante é a proteína”. Dicas e cuidados com os cochos Uma dica é usar um bom sal mineral. Caso o criador prefira misturar o sal na própria fazenda, convém consultar um técnico para fazer o balanceamento da mistura que deve ser de acordo com as exigências nutricionais dos animais. Outra dica é com relação aos cochos onde se coloca o sal mineral. O ideal é que eles sejam cobertos, que fiquem bem localizados e que não fiquem ilhados por acúmulo de água. Todavia, o pior cenário não é ter o sal mineral molhado pela chuva, mas a falta de espaço linear mínimo de cocho. O melhor é oferecer no mínimo seis centímetros lineares de cocho para cada unidade animal atendida por esse cocho – ensina Sérgio. Entre ter o sal preservado da chuva e dar acesso ao sal a todos os animais, mesmo que molhado, o produtor deve dar preferência à segunda opção, recomenda o pesquisador. “Ainda assim, ao usar cochos não cobertos, é aconselhável ter um monitoramento e abastecimento mais intensivo, uma vez que a umidade ajuda a empedrar o sal, o que prejudica seu consumo”. Fonte: Embrapa Gado de Corte

Inclusão de fibras na dieta das vacas leiteiras aumenta a produção de leite

Três fatores são determinantes para que o animal de produção tenha um bom desempenho: genética, manejo e nutrição. Se qualquer um destes critérios for analisado, individualmente, não tem a mesma eficiência e êxito, quando em conjunto. Por exemplo, uma boa genética combinada com um manejo adequado não permitirá que os animais atinjam o potencial máximo de produção, se a nutrição não for balanceada de acordo com as necessidades e capacidades fisiológicas. Na produção de leite, a alimentação do rebanho pode representar até 70% do custo total de produção. Alguns pecuaristas investem em aprimoramento no fornecimento de proteína, energia, minerais e vitaminas, mas se esquecem de que as fibras também exercem um papel importante para as vacas leiteiras. As fibras são parte do carboidrato com menor ou nenhuma digestibilidade pelo trato gastrointestinal dos animais. Estas proporcionam fontes de nutrientes, estimulam a mastigação, ruminação e a produção de saliva, que ajudam a estabilizar o teor de gordura no leite e no funcionamento do rúmen. Podem ser encontradas nos fenos, pastagens e silagens. Na dieta das vacas leiteiras, os carboidratos representam 70% ou mais da matéria seca das rações, porém quando as fibras são consumidas em excesso a densidade energética torna-se baixa e a produtividade tende a diminuir. Quando ocorre o contrário e os níveis de fibras necessários não são atendidos, além de diminuir a produtividade, pode desencadear problemas sanitários, queda no teor de gordura do leite e em casos mais extremos, até mesmo a morte. A produção de vacas leiteiras a pasto pode ser economicamente mais viável para o pecuarista, desde que ele invista em um manejo correto para manter uma forragem com nutrientes adequados. Entre os meses de junho e setembro acontece o período de estiagem, época em que as chuvas reduzem e o ar fica mais seco na maioria das regiões leiteiras do país. Neste período, a quantidade e qualidade da forragem das pastagens se tornam limitadas e com poucos nutrientes. A conservação e o armazenamento de forragens são atividades prioritárias para a nutrição dos bovinos durante o período seco. Com este processo, se bem manejado, o pecuarista obtém uma forragem desidratada e de alta qualidade.  No Brasil, muitas fazendas de alta produção investem no sistema de Free Stall (galpão coberto), muito popular nos EUA, Canadá e Europa. Nele é possível administrar com mais exatidão a quantidade de fibra disponível por animal, e conforme níveis de produção. Além do que, a dieta pode ser balanceada de acordo com o tipo e qualidade de fibras disponíveis, que podem ser desde silagem de sorgo ou milho, capim fresco, pré-secados, até o feno. Para produzir um feno nutritivo são necessárias pelo menos duas condições:  • Selecionar forragens de boa qualidade para serem cortadas; • Realizar uma secagem rápida, com o mínimo de perda de nutrientes. Com o objetivo de auxiliar o pecuarista a obter uma pastagem com todos os nutrientes e fibras necessárias e um feno de alta qualidade, a Casale oferece o Sega Pasto – equipamento único e consolidado no mercado. Ele possui um sistema de corte vertical com rotor de 42 facas que proporciona uma poda sem agressão à fibra, preservando o caule do capim e otimizando o manejo de pastagem, garantindo que seu crescimento seja rápido e uniforme. Com o Sega Pasto, o pecuarista aumenta a vida útil do capim e diminui o período de rotação dos piquetes, sem perda de capim, gerando economia e eficiência na recuperação das pastagens. Além disso, o equipamento sega e condiciona forragens de alta produção, promovendo a secagem mais rápida e agilizando o processo de enfardamento. Fonte: LN Comunicação

Aditivo natural contribui para acelerar processo de recria em bovinos de corte

Alltech oferece solução para suplementação a base de nitrogênio não proteico, que favorece o desenvolvimento dos bezerros no campo no período de estiagem. Com 90% dos rebanhos no pasto, o principal desafio dos produtores brasileiros de bovinos de corte está em garantir a eficiência dos animais durante o período de estiagem. Nessa época do ano, a baixa quantidade e a qualidade nutritiva do capim dificultam o processo de recria, fazendo com que os bezerros não ganhem peso suficiente para entrarem no confinamento. Com a demanda e lucro pressionados, entre as alternativas para os produtores garantirem a rentabilidade está o uso de aditivos naturais, que atuam na suplementação da dieta dos animais.  Na opinião do professor titular do departamento de nutrição da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp, Antônio Carlos Silveira, para que a produção seja eficiente, com 20 meses o bezerro deve entrar em confinamento para ser abatido em até 90 dias. “Para se desenvolver, o animal precisa de proteína, fonte escassa no pasto durante o período de seca, no qual estamos. Por isso, é essencial o controle da dieta por meio da suplementação, que permitirá encurtar o processo de recria e, com isso, alavancar os resultados da criação”, explica. Referência em nutrição e saúde animal, a Alltech tem como solução para favorecer a eficiência da produção o Optigen, elaborado a partir do uso de fonte de nitrogênio não proteico (NNP).  “A utilização de aditivos proteicos na suplementação das pastagens, como o Optigen, acelera a ação dos microrganismos pois, por fornecer NNP de degradação mais lenta no rúmen, em relação a ureia, auxilia beneficiando o aproveitamento e o equilíbrio com outros ingredientes da dieta, favorecendo a digestão das forragens desgastadas qualitativamente pelo período seco do ano, promovendo o maior consumo dos pastos. Sendo assim, o animal se alimentará melhor sem perder peso na seca invernal”, explica Silveira. A pressão pela eficiência dos rebanhos não implica somente na questão de custo, mas sim na demanda futura pelo consumo de alimentos, que, de acordo com a FAO, vai crescer 70% até 2050. Nesse cenário, o Brasil é um dos poucos países que ainda não esgotou a possibilidade de expansão do agronegócio e que tem condições de realizar essa ampliação dentro de um tripé social, econômico e ambiental. Segundo explica o gerente de vendas da Alltech para gado de corte, Fernando Franco, frente às dificuldades de garantir a rentabilidade da propriedade nos meses de maio a novembro, o Optigen, por suas características, é um importante aliado. “Por ser uma fronte de proteína, o aditivo atua fornecendo nutrientes para as bactérias do rumem e dessa forma há um maior aproveitamento dos nutrientes presentes na alimentação dos outros alimentos. Com isso, será estimulado o ganho de peso do animal, além de favorecer a melhora do sistema imune da saúde do animal”, destaca Franco. Fonte: Centro de Comunicação MANEJO EFICIENTE DA PASTAGEM AJUDA NA PRODUÇÃO DE CARNE DE QUALIDADE Para acessar mercado premium e que melhor remunera com a criação a pasto, é preciso planejamento, animais de boa genética e principalmente escolher cultivares com alto valor nutritivo para alimentação+ leia mais Pantanal tem 14 cidades em emergência, mais incêndios e mortes de animais no MS Região vive período de forte estiagem, o que motivou o decreto de emergência por parte do governo local+ leia mais Pasto rotacionado: sobrou capim? Saiba por que isso é um ótimo sinal Confira as novas dicas do doutor em zootecnia Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador do Polo Regional de Alta Mogiana da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)+ leia mais

Alimentação para vacas leiteiras de alta produção

Dieta adequada aumenta a produtividade. José Leonardo Ribeiro* Para desempenhar suas funções vitais, produtivas e reprodutivas, animais precisam de nutrientes em quantidade e qualidade compatíveis com seu peso corporal, estado fisiológico, nível de produção e fatores ambientais aos quais estão expostos. Dentre os ruminantes, vaca de leite em lactação é a categoria de maior exigência nutricional. Na fase inicial de lactação ocorre balanço energético negativo, pois a energia obtida com a ingestão de nutrientes é inferior a requerida para manutenção, recuperação da condição corporal e atividade reprodutiva e, principalmente, para produção de leite. Vacas primíparas têm exigência energética ainda maior, pois necessitam de energia para o crescimento. A energia requerida para lactação é reflexo da energia contida no leite produzido. Por sua vez, a concentração de energia do leite é resultado da soma do calor gerado pela combustão da gordura, proteina e lactose contidas no mesmo. Portanto, quanto maior a produção de leite, maior a demanda energética e proteica. O aumento da produção deve ser acompanhado pelo  aumento da oferta de energia fermentecível no rúmen, visando multiplicação de microrganismos e incremento de proteína degradável no rúmen. Na prática, vacas de alta produção exigem maiores cuidados com a alimentação, visto serem muito mais exigentes em quantidade e qualidade dos  alimentos ingeridos. Para que uma vaca finalize a lactação com produção superior a 9.000 kg de leite, com pico superior a 45 kg/dia, é essencial o monitoramento de todo alimento consumido (volumososo e concentrado). A participação ideal dos alimentos volumosos na composição da ração (quantidade de alimento inferida em 24 horas), varia de 45 a 50% da MS total. Nesta proporção, o custo e a qualidade do leite produzido são mais vantajoso ao produtor. Para maior participação dos alimentos volumosos, os mesmos terão que apresentar alto valor nutritivo. Os principais representantes desta categoria, destinados as vacas de alta produção, são as silagens de milho ou sorgo e feno de gramíneas. A maior preocupação com os alimentos volumosos é baseada na limitação de ingestão de MS, definida pelos mecanismos de distensão e quimiostático. Silagem de milho com teor de MS inferior a 30% é sinônimo  de fermentação acética, cujo odor de vinagre irá limitar a ingestão pela ação do mecanismo quimiostático. Se o tamanho médio de partículas (TMP) desta silagem for superior a 2 cm, sua ingestão será limitada pelo mecanismo de distensão. Alimentos com maior TMP permanecem mais tempo no rúmen (menor taxa de passagem), resultando em menor ingestão e maior custo energético para manutenção de bactérias ruminais. Uma boa silagem de milho deve apresentar teor de MS próximo de 33%, FDN e FDA abaixo de 50 e 32%, respectivamente, e NDT superior a 65%. A energia líquida para lactação gerada por esta silagem será próxima de 1,5 Mcal/kg MS. Em silagens com baixo valor nutritivo (NDT de 58,5%), a energia líquida de lactação será de 1,3 Mcal/kg MS. Para animais que ingerem mais de 12 kg MS de silagem, esta diferença é significativa. Menor teor de NDT é indicativo de menor proporção de grãos e maior participação de fibra (FDN), a qual é inversamente proporcional a ingestão. Por sua vez, baixos teores de FDN e FDA são indicativos de maior ingestão e digestibidade do alimento. Para maior ingestão, o TMP da silagem de milho deve variar de 1 a 2 cm. Cuidado com a repicagem antes do fornecimento, pois esta prática reduz sensivelmente o TMP, resultando em perda de efetividade da fibra. A efetividade de fibra é calculada multiplicando o teor de FDN pelo percentual de MS retida em peneira de 1,2 mm. A avaliação desta variável é fundamental quando o assunto é ambiente ruminal saudável. Por exemplo, feno de gramínea e casca de soja apresentam teores de FDN próximos de 65%. No entanto, 0,98% do feno permanece retido na peneira, contra apenas 0,03% da casca de soja. Conclui-se que apesar do mesmo teor de FDN, a efetividade do feno (63%) é muito superior a da casca de soja (2%). Para manter o pH ruminal acima de 6,2 e com isso maximizar a digestão de fibra e/ou síntese de proteína microbiana é necessário que o teor de fibra efetiva seja superior a 20% MS. Em dietas desafio, para obtenção deste valor, em muitos casos a presença do feno de gramíneas se faz necessária, pois apresenta  alta efetividade, seguido pelo feno de leguminosa e silagem de milho. Para maior aproveitamento do feno, este deve ser picado com TMP de 4 cm. Não é recomendado maior TMP, pois resultaria em dificuldade de ingestão e/ou bocado nutricionalmente desuniforme. Se for muito picado, reduzirá sensivelmente a atividade total de mastigação. Ao reduzir o TMP do feno de alfafa de 2,5 para 0,5 cm, a atividade de mastigação passou de 52 min/kg MS para 30 min, redução de 31% na mastigação. A quantidade de feno fornecido para vacas de alta produção irá varia de 2,0 e 3,0 kg/dia. Com exceção do caroço de algodão, os demais concentrados apresentam baixa efetividade, mas são fundamentais para o fornecimento de energia, proteína, fósforo, dentre outros nutrientes. O principal representante dos concentrados proteicos é o farelo de soja, alimento com alto teor de PB, alta aceitabilidade, digestibilidade e degradabilidade ruminal. Para vacas de alta produção, nos primeiros 100 dias de lactação, o requerimento de proteína não degradável no rúmen (PNDR) é maior (40 a 45% da PB ingerida). Por isso, para reduzir a degradabilidade ruminal deste farelo, o uso de tratamento térmico, como a peletização, aumenta a quantidade de PNDR, conhecida como “by pass”. Outra forma de incrementar a quantidade de aminoácidos absorvidos no Intestino Delgado (ID), seria o uso simultâneo de mais fontes proteicas, tais como a protenose e farelo de algodão. Os grãos de cereais se destacam por fornecer grande quantidade de energia aos ruminantes, devido aos elevado teor de amido (72% no caso do milho). Para maior aproveitamento desta energia, o tratamento com umidade e temperatura expande o amido e rompe as membranas proteicas. Ração peletizada traz benefícios, pois o amido apresentará maior capacidade de absorver

Pesquisadores ensinam como manter os bovinos bem nutridos em todas as épocas do ano

Manter os bovinos bem nutridos o ano inteiro é essencial para o produtor que deseja aumentar a produção e a produtividade do rebanho. Confinamento de bovinos no Pantanal. Foto: Josimar Lima Especialistas da área de nutrição de ruminantes afirmam que Independente da época do ano, os animais devem ter acesso à água de boa qualidade, vitaminas, minerais, energia e proteína. Eles ensinam que o primeiro passo para promover um bom esquema nutricional do rebanho é conhecer a exigência dos animais, depois, partir para um planejamento, definição e adoção da estratégia nutricional. Dizem ainda, que a exigência nutricional de um bovino varia em função do peso corporal, categoria, estado fisiológico, uso de promotores de crescimento e até do ambiente em que vive. Um garrote e uma novilha da mesma idade e raça, por exemplo, podem ter exigências diferentes de energia e proteína, por estarem em momentos diferentes de suas curvas de crescimento – explicam os autores no livro: “Nutrição de bovinos de corte – Fundamentos e Aplicações”, recém-lançado pela Embrapa Gado de Corte, disponível para download no Portal Embrapa.  Estas e muitas outras explicações e dicas estão narradas na publicação organizada em 10 capítulos que descrevem os conceitos, as técnicas, estratégias e experiências em nutrição de bovinos. Editada por três pesquisadores da Embrapa Gado de Corte (MS); Sérgio Raposo de Medeiros, Rodrigo da Costa Gomes e Davi José Bungenstab, nela eles abordam uma série de temas, dentre eles: valor nutricional dos alimentos, suplementação a pasto, semiconfinamento, confinamento, fórmulas de suplementos que o produtor pode fazer na própria fazenda, até recomendações de infraestrutura de cochos. “Nós reunimos o conteúdo de textos técnicos utilizados em cursos e palestras e apresentamos de forma prática e simples para ser utilizado na elaboração de projetos e até no dia a dia no campo”, resume Sérgio Medeiros.  Suplemento de baixo custo para o período seco Um dos capítulos do livro pode chamar atenção do produtor para a época seca que se inicia. Trata-se de estratégias de suplementação para o período de estiagem. Os autores abordam as principais formas de suplementar os animais na estação seca, alertam para a utilização inadequada de ureia que pode intoxicar os animais, ensinam como preparar um suplemento à base de sal com ureia e como fornecer aos animais. Rodrigo Gomes diz que “as principais formas de suplementação na seca são o sal mineral com ureia, o proteinado ou mistura múltipla e a ração de semiconfinamento”. Ele avisa também que todas elas podem ser usadas em sistemas de produção convencionais ou integrados e “em todos os casos recomendamos que a lotação da pastagem seja próxima de um animal de 450 quilos por hectare. Lotações maiores somente quando houver fartura de pasto”.  Os editores do livro mostram exemplos de formulações de misturas múltiplas ou proteinado, que é outra alternativa de suplementação; fórmula para semiconfinamento que pode ser feita na própria fazenda, além de tratar sobre confinamento – vantagens, importância, escolha do volumoso e considerações importantes a respeito da dieta.   Capa do livro. Foto: Eliana Ceza Abaixo uma das alternativas de suplementação na seca de menor investimento divulgada no livro. Nesse caso o objetivo é a manutenção de peso dos animais no período. Os autores alertam a necessidade de se ter na propriedade uma boa disponibilidade de forragem, como dito acima, mesmo que de baixa qualidade.  O consumo recomendado é de 100 gramas por Unidade Animal (UA) (uma UA corresponde a um animal de 450 quilos), sendo cerca de 30% dessa quantidade de ureia. O espaço linear de cocho recomendado é de, no mínimo, seis centímetros por animal. O alerta é para a utilização inadequada de ureia, podendo levar o animal à morte. Portanto, não se deve fornecer ureia para animais em jejum e/ou muito magros.  Outra dica é quanto à adaptação dos bovinos ao consumo de ureia. Para isso os autores sugerem: na primeira semana servir dois sacos de sal mineral convencional e um saco de sal mineral com ureia. Na segunda semana, um saco de sal mineral convencional e um saco de sal mineral com ureia e na terceira semana em diante apenas sal mineral com ureia.  Para melhor aproveitamento, a ureia deve ser associada a uma fonte de enxofre, de maneira que seja atendida a relação de 10 a 15 partes de nitrogênio para uma parte de enxofre. De forma prática, para cada 100 quilos de ureia pode-se adicionar quatro quilos de flor de enxofre ou 15 quilos de sulfato de amônia. O livro traz outros exemplos de formulações e os principais cuidados no fornecimento da ureia, como: não utilizar em pastos com baixa disponibilidade de forragem, mas priorizar os de alta disponibilidade e baixo valor nutritivo, como as pastagens vedadas; misturar bem a ureia no sal mineral e fornecer continuamente; fornecer a mistura, de preferência, em cochos cobertos; os cochos devem estar assentados em desnível e serem furados, para drenar eventual água de chuva. Dessa forma evita-se o acúmulo de água e o risco de intoxicação pela ingestão excessiva da ureia solubilizada.  Sérgio Medeiros lembra que o produtor deve caprichar em nutrir os animais o ano todo e que o maior desempenho deles se dá nas águas. Na seca a quantidade do pasto diminui e a qualidade fica prejudicada, por este motivo é importante elaborar um planejamento com antecedência para não comprometer o rebanho. A seca acarreta prejuízos como perda de peso animal, diminuição da produção de leite, na taxa de fertilidade predispondo também os animais a doenças.  Os autores do capítulo 9, sobre estratégias alimentares, fazem as seguintes considerações: “A estratégia alimentar adotada na propriedade é um dos definidores do sucesso ou do fracasso da atividade. Cada vez mais há consciência de que o caminho da lucratividade e da sustentabilidade passa pela intensificação principalmente na nutrição e, para isso, dispomos hoje no mercado das mais diversas tecnologias disponíveis. Cabe ao produtor e aos técnicos serem criteriosos no uso destas tecnologias, sempre buscando aquelas que trarão a melhor relação benefício: custo”.  Serviço: Publicação: “Nutrição de bovinos de corte –

Suplementar bovinos de corte nas águas é como empurrar o carro ladeira abaixo

Muitos pecuaristas imaginam, erroneamente, que no período de chuvas (normalmente de outubro a março) o animal não precisa receber suplementação adequada. Pedro Veiga* Pelo contrário: como o pasto de melhor qualidade oferece condições para que o animal ganhe mais peso, suas exigências de minerais e vitaminas são aumentadas. Portanto, uma correta suplementação mineral-vitamínica é o mínimo que se deve fazer nessa época. Além, é claro, de garantir disponibilidade de pasto. A arte e a ciência de manejo do pastejo evoluíram muito ultimamente e, hoje, já se discute não só qual deve ser a quantidade total de massa de forragem disponível, mas também quanto dessa massa é potencialmente digestível e de que forma está disponível ao animal, uma vez que a estrutura do pasto e não somente sua quantidade/qualidade interfere no hábito de pastejo do bovino e, consequentemente, na sua capacidade de colheita do capim que será, em última instância, traduzida em ganho de peso.  Seja por questões mercadológicas (compra e venda de animais de acordo com oportunidades de mercado), de clima (precipitação, temperatura etc.), disponibilidade e qualidade de mão de obra, infraestrutura disponível (divisões de pasto, aguadas, cochos etc.), método de pastejo (contínuo ou rotacionado) etc., o manejo do pastejo está, na maioria das situações, um pouco aquém do ideal. Mas isso não significa que não se possa otimizar a produtividade, por animal e por área, maximizando o retorno econômico. Em sistemas mais intensivos de produção, que se caracterizam por maior uso de insumos, com práticas de correção e adubação de pastagens implementadas de forma regular, associadas a manejo correto dos pastos, em que o ajuste da taxa de lotação é controlado com maior rigor de forma a se manter uma pressão de pastejo ótima, a forragem produzida e disponível ao animal certamente apresentará características nutricionais distintas de um pasto mantido e manejado sob um controle do manejador não tão intenso.  Dessa forma, o delineamento do plano nutricional a ser implementado (suplementação energética ou proteica, por exemplo) deve levar em consideração as características do sistema de produção, principalmente no que se refere à forma como a pastagem é manejada e o capim oferecido ao animal, como também de outros fatores primordiais, como meta de desempenho almejada, objetivos do sistema produtivo, categoria animal, capacidade de investimento, disponibilidade de infraestrutura e de mão de obra etc. Pastos adubados e submetidos ao manejo preconizado nas alturas ideais de entrada e resíduo pós-pastejo permitem elevadas taxas de ganho de peso, sendo energia, muito provavelmente, o nutriente mais limitante para se maximizar o ganho de peso. Nessa circunstância, a suplementação energética é a mais indicada, sendo o nível de oferta de suplemento a ser fornecido dependente da taxa de ganho almejada, bem como da taxa de lotação, visto que por meio da suplementação e da exploração do efeito substitutivo do pasto por concentrado torna-se possível manipular a taxa de lotação de uma área de pastagem. Em condições médias, ou seja, que representam a grande maioria dos sistemas de produção de bovinos de corte no país, a pastagem tropical, mesmo durante o período das águas, pode não apresentar conteúdo de proteína suficiente para maximizar o ganho de peso. Assim, o uso de um proteinado durante o período das águas ajuda a eliminar a flutuação do teor de proteína bruta do pasto, mantendo o desempenho dos animais mais constante. *Pedro Veiga é Gerente Global de Tecnologia – Bovinos de Corte, da Cargill Alimentos-Nutron.

Suplementar bovinos de corte, mesmo nas águas, é preciso

O pasto de melhor qualidade faz com que o animal ganhe mais peso. Por isso, suas exigências de minerais e vitaminas são aumentadas. Pedro Veiga* Muitos pecuaristas imaginam, erroneamente, que no período de chuvas o animal não precisa receber suplementação adequada. Pelo contrário: como o pasto de melhor qualidade oferece condições para que o animal ganhe mais peso, suas exigências de minerais e vitaminas são aumentadas. Portanto, uma correta suplementação mineral-vitamínica é o mínimo que se deve fazer nessa época. Além, é claro, de garantir disponibilidade de pasto. A arte e a ciência de manejo do pastejo evoluíram muito ultimamente e, hoje, já se discute não só qual deve ser a quantidade total de massa de forragem disponível, mas também quanto desta massa é potencialmente digestível e de que forma está disponível ao animal, uma vez que a estrutura do pasto e não somente sua quantidade e qualidade. Em sistemas mais intensivos de produção, que se caracterizam por maior uso de insumos, com práticas de correção e adubação de pastagens implementadas de forma regular, associadas a manejo correto dos pastos, em que o ajuste da taxa de lotação é controlado com maior rigor de forma a se manter uma pressão de pastejo ótima, a forragem produzida e disponível ao animal certamente apresentará características nutricionais distintas de um pasto mantido e manejado sob um controle do manejador não tão intenso. Em condições médias, ou seja, que representam a grande maioria dos sistemas de produção de bovinos de corte no país, a pastagem tropical, mesmo durante o período das águas, pode não apresentar conteúdo de proteína suficiente para maximizar o ganho de peso. Assim, o uso de um proteinado durante o período das águas ajuda a eliminar a flutuação do teor de proteína bruta do pasto, mantendo o desempenho dos animais mais constante. *Pedro Veiga é gerente global de tecnologia – bovinos de corte. Fonte: Agrodebate

Estiagem antecipa suplementação alimentar para animais

APTA alerta para necessidades de fêmeas em lactação, animais jovens de alto potencialgenético em fase de crescimento ou animais jovens em regime de engorda para o abate. Os criadores de ovinos e bovinos já estão acostumados a fazer a suplementação alimentar dos animais anualmente. O que eles não esperavam é que a dieta precisaria ser enriquecida em junho e julho, e não em agosto, como comumente acontece. A antecipação da alimentação suplementar dos animais ocorreu devido à estiagem que atinge diversas regiões brasileiras. De acordo com Gabriela Aferri, pesquisadora da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), houve elevação de 30% na demanda por dias de alimentação de maior custo aos animais. Todos os anos, o produtor de ovinos e bovinos precisa preparar a alimentação animal para o inverno, época em que o capim, por falta de sol e chuva, deixa de crescer.  Com a oferta em baixa, o produtor precisa inserir outros suprimentos na dieta animal, como feno, silagem ou cana-de-açúcar. “Acreditar que a suplementação alimentar não será necessária em nenhum período do ano é iludir-se e correr atrás do prejuízo depois. Quem não se prepara para a época de inverno e primavera, sempre tem prejuízos. Neste ano, pela irregularidade das chuvas, a falta de pastagem começou mais cedo”, afirma a pesquisadora da APTA, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A suplementação de pastagem é necessária para animais com maior exigência de nutrientes, como fêmeas em lactação, animais jovens de alto potencial genético em fase de crescimento ou animais jovens em regime de engorda para o abate. “Quando utilizamos forrageiras de melhor valor nutricional associada à adubação eficiente, produzimos, de forma mais barata, um alimento de valor nutricional adequado. Esta situação, porém, não se manterá o ano todo, porque os fatores ambientais e fisiológicos da planta se alteram, levando à diminuição da produção e do valor nutricional das forrageiras”, diz. No caso das ovelhas adultas, por exemplo, são necessários de quatro a cinco quilos de alimentos, por dia. A função dessa suplementação é manter os animais em boa condição corporal.  De acordo com Gabriela, a escala visual de condição corporal dos animais têm cinco graus, do número 1, muito magro, ao 5, muito gordo. “É desejável que a condição corporal fique entre 3 e 4. Se aparecer a condição 2, a luz de alerta se acende. É problema à vista”, explica a pesquisadora da APTA. Segundo Gabriela, os bovinos têm mais resistência à falta de nutrientes, o que não acontece com os ovinos. “Na época da seca, até vemos vacas, por exemplo, que ficam muito magras e conseguem esperar a época do verão para engordarem. Chamamos isso de efeito sanfona. No caso dos ovinos, isso não ocorre. Eles sentem muito a falta de nutrientes, ocorrendo doenças e até mesmo a morte do animal”, afirma. O primeiro nutriente que deve ser suplementado é a proteína, pois tem impacto direto na saúde dos animais e os volumosos produzidos em São Paulo são carentes deste elemento.  As formas concentradas de proteína, como os farelos proteicos ou ureia são as mais comumente usadas, por serem de fácil comercialização e armazenamento. No mercado, há diversos tipos de suplementos formulados para atenderem às diversas necessidades da criação. A suplementação energética via volumoso ou concentrado é menos desafiadora, pois os animais suportam uma leve perda de peso, caso estejam gordos ao final da estação favorável. “Mas ao longo do tempo, será inevitável utilizar um volumoso como fonte de energia”, explica Gabriela. Segundo a pesquisadora da APTA, os produtores se prepararam para a época da seca, mas como o período está maior este ano, pode ser que a estimativa de necessidade de alimentos seja menor do que a necessidade real a ser observada. “Só saberemos disso ao final do ano”, afirma a pesquisadora da APTA.  Gabriela explica que os produtores costumam cultivar os alimentos que serão usados no inverno. A pesquisadora, porém, dá algumas dicas para aqueles que estão com estoque em baixa. “Há duas saídas: comprar volumosos – cana e silagem – ou de feno de alguma propriedade próxima e utilizar algum coproduto regional na alimentação. Em casos extremos, de muita dificuldade, o produtor precisa vender parte do seu rebanho”, diz. No pasto, o capim só deve voltar a ter condições de ser pastejado de 40 a 50 dias após o período de chuva, que deve ter início neste mês de outubro. Fonte: APTA

Tecnologia de cocho mais durável

Não é novidade tanto para criadores como para especialistas que a suplementação de bovinos tem evoluído nos últimos anos. Qualquer sistema de produção, seja ele a pasto ou confinado, requer uma correta suplementação alimentar para o aumento do desempenho e da saúde dos rebanhos. Dessa forma o cocho, chamado por muitos nas fazendas de “prato do boi”, representa um papel fundamental no manejo da alimentação dos bovinos.  Por outro lado precisa ficar claro que ele deve ser visto por técnicos, gerentes de grandes e pequenas propriedades e produtores rurais como uma instalação indispensável e permanente sem a qual o desempenho dos rebanhos pode ficar seriamente comprometido. É por meio dos cochos que se garante o fornecimento de todos os complementos alimentares à dieta dos animais, entre as quais incluem suplementos minerais, aditivos, promotores de crescimento, ração concentrada, vitaminas e até mesmo alimentos volumosos, como silagens, fenos entre tantos outros.  De acordo com agrônomo e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa-Sudeste), André Pedroso, o cocho móvel tipo trenó, por exemplo, é uma alternativa mais resistente do que os cochos convencionais, feitos em madeira. Já que os convencionais geralmente apresentam baixa durabilidade, pois ficam em contato com esterco e urina acumulados ao seu redor.  Enquanto que o cocho tipo trenó é de fácil movimentação e facilita o manejo, em relação aos cochos de alvenaria, pois elimina a necessidade de retirada e transporte do esterco. Sendo construído com pranchões de quatro centímetros de espessura, sobre duas vigotas que funcionam como esquis, assim pode ser deslocado com um trator ou por um animal de tração. O nome Cocho-trenó é porque ele é apoiado em dois esquis, sendo que estes esqui tem função dupla: de manter o cocho mais elevado e permitir o deslocamento muito fácil para outros locais. Conforme o pesquisador, o manejo na propriedade é simples: o tratorista amarra uma corda na parte dianteira de cada módulo do cocho e vai puxando pelo pasto, bastante parecido com o trenó, usado nos países que têm neve.  Entre suas vantagens, a primeira é que o criador evita aquele excesso de lama, esterco e urina ao redor dos comedouros fixos. Um ambiente sujo atrai moscas e pode trazer doenças. O cocho-trenó pode ser usado tanto para rebanhos de leite, quando em uma criação de corte, em pastagens mais extensas. Nos meses chuvosos, o criador deve mudar o comedouro de lugar a cada três ou quatro dias, já em épocas mais secas, a troca pode ser feita a cada 10 ou até 15 dias, tudo depende do clima e do número de animais no rebanho.  O pesquisador explica ainda que o uso do cocho-trenó também é positivo para a saúde do pasto. Já que com a movimentação, ao mesmo tempo promove a distribuição de esterco na área e economiza na adubação química da pastagem. Outra característica central é que, apesar das aparências, ele não é feito de madeira e sim de um material reciclado. É uma matéria-prima conhecida como madeira plástica. Fonte: Gazeta. Foto: Gisele Rosso, Embrapa Pecuária Sudeste

Alimentação de bezerros na fase de recria

Os bezerros quando nascem não apresentam o rúmen e os outros pré-estômagos funcionais, sendo que o alimento líquido passa diretamente por uma estrutura denominada goteira esofageana, que leva todo o alimento ingerido (leite), diretamente ao estômago verdadeiro deste pré-ruminante, o abomaso. Marco Antônio Passareli Finardi* Enquanto a dieta do animal é limitada ao leite, tem-se a funcionalidade desta estrutura que é ativada por estímulos nervosos. Este reflexo diminui com o avanço da idade do animal. Quando se inicia o fornecimento de alimentos sólidos de maneira antecipada a estes animais, ou seja, a partir do primeiro mês de vida, o animal apresenta um desenvolvimento precoce do rúmen, fato este que permite o surgimento da população microbiana e consequentemente em alta atividade metabólica no rúmen. Com a ingestão destes alimentos sólidos e fibrosos, há o início da secreção salivar e do desenvolvimento ruminoreticular. Estes alimentos, muitas vezes estarão “contaminados” com restos de saliva da mãe ou de outros animais, eructação, bolo ruminal, ou mesmo fezes de animais adultos. Tudo isto leva a ingestão de microrganismos que colonizarão o rúmen. Além desta ação desencadeada pelos microrganismos, existem mudanças anatômicas, onde estes alimentos sólidos e fibrosos, degradados pelos microrganismos, ocasionam o desenvolvimento das papilas ruminais, sendo que seu desenvolvimento está associado à capacidade absortiva do rúmen.  Em resumo, quanto mais cedo os bezerros tem acesso à alimentação sólida, estimulada principalmente por farelos de grãos, maior torna-se a capacidade alimentar destes, bem como o fornecimento de nutrientes que são de extrema importância para o desenvolvimento deste animal. A produção de leite das vacas influencia na lucratividade do processo produtivo, uma vez que a diferença na ingestão de leite entre bezerros é tida como uma das mais importantes fontes de variação do peso ao desmame de bezerros. Desta forma, vacas com maior produção leiteira, tendem a desmamar bezerros mais pesados. Mas devemos lembrar que vacas com alta produção leiteira, podem tem prejuízo quando pensamos na condição corporal, haja vista que quanto maior a sua produção leiteira, maior torna-se a sua exigência nutricional. Se lembrarmos de que a condição corporal da matriz apresenta alta correlação com desempenho reprodutivo, devemos também lembrar que vacas com alto potencial leiteiro também requerem mais nutrientes para manter a condição corporal e consequentemente a eficiência reprodutiva. Quando não são realizados os devidos ajustes na nutrição destas matrizes, estes animais podem perder condição corporal e ter afetada a sua eficiência reprodutiva. Outro ponto de extrema importância, é que o primeiro alimento do bezerro é o colostro, que além de fornecer os nutrientes essenciais para os bezerros, também fornece anticorpos que serão importantíssimos para protegê-los dos patógenos que terão contato e podem leva-los a adoecer, pois ainda não possuem imunidade ativa. Quando se fornece suplementação mineral adequada as matrizes, consegue-se aumentar o aporte de microminerais neste colostro e no leite e desta forma, fornecer estes microminerais aos bezerros, fato que será muito importante para o desenvolvimento do sistema imunológico deles.   Ainda, é interessante que se consiga realizar uma seleção para que se obtenham matrizes que produzam leite em quantidade satisfatória, mas que também consigam manter um bom escore corporal para que mantenham sua eficiência reprodutiva. Suplementos minerais O leite, como única forma de alimento para os bezerros, é um alimento completo, que fornece todos os nutrientes essenciais para a vida destes animais. Ocorre que quando se busca grande desempenho produtivo, aumenta-se também a exigência nutricional dos animais, sendo que nestas situações acabamos por ter uma limitação no fornecimento destes nutrientes pelo leite para o alto desempenho dos animais. Nestas situações, então é muito vantajoso o fornecimento de uma fonte complementar de nutrientes, sendo que os minerais são apenas um destes nutrientes que acabam por se tornar limitados para o maior desempenho dos animais. Sempre que possível deve-se introduzir no sistema de cria o creep-feeding, para que haja a possibilidade de fornecimento de um alimento complementar aos bezerros de forma a torna-los menos dependente do leite de suas mães e através da ingestão de alimentos sólidos, se consiga um melhor aporte de nutrientes que favoreçam um maior desempenho destes animais, pois desta forma, teremos estes animais tornando-se ruminante mais cedo e com isso, poderemos ter animais mais pesados à desmama. Creep-feeding trata-se de um cocho de suplementação que ao seu redor apresenta uma cerca, de forma que esta cerca dê acesso somente aos bezerros ao cocho. Com isso, é possível que se forneça a estes animais um suplemento mineral proteico energético ou mesmo uma ração concentrada balanceada exclusivamente para estes animais. Creep-grazing, por sua vez, é um sistema de pastejo onde somente os bezerros tem acesso ao pasto de alta qualidade, ou mesmo um sistema de pastejo rotativo onde os bezerros acessam os piquetes antes das vacas. Com isso, os bezerros devem ter a sua disposição, gramíneas e/ou leguminosas de alto valor nutricional, tenras, altamente palatáveis, de porte mediano, devendo ser utilizadas no seu ponto ótimo nutricional de forma a fornecer aos bezerros o máximo de proteína e energia, apresentando alta digestibilidade. O emprego deste sistema visa também disponibilizar aos animais um alimento de alta qualidade que também forneça aos animais um maior aporte nutricional de maneira a favorecer um melhor desempenho destes animais. Manejo nutricional para novilhas A recria é a fase entre a desmama até o momento que o animal é encaminhado para a reprodução ou terminação. Para as fêmeas é o período de maior crescimento, quando o animal utiliza recursos nutricionais para atingir o tamanho que lhe permita reproduzir. Para a eficiência do sistema produtivo, é importante que se consiga reduzir a idade de entrada em reprodução, sendo isto possível somente, obtendo-se maior peso a desmama e elevada taxa de crescimento em pastagens, desta forma, evitando-se baixo desempenho. Desta forma, a nutrição das futuras matrizes deve-se basear nas taxas de ganho de peso necessárias para que as novilhas alcancem o peso adequado antes do início do acasalamento. Como estratégias a serem utilizadas para que se consiga alcançar o peso ideal de entrada à reprodução, o produtor deve além de fornecer aos