julho 27, 2024

Sistema silvipastoril auxilia pastagens e animais neste período de estiagem

Equipe do Comitê Gestor do Plano ABC+ da Seapi visitou propriedades e constatou as vantagens do sistema “Estou salvando meu gado nesta seca”, comemora o produtor rural Laurindo Beling, de Agudo, se referindo à utilização do sistema silvipastoril, que propicia a integração lavoura-pecuária-floresta. Na propriedade de 59 hectares onde cria angus e planta soja, ele tem duas áreas de plantio de eucaliptos que totalizam 15 hectares. Segundo ele, as árvores protegem tanto do calor quanto do frio, com faixas de sombreamento. Já a produtora Sandra Gomes Brum, de Tupanciretã, destaca que nas duas áreas que têm com este sistema, totalizando cinco hectares, buscou a recuperação do solo e sombra para os animais. “Nós presenciamos nestes dias muito quentes os animais na sombra e isto é uma proteção. E no inverno também, as acácias protegem o gado dos ventos frios e da geada”, declara. Além dos animais, o pasto também fica protegido tanto do sol quanto da geada, afirma. Sandra optou pelo plantio da acácia negra, porque auxilia no aumento da matéria orgânica do solo e tem crescimento rápido. O produtor de Barra do Ribeiro, Pedro Feijó, implantou o sistema silvipastoril há dois anos em uma área de sete hectares. “Esse sistema eu acredito que não tenha mais volta com esta integração, porque o animal fica comendo na sombra, num lugar que traz benefícios pra ele”, afirma. A ideia do produtor é ampliar em mais um hectare com plantio de eucaliptos. “É uma grande oportunidade para o produtor minimizar os efeitos da estiagem, porque se cria um microclima na parte do sub-bosque, que reduz em média oito graus a temperatura, trazendo o bem-estar para os animais e alívio para a pastagem. Além disso, é um sistema com enorme potencial de sequestro de carbono devido à presença de árvores”, diz o engenheiro florestal Jackson Brilhante, coordenador do Comitê Gestor Estadual do Plano ABC+ da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). O plano tem como objetivo promover a adaptação à mudança do clima e o controle das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) na agropecuária brasileira, com aumento da eficiência e resiliência dos sistemas produtivos. A coordenação do Comitê Gestor Estadual do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC+), juntamente com a Emater e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), esteve visitando, no final de janeiro, produtores de três municípios da região central do estado que utilizam o sistema silvipastoril. O objetivo da visita foi avaliar e discutir com os produtores rurais o desempenho deste sistema neste período de seca. O professor do curso de Engenharia Florestal da UFSM, Jorge Farias, constata que “o que estamos observando é a perfeita harmonia de crescimento de árvores e de pastos, com ganhos para ambos. Crescimento muito acima da média das árvores, crescimento de qualidade da pastagem e agora neste ano em que estamos passando pelo terceiro ano de estiagem no Rio Grande do Sul, o produtor tem relatado que onde o pasto está menos degradado, menos sofrido, é no sistema silvipastoril”. Para Farias, vários conceitos estão sendo revistos com a adoção deste sistema. “O que nós estamos vendo, na prática, é que a floresta não prejudica a pastagem, que a floresta maximiza o uso do solo sem prejuízo da pastagem, que o sistema garante um melhor fluxo de renda, que é possível a manutenção da pecuária mesmo durante a estiagem e que as florestas representam carbono”. O trabalho é desenvolvido pela UFSM em parceria com a Embrapa e a Emater. A regional de Santa Maria da Emater atende hoje 40 propriedades com este sistema silvipastoril. O primeiro município a implantar este sistema foi Nova Esperança, em 2005. “Produtores rurais, técnicos e pesquisadores vêm observando a persistência da pastagem verde e crescendo, mesmo com muitos dias de falta de chuvas, resultando reserva de forragem em pé para os animais se alimentarem satisfatoriamente e persistirem na produção de leite e engorda, mesmo em momentos de crise como a que vivemos desde novembro de 2022”, destaca o engenheiro florestal da Emater, Gilmar Deponti. Além da Emater Santa Maria, outras 12 regionais vêm desenvolvendo trabalhos de incentivo à implantação do sistema silvipastoril. “Os produtores que visitamos estão muito satisfeitos, pois o sistema além de minimizar os impactos da estiagem na produção de leite e de carne, também contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa no setor agropecuário gaúcho”, destaca Jackson. Segundo ele, o estado deve incentivar a adoção desse sistema de produção como uma estratégia de médio e longo prazo para minimizar o impacto da estiagem na produção pecuária gaúcha. Fonte: Agricultura RS Gov Curadoria: Boi a Pasto

Seu bacon vai mudar: Ministério da Agricultura revisa regulamentação para preparo do produto

A partir de 1° de março, bacon só poderá ser feito da porção abdominal do porco. Atualmente, é permitido o uso dos músculos adjacentes, sem osso, acompanhados da expressão ‘especial’ ou ‘extra’ na embalagem. A partir de 1° de março, a receita de preparo do bacon estará diferente: ele só poderá ser feito da porção abdominal do porco. Atualmente, é permitido o uso de músculos adjacentes, sem osso, acompanhados da expressão ‘especial’ ou ‘extra’ na sua embalagem. A medida foi publicada nesta quinta-feira (9) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A alteração faz parte da Portaria nº 748, que aprova a revisão do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) do bacon para estabelecimentos e indústrias que sejam registrados junto ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) e ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA). Como o bacon é feito atualmente? Hoje, é permitido o uso de músculos adjacentes, sem osso, acompanhados da expressão ‘especial’ ou ‘extra’ na sua embalagem. Produtos feitos de outras partes são chamados de “estilo bacon”. O Ministério da Agricultura também ampliou os ingredientes opcionais na formulação do bacon. Na normativa antiga, eram considerados como adicionais apenas proteínas de origem animal ou vegetal, açúcares, maltodextrina e condimentos, aromas e especiarias. Como passará a ser preparado? A partir de 1° de março, a receita só poderá ser feita da porção abdominal do porco. Para os produtos que vão continuar sendo feitos a partir de cortes inteiros de lombo, pernil ou paleta de suínos, o nome na embalagem terá que detalhar a sua origem, por exemplo, “bacon de pernil”. A nova regra proíbe que tenha qualquer outra referência ao bacon no rótulo. Agora, a elaboração pode contar com carboidratos mono e dissacarídeos, maltodextrina, condimentos e especiarias, água, aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia, previstos em legislação específica do órgão regulador da saúde e autorizados pelo Ministério da Agricultura, e sais hipossódicos. Um ano para se adaptar Os estabelecimentos terão prazo de um ano para fazerem as mudanças necessárias nos produtos. Os produtos fabricados até o final do prazo de adequação, poderão ser comercializados até o fim da sua data de validade. Fonte: G1 Curadoria: Boi a Pasto

Agricultores plantam árvores para cultivar pimenteira-do-reino

Novo sistema usa a árvore leguminosa gliricídia para substituir estacas de madeira como suporte para o crescimento da pimenteira-do-reino.   Nativa da América Central, a árvore leguminosa gliricídia (Gliricidia sepium L.) apresenta rápido crescimento e tem se mostrado um ótimo suporte (tutor vivo) da pimenteira-do-reino em um sistema sustentável desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental (PA). O uso da gliricídia como tutor vivo da pimenteira-do-reino em substituição às estacas de madeira evita o corte de árvores da floresta, melhora a produtividade do pimental e diminui os custos ao produtor. A prática, que reduz drasticamente o impacto ambiental da atividade, ganha cada vez mais adeptos no estado do Pará, segundo maior produtor de pimenta-do-reino do País. Os especialistas registraram a redução em 28% dos custos ao produtor com o novo sistema, quando comparado ao tradicional com estacas de madeira. “Além disso, o manejo dessa planta proporciona o aumento do teor de matéria orgânica no solo e a diversificação de microrganismos, a fixação de nitrogênio do ar e consequente redução do uso de fertilizantes nitrogenados e o favorecimento de um microclima nos pimentais”, ressalta o analista da Embrapa João Paulo Both. Esse conjunto de vantagens faz com que o pimental no tutor vivo da gliricídia tenha mais longevidade e tempo de produção em relação ao sistema tradicional. Foco na sustentabilidade No sistema tradicional de cultivo da pimenteira-do-reino o tutor é obtido do tronco de árvores. “Para a implantação de um hectare de pimenta-do-reino é necessário o corte de 25 a 30 árvores para a produção de tutores para a pimenta”, conta o pesquisador da Embrapa Oriel Lemos. O impacto ambiental da atividade, a escassez e o preço elevado da madeira foram importantes motivações para a pesquisa buscar uma alternativa, segundo o cientista. As pesquisas com o tutor vivo tiveram início na década de 1990 no estado do Pará com a parceria da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica). “Todo o sistema de produção de pimenta naquele momento era em tutor morto obtido a partir de madeiras nobres extraídas da floresta amazônica. Essa era a nossa grande preocupação”, relembra Lemos. Ele conta que foram testadas várias espécies e a gliricídia se destacou pelo seu crescimento rápido e menor competição com a pimenteira-do-reino. Desde então, os cientistas vêm aprimorando o sistema de produção da pimenteira-do-reino com foco na sustentabilidade ambiental e econômica da atividade. Redução de custos ao produtor A aquisição das estacas de madeira, o chamado tutor morto, é o item que mais pesa no bolso do agricultor. “A estaca de madeira aqui na região chega a custar de 25 a 30 reais, enquanto que a estaca de gliricídia não passa de 5 reais”, conta o pipericultor (produtor de pimenta) Osvaldo Donizete, do município de Capitão Poço, na região nordeste do estado do Pará. É nesse município que está o maior número de pimentais no tutor vivo de todo o estado. O estudo de impacto econômico da tecnologia, realizado em 2022, calculou os custos de implantação e manutenção por três anos do sistema tradicional e do sustentável. Um hectare de pimenta com o tutor morto (sistema tradicional) custa ao produtor, em média, 58.251 reais. Já com a tecnologia do tutor vivo (sistema sustentável) esse mesmo hectare custa 41.715 reais. Isso representa uma redução de 16.535 reais, o que equivale a 28% de economia ao produtor em cada hectare de pimenta. “O impacto econômico se dá, de imediato, na redução de custo ao produtor, e considera todos os componentes, como mão de obra empregada, preparo de área, insumos (estacas, adubos), mudas de pimenteira-do-reino, manejo do plantio e outros”, explica o economista da Embrapa Aldecy Moraes. “Para o produtor, a questão econômica é importante, especialmente porque a pimenta-do-reino é produzida, majoritariamente, pela agricultura familiar no estado do Pará”, acrescenta o economista. Ampliação das áreas com o tutor vivo A avaliação de impacto mostrou ainda que, em 2022, houve um aumento de 83% na área plantada com tutor vivo nos pimentais do Pará, em relação a 2021. O trabalho estima que o estado tenha em torno de 300 hectares de pimenta na gliricídia e o município paraense de Capitão Poço é o que mais se destaca nessa ampliação. Exemplo disso é a ampliação do pimental do Osvaldo Donizete, conhecido na região como “Tica Caneta”. Ele começou a plantar pimenta-do-reino com o pai na década de 1970 e, atualmente, cultiva cerca de 50 mil pés de pimenta no tutor vivo de gliricídia. O primeiro contato com a tecnologia foi em 2011 por meio da Embrapa. Desde então, o agricultor apostou no sistema sustentável e, anualmente, vem substituindo as estacas de madeira pelo tutor vivo. “Hoje a maior parte da minha produção já é no tutor vivo. Só no ano passado plantei 20 mil pés de pimenta na gliricídia. Além do preço, que é o primeiro ponto positivo, tem muita diferença na planta, ela fica mais vigorosa e produz muito bem. Na estaca morta, o pimental com quatro, cinco anos já está morrendo. No tutor vivo, o pimental de oito anos está bem formado e produzindo bastante”, conta o agricultor. “Os agricultores da região acreditam nessa tecnologia e estimamos que haja em torno de 300 mil pés de pimenta na gliricídia no município de Capitão Poço”, conta o agrônomo Augusto Rodrigues dos Santos, extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater-Pará). O extensionista acredita que a escassez de madeira, o preço para a aquisição das estacas e a questão ambiental são os fatores que levam os agricultores a optarem pelo tutor vivo. “Quem usa essa tecnologia não está derrubando e sim plantando árvores”, diz.  Outra vantagem ressaltada pelo técnico é a possibilidade de multiplicação das estacas de gliricídia pelo próprio agricultor. “Ele pode fazer um campo de multiplicação de gliricídia para ampliar seu pimental e também para vender a outros produtores”, conclui. Plantas vigorosas e produtivas Os especialistas afirmam que ainda pouco se sabe sobre o comportamento da pimenteira-do-reino em tutor vivo de gliricídia. Porém, um dos mais recentes trabalhos científicos sobre o tema, realizado no estado do

Sobre áreas de pasto degradado, lavouras de grãos avançam no norte de Mato Grosso

Áreas de pastagens degradadas estimulam o investimento no sistema de integração lavoura-pecuária proporcionando qualidade de solo e rentabilidade A grande disponibilidade de áreas de pastagens degradadas tem estimulado o investimento no sistema de integração lavoura-pecuária em Marcelândia, norte de Mato Grosso. O município, que atualmente conta com um rebanho bovino de aproximadamente 200 mil animais, vive a expectativa de também tornar-se referência na produção de grãos no estado. Marcelândia conta hoje com uma área de 140 mil hectares destinada às lavouras. A expectativa, pontua o Sindicato Rural do município, conforme trazido no episódio 72 do Patrulheiro Agro desta semana, é que a oleaginosa ganhe espaço significativo nos próximos cinco anos e chegue a aproximadamente 300 mil hectares, aproveitando áreas de pastagens degradadas. Delegado da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e produtor rural em Marcelândia, Diego Francisco Bertuol, comenta que o crescimento da produção de soja em cima de área de pastagem, bem como milho e algodão, no município é um conjunto de fatores. “Mas, o principal é o regime de chuvas que nós temos aqui. Isso favorece fazer duas safras, tanto a de soja e a de milho. Aqui mesmos vizinhos já estão começando a fazer experimentos com o algodão. E, claro a rentabilidade, porque hoje o boi deu uma diminuída e o pessoal tem procurado vir para a lavoura”, comenta Bertuol. Nesta safra 2022/23, Bertuol comenta ter destinado cerca de 700 hectares para a soja em sua propriedade. “O pessoal já vem com a parte de conhecimento, a parte técnica, vem investindo em perfil de solo, em calcário, em gesso. Aí você coloca soja em cima e dá esse sojão que está dando aí”. Maior produtividade por hectare Uma das pioneiras em Marcelândia a ingressar no sistema de lavoura-pecuária é a agricultora Silvania Miranda Garcia Martins. A propriedade da família produz hoje 1,5 mil hectares de soja e contam com um armazém. “Aquelas áreas degradadas que não produzia, que era uma cabeça de vaca por hectare, hoje estão produzindo em média 70 sacas por hectare. Eu sempre falo que temos uma Sorriso dentro de Marcelândia. Então, nós temos tudo para daqui a pouco estar ganhando a fama de Sorriso e ser a capital da produção de soja no estado de Mato Grosso”, diz a agricultora. Conforme o presidente do Sindicato Rural de Marcelândia, Marcelo Ricardo Cordeiro, muitos produtores estão realizando a integração entre lavoura e pecuária no município.“E, muitos deles estão indo para a lavoura. A pecuária depende da lavoura porque o trato do gado depende da lavoura. O pecuarista cada vez mais, e isso já é feito, está investindo em genética. Então, aquele gado que dependia de uma área muito maior, hoje faz em uma área menor e com mais qualidade”, salienta Cordeiro. Logística é outro fator para crescimento das lavouras De acordo com o segundo vice-presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Agenor Vieira de Andrade Neto, a logística é outro ponto que tem atraído os produtores quanto a implantação de lavouras. “O produtor rural de Marcelândia em virtude da logística, que ficou bem interessante com o escoamento dos grãos pelos Portos do Pará, passou a ter a opção e a viabilidade de agregar as duas atividades, que na nossa maneira de entender se complementam. Elas somam e oferecem a oportunidade de o produtor estar fazendo tanto grão quanto carne ou genética na sua propriedade”. Fonte: Canal Rural Curadoria: Boi a Pasto