setembro 18, 2024

Ondas de Calor Extremo no Norte e Nordeste nas próximas semanas podem causar grandes prejuízos aos rebanhos. O desafio para evitar o pior está nas mãos dos pecuaristas

Artigo por MARISA RODRIGUES, publisher do portal Boi a Pasto (*)

Legenda: Gado bebendo água em lagoa seca do bioma da Caatinga de Santa Luzia, na Paraíba – PB

O Nordeste e o Centro-Oeste do Brasil estão prestes a enfrentar uma situação climática crítica nas próximas semanas, com altas ondas de calor que ameaçam a saúde e a sobrevivência dos rebanhos bovinos. A causa disso é clara: as mudanças climáticas aceleraram fenômenos extremos que, outrora previstos para daqui a vinte anos, agora são uma realidade iminente. Neste artigo, abordaremos as consequências do calor extremo para a pecuária nessas regiões, especialmente nas fazendas onde medidas básicas de proteção não são tomadas, e discutiremos as ações necessárias para prevenir danos à saúde dos animais.

As altas ondas de calor representam uma ameaça significativa para o gado, principalmente em regiões onde os cuidados com o bem-estar animal nem sempre são priorizados. O excesso de calor pode causar desidratação, estresse térmico e, em casos extremos, a morte dos animais. Isso ocorre porque o calor afeta a capacidade de resfriamento dos bovinos, levando a um aumento na temperatura corporal e a problemas de saúde graves.

Principais Consequências do Calor para o Gado

  1. Desidratação: O calor intenso aumenta a necessidade de hidratação dos animais. Quando não há acesso adequado à água fresca, os bovinos podem ficar desidratados, o que afeta sua saúde e produtividade.
  2. Estresse Térmico: Os bovinos têm dificuldade em dissipar o calor, e o estresse térmico pode levar a problemas como queda na produção de leite, perda de peso e até mesmo infertilidade.
  3. Mortalidade: Em casos extremos, o calor pode ser fatal. Animais não adaptados a altas temperaturas e falta de sombra estão, particularmente, em risco.

Legenda: A importância da qualidade da água para o gado, principalmente na seca e mais ainda, durante esses episódios de extremas ondas de calor que estamos assistindo em pleno inverno.

Os pecuaristas têm um papel crucial na prevenção dos danos causados pelo calor extremo em seus rebanhos. Aqui estão algumas medidas que podem ser adotadas imediatamente:

  1. Sombreamento Adequado: Investir em estruturas que ofereçam sombra aos animais é essencial. Árvores, telhados ou estruturas móveis podem proteger os bovinos do calor excessivo.
  2. Acesso à Água: Garantir que os animais tenham acesso constante a água fresca é fundamental. Bebedouros de fácil acesso devem ser instalados em áreas de pastagem.
  3. Manejo do Pasto: Reduzir a densidade do pasto e permitir que os animais se espalhem pode ajudar a evitar o superaquecimento e a competição por sombra e água.
  4. Horários de Alimentação: Alimentar os animais durante as horas mais frescas do dia pode reduzir o estresse térmico.

As altas ondas de calor que assolam o Nordeste e o Centro-Oeste do Brasil são um sinal alarmante das mudanças climáticas em curso. Os pecuaristas desempenham um papel vital na proteção de seus rebanhos contra os danos causados pelo calor extremo. Medidas simples, como sombra adequada e acesso à água, podem fazer a diferença entre a saúde dos animais e prejuízos econômicos. É hora de agir com urgência, antes que mais perdas de rebanho ocorram devido às condições climáticas extremas. A prevenção é a chave para o futuro sustentável da pecuária nas regiões afetadas.

(*)A jornalista Marisa Rodrigues, publisher do portal Boi a Pasto, é especializada em agronegócio, com ênfase em pecuária, há 20 anos, tendo dado os primeiros passos no setor, pelas mãos do Grupo Matsuda, onde trabalhou como assessora de comunicação entre 2002 e 2022.

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