Suplementação protéica adequada é essencial para manter o desempenho produtivo de bovinos e garantir a rentabilidade das fazendas durante a seca
Legenda: Gado sendo suplementado em cochos que devem estar disponíveis na fazenda, à vontade com espaços que permitam que todos possam se alimentar, individualmente
Durante o período de seca, um dos principais desafios enfrentados pelos pecuaristas é a redução do ganho de peso do rebanho, consequência direta da menor disponibilidade e valor nutritivo dos pastos. A queda na qualidade da forragem afeta o desempenho dos animais, além de comprometer sua saúde geral. De acordo com Erick Escobar, zootecnista e consultor técnico da Trouw Nutrition, a suplementação proteica é uma estratégia fundamental para mitigar esses efeitos negativos.
“O monitoramento constante do rebanho é essencial para determinar o momento certo de iniciar a suplementação. Indicadores simples, como a forma das fezes dos bovinos, podem fornecer pistas valiosas. Fezes aneladas, por exemplo, sugerem uma taxa de passagem lenta, o que resulta em menor ganho de peso. Por outro lado, fezes pastosas em formato de ‘vulcão’ indicam que a taxa de passagem está adequada e a dieta está sendo bem aproveitada”, explica Escobar.
A escolha do suplemento proteico deve ser baseada nas necessidades específicas do rebanho e nas condições particulares de cada propriedade. “Durante a estiagem, a proteína é o principal nutriente limitante. Os níveis de proteína na forragem frequentemente caem abaixo do mínimo necessário para manter a saúde e o desempenho dos animais. Isso afeta o funcionamento do rúmen, reduz a digestibilidade da fibra e diminui o consumo de matéria seca, resultando em queda no desempenho dos bovinos”, detalha o especialista.
Uma das soluções recomendadas é o uso de suplementos específicos, como o Lambisk S, que tem demonstrado eficácia em animais em recria, proporcionando um ganho adicional de 0,15 a 0,20 kg/dia em comparação à suplementação mineral convencional. Contudo, Escobar ressalta a importância de garantir que todos os animais tenham acesso adequado ao suplemento. “A área de cocho deve ser suficiente para que todos os bovinos recebam a quantidade necessária. A recomendação é de 12 a 15 centímetros de espaço por cabeça”, enfatiza.
Além da suplementação, outras práticas de manejo, como o diferimento de pastagens, desempenham um papel fundamental na superação dos desafios da seca. Essa técnica consiste em vedar cerca de 30% da área de pastagem por um período de 60 a 120 dias antes da estiagem, permitindo o acúmulo de forragem suficiente para alimentar o rebanho no início da seca. Essa prática é especialmente eficaz em pastagens de Brachiaria, devido às suas características morfológicas, que favorecem uma maior proporção de folhas em relação aos colmos.
“Uma gestão nutricional cuidadosa, aliada a práticas de manejo adequadas, permite que os pecuaristas antecipem problemas e mantenham o desempenho produtivo e a rentabilidade das fazendas, mesmo em períodos adversos”, conclui Erick Escobar.
Fonte: Acrissul com Assessoria de Imprensa
Curadoria: Redação do Portal Boi a Pasto