Nove passos para fazer uma boa recuperação de pastagem
Atualmente estima-se que cerca de 130 milhões de hectares de pastagens no Brasil estejam em diferentes níveis de degradação, e a reforma ou a recuperação dessas áreas é uma grande oportunidade de o produtor aliar as boas práticas de manejo com a sustentabilidade na pecuária. Entretanto, embora fale-se muito no assunto, e o tema até foi discutido durante a Cop28, que aconteceu em Dubai, nos Emirados Arabes, recuperar uma pastagem não é algo tão simples de se fazer e exige organização e profissionalismo para que se alcance o resultado almejado. Para auxiliar a sanar algumas das principais dúvidas sobre essa prática, nós, da equipe de redação do Portal Boi a Pasto, dividimos o tema em nove passos que, se executados ao pé-da-letra, pelos produtores pecuaristas, irão garantir o sucesso da iniciativa, em suas propriedades.
#Websérie Reformar ou recuperar as pastagens: eis a questão: Reformar ou recuperar as pastagens, quando tomar uma ou outra decisão
A decisão de reformar ou recuperar as pastagens em uma propriedade pecuária depende de várias considerações e características específicas da situação. Ambas as opções têm seus benefícios e custos associados. Aqui estão alguns fatores a serem considerados ao tomar essa decisão:
Websérie REFORMA E RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS#2 Compreendendo as Diferenças e seus Impactos Ambientais
Introdução: A agricultura e a pecuária desempenham um papel crucial na alimentação e economia mundial, e as pastagens são fundamentais para a produção sustentável de carne e leite. No entanto, muitas pastagens têm sofrido com o mau manejo e a degradação ao longo dos anos, levando à necessidade de intervenção para restaurar sua produtividade e sustentabilidade. Duas abordagens comumente adotadas para melhorar as pastagens são a reforma e a recuperação. Embora esses termos sejam frequentemente usados de forma intercambiável, eles se referem a processos distintos, com diferentes objetivos e abordagens. Neste artigo, exploraremos a diferença entre reforma e recuperação de pastagens, destacando seus impactos ambientais.
Custo de produção da pecuária de corte segue tendência de alta em MT
A mudança climática proporciona aos criadores a oportunidade de melhorar a qualidade das pastagens para a alimentação dos bovinos O custo de produção da pecuária de corte em 2022 em Mato Grosso seguiu com tendência de alta. Os valores médios do Custo de Produção Total (COT) da cria, recria e engorda, e da pecuária de ciclo completo foram de R$ 179,70, R$ 279,22 e R$ 151,83 por arroba, respectivamente, no 4º trimestre. É o que aponta levantamento realizado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Essa observação segue desde 2018. Diante deste cenário, conforme o setor produtivo, o atual período de chuvas se torna favorável para a atividade. A mudança climática proporciona aos criadores a oportunidade de melhorar a qualidade das pastagens para a alimentação dos bovinos. Importância na recuperação da pastagem De acordo com o médico veterinário e gerente de relações institucionais da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Nilton Mesquita, a recuperação da pastagem é a principal alternativa para reduzir o custo de produção, tão necessário no momento atual. Ações como adubação e uso de herbicidas para limpeza de áreas de pastagens são alguns exemplos do que pode ser realizado para que o pecuarista tenha um melhor rendimento da sua área. Com isso, os animais passam a ter um melhor aproveitamento dos nutrientes e maior ganho de peso. Além disso, a alimentação a pasto tem menor custo e continua sendo a maneira mais barata e a mais utilizada para alimentar o rebanho. “Esse período de chuvas é a chance perfeita para os pecuaristas se envolverem em práticas de manutenção dos pastos, visando a aumentar sua produtividade. Para essas atividades que buscam melhorar a qualidade do pasto é fundamental o planejamento, uma vez que o custo tem um fator preponderante. A realização desses trabalhos agora, durante a época de chuvas, ajudará a preparar o terreno para as próximas estações, aumentando a probabilidade de obter bons resultados no futuro. Portanto, essa é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada pelos pecuaristas”, afirmou o gerente da Acrimat. Fonte: Canal Rural Curadoria: Boi a Pasto
Sobre áreas de pasto degradado, lavouras de grãos avançam no norte de Mato Grosso
Áreas de pastagens degradadas estimulam o investimento no sistema de integração lavoura-pecuária proporcionando qualidade de solo e rentabilidade A grande disponibilidade de áreas de pastagens degradadas tem estimulado o investimento no sistema de integração lavoura-pecuária em Marcelândia, norte de Mato Grosso. O município, que atualmente conta com um rebanho bovino de aproximadamente 200 mil animais, vive a expectativa de também tornar-se referência na produção de grãos no estado. Marcelândia conta hoje com uma área de 140 mil hectares destinada às lavouras. A expectativa, pontua o Sindicato Rural do município, conforme trazido no episódio 72 do Patrulheiro Agro desta semana, é que a oleaginosa ganhe espaço significativo nos próximos cinco anos e chegue a aproximadamente 300 mil hectares, aproveitando áreas de pastagens degradadas. Delegado da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e produtor rural em Marcelândia, Diego Francisco Bertuol, comenta que o crescimento da produção de soja em cima de área de pastagem, bem como milho e algodão, no município é um conjunto de fatores. “Mas, o principal é o regime de chuvas que nós temos aqui. Isso favorece fazer duas safras, tanto a de soja e a de milho. Aqui mesmos vizinhos já estão começando a fazer experimentos com o algodão. E, claro a rentabilidade, porque hoje o boi deu uma diminuída e o pessoal tem procurado vir para a lavoura”, comenta Bertuol. Nesta safra 2022/23, Bertuol comenta ter destinado cerca de 700 hectares para a soja em sua propriedade. “O pessoal já vem com a parte de conhecimento, a parte técnica, vem investindo em perfil de solo, em calcário, em gesso. Aí você coloca soja em cima e dá esse sojão que está dando aí”. Maior produtividade por hectare Uma das pioneiras em Marcelândia a ingressar no sistema de lavoura-pecuária é a agricultora Silvania Miranda Garcia Martins. A propriedade da família produz hoje 1,5 mil hectares de soja e contam com um armazém. “Aquelas áreas degradadas que não produzia, que era uma cabeça de vaca por hectare, hoje estão produzindo em média 70 sacas por hectare. Eu sempre falo que temos uma Sorriso dentro de Marcelândia. Então, nós temos tudo para daqui a pouco estar ganhando a fama de Sorriso e ser a capital da produção de soja no estado de Mato Grosso”, diz a agricultora. Conforme o presidente do Sindicato Rural de Marcelândia, Marcelo Ricardo Cordeiro, muitos produtores estão realizando a integração entre lavoura e pecuária no município.“E, muitos deles estão indo para a lavoura. A pecuária depende da lavoura porque o trato do gado depende da lavoura. O pecuarista cada vez mais, e isso já é feito, está investindo em genética. Então, aquele gado que dependia de uma área muito maior, hoje faz em uma área menor e com mais qualidade”, salienta Cordeiro. Logística é outro fator para crescimento das lavouras De acordo com o segundo vice-presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Agenor Vieira de Andrade Neto, a logística é outro ponto que tem atraído os produtores quanto a implantação de lavouras. “O produtor rural de Marcelândia em virtude da logística, que ficou bem interessante com o escoamento dos grãos pelos Portos do Pará, passou a ter a opção e a viabilidade de agregar as duas atividades, que na nossa maneira de entender se complementam. Elas somam e oferecem a oportunidade de o produtor estar fazendo tanto grão quanto carne ou genética na sua propriedade”. Fonte: Canal Rural Curadoria: Boi a Pasto
Período de chuvas é oportunidade para melhorar condições de pastagens
O período das chuvas é uma época favorável para a atividade pecuária. O período das chuvas é uma época favorável para a atividade pecuária. Em Mato Grosso, as chuvas têm atingido todo o estado e a boa condição climática proporciona aos criadores a oportunidade de melhorar a qualidade das pastagens para a alimentação dos bovinos. Com isso, os animais passam a ter um melhor aproveitamento dos nutrientes e maior ganho de peso. Além disso, a alimentação a pasto tem menor custo e continua sendo a maneira mais barata e a mais utilizada para alimentar o rebanho. Por isso, o médico veterinário e gerente de relações institucionais da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Nilton Mesquita, explica que a recuperação da pastagem é a principal alternativa para reduzir o custo de produção, tão necessário no momento atual. Dados do boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) desta semana apontam que o custo de produção da pecuária de corte em Mato Grosso em 2022 seguiu com a tendência de alta observada desde 2018. Os valores médios do Custo de Produção Total (COT) da cria, recria e engorda, e da pecuária de ciclo completo em 2022, foram de R$ 179,70, R$ 279,22 e R$ 151,83 por arroba respectivamente, na estimativa do Imea do 4º trimestre. Diante deste cenário, o período de chuvas deve ser aproveitado pelo pecuarista, segundo Nilton Mesquita, para investir em intervenções no pasto e obter uma boa produtividade nas fazendas. Ações como adubação e uso de herbicidas para limpeza de áreas de pastagens são alguns exemplos do que pode ser realizado. “Esse período de chuvas é a chance perfeita para os pecuaristas se envolverem em práticas de manutenção dos pastos, visando a aumentar sua produtividade. Para essas atividades que buscam melhorar a qualidade do pasto é fundamental o planejamento, uma vez que o custo tem um fator preponderante. A realização desses trabalhos agora, durante a época de chuvas, ajudará a preparar o terreno para as próximas estações, aumentando a probabilidade de obter bons resultados no futuro. Portanto, essa é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada pelos pecuaristas”, afirmou o gerente da Acrimat. Fonte: Gazeta Digital Curadoria: Boia a Pasto
Produtores rurais ensinam como garantir um pasto de qualidade em MT
O manejo incorreto pode causar degradação e perda, além de poder prejudicar o pecuarista com menor rentabilidade. Um pasto bem cuidado é rico em nutrientes e interfere positivamente na produção animal. Já um manejo incorreto pode causar perda e degradação, além de menor rentabilidade ao pecuarista. Em Pedra Preta, a 243 km de Cuiabá, o produtor rural, José Nogueira de Oliveira, tem uma propriedade em que ele cria gado de leite e de corte. Ele explica que garantir ao gado um pasto de qualidade, faz toda a diferença. Desde que ele investiu na produção de um pasto de qualidade, com piquetes rotacionados, ele diminuiu os custos com ração. “Eu estou mexendo com uma parte de leite e outra de corte, mas eu estou dando prioridade mais para o leite. Resolvi fazer uma rotacionada para abaixar o custo de produção da propriedade e a quantidade de ração comprada”, disse. A propriedade de José é acompanhada por uma equipe da Empresa Mato Grossense de Pesquisa Assistencia e Extensao Rural (Empaer), que tem dado apoio técnico no pasto de qualidade. O engenheiro agrônomo, Roklerson Ignácio de Souza, conta que esse acompanhamento vem desde a época da seca, e que eles tiveram a preocupação de plantar o capim certo para ter uma boa reprodução na área, além de controlar a quantidade de animais corretos por piquete para ter bons resultados. “Essa propriedade a gente começou por etapas, começamos primeiro trabalhando com a alimentação da seca, que foi meio hectare de capiaçu com um hectare de milho. E a gente tinha uma preocupação de ter uma área, no período das águas, de uma pastagem de qualidade que maximizasse a produção aqui na propriedade”, disse. Além da economia na ração, José ainda conseguiu aumentar a produção de leite em 51% de um mês para o outro, depois que começou a equilibrar os animais no pasto rotacionado. Hoje a propriedade está com 29 piquetes divididos em dois hectares. O pecuarista, Marcelo Villas Boas, implementou o sistema de integração de lavoura-pecuária na sua fazenda. Ele, em conjunto com o apoio técnico, decidiu investir cerca de R$ 15 mil para criar um consórcio entre milho e braquiária em quatro hectares. A veterinária, Raquel Mattos Cazonato, explica que, na fazenda do Marcelo, essa área estava degradada, e que a integração contribuiu para recuperação total da área, trazendo benefícios como diminuir o custo na formação do pasto e melhorar a produtividade. “Entre as vantagens do sistema, estão a diminuição do revolvimento de solo, então a gente melhora o estoque de carbono, a gente aproveita a adubação residual da lavoura para a pastagem, diminui custo na formação do pasto e a gente aproveita os efeitos sinérgicos entre as plantas e melhora a produtividade por área”, explicou. Fonte: G1 Curadoria: Boi a Pasto
Estudo nacional mostra panorama da resistência de plantas daninhas a herbicidas
Parceria entre Bayer e Embrapa realiza amplo levantamento de plantas daninhas que invadem pastagens e lavouras de algodão, milho, soja e trigo. Pesquisadores da Bayer e da Embrapa estão avaliando sistemas produtivos como estratégias de resiliência para o manejo de plantas daninhas resistentes aos herbicidas. As atividades estão sendo desenvolvidas em diferentes regiões brasileiras, em lavouras de milho, trigo, soja, algodão e em pastagens, desde 2017. Os dados coletados foram reunidos em uma plataforma que traz dados espaciais sobre a ocorrência de plantas daninhas (leia abaixo). Um dos objetivos do trabalho é divulgar e fortalecer o conceito da resistência e dos seus diferentes tipos, para que o produtor entenda como é importante fazer um manejo mais adequado desse problema. Além de gerar informações sobre a presença de plantas daninhas em lavouras de diferentes estados do Brasil, o projeto buscou caracterizar os sistemas de produção que contribuem para o manejo de plantas daninhas. A ideia é mostrar para o produtor que, se o investimento em insumos for feito da forma correta, valerá a pena e não causará prejuízos na rentabilidade da lavoura. O trabalho foi estruturado em ações específicas. A primeira foi o levantamento das espécies existentes e a caracterização da resposta de herbicidas nas populações das plantas daninhas, para detectar a resistência ou não. Em seguida, foram montados experimentos para o desenvolvimento de estratégias de manejo e de prevenção da resistência. Levantamento da presença da resistência a herbicidas O primeiro passo foi coletar e selecionar as sementes de plantas daninhas que sobreviveram à aplicação de herbicidas. “As sementes foram levadas para reprodução nas Unidades da Embrapa e, em seguida, colocadas para germinar e emergir. Com as plantas dessas sementes germinadas, foram realizadas triagens (screening) com diferentes herbicidas para identificação da resistência ou da suscetibilidade”, relata o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Décio Karam, líder do projeto. Para aferir a resistência, os pesquisadores seguiram uma metodologia internacional. “Porque pode haver um nível alto ou baixo de resistência ao herbicida. Para o nível mais alto, a dose para causar o efeito é maior. Após determinada dose de resposta, definimos o fator de resistência”, explica o pesquisador. “Com esses dados do screening e da coleta, nós desenvolvemos os mapas de presença da resistência ou da suscetibilidade das espécies por região no Brasil. Então, o sistema de manejo pôde ser diferenciado em cada município, em função da presença ou não da resistência”, conta Karam. Os pesquisadores estão também monitorando as novas espécies que têm sido questionadas sobre resistência, que são o capim-pé-de-galinha (Eleusine indica – foto à direita) e o caruru (Amaranthus hybridus), além das que já eram estudadas. Foram testados 15 herbicidas em 2.050 amostras, em 6.232 screening. Avaliação das áreas As áreas foram avaliadas de acordo com os investimentos no uso de herbicidas: baixo, médio e alto investimento. “A variação dos custos dos inputs (insumos) é estabelecida pelo número de mecanismos de ação de herbicidas que se coloca no sistema de produção. Ou seja, com poucos mecanismos de ação de herbicidas, um grupo maior de herbicidas e um alto grupo”, informa o pesquisador Décio Karam. Os mecanismos de ação e aplicação dos herbicidas são ajustados em função da região e do sistema de produção utilizado. “Os inputs para os diferentes sistemas produtivos são: soja-trigo, soja-milho, soja-algodão e soja-azevém”. “Nosso padrão de baixo investimento é só com a utilização de dois mecanismos de ação de herbicidas, basicamente com glifosato e atrazina. Observamos que nas áreas de baixo investimento sempre ocorreu maior infestação, com exceção do experimento na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas (MG), pois aqui na nossa área não há a presença da resistência. Contudo, após quatro anos, já podem ser verificadas plantas muito esparsas no campo por causa da sobra da aplicação dos herbicidas”, afirma. O experimento da pesquisa está instalado desde a safra de 2018, com o trigo, e em 2019, com a soja. Foram avaliadas a presença das plantas daninhas resistentes e a eficácia dos tratamentos com os diferentes níveis de ação. “Nos sistemas avaliados, nós vimos o quanto se gastou de herbicida, e quanto o produtor teve de retorno financeiro. Ao longo de quatro anos, mesmo fazendo um alto investimento, houve maior lucratividade e melhor qualidade do produto. Assim, mesmo investindo muito no sistema de produção e com maior número de mecanismos de ação utilizados, há um retorno econômico comparado ao produtor que faz uso de baixo investimento para o manejo de plantas daninhas resistentes aos herbicidas”, explica Karam. Segundo ele, a eficácia dos diferentes tipos de manejo está sendo avaliada por meio do banco de sementes de plantas daninhas no solo. Com essa informação e a análise das plantas emergidas, está sendo analisada a dinâmica populacional em função dos sistemas produtivos e do investimento no manejo com herbicidas. Além disso, há efeitos indiretos, como diminuição do banco de sementes de plantas daninhas no solo e redução da porcentagem de participação da planta daninha resistente na população de plantas daninhas da área, de acordo com o pesquisador. “Com isso, aumenta a sustentabilidade do sistema produtivo. Depois de quatro anos, constatamos que precisamos de um trabalho de longa duração na área, pois a resistência não é um efeito imediato no sistema e sim a consequência de vários anos de manejo”, diz Karam. Esses trabalhos estão sendo realizados em parceria entre oito Centros de Pesquisa da Embrapa e a Bayer, em duas áreas no Mato Grosso, duas áreas em Minas Gerais, três áreas no Rio Grande do Sul e duas áreas no Paraná. Participam a Embrapa Algodão, Embrapa Agrossilvipastoril, Embrapa Clima Temperado, Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Soja, Embrapa Territorial e Embrapa Trigo. “O objetivo agora é estender a pesquisa por um período maior de tempo para demonstrar, realmente, a diferença dos manejos de plantas daninhas empregados. Queremos mostrar, onde não havia a ocorrência visível da resistência, quanto tempo o produtor irá demorar para perceber o problema na área”, comenta Karam. Plataforma de dados geoespaciais Todo esse trabalho de campo realizado gerou um banco de dados inéditos sobre a resistência ou suscetibilidade de plantas daninhas a herbicidas. Essas informações estão disponíveis publicamente em uma plataforma on-line desenvolvida pela Embrapa, que permite visualizá-las
Bioinsumo brasileiro para pastagens vence prêmio mundial
A premiação recebeu aproximadamente 100 inscrições de indústrias do agronegócio mundial O pacote tecnológico Pastomax, lançado em 2021 pela Embrapa Soja e BIOTROP, venceu a 15° edição do prêmio Crop Science Awards 2022, na categoria Melhor Novo Bioestimulante, em solenidade online realizada em 10 de novembro. A competição é uma iniciativa da S&P Global, empresa que atua no mercado de dados e análises financeiras, com o apoio da revista Chemical Week. A premiação, que reconhece a inovação de iniciativas científicas e tecnológicas da indústria global de proteção de cultivos e mercados de produção, recebeu aproximadamente 100 inscrições de indústrias do agronegócio mundial em 11 categorias de premiação. “Estamos entusiasmados com o reconhecimento mundial desse bioinsumo que pode aumentar, em média, em 22% a produção das pastagens brasileiras, além de incrementar a absorção de nutrientes. É mais alimento para o gado e alimento de melhor qualidade”, destaca a pesquisadora Mariangela Hungria, da Embrapa Soja. “Essa formulação inovadora é fruto de uma parceria público-privada, que envolveu muitos anos de pesquisa e dedicação da indústria para trazer ao mercado um produto biológico de excelência que tem potencial para transformar a realidade das pastagens degradas”, ressalta o também pesquisador da Embrapa Soja, Marco Antonio Nogueira. Para Rogério Rangel, engenheiro agrônomo e diretor de marketing Brasil e América Latina da BIOTROP, a vitória é motivo de muita comemoração e sinal da consagração de uma importante jornada tecnológica e de inovação da empresa, já que o PASTOMAX foi desenvolvido em parceria com a Embrapa Soja. “Esta é a segunda vez que participamos e novamente saímos da premiação com o reconhecimento de nossas soluções, sinal de que estamos no caminho certo. Essa conquista marca também a importante parceria que possuímos com a Embrapa em prol da agricultura regenerativa”, destaca. Há pouco mais de um ano no mercado, o produto apresentou crescimento de 132%, saltando de 6.600 hectares, em 2021, para 15.300 hectares, em 2022. “A projeção da Biotrop é de que o crescimento avance muito mais, devido aos excelentes resultados observados por pecuaristas em todo o Brasil com o uso da tecnologia, e aumente em torno de 250% em 2023”, afirma Rangel. Solução inovadora – O PASTOMAX é um inoculante multifuncional que associa dois microrganismos com propriedades multifuncionais, Azospirillum brasilense e Pseudomonas fluorescens. De acordo com Mariangela Hungria e Marco Antonio Nogueira, foram 11 anos de pesquisas para chegar a esses resultados. Na última etapa, foram conduzidos ensaios por quatro safras, em duas condições de solo e clima distintos, com inoculação via sementes e, também, em aplicação foliar em pastagens já estabelecidas. No caso da bactéria Azospirillum, os principais processos microbianos envolvidos são a síntese de fitormônios, promovendo o crescimento das raízes em até três vezes; e a fixação biológica do nitrogênio. A inoculação com essas bactérias via sementes ou via foliar em pastagens estabelecidas resultou, além do incremento na biomassa, em aumento médio de 13% no teor de N e de 10% no de K na parte aérea. Por sua vez, a Pseudomonas contribui com um conjunto de processos bioquímicos que incluem a solubilização de fosfatos, a síntese de fitormônios e de uma enzima reguladora da produção de etileno. A inoculação via sementes ou foliar com Pseudomonas resultou em incremento na biomassa, de 11% no teor de potássio (K) e de 30% no de fósforo (P) na parte aérea. Vale destacar que o desenvolvimento da tecnologia procurou viabilizar o sinergismo entre os microrganismos e permite a aplicação tanto na fase de estabelecimento de pastagens, quanto em pastagens já estabelecidas. Portanto, é uma conquista para atender também a uma demanda dos produtores que precisam melhorar as pastagens já estabelecidas”, comemora a pesquisadora Mariangela Hungria. Recuperação de pastagens – No Brasil, cerca 180 milhões de hectares são ocupados por pastagens, sendo 120 milhões com pastagens cultivadas, dos quais 86 milhões com braquiárias. De acordo com levantamento da Embrapa, aproximadamente 70% das pastagens brasileiras encontram-se em algum estágio de degradação, produzindo abaixo de seu potencial. “Não é, portanto, o momento de diminuir o uso de fertilizantes nas pastagens, mas sim de usar o potencial dos microrganismos para incrementar a eficiência de uso desses fertilizantes”, destaca Nogueira. Como uma grande contribuição dessas bactérias ocorre pela promoção do crescimento das raízes, as plantas absorvem mais água e nutrientes, aproveitando melhor os fertilizantes. “Hoje o Brasil importa, aproximadamente, 85% do N-P-K que consome, de modo que o aumento na eficiência de uso dos fertilizantes pode promover grande impacto para o setor”, ressalta Nogueira. Fonte: Agrolink Curadoria: Boi a Pasto
Planos de manejo e tipos de pastagens são debatidos em encontro com produtores do Pantanal
Fazendas pantaneiras apresentam distintas aptidões de produtividade e demandam diferentes estratégias de manejo O 3º Encontro de Produtores da Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS) que aconteceu em Cuiabá (01/12) trouxe temas relevantes para o bioma, como: “Por que, onde e como introduzir pastagens exóticas no Pantanal” e “Manejo de pastagens nativas e exóticas”. Os assuntos foram abordados pela pesquisadora, Sandra Aparecida Santos, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Pantanal), para os produtores rurais assistidos pela equipe de assistência técnica e pesquisa do projeto. Existe uma grande proporção de paisagens no bioma Pantanal e forrageiras de qualidade que compõem os campos. As fazendas pantaneiras apresentam distintas aptidões de produtividade e demandam diferentes estratégias de manejo. Diante disso, o projeto FPS leva ao produtor pantaneiro informações e ferramentas que possam subsidiar a definição de estratégias de manejo que proporcionem a conservação das pastagens nativas, associadas com a introdução de gramíneas exóticas, e que permitam a manutenção da sustentabilidade dos sistemas de produção no Pantanal. Sandra mostrou ainda aos fazendeiros do Pantanal que manter a pastagem nativa em boas condições pode trazer mais benefícios do que introduzir pastagens exóticas – aquelas que não são nativas do bioma. “Primeiro passo é identificar como valorar as pastagens nativas. Em seguida, avaliar diferentes estados de conservação de pastagens nessas áreas e comparar com as pastagens introduzidas nessas mesmas áreas. Assim, conseguimos fazer a valoração dessas pastagens e é possível observar que elas têm um alto valor, um baixo impacto ambiental, maior renovabilidade e maior valor nutricional”, explicou Sandra. Segundo Sandra, o ecossistema pantaneiro é muito complexo. Em função da ocorrência de cheias durante o período das águas, nem todas as gramíneas da região (mais de 200) produzem quantidade satisfatória de forragem anualmente. Esse regime de cheias também dificulta a introdução de gramíneas cultivadas ou exóticas. “O grande benefício de fazer parte desse projeto foi nos apropriarmos da vegetação nativa. Temos uma quantidade de vegetação nativa de grande importância, com alto valor de proteína e isso é muito importante para nós, ter a consciência de que esse patrimônio está disponível para nós é um grande valor. E a Embrapa, a Famato, o Senar, o Imea vem contribuindo para que nós realmente consigamos adequar o sistema de manejo, com pasto nativo da nossa pecuária, da nossa mão de obra, gestão, isso é muito benéfico para nós produtores pantaneiros”, contou a produtora rural e presidente do Sindicato Rural de Cáceres, Ida Beatriz. O tema “Lei do Pantanal e regulamentação” foi apresentado pela superintendente de Mudanças Climáticas e Biodiversidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Gabriela Priante. Gabriela fez um prospecto dos últimos 14 anos, até a alteração da lei do Pantanal, a morosidade de regulamentação das legislações, e concluiu que hoje com a parceria que o estado de Mato Grosso tem com a Embrapa Pantanal, por meio de cooperação técnica, as notas técnicas estão subsidiando a melhoria, a readequação e a regulamentação das políticas existentes. “As políticas estão prontas? Elas estão ideais? Não. Tanto que acabamos de ver a necessidade de algumas adaptações, entretanto somente podemos atender o que está dentro das legislações. Enquanto ela não mudar precisamos fortalecer essa parceria com os institutos de pesquisa”, disse Gabriela. Certificação – O analista de pecuária da Famato, Marcos de Carvalho, falou sobre o interesse do setor produtivo rural de Mato Grosso em alcançar o mérito de Indicação Geográfica (IG) de uma carne ambientalmente sustentável, socialmente justa e economicamente viável para o Pantanal Mato-grossense. Representantes do Sistema Famato estiveram em Bagé, no Rio Grande do Sul, em novembro deste ano para conhecer a iniciativa de Indicação Geográfica da Carne do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional. “Nosso objetivo é contribuir para que o bioma Pantanal também alcance o mérito de Indicação Geográfica de uma carne ambientalmente sustentável, socialmente justa e economicamente viável. Em uma ação conjunta com Mato Grosso do Sul e o Mapa, pretendemos conquistar esse reconhecimento para o pecuarista do Pantanal”, destacou Lucélia Avi, gestora técnica da Famato. FPS – É um projeto piloto criado para auxiliar produtores rurais do bioma Pantanal de Mato Grosso a se desenvolverem economicamente na região e de forma sustentável. O projeto é coordenado pela Famato, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e Embrapa Pantanal. Tem a parceria do Imea e Sindicatos Rurais. Participaram do evento a chefe da Embrapa Pantanal, Suzana Sales, representando a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a diretora Eloisa El Hage, o secretário de estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Cesar Alberto Miranda, produtores rurais, presidentes de sindicatos rurais, Ida Beatriz (Cáceres), Raul Santos (Poconé) e Antônio Carlos de Carvalho (Santo Antônio de Leverger) e técnicos do Sistema Famato. A gravação do evento está disponível no canal da Famato no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=1P5zpEQSjcQ Fonte: CNA Curadoria: Boi a Pasto