outubro 18, 2024

Acerto na nutrição das vacas leiteiras é essencial para ter bezerras saudáveis

O correto manejo da vaca leiteira no período seco, compreendido por cerca de oito semanas finais da gestação, é fundamental na preparação da fêmea para ter um bom parto e o consequente início de vida da bezerra.  O correto manejo da vaca leiteira no período seco, compreendido por cerca de oito semanas finais da gestação, é fundamental na preparação da fêmea para ter um bom parto e o consequente início de vida da bezerra. Wiliam Tabchoury, gerente da Unidade de Bovinos da Auster Nutrição Animal, explica que o bom desempenho nessa fase decorre de diversos fatores, como nutrição, sanidade, visão integrada das condições de manejo e ambiente. “Lotes de vacas secas devem ser separados em dois grupos principais. Nas primeiras cinco semanas, é fundamental a maior ingestão de fibra longa e nas últimas três semanas, dietas de pré-parto um pouco mais densas”, orienta o engenheiro agrônomo. “O local deve propiciar conforto, com cama seca e macia, ventilação, sombra e água, que deve ser potável e livre de contaminantes, especialmente de patógenos e agentes químicos”. Quanto às bezerras, Tabchoury ressalta que é de suma importância a ingestão de colostro nas primeiras horas de vida, pois elas nascem sem imunidade ativa. “É necessário atentar também à conservação (refrigeração ou congelamento), ao preparo (descongelamento e aquecimento) e à temperatura de fornecimento do colostro, evitando a perda de qualidade, especialmente das suas imunoglobulinas”, analisa o especialista. Além disso, ele recomenda a adoção de três categorias distintas para o manejo alimentar durante a fase de aleitamento: dieta líquida, dieta líquida e sólida e dieta sólida com níveis nutricionais específicos e bem diferentes entre si. “Precisamos trabalhar com, pelo menos, três dietas diferentes para as bezerras num período muito curto, entre 70 e 90 dias, para maximizar o resultado técnico e econômico”, afirma o gerente da Auster. Ele explica que as bezerras precisam ingerir grande quantidade de leite na fase inicial da vida inicial e isso gera um grande desafio, se contar apenas com o fornecimento da própria vaca. “O leite é um produto nobre, de elevado valor, que se constitui na principal fonte de receita da propriedade. Portanto, alimentar bezerras com leite de vaca é um investimento elevado para o produtor, pois interfere na redução no volume comercializado e, por consequência, na receita da propriedade”, explica Wiliam Tabchoury. Para oferecer suporte tanto em termos de redução de custos como de aumento da renda com o leite, a Auster oferece um alimento lácteo completo para as bezerras: Nattimilk, que promove maior crescimento de estrutura e massa magra, com efeitos positivos no aumento da produção, reprodução e longevidade das futuras vacas leiteiras. Ele é o único produto do mercado nacional desenvolvido para enfrentar os desafios da criação de bezerras em clima quente e úmido, além de ser uma combinação perfeita entre elevada performance de ganho de peso com sanidade, atuando simultaneamente no crescimento corpóreo e no aumento da resistência e imunidade das bezerras. Além dessa tecnologia inovadora, a Auster oferece o Plano Nutricional Auster Para Bezerras (NASEM 2021), composto por planejamento alimentar completo, que busca o aumento da performance e redução de custos em reais por quilograma de peso vivo ganho. “A assistência técnica e o bem-estar animal são fundamentais para a criação de bovinos leiteiros mais eficientes, felizes, saudáveis, rentáveis e sustentáveis. Dessa forma, a presença de um técnico e o manejo na propriedade com uma dose a mais de carinho, além de cuidado, atenção e respeito com os animais, são essenciais para ter êxito na criação de bezerras”, finaliza Wiliam. Fonte: Assessoria Auster Curadoria: Boi a Pasto

Qualidade do leite depende da saúde animal e higiene no processo da ordenha

Nutricionista animal dá dicas que ajuda a evitar a produção de leite ácido na hora da ordenha. Para quem acha que para ser produtor de leite basta acordar cedo e ir ao campo, está enganado. No Brasil, existe uma busca constante por uma produção eficiente e de qualidade – ausência de acidez do leite, por exemplo – que vem colocando o país entre os principais produtores do mundo. E para se chegar a essa colocação, neste ranking tão disputado, uma série de procedimentos e práticas vem se tornando cada vez mais frequentes nos campos. De acordo com o nutricionista da Quimtia Brasil, Stephen Janzen, empresa fabricante de insumos para a nutrição animal, a obtenção de leite de qualidade está relacionada tanto à saúde do úbere das vacas (avaliada pelo índice de CCS – Contagem de Células Somáticas), à higiene dos equipamentos de ordenha e no tempo de resfriamento do leite (que deve ser mantido na temperatura de 4ºC). Esses são monitorados pelo índice de CBT – Contagem Bacteriana Total. “De fato, quanto mais dermos a devida importância na manutenção da saúde do sistema mamário, higiene dos equipamentos e eficiência na manutenção da temperatura do leite, menor será ocorrência de leite ácido”, afirma Stephen. O leite ácido é considerado, um dos principais vilões de produtores neste segmento. A legislação que regula o trabalho considera como leite ácido aquele que apresenta acidez acima de 18º Dornic (escala de graus utilizada para medir acidez do leite), o que pode ser proveniente da acidificação do produto por microrganismos presentes e em multiplicação no próprio produto e que fazem o desdobramento da lactose. Confira abaixo alguns dos fatores que podem influenciar na qualidade do leite: 1.       Controle (e registro) da incidência de mastite clínica e subclínica, com a utilização dos métodos de diagnóstico: caneca de fundo escuro, CMT (California Mastit Test) e CCS (Contagem de Células Somáticas). 2.       Desprezar os primeiros jatos de leite em uma caneca de fundo escuro, a fim de remover os microrganismos naturalmente presentes na extremidade do teto, provenientes de resíduos da ordenha anterior e para, ao mesmo tempo, avaliar-se a ocorrência de mastite; 3.       Colocar as teteiras somente em tetos higienizados e secos. Quando houver necessidade, deve-se utilizar água com pouca pressão e a secagem deve ser realizada com toalhas de papel descartáveis. 4.       Controlar a ordenha e retirar o conjunto tão logo cesse o fluxo de leite. A retirada das teteiras deve ser feita com bastante cuidado e sempre se desligando o fluxo de vácuo deste conjunto; 5.       Lançar mão do uso de pré e pós-dipping, utilizando-se produtos de eficácia e qualidade reconhecidas. 6.  Atenção especial para higiene do funcionário e dos equipamentos de ordenha. 7. Após a ordenha, no menor tempo possível deve-se ter o leite resfriado a 4ºC para que, desta forma, evite-se a multiplicação de microrganismos que possam provocar a acidificação do leite. Fonte: Quimtia / Comunicare

Embrapa usa fungo em pastagem para controlar carrapato

De acordo com a entidade, técnica reduz necessidade de uso de acaricidas químicos sobre os animais, reduzindo impactos indesejados Uma abordagem inédita obteve sucesso no controle do carrapato-do-boi (Rhipicephalus microplus), importante parasita de bovinos de corte e de leite. Em vez de somente aplicar produtos sobre os animais, cientistas testaram formulações granulares secas com o fungo Metarhizium robertsii que também podem ser aplicadas sobre as pastagens. A abordagem inovadora foi feita por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) , da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e da empresa norte-americana Jaronski Mycological Consulting. Os experimentos foram bem-sucedidos no controle do aracnídeo, uma vez que 95% da população de carrapatos em um sistema de produção encontra-se no pasto e não nos animais. As fêmeas botam seus ovos no solo, dos quais eclodem as larvas que evoluem à idade adulta, quando finalmente saltam a fim parasitar os animais. É a primeira vez que essa estratégia é utilizada. Conforme destaca Éverton Kort Kamp Fernandes, pesquisador da UFG, o controle biológico por fungos enteropatogênicos é muito explorado na agricultura para o controle de artrópodes-praga e a estratégia do estudo foi aproveitar a ampla literatura e aplicar a técnica no controle do carrapato. Ele lembra que o agente de biocontrole não é uma toxina ou proteína capaz de causar a morte imediata do carrapato, mas um fungo, utilizado vivo para causar uma infecção letal no inseto. “Isso cria um desafio para a aplicação, uma vez que o manejo de controle deve ser planejado de duas formas distintas e complementares: a aplicação do fungo diretamente no animal infestado ou na pastagem, ou em ambos, para o efetivo controle de todo o ciclo de vida do carrapato”, explica. As aplicações reduziram significativamente o número de larvas de carrapatos sobre a pastagem durante estação mais úmida, atingindo pelo menos 64,8% de eficácia relativa, porcentagem expressiva e promissora levando em consideração o emprego de um inimigo natural. “A utilização dessas formulações, combinada a outras estratégias de controle, ajudará o produtor a obter animais menos infestados e a diminuir a pressão de resistência do carrapato aos acaricidas químicos, viabilizando a produção de leite e carne de qualidade com animais mais saudáveis e livres de infestações descontroladas”, comenta Alan Marciano, da UFRRJ. De acordo com os experimentos, a aplicação direcionada à pastagem atinge mais efetivamente a população de carrapatos do que as realizadas em bovinos infestados, além de prevenir ou minimizar os níveis iniciais de infestação no gado. O estudo também detectou persistência do fungo no solo e a colonização fúngica das raízes das gramíneas cultivadas nas pastagens. Isso garante resultados prolongados com redução da necessidade de novas aplicações. Os pesquisadores preveem que o fungo possa ser incorporado na manutenção e formação de pastagens, algo que dependerá de futuros estudos. Desenvolvimento de forrageira As formulações granulares de agentes microbianos estão ganhando atenção especial como tecnologia de baixo custo para uso como biopesticidas ou bioinoculantes na agricultura. Visando atingir as pragas de artrópodes que vivem no solo, pequenos grânulos levam propágulos de fungos a locais ocupados pelas pragas-alvo. Por se tratar de uma nova formulação, nunca testada em condições naturais, foi necessário que os cientistas investigassem a persistência do fungo no solo e a colonização das raízes da forrageira Urochloa decumbens. Sabe-se que esse fungo, além de controlar pragas, pode também ser um forte aliado no desenvolvimento da planta, e essa variedade é bastante utilizada para alimentar o “gado a pasto” no Brasil. O experimento ao ar livre revelou que, apesar do controle do carrapato e do envolvimento com a planta forrageira, houve um declínio significativo na persistência do fungo no solo ao longo do tempo. Esse fenômeno é esperado e influenciado por fatores intrínsecos ao microrganismo, edáficos, bióticos, culturais e climáticos. “Variáveis climáticas desafiadoras ao microrganismo foram registradas durante o experimento, e observamos que as duas estações em que ocorreram as aplicações divergiram em termos de persistência e eficácia do fungo contra o carrapato. Essa informação é valiosa para futuros protocolos de aplicação”, relata Alan Marciano. O cientista explica que altas temperaturas combinadas com alta incidência de chuva marcaram o período após a primeira aplicação, na qual foi registrada a melhor eficácia de controle do carrapato. Isso evidenciou que o período chuvoso foi benéfico ao fungo, pois propiciou uma umidade do solo adequada ao seu desenvolvimento, mesmo sob alta radiação solar. Contudo, durante a segunda aplicação, com temperaturas mais amenas e com menores precipitações, a eficácia relativa do controle de carrapatos foi menor, apesar de a persistência fúngica ter sido menos afetada durante os sete dias iniciais após a aplicação. Os pesquisadores explicam que a falta de chuva e o solo mais seco impediram a germinação de propágulos, esporulação e, consequentemente, afetaram o desempenho do fungo em se disseminar e causar a morte dos estágios não parasitários do carrapato (fêmeas em período de postura, ovos e larvas recém-eclodidas). A equipe de pesquisa já trabalha em melhorias da formulação para mitigar os efeitos deletérios identificados no estudo. Os pesquisadores acreditam que o trabalho é capaz de gerar um futuro produto no mercado, útil tanto para a pecuária quanto para a agricultura. O analista da Embrapa Gabriel Mascarin enfatiza a necessidade de novos estudos visando a persistência prolongada do fungo após a aplicação, em uma gama de condições além da situação brasileira, para otimizar as concentrações de grânulos aplicadas ao solo com o objetivo de incrementar as atuais taxas de eficácia no controle de carrapatos. Por: Canal Rural com curadoria Boi a Pasto.

Bem-estar animal e agregação de valor

Várias, hoje, são as definições para o termo “bem-estar animal”, aplicáveis a todos os tipos de animais, dos silvestres aos de cativeiro, passando pelos de companhia, os de produção e de experimentação. Fabiana Villa Alves* Embasado nas preocupações sobre o modo como os animais vivem e são criados, o conceito ganhou força devido a dois fatores: de um lado, as questões morais, éticas e religiosas, ligadas ao respeito aos animais, que se sobressaíram em alguns âmbitos; do outro, questões técnico-comerciais, ligadas ao sistema produtivo e à qualidade final do produto. Para a Organização Mundial de Saúde Animal, bem-estar animal é a forma como o animal lida com o seu entorno, e aqui estão incluídos sentimentos e comportamento. Para animais de produção, assume-se que há boas condições de bem-estar quando são atendidas as “cinco liberdades”, que procuram incorporar e relacionar padrões mínimos de qualidade de vida para os animais como: i) livres de fome, sede e má nutrição; ii) livres de dor, lesão e doença; iii) livres de medo e angústia; iv) livres de desconforto; e v) livres para manifestar o padrão comportamental da espécie. No âmbito dos sistemas agroalimentares, a necessidade de remodelação dos modelos produtivos vigentes, com particular foco nos impactos gerados ao ambiente, fez com que o tema “bem-estar” emergisse, nos últimos anos, com grande força nos vários elos da cadeia. A aplicação dos princípios das “cinco liberdades” possibilitou saltos qualitativos em relação (i) aos sistemas de criação, com adequações do espaço mínimo disponível por animal, fornecimento de dietas balanceadas e disponibilidade de sombra em sistemas extensivos; (ii) ao transporte com embarque sem estresse e em veículos apropriados, determinação de tempo e distância máximos, sem interrupção, até o abatedouro; e (iii) ao abate, sem sofrimento, com atordoamento eficaz. Exemplo prático da importância do bem-estar animal para a cadeia produtiva de carnes é a possibilidade de exploração e atendimento de mercados consumidores mais exigentes, interessados na chamada “grass-fed beef” (carne produzida sobre pastagens), em que é condição sine qua non tornar tangível (qualidade final do produto) o intangível (bem-estar). Este tipo de produto com qualidades particulares é oriundo, na sua maioria, de regiões tropicais. Sua produção, portanto, deve imprescindivelmente prever práticas de manejo que visem à proteção contra a intensa radiação solar, com vistas ao bem-estar animal. Isto porque, conforme o nível de interação “intensidade de radiação solar x nível de adaptação ao calor do animal”, verifica-se maior ou menor estresse nos animais, com empobrecimento de seu bem-estar e prejuízos ao desempenho. De fato, animais submetidos ao estresse por calor diminuem o consumo de forragem e aumentam o de água, elevam a frequência respiratória, batimentos cardíacos e taxa de sudação, tornam-se irrequietos ou ficam deitados por longos períodos, entre outros sintomas. Destaque tem sido dado aos sistemas de produção multifuncionais (integração-lavoura-pecuária-floresta, ou ILPF), que além de possibilitarem a recuperação de áreas e pastagens degradadas, com baixa produtividade, proporcionam benefícios diretos e indiretos aos animais, como o fornecimento de sombra e melhoria das condições microclimáticas e ambientais. Tais aspectos incidem positivamente no bem-estar dos animais e o jargão “colocar o boi na sombra” – usado na bolsa de valores quando o investidor ganha muito dinheiro em uma operação, ao ponto de não precisar mais trabalhar – passa a ser também sinônimo de produto final diferenciado. Pesquisas conduzidas pela Embrapa demonstram que segundo o tipo de árvore (nativa e exótica) e o arranjo utilizado (linha simples, dupla ou tripla) tem-se diminuição de 2°C a 8°C na temperatura ambiente dos sistemas ILPF, em relação a pastagens sem árvores. Como resultados diretos do conforto térmico oferecido melhoram-se os índices produtivos (ganho de peso, produção de leite) e reprodutivos (menor incidência de abortos, aumento nos índices de fertilidade, maior peso ao nascer). Somadas, as melhorias aportadas pelos sistemas ILPF à ambiência e ao bem-estar animal, cooperam para o seu fortalecimento como ferramenta na otimização do diferencial da bovinocultura brasileira – rebanhos à pasto – e auxiliam na sua consolidação como sustentável no cenário mundial. É verdade, porém, que o conceito “bem-estar” apresenta escalas de valores que variam em função das diferentes óticas éticas, temporais, culturais, socioeconômicas. Mas, não se pode negar que é um caminho sem volta. Nesse contexto, o bem-estar animal, junto a temas como responsabilidade ambiental, sustentabilidade, segurança alimentar e biodiversidade, ganha destaque, e deixa de ocupar um espaço “filosófico”, embasado na ética pessoal, para se tornar aspecto prático, quantificável e aplicável, passível de ser valorado. *Fabiana Villa Alves é Pesquisadora Embrapa Gado de Corte – Sistemas de Produção Sustentáveis/Manejo Animal Fonte: Embrapa Gado de Corte

Cadeia produtiva investe no bem estar animal

Ações e produtos que reduzam o sofrimento dos animais estão em destaque no mercado. Texto de Mônica Costa As exigências por uma alimentação mais saudável também permeiam a questão da prática do Bem Estar Animal (BEA). Pesquisas comprovam que a capacitação de funcionários para evitar os maus tratos e o estresse nos animais é importante também do ponto de vista financeiro. Diversos estudos demonstram que animais submetidos a práticas de manejo com foco no bem-estar produzem mais. Atentos a este novo comportamento do mercado, indústrias, laboratórios e revendas estão investindo na realização de palestras e cursos de capacitação para assegurar o manejo adequado na lida com os animais de produção. “Como seres humanos, devemos respeitar e promover as boas práticas de bem estar do rebanho bovino em toda cadeia. Além disso, está comprovado que há melhora na qualidade da carne e do leite produzidos nestas condições, devido ao menor nível de estresse e lesões de transporte ao frigorífico”, explica Luiz Felipe Lecznieski, gerente de Marketing Veterinário da Saúde Animal da Bayer. O tema está cada dia mais presente nas ações de mídia e como reflexo, as indústrias produtoras de proteína animal buscam cada vez maior interação sobre o modelo de manejo. “Muitas empresas já criaram a sua própria política de responsabilidade, tendo comissões de ética e representantes de BEA”, afirma Lecznieski. A Bayer iniciou um trabalho de capacitação da equipe de campo, no Brasil, América Latina e região Ibérica.  “Isso é muito importante, pois estamos adquirindo conhecimento teórico e técnico que será posteriormente difundindo para nossos clientes. Muita gente aborda o BEA de maneira filosófica, nós queremos incluir também aspectos fisiológicos e produtivos, o que dará mais embasamento aos produtores”, completa o executivo. Ações positivas O programa Tratar Bem, lançado pela Bayer, compreende uma série de atividades que visam trazer mais conhecimentos no âmbito veterinário sobre atitudes que atendam e satisfaçam as necessidades dos animais durante o processo de criação no campo. “Nossa intenção é que toda a equipe mantenha um conhecimento profundo sobre bem-estar animal para que todos os envolvidos possam atuar como disseminadores dessas propostas durante o contato com clientes”, explica Sergio Schuler, diretor da Saúde Animal da companhia. Outra ferramenta desenvolvida pela companhia é o site www.tratarbem.com. br, onde os visitantes podem conhecer atitudes simples e que contribuem para uma boa relação com os animais. “Esse site é a base de todas as nossas ações, um ponto de consulta para os clientes que desejarem se aprofundar no tema, conhecer bons exemplos, visualizar as últimas notícias e acompanhar a agenda de eventos sobre bem-estar”, completa Lecznieski, o gerente de Marketing Veterinário. A propagação de informações sobre BEA também é uma ferramenta utilizada pela Beckhauser, fabricante de troncos de contenção e balanças, para ampliar a capacitação dos envolvidos. “Trabalhamos esse tema constantemente em todos os materiais de divulgação produzidos pela empresa, desde o site até os manuais de produtos”, afirma Mariana Soletti Beckheuser, Vice Presidente Executiva da Beckhauser. Um informativo chamado “Manejo”, onde são divulgados casos de sucesso na implementação de boas práticas e dicas de manejo de fácil implementação é publicado bimestralmente pela empresa. “Há três anos, criamos em Campo Grande, MS, a HStore, uma concessionária de troncos de contenção e balanças, que conta com um espaço de eventos destinado a reunir pecuaristas, técnicos, vaqueiros, estudantes e demais pessoas ligadas à cadeia produtiva da carne para debater sobre pecuária de qualidade, tendo como base de sustentação a difusão dos conceitos de bem-estar animal e manejo racional”, continua Mariana. A ação mais recente da Beckhauser foi a criação do Centro Experimental de Manejo Racional (CEM) em parceria com a Fazenda Arca de Noé em Guairaçá, PR, que tem o propósito de ser um centro de referência e formação de pessoas para a pecuária. “Temos realizado periodicamente cursos de manejo racional para vaqueiros, técnicos, estudantes, pecuaristas; também promovemos dias de campo e abrimos espaço para instituições de ensino e pesquisa para a realização de estudos”, completa a vice diretora da empresa. Impactos financeiros A importância do bem-estar animal na atividade pecuária tem dois motivos principais: o primeiro é o compromisso de quem cria. “Se esses animais nascem para dar a vida por nós, o mínimo que nós temos de responsabilidade é tratá-los da melhor forma possível” diz Mariana. E o segundo é a questão econômica. Diversas pesquisas mostram ganhos em índices produtivos com um manejo adequado, além dos exemplos de fazendas que adotaram boas práticas e têm colhido resultados significativos, como o aumento no rendimento de carcaça. Isso sem contar a relação com a segurança alimentar, pois um animal que sofre estresse e maus tratos, produz uma carne de menor qualidade, a conhecida DFD (seca, firme e escura), que tem também menor tempo de prateleira. Embora as regras do comércio internacional, atualmente, ainda não prevejam restrições quanto ao bem-estar animal, tem se evidenciado uma demanda crescente de diversos mercados consumidores (União Europeia, por exemplo) por produtos de animais criados com esse conceito. E o consumidor final está cada vez mais consciente e exigente em relação à forma como animais destinados ao consumo são tratados. “O mercado de produtos voltados à saúde animal está cada vez mais focado em oferecer soluções capazes de reduzir o impacto ambiental e que estejam alinhadas às tendências de bem-estar animal”, informa Evandro Poleze, Diretor Associado da Unidade de Negócios Suínos da Zoetis, multinacional de saúde animal que tem promovido ferramentas e serviços que, além de garantir a sanidade, tenham o bem-estar animal como uma de suas premissas. Poleze reforça a importância do treinamento da mão-de-obra para a manutenção do bem-estar na granja. “Estudos comprovam que, fêmeas estressadas apresentam respostas imunológicas (reação dos anticorpos) comprometidas e produzem colostro pobre em imunoglobulinas, alimento essencial para proteger os leitões contra doenças”, diz. Suínos estressados apresentam deficiência imunológica e enfermidades favorecidas pela baixa resistência, como doenças respiratórias, e podem até mesmo sofrer morte súbita ao correr para fugir dos maus tratos. Entre os produtos desenvolvidos pela companhia estão a vacina de imunocastração Vivax. A castração de suínos é