Na avaliação do zootecnista Felipe Fabbri, da Scot, a recuperação das pastagens dão condição, neste momento, para o pecuarista não ter desespero quanto à venda dos lotes de boiadas gorda
por Denis Cardoso
No final de novembro/24, a dúvida entre os agentes que acompanham o setor pecuário era saber “até onde a corda esticaria?”, relembra o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria. Pois bem, continua Fabbri, com os preços da arroba do boi gordo esticando em tão curto período, os repasses ao longo da cadeia pesaram na demanda doméstica pela carne bovina, que acabou enfraquecendo, mesmo com o recebimento da primeira parcela do décimo terceiro salário e dos pagamentos da primeira quinzena de dezembro/24.
Com isso, continua o analista, os preços do boi gordo, que há semanas só subiam, e chegaram a flertar com os R$ 360/@ em São Paulo, cederam para R$ 335-R$340/@.
“Tal movimento (de queda) também imperou em outras praças do País”, observa Fabbri, em sua coluna publicada pelo informativo semanal “Boi & Companhia”, da Scot.
“Caiu, mas ainda está bom”
Segundo Fabbri, as baixas recentes nos preços do boi gordo podem soar negativas após sucessivas semanas no modo-positivo, mas, ao considerar o desempenho da oferta em 2024 – ano que deve ser o de maior abate de bovinos na história –, “os preços seguem consideravelmente bons”.
“Até onde o mercado cederá?”, indaga o analista, que, ao responder a própria pergunta, tenta arriscar uma tendência possível: “Não dá para dizer, mas acreditamos que há alguns fatores capazes de limitar o viés de queda – ou, ao menos, deixar os preços longe das mínimas do ano”.
Ele aponta um deles: “Daqui adiante, a oferta de boiadas deve trabalhar mais cadenciada por parte do produtor, afinal, a pastagem dá condição, neste momento, para o pecuarista não ter desespero quanto à venda dos lotes”.
Além disso, continua Fabbri, para a demanda externa, “o mercado segue interessante”, enquanto “a demanda interna pode dar algum respiro para as indústrias diante da maior liquidez esperada para o último mês do ano (corrida pelas compras de cortes bovinos que “brilham” nos encontros comemorativos entre amigos e familiares, marcados pelo tradicional “churrasco com cerveja” – não esquecendo dos goles de champanhe)”.
Fonte: Denis Cardoso do portal DBO
Curadoria: Marisa Rodrigues para o portal Boi a PASTO