setembro 16, 2024

Incêndios em SP provoca perdas de R$ 1 bilhão na agropecuária, diz Governo Estadual

Pecuária, cana-de-açúcar e fruticultura são alguns dos setores mais atingidos pelo fogo.

Por Paula Salati

Imagem de uma plantação de cana atingida por incêndios em Dumont (SP). — Foto: Reuters

onda de incêndios no interior do estado de São Paulo gerou, até o momento, um prejuízo de R$ 1 bilhão aos produtores rurais do estado, informou a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP, no final da tarde desta segunda-feira (26). Estima-se que 3.837 propriedades rurais foram atingidas em 144 municípios paulistas. Os dados são preliminares e foram levantados por 20 das 40 regionais da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI).

Os principais setores do agro impactados foram:

  • bovinocultura de corte (carne bovina);
  • bovinocultura de leite;
  • cana-de-açúcar;
  • fruticultura;
  • extração de látex para a produção de borracha;
  • e apicultura (criação de abelhas para produção de mel, propólis, pólen, etc).

Onda de incêndios em SP

A onda de incêndios no interior de São Paulo deixou 48 cidades da região em alerta máximo para queimadas. Duas pessoas morreram e mais de 800 tiveram que deixar suas casas desde que o fogo começou, na sexta-feira (23), segundo dados do governo estadual. São Paulo já teve mais de 2.300 focos de incêndio em apenas três dias, de acordo com a Defesa Civil. Imagens de moradores de cidades afetadas mostram o céu coberto por uma camada de fumaça.

Foi o agosto com mais focos de incêndio da história do estado de São Paulo desde 1998.

Em entrevista à GloboNews, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que três pessoas foram presas nas cidades de São José do Rio Preto, Batatais e Porto Ferreira por provocar incêndios criminosos. “São pessoas que portavam gasolina e estavam realmente ateando fogo de forma criminosa”, explicou. O governo acredita, por ora, que não há uma ação orquestrada. A Polícia Civil e a Polícia Federal investigam.

Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (26), Wolnei Wolff, secretário Nacional de Proteção e da Defesa Civil, afirmou que 99,9% dos focos de incêndio no interior do estado de São Paulo foram causados por ação humana. Ainda segundo Wolff, a Polícia Federal informou que, até domingo (25), 32 processos foram abertos para investigar possíveis incêndios criminosos no Brasil, sendo que dois desses foram no estado de São Paulo.

48 cidades do interior de São Paulo estão em alerta máximo para queimadas; duas pessoas morreram

Ajuda a produtores rurais

O governo estadual informou ainda nesta quinta-feira (26) que disponibilizou R$ 110 milhões para os produtores rurais paulistas afetados pelos incêndios nos últimos dias.

Destes, R$ 100 milhões são para a modalidade de seguro rural, voltada para a redução dos efeitos econômicos e financeiros do extremo climático; os outros R$ 10 milhões são para custeio emergencial, ou seja, para as despesas de manutenção e recuperação da produção.

Os recursos serão disponibilizados via Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista. O produtor deve buscar a Casa da Agricultura de seu município para ter acesso ao crédito.

Perdas na cana-de-açúcar

Com os incêndios de sexta-feira e sábado, 59 mil hectares de plantio de cana-de-açúcar foram queimados. Isso inclui tanto áreas de cana prontas para a colheita, como as de rebrota (áreas que seriam colhidas na próxima safra). Com isso, estima-se que os produtores de cana já tiveram um prejuízo de R$ 350 milhões. Os dados são da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana).

O CEO da entidade, José Guilherme Nogueira, diz que esses dados são preliminares e que os números podem ser maiores depois que as perdas de domingo e segunda forem contabilizadas. “A frente fria que chegou no domingo (25) trouxe chuva ao interior de São Paulo, algo em torno de 15 milímetros, amenizando a situação. Mas o tempo deve continuar seco e quente nos próximos dias, o que nos traz muita preocupação para que não ocorra mais incêndios”, disse.

Nogueira acrescentou que o setor segue o Protocolo Agroambiental “Etanol Mais Verde”, que proíbe o uso de fogo na colheita de cana no Estado de São Paulo.

Fonte: G1

Curadoria: redação do Portal Boi a Pasto

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