Legenda: Segundo Tomazoni, empresa encontrou uma estrutura simples para fazer a dupla listagem
Foto: Gladstone Campos/Realphotos
São Paulo – A JBS, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, quer listar suas ações nos Estados Unidos, um mercado que dá mais visibilidade a investidores internacionais e onde os concorrentes da companhia são negociados a valores muito maiores. O plano é fazer uma dupla listagem, com ações na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) e na B3, e vai ser proposto agora aos acionistas da empresa. A listagem em Nova York pode acontecer em dezembro, caso os próximos passos ocorram dentro do previsto.
“É um passo que tem condição de acelerar movimentos estratégicos da JBS”, disse ao Estadão/Broadcast o presidente global da empresa, Gilberto Tomazoni. “Tem poder transformacional e estratégico como teve a abertura de capital.” Além de criar condições para a valorização da empresa, a dupla listagem deve ampliar a capacidade de financiamento da JBS a um menor custo, ressalta o executivo. Nas captações, a empresa ganha mais flexibilidade e pode, por exemplo, fazer no futuro uma oferta subsequente de ações (follow-on) no Brasil e nos EUA, potencialmente acessando muito mais investidores.
A concretização da dupla listagem é um projeto antigo da companhia. A nova tentativa deve ser feita por uma estrutura de incorporação de ações. A proposta é que quem tiver ação da JBS listada na B3 entrega o papel e recebe em troca o BDR (Brazilian Depositary Receipts, um recibo de ações) da JBS com sede na Holanda – JBS N.V., sociedade constituída dentro das leis daquele país. E é essa empresa holandesa que será listada na Nyse e na B3, via BDR. “Encontramos uma estrutura muito simples”, disse Tomazoni. “Todos os acionistas, seja controlador ou minoritário, terão tratamento igualitário. Vão ter os mesmos direitos.”
Nesta quarta-feira, 12, será feito o pedido de registro na SEC, o órgão federal que regula o mercado de capitais nos EUA. A assembleia dos acionistas minoritários pode acontecer em 60 dias.
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A JBS tem um faturamento anual de R$ 375 bilhões, com operações industriais e escritórios comerciais em 24 países, mais de 330 mil clientes e exportação de produtos para mais de 190 países. No primeiro trimestre de 2023, teve prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão, ante um lucro líquido de R$ 5,142 bilhões em igual período de 2022. A receita líquida, de R$ 86,683 bilhões, foi 4,6% menor na comparação anual, enquanto o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) diminuiu 78,6%, para R$ 2,162 bilhões. A margem ficou em 2,5%. A dívida líquida em reais aumentou 26% na mesma base de comparação, para R$ 83,746 bilhões.
Fonte: Estadão
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