setembro 7, 2024

No Brasil, a mortalidade de bezerros pode chegar cinco milhões de cabeças por ano

Algumas medidas sanitárias e de manejo podem ser adotadas com o objetivo de reduzir enfermidades e consequentemente a mortalidade dos bezerros

A mortalidade de bezerros é um dos gargalos enfrentado pelos produtores, afetando de forma direta e indireta os índices de produtividade e causando prejuízos, seja no setor de carnes como no de leite. O tema é complexo, pois existem várias causas, desde nutricionais, infecciosas (bacterianas e virais) e parasitárias, até genéticas e, principalmente, atribuídas a falhas de manejo.

Uma pesquisa feita pela empresa Be.Animal, liderada pelo professor Mateus Paranhos da UNESP, revelou que no Brasil a taxa de mortalidade de bezerros, do nascimento ao desmame, pode chegar a quase 10%. Com cerca de 50 milhões de bezerros nascendo anualmente nas fazendas brasileiras, isso representa a morte de aproximadamente cinco milhões de animais, a maioria por acidentes de manejo ou doenças. Estimando que um bezerro custe dois mil reais no estado de São Paulo, estamos falando de uma perda estimada de dez bilhões de reais por ano. É um valor extremamente significativo!

Principais causas de mortalidade e soluções

dutor a identificar as possíveis causas dessa mortalidade, levantando os dados, índices produtivos, reprodutivos e manejo do rebanho. Em alguns casos, a causa é multifatorial.

Médica Veterinária com um bezerro
Legenda: Mortalidade bezerros chega a 10% dos nascimentos, no Brasil: 5 milhões de bezerros por ano, o que equivalente a 10 bilhões de reais de prejuízos para os pecuaristas

O médico veterinário Herlley Nunes destaca a importância do manejo de maternidade adequado e do acompanhamento constante para reduzir a mortalidade dos bezerros. Além de acidentes de manejo, doenças como diarreia neonatal e infecções respiratórias são grandes vilãs na mortalidade de bezerros. A prevenção dessas doenças é fundamental para reduzir as perdas. Vacinação adequada, manutenção de um ambiente limpo e seco, e um acompanhamento rigoroso são essenciais, segundo o técnico.

A mortalidade de bezerros neonatos está principalmente associada às falhas de manejo, como partos distócicos, desmame, genéticos e doenças infecciosas. Umbigo mal curado é uma das causas de mortalidade de neonato, pois não sendo feita uma boa assepsia após o corte do cordão umbilical, propicia a entrada de micro-organismos, principalmente bactérias, e associado à baixa imunidade (exemplo: falta de colostro) permite que um agente infeccioso possa ganhar a corrente circulatória, levar à sepse e morte do animal.

Técnico fazendo o trabalho da cura do umbigo com o emprego de mesa móvel de contenção de bezerros
Técnico fazendo o trabalho da cura do umbigo com o emprego de
mesa móvel de contenção de bezerros

Atribui-se às doenças infecciosas a principal causa de mortalidade de bezerros. Entretanto, normalmente, o que se observa são associações de fatores, que permitiram a entrada daquele agente infeccioso. Dentre as doenças bacterianas, temos a colibacilose e a salmonelose, causando diarreia nos bezerros, e a pasteurelose, causando doença respiratória grave.

A presença de parasitas gastrointestinais é fator limitante para o desenvolvimento ponderal dos bezerros e grande problema enfrentado pelos produtores. Nos casos em que ocorre alta infestação no animal, podem ocorrer obstrução, hemorragia e morte do animal. Dessa forma, é importante fazer o exame coproparasitológico associado ao controle estratégico de vermífugos. As coccidioses também podem causar imunossupressão e permitir infecções secundárias, levando ao quadro de mortalidade.

A implementação de protocolos de saúde e bem-estar animal tem se mostrado eficaz na redução da mortalidade e no aumento da rentabilidade.

Controle e prevenção

Fonte: Be.Animal/Professor Matheus Paranhos

Curadoria: Marisa Rodrigues para o portal Boi a Pasto

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