setembro 7, 2024

Nove passos para fazer uma boa recuperação de pastagem

Estamos no período ideal para realizar a recuperação ou reforma na pastagem

Atualmente estima-se que cerca de 130 milhões de hectares de pastagens no Brasil estejam em diferentes níveis de degradação, e a reforma ou a recuperação dessas áreas é uma grande oportunidade de o produtor aliar as boas práticas de manejo com a sustentabilidade na pecuária. Entretanto, embora fale-se muito no assunto, e o tema até foi discutido durante a Cop28, que aconteceu em Dubai, nos Emirados Arabes, recuperar uma pastagem não é algo tão simples de se fazer e exige organização e profissionalismo para que se alcance o resultado almejado. Para auxiliar a sanar algumas das principais dúvidas sobre essa prática, nós, da equipe de redação do Portal Boi a Pasto, dividimos o tema em nove passos que, se executados ao pé-da-letra, pelos produtores pecuaristas, irão garantir o sucesso da iniciativa, em suas propriedades. Confira:

Primeiro Passo: Para recuperar uma área de pastagem o primeiro passo é coletar amostra de solo, seguindo os critérios agronômicos de amostragem. Antes de iniciar a coleta da amostra de solo deve-se fazer um planejamento que inclua:

 a) uma análise visual da área

b) um croqui do local de amostragem, separando a área em glebas. A coleta das amostras deve ser em zig-zag, retirando-se pequenos punhados de terra, de vários pontos da área que se deseja reformar, colocando-se em um recipiente limpo e podendo ser em várias profundidades, sendo as mais comum de 0 – 20 e de 20 – 40 cm. Essas amostras, após serem coletadas, devem ser colocadas em recipientes diferentes. Após o termino de amostragem, deve-se homogeneizar o solo e retirar uma quantidade mínima de 500 gr para ser enviada ao laboratório, com algumas informações tais como: nome da propriedade, nome do proprietário, profundidade coletada, cultura existente e cultura a ser implantada. Deve-se evitar coletar amostras de solo próximo a fezes de animais, cupim e trieiro de animais.

Segundo Passo: avaliar o nível de compactação do solo, podendo fazer de forma direta, com o uso de um penetrômetro ou, indireta, com um canivete.  Com o uso de canivete deve-se fazer uma trincheira no solo com profundidade de 60 cm e, com uma trena, marcar camadas 10 em 10 cm e,  entre essas camadas,  perfurar o solo com o canivete fazendo uma pequena pressão; em algum momento, se se perceber certa resistência do equipamento no solo, marcar essa profundidade que está apresentando essa resistência e, dependendo da profundidade compactada, poderá adotar-se manejos de solo para descompactação, o uso de escarificador ou subsolador de solo.

Terceiro passo: fazer a calagem e gessagem, se houver necessidade, de acordo com o resultado da análise. A calagem tem diversas funções, entre as quais fornecer cálcio e magnésio como nutrientes, aumentar a disponibilidade de fósforo e molibdênio, neutralizar ou reduzir os efeitos tóxicos do Al³ (Alumínio).  Nesse momento verificar altura da pastagem, para evitar efeito “guarda-chuva”. O gesso agrícola pode ser utilizado nas pastagens, visando a melhorar o ambiente da subsuperfície do solo, ou seja, um condicionador de solo (mais recomendado para espécies exigentes e muito exigentes) ou como fonte de enxofre (recomendado para todas as espécies), fornecendo ainda o cálcio, que tem um papel muito importante para as plantas, pois é encontrado em aminoácidos e componentes de algumas proteínas.

Quarto passo: fazer controle de ervas daninhas, podendo ser químico ou manual.

Quinto passo: manutenção de curvas de nível e controle de erosão

Sexto passo: fazer aplicação de adubos (N – P – K), Nitrogênio, Fósforo e Potássio. Deve ter certa atenção no uso desses insumos, eles devem ser aplicados com o solo úmido, e a pastagem deverá ter certa quantidade de resíduo para o melhor aproveitamento dos adubos. O fósforo é o elemento mais importante para o estabelecimento e manutenção da pastagem. Esse nutriente tem grande influência no crescimento das raízes, no perfilhamento e na persistência da pastagem. O nitrogênio é o principal constituinte de proteína, as quais participam ativamente na síntese de compostos orgânicos que formam a estrutura vegetal. É o elemento que atua no tamanho das folhas, colmo, no desenvolvimento de perfilho e na qualidade de forragem produzida. Quando deficientes, leva a pastagem à degradação. O potássio também é muito importante para a planta, onde atua na ativação de enzimas, melhora a translocação de carboidratos produzido nas folhas e melhora a eficiência do uso da água pelas plantas.

Sétimo passo: vedar a pastagem até o capim atingir o ponto ideal de pastejo, sendo que neste período deve-se fazer a manutenção das cercas, cocho, bebedouro e divisão de pastagem.

Oitavo passo: fazer uma estimativa de produção de forragem, coletando em vários pontos amostra de capim em uma área de um metro quadrado, para ajuste de taxa de lotação.  Amostra de forragem deve ser coletada na altura de manejo podendo ser levada ao laboratório para determinar a matéria seca ou ser estimada na propriedade com uso de microondas.

E, por fim, o nono passo e último passo é iniciar o pastejo, respeitando-se a entrada e saída dos animais no piquete, conforme a espécie e cultivar forrageira estabelecida.

Fonte: redação portal Boi a Pasto

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp