Exportação de carne bovina em Mato Grosso dispara no primeiro semestre de 2024
O setor de carne bovina brasileiro vive um momento de grande expansão, com resultados expressivos no primeiro semestre de 2024. No contexto nacional, Mato Grosso se destaca como líder na produção de carne bovina sustentável e de qualidade, com participação de cerca de 14%. De acordo com relatório apresentado pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), o número de animais abatidos no estado aumentou 25,86% no primeiro semestre de 2024, no comparativo com o mesmo período de 2023.
Agrishow 2023 estréia com inovação e sustentabilidade
O feriado, de 01 de maio, foi marcado pelo início da Agrishow 2023, com forte compromisso com a sustentabilidade e muita inovação e tecnologias por parte dos exposição
Aplicativos ajudam piscicultores e agricultores familiares a encontrarem novos clientes
O primeiro, já disponível para o sistema Android, se chama Vendo Meu Peixe, e é direcionado a piscicultores. O segundo é o Rede Campo – Sabor do Campo a um Clique, que pretende aproximar consumidor e produtor rural para estimular a comercialização de produtos da agricultura familiar. O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater), em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) de Santa Helena, lançou nesta quinta-feira (09), no Show Rural, em Cascavel, dois aplicativos que auxiliam a comercialização de produtos rurais paranaenses. O primeiro, já disponível para o sistema Android, se chama Vendo Meu Peixe, e é direcionado a piscicultores. O segundo é o Rede Campo – Sabor do Campo a um Clique, que pretende aproximar consumidor e produtor rural para estimular a comercialização de produtos da agricultura familiar. O Vendo Meu Peixe é fruto da observação de extensionistas do IDR-Paraná. Eles perceberam que os piscicultores do Oeste do Paraná têm apresentado dificuldades para encontrar canais de venda da produção. Para resolver esse problema, o aplicativo vai apresentar um mural de ofertas. Assim, resolve também um problema dos compradores, que poderão localizar lotes por tamanho dos peixes e localização, e então negociar a compra. A ferramenta já está disponível para download na Google Play Store (dispositivos Android), e também pode ser acessada pelo Instagram do IDR-Paraná (@idrparana). Em breve será também disponibilizado para IOS. O aplicativo é dirigido a piscicultores, abatedouros de peixe e empresas de piscicultura de todo o Estado. O Sabor do Campo a um Clique, destinado a viabilizar a comercialização de alimentos da agricultura familiar, nasceu pela dificuldade identificada pelo grupo Rede Campo durante a pandemia para encontrar produtores familiares. O objetivo é ter um espaço para que agricultores possam comercializar seus produtos em todo o Estado, bem como garantir para a população o acesso a alimentos saudáveis e de qualidade. Atualmente a ferramenta se encontra em testes no município de Santa Helena, e na sequência será implementada em Londrina e Toledo, e então por todo o Estado. Depois de feitos os devidos ajustes, o aplicativo ficará disponível nas plataformas de aplicativos para agricultores familiares, agroindústrias rurais, cooperativas do Paraná e consumidores. Ambas as ferramentas estão devidamente registradas, atendendo às exigências da legislação e seu uso é gratuito. O desenvolvimento dos aplicativos foi liderado pela professora Alessandra Matte, da UTFPR, em parceria com o IDR-Paraná. A criação foi viabilizada pela Rede Campo (Rede de Pesquisa, Inovação e Extensão em Desenvolvimento Rural), um grupo de pesquisadores, extensionistas e desenvolvedores vinculados à UTFPR, ao IDR-Paraná e outras instituições de ensino e pesquisa do Brasil O projeto contou, também, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da prefeitura de Santa Helena. Fonte: Agência Estadual de Notícias do Paraná Curadoria: Boi a Pasto
Seu bacon vai mudar: Ministério da Agricultura revisa regulamentação para preparo do produto
A partir de 1° de março, bacon só poderá ser feito da porção abdominal do porco. Atualmente, é permitido o uso dos músculos adjacentes, sem osso, acompanhados da expressão ‘especial’ ou ‘extra’ na embalagem. A partir de 1° de março, a receita de preparo do bacon estará diferente: ele só poderá ser feito da porção abdominal do porco. Atualmente, é permitido o uso de músculos adjacentes, sem osso, acompanhados da expressão ‘especial’ ou ‘extra’ na sua embalagem. A medida foi publicada nesta quinta-feira (9) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A alteração faz parte da Portaria nº 748, que aprova a revisão do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) do bacon para estabelecimentos e indústrias que sejam registrados junto ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) e ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA). Como o bacon é feito atualmente? Hoje, é permitido o uso de músculos adjacentes, sem osso, acompanhados da expressão ‘especial’ ou ‘extra’ na sua embalagem. Produtos feitos de outras partes são chamados de “estilo bacon”. O Ministério da Agricultura também ampliou os ingredientes opcionais na formulação do bacon. Na normativa antiga, eram considerados como adicionais apenas proteínas de origem animal ou vegetal, açúcares, maltodextrina e condimentos, aromas e especiarias. Como passará a ser preparado? A partir de 1° de março, a receita só poderá ser feita da porção abdominal do porco. Para os produtos que vão continuar sendo feitos a partir de cortes inteiros de lombo, pernil ou paleta de suínos, o nome na embalagem terá que detalhar a sua origem, por exemplo, “bacon de pernil”. A nova regra proíbe que tenha qualquer outra referência ao bacon no rótulo. Agora, a elaboração pode contar com carboidratos mono e dissacarídeos, maltodextrina, condimentos e especiarias, água, aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia, previstos em legislação específica do órgão regulador da saúde e autorizados pelo Ministério da Agricultura, e sais hipossódicos. Um ano para se adaptar Os estabelecimentos terão prazo de um ano para fazerem as mudanças necessárias nos produtos. Os produtos fabricados até o final do prazo de adequação, poderão ser comercializados até o fim da sua data de validade. Fonte: G1 Curadoria: Boi a Pasto
Agricultores plantam árvores para cultivar pimenteira-do-reino
Novo sistema usa a árvore leguminosa gliricídia para substituir estacas de madeira como suporte para o crescimento da pimenteira-do-reino. Nativa da América Central, a árvore leguminosa gliricídia (Gliricidia sepium L.) apresenta rápido crescimento e tem se mostrado um ótimo suporte (tutor vivo) da pimenteira-do-reino em um sistema sustentável desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental (PA). O uso da gliricídia como tutor vivo da pimenteira-do-reino em substituição às estacas de madeira evita o corte de árvores da floresta, melhora a produtividade do pimental e diminui os custos ao produtor. A prática, que reduz drasticamente o impacto ambiental da atividade, ganha cada vez mais adeptos no estado do Pará, segundo maior produtor de pimenta-do-reino do País. Os especialistas registraram a redução em 28% dos custos ao produtor com o novo sistema, quando comparado ao tradicional com estacas de madeira. “Além disso, o manejo dessa planta proporciona o aumento do teor de matéria orgânica no solo e a diversificação de microrganismos, a fixação de nitrogênio do ar e consequente redução do uso de fertilizantes nitrogenados e o favorecimento de um microclima nos pimentais”, ressalta o analista da Embrapa João Paulo Both. Esse conjunto de vantagens faz com que o pimental no tutor vivo da gliricídia tenha mais longevidade e tempo de produção em relação ao sistema tradicional. Foco na sustentabilidade No sistema tradicional de cultivo da pimenteira-do-reino o tutor é obtido do tronco de árvores. “Para a implantação de um hectare de pimenta-do-reino é necessário o corte de 25 a 30 árvores para a produção de tutores para a pimenta”, conta o pesquisador da Embrapa Oriel Lemos. O impacto ambiental da atividade, a escassez e o preço elevado da madeira foram importantes motivações para a pesquisa buscar uma alternativa, segundo o cientista. As pesquisas com o tutor vivo tiveram início na década de 1990 no estado do Pará com a parceria da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica). “Todo o sistema de produção de pimenta naquele momento era em tutor morto obtido a partir de madeiras nobres extraídas da floresta amazônica. Essa era a nossa grande preocupação”, relembra Lemos. Ele conta que foram testadas várias espécies e a gliricídia se destacou pelo seu crescimento rápido e menor competição com a pimenteira-do-reino. Desde então, os cientistas vêm aprimorando o sistema de produção da pimenteira-do-reino com foco na sustentabilidade ambiental e econômica da atividade. Redução de custos ao produtor A aquisição das estacas de madeira, o chamado tutor morto, é o item que mais pesa no bolso do agricultor. “A estaca de madeira aqui na região chega a custar de 25 a 30 reais, enquanto que a estaca de gliricídia não passa de 5 reais”, conta o pipericultor (produtor de pimenta) Osvaldo Donizete, do município de Capitão Poço, na região nordeste do estado do Pará. É nesse município que está o maior número de pimentais no tutor vivo de todo o estado. O estudo de impacto econômico da tecnologia, realizado em 2022, calculou os custos de implantação e manutenção por três anos do sistema tradicional e do sustentável. Um hectare de pimenta com o tutor morto (sistema tradicional) custa ao produtor, em média, 58.251 reais. Já com a tecnologia do tutor vivo (sistema sustentável) esse mesmo hectare custa 41.715 reais. Isso representa uma redução de 16.535 reais, o que equivale a 28% de economia ao produtor em cada hectare de pimenta. “O impacto econômico se dá, de imediato, na redução de custo ao produtor, e considera todos os componentes, como mão de obra empregada, preparo de área, insumos (estacas, adubos), mudas de pimenteira-do-reino, manejo do plantio e outros”, explica o economista da Embrapa Aldecy Moraes. “Para o produtor, a questão econômica é importante, especialmente porque a pimenta-do-reino é produzida, majoritariamente, pela agricultura familiar no estado do Pará”, acrescenta o economista. Ampliação das áreas com o tutor vivo A avaliação de impacto mostrou ainda que, em 2022, houve um aumento de 83% na área plantada com tutor vivo nos pimentais do Pará, em relação a 2021. O trabalho estima que o estado tenha em torno de 300 hectares de pimenta na gliricídia e o município paraense de Capitão Poço é o que mais se destaca nessa ampliação. Exemplo disso é a ampliação do pimental do Osvaldo Donizete, conhecido na região como “Tica Caneta”. Ele começou a plantar pimenta-do-reino com o pai na década de 1970 e, atualmente, cultiva cerca de 50 mil pés de pimenta no tutor vivo de gliricídia. O primeiro contato com a tecnologia foi em 2011 por meio da Embrapa. Desde então, o agricultor apostou no sistema sustentável e, anualmente, vem substituindo as estacas de madeira pelo tutor vivo. “Hoje a maior parte da minha produção já é no tutor vivo. Só no ano passado plantei 20 mil pés de pimenta na gliricídia. Além do preço, que é o primeiro ponto positivo, tem muita diferença na planta, ela fica mais vigorosa e produz muito bem. Na estaca morta, o pimental com quatro, cinco anos já está morrendo. No tutor vivo, o pimental de oito anos está bem formado e produzindo bastante”, conta o agricultor. “Os agricultores da região acreditam nessa tecnologia e estimamos que haja em torno de 300 mil pés de pimenta na gliricídia no município de Capitão Poço”, conta o agrônomo Augusto Rodrigues dos Santos, extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater-Pará). O extensionista acredita que a escassez de madeira, o preço para a aquisição das estacas e a questão ambiental são os fatores que levam os agricultores a optarem pelo tutor vivo. “Quem usa essa tecnologia não está derrubando e sim plantando árvores”, diz. Outra vantagem ressaltada pelo técnico é a possibilidade de multiplicação das estacas de gliricídia pelo próprio agricultor. “Ele pode fazer um campo de multiplicação de gliricídia para ampliar seu pimental e também para vender a outros produtores”, conclui. Plantas vigorosas e produtivas Os especialistas afirmam que ainda pouco se sabe sobre o comportamento da pimenteira-do-reino em tutor vivo de gliricídia. Porém, um dos mais recentes trabalhos científicos sobre o tema, realizado no estado do
Valor da Produção Agropecuária previsto para 2023 tem o melhor resultado em 34 anos
VBP deste ano está estimado em R$ 1.265,2 trilhão. As lavouras de milho e soja são as que mais devem contribuir para o crescimento O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) para este ano, com base nas informações de janeiro, está estimado em R$ 1.265,2 trilhão. Este é o melhor resultado obtido nos últimos 34 anos para esse indicador. Em relação ao ano passado, que foi de R$ 1.189,7 trilhão, representa um acréscimo previsto de 6,1% em termos reais. As lavouras têm um faturamento previsto de R$ 900,8 bilhões, e a pecuária com R$ 364,4 bilhões. O VBP das lavouras cresceu 10,5% em relação ao observado no ano passado, e a pecuária deve ter retração de 2,7%. Há expectativas favoráveis para o clima neste ano, com exceção para o estado do Rio Grande do Sul que se encontra num período de falta de chuvas. Lavouras como soja, milho e feijão já revelam perdas acentuadas de produtividade no estado. A previsão de safra recorde de grãos em 2023, anunciada pelo IBGE e pela Conab, explicam as estimativas de produção de grãos – da ordem de 302,0 milhões de toneladas segundo o IBGE, e de 310,6 milhões conforme a Conab. As lavouras de milho e soja são as que mais devem contribuir para esse crescimento, sendo que a soja representa 44,5% do VBP das lavouras, com VBP previsto de R$ 401,0 bilhões. A cana-de-açúcar projeta um crescimento recorde em 2023, o que contribui com o valor total de produção das lavouras neste ano. Também estão previstos resultados positivos para o VBP de algodão, arroz, batata-inglesa, cacau, feijão, laranja, mandioca, tomate e uva. Juntamente com milho e soja, esses produtos estão puxando o faturamento da agropecuária. A pecuária mostra-se mais favorável apenas para suínos e leite, enquanto os demais itens como carne bovina, de frango e ovos apresentam valor negativo para a previsão de crescimento do VBP deste ano. Soja, milho, cana-de-açúcar, café e algodão lideram o faturamento dos 17 produtos analisados no relatório, representando 83,7% do VBP das lavouras estudadas. O que é o VBP O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária no decorrer do ano, correspondente ao faturamento dentro do estabelecimento. É calculado com base na produção agrícola e pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país dos 26 maiores produtos agropecuários nacionais. O valor real da produção é obtido, descontada da inflação, pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A periodicidade é mensal com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês. Fonte: imprensa@agro.gov.br Curadoria: Boi a Pasto
Inteligência artificial identifica plantas doentes simulando processo cerebral
A tecnologia possui várias aplicações, como identificar precocemente doenças em lavouras ou encontrar os pastos mais adequados para maximizar a produção leiteira. Equipamento que permite capturar e simular sinais cerebrais começou a ser testado no Brasil, em 2022, para detecção de doenças em estágio inicial, em cultivos de soja, por meio de inteligência artificial (IA). O trabalho é feito a partir de parceria entre a Embrapa e as empresas Macnica DHW e InnerEye, esta última desenvolvedora do BrainTech, equipamento que faz a captura dos sinais neurais de especialistas por meio de um capacete com eletrodos, similar a um eletroencefalograma (EEG). O sistema, então, simula o funcionamento cerebral no momento em que especialistas visualizam imagens de plantas doentes, automatizando a rotulagem e tornando a etapa mais rápida e eficiente. Com isso, os pesquisadores esperam dar rapidez às tomadas de decisão, reduzindo perdas em empreendimentos rurais e racionalizando o uso de recursos naturais. “Essa é uma iniciativa pioneira da Embrapa que está unindo a tecnologia disruptiva BrainTech, trazida com exclusividade pela Macnica DHW para o Brasil. Associando sinais neurais EEG e AI é possível criar uma máquina que imita o cérebro humano com alta confiabilidade”, observa o gerente de Soluções IoT & AI da Macnica DHW, Fabrício Petrassem. O teste e a validação do sistema tiveram a participação do desenvolvedor Yonatan Meir, da InnerEye, que veio de Israel em agosto, especialmente para essa finalidade. “Por meio da captura de ondas cerebrais, a solução da InnerEye é capaz de identificar o julgamento e a classificação de uma imagem observada por uma pessoa, permitindo que essa imagem seja rotulada de forma automática e imediata”, explica Meir. O sistema já é utilizado em aeroportos europeus na identificação de objetos perigosos em malas. Em 2019, a Macnica DHW buscou a Embrapa para, em parceria, explorar a tecnologia no setor agropecuário, com possíveis novas aplicações. A primeira foi a detecção precoce de doenças em plantas, cujos experimentos começaram em abril de 2022. Pesquisador da Embrapa Agricultura Digital Jayme Barbedo explica o funcionamento da tecnologia que usa inteligência artificial aplicada à agricultura O experimento “As ferramentas de IA evoluíram muito e, com dados de boa qualidade, conseguem resolver quase qualquer problema”, indica o pesquisador da Embrapa Agricultura Digital Jayme Barbedo, que lidera o projeto pela Empresa. O desafio, segundo aponta, é a obtenção desses ‘dados de qualidade’, que além de coletados precisam ser rotulados por especialistas. Um processo custoso e demorado em que o equipamento vai auxiliar. Os primeiros resultados do experimento foram positivos, pois o equipamento ajudou a identificar, com alta acurácia, as folhas doentes (oídio e ferrugem da soja) e saudáveis. Agora, o projeto deve ir além da detecção de plantas doentes/não doentes e avançar na identificação do tipo de doença presente no cultivo da soja, iniciando pelas comercialmente mais significativas. Também está sendo articulada a inclusão das culturas de milho e café nos experimentos com os respectivos centros de pesquisa da Embrapa. Em abril, o equipamento foi trazido ao Brasil para a sede da Macnica DHW, multinacional japonesa, localizada em Florianópolis (SC). Lá, foi montada a estrutura para o experimento de captura dos sinais cerebrais dos fitopatologistas Cláudia Godoy e Rafael Soares (foto à esquerda) da Embrapa Soja. Ambos avaliaram cerca de 1,5 mil imagens de folhas doentes e saudáveis para os testes com o capacete coletor. A etapa da prova de conceito mostrou que os modelos gerados a partir dos eletroencefalogramas dos especialistas são capazes de lidar bem com imagens, permitindo treinar a máquina na identificação de plantas doentes. “A junção das imagens rotuladas – doente/saudável – com os sinais cerebrais dos especialistas resultou na melhora do desempenho do modelo, indicando a viabilidade do uso da IA”, aponta Barbedo. Inteligência Artificial Área de pesquisa que visa projetar, desenvolver, aplicar e avaliar métodos e técnicas na criação de sistemas inteligentes capazes de adquirir e integrar, por conta própria, conhecimento acerca do domínio em que atuam, de modo a melhorar progressivamente seu desempenho em relação ao cumprimento de seus objetivos. Primeiras impressões “A experiência foi muito interessante, porque o sistema aprende a identificar imagens de folhas doentes a partir da contagem que é feita de forma silenciosa quando se visualiza as doentes e as sadias, que passam rapidamente em uma tela de computador pela identificação dos sinais cerebrais”, relata Cláudia Godoy (foto á esquerda). “Com a evolução do treinamento artificial, essas tecnologias de reconhecimento podem ser utilizadas por pessoas que não têm muito conhecimento de doenças, auxiliando no manejo”, detalha. De acordo com Soares, para esse experimento foram escolhidas duas doenças: a ferrugem asiática, doença economicamente mais importante que afeta a cultura, e o oídio, relevante na Região Sul do Brasil. “Essas doenças foram escolhidas pois, além do impacto que geram para a cultura da soja, causam dois tipos distintos de sintomas foliares na planta, e também porque havia uma disponibilidade adequada de imagens para a avaliação”, explica Soares. Para o pesquisador, o aprimoramento de ferramentas de manejo de doenças da soja é relevante porque “detectar e diagnosticar doenças é uma das maiores dificuldades encontradas no manejo da cultura, e tecnologias inovadoras que agreguem informações a essas práticas são desejáveis e necessárias”, destaca. Custos com a ferrugem asiática ultrapassam os US$ 2 bilhões por safra no Brasil Desde sua introdução no Brasil, em 2001, a ferrugem asiática da soja (foto à direita), causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é a mais severa doença da cultura, podendo levar a perdas de até 80%, se não controlada. Segundo levantamentos do Consórcio Antiferrugem, os custos com a doença ultrapassam os US$ 2 bilhões por safra no Brasil, considerando a aquisição de fungicidas e as perdas de produtividade que ela provoca. As estratégias de manejo estão centradas em práticas como o vazio sanitário, que é o período de, pelo menos, 90 dias sem plantas vivas de soja no campo, para a redução do inóculo do fungo. Ajudam também no controle a utilização de cultivares de ciclo precoce e semeadura no início da época recomendada, a adoção de cultivares resistentes, respeito ao calendário de semeadura e a utilização de fungicidas. Atualmente, o fungo P. pachyrhizi apresenta mutações que conferem
Mata Atlântica perdeu quase 7 mil hectares entre agosto e outubro de 2022, aponta estudo
Dados da Fundação S.O.S Mata Atlântica revelaram que 75 campos de futebol foram desmatados por dia Boletim divulgado pela Fundação S.O.S Mata Atlântica, em parceria com o Map Biomas, mostrou que a floresta perdeu quase 7 mil hectares entre os meses de agosto e outubro do ano passado. Esse número é o equivalente a 75 campos de futebol por dia. As situações mais graves foram registradas nos estados de Minas Gerais e Piauí, que concentraram 43% do total desmatado. Para os responsáveis pela elaboração do boletim, o avanço da agropecuária é o principal responsável pelo aumento do desmatamento. “Nós tivemos desmatamento recorde na Amazonia, desmatamento no cerrado e no pantanal. Não seria diferente na Mata Atlântica”, disse Carlos Eduardo Young, professor de economia de Meio Ambiente da UFRJ. Atualmente, apenas 24% das floresta original se mantém em pé, que está presente em 17 estados brasileiros. A responsabilidade no combate ao desmatamento é compartilhada entre os governos federal, estadual e municipal, além do setor privado. Fonte: UOL Cultura Curadoria: Boi a Pasto
Ministro reforça importância de investimento no agro sustentável
Ministro está mobilizando sua equipe para a definição de uma política pública que vai oferecer condições mais favoráveis de financiamento para produtores comprometidos com uma atividade agropecuária sustentável Oministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou de reunião com o Conselho Consultivo da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, na manhã do dia (31) de Janeiro. Ele aproveitou a oportunidade para anunciar aos representantes das instituições financeiras as diretrizes que vão nortear a atual gestão do Mapa e afirmou que o apoio do setor à agropecuária sustentável é fundamental. “Temos que fazer investimento de longo prazo, com taxas de juros compatíveis, para recuperar as pastagens que podem aumentar substancialmente a nossa área de plantio de forma responsável”, disse o ministro. Fávaro esteve acompanhado dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Maria Rita Serrano e Tarciana Medeiros, presidentes da Caixa e do Banco do Brasil respectivamente, estiveram presentes. Isaac Sidney, presidente da Febraban, recepcionou os ministros e integrantes do conselho. O ministro da Agricultura disse que já está mobilizando sua equipe para a definição de uma política pública que vai oferecer condições mais favoráveis de financiamento para produtores comprometidos com uma atividade agropecuária sustentável. O assessor especial Carlos Ernesto Augustin tem se reunido com empresários ligados ao carbono, bioinsumos, fintechs e agritechs para viabilizar a proposta. Segundo Fávaro, a economia do Brasil vai crescer também em função da credibilidade do atual governo no exterior. Ele esteve na Alemanha na semana passada e falou das intenções do Mapa ao país da Comunidade Europeia. “Quero deixar como legado um ministério que seja contemporâneo, que pense no agro do futuro”, afirmou na reunião, destacando o papel da Embrapa nessa estratégia. Fonte: Agrolink Curadoria: Boi a Pasto
Exportação recorde de milho derruba estoques para 2 mi de toneladas
Conab indica suprimento em 123,8 milhões de t e consumo e exportação em 122 milhões Com os dados do mercado externo de janeiro já definidos, o Brasil deve fechar o ano comercial com estoque de passagem de milho abaixo de 2 milhões de toneladas, um volume não registrado há muitos anos. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) prevê oferta total (estoques iniciais, produção e importação) de 123,8 milhões de toneladas no período de fevereiro de 2022 a janeiro de 2023. Já o consumo nacional (75 milhões de toneladas) e as exportações (47 milhões) somam 122 milhões. Resta 1,8 milhão para ser incorporado ao volume da nova safra. A menos que haja revisão para cima da produção ou para baixo do consumo. Do lado da oferta desse cereal, há dúvidas sobre o potencial de produção e de exportação dos argentinos e dificuldades da Ucrânia para exportar. O Brasil é o grande fornecedor no momento, uma vez que o produtor dos Estados Unidos está reticente em vender seu produto, à espera de melhores preços, segundo Daniele Siqueira, analista da AgRural. Mesmo com superssafra de soja e de milho previstas no Brasil, os preços em Chicago continuam em bons patamares. As incertezas na produção e na exportação de grãos dos argentinos mantêm o mercado em alerta. O contrato de março da soja foi negociado a US$ 15,15 por bushel (27,2 kg) nesta terça-feira (7), um valor próximo da máxima histórica de US$ 15,72 para esse contrato, registrada em 19 de junho de 2022. As chuvas de janeiro na Argentina desanuviaram um pouco o cenário ruim que se apresentava para os produtores de soja do país. Mesmo com a chuva, no entanto, ainda fica difícil uma avaliação da produção.A safra de soja é longa na Argentina e só no decorrer de fevereiro será possível uma definição melhor do volume a ser produzido, afirma Daniele. O mercado ainda trabalha com números bem diversos, que vão de uma produção de 37 milhões a 45,5 milhões de toneladas. Este último dado é do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Para Daniele, a safra argentina de soja deverá ficar abaixo dos 40 milhões, o que seria um volume distante do potencial de 48 milhões a 50 milhões de toneladas. No Brasil, apesar da seca no Rio Grande do Sul e em áreas pontuais do Paraná e de Mato Grosso do Sul, a safra deverá superar 150 milhões de toneladas, o que ajuda a cobrir o déficit argentino. As incertezas no Brasil são com o desenrolar da colheita, que está atrasada. Dados da AgRural indicam que até o início de fevereiro apenas 9% da área destinada à oleaginosa tinha sido colhida, abaixo dos 16% de há um ano. No Paraná, as máquinas passaram por apenas 2% da área, bem menos do que os 15% da safra anterior. Embora os produtores norte-americanos estejam de olho nesse atraso da colheita de soja brasileira, o que pode comprometer o período ideal do milho, a analista da AgRural diz que ainda é cedo para uma avaliação dos efeitos desse atraso. Uma eventual redução na safra brasileira de milho favoreceria os produtores dos Estados Unidos, que atrasaram as vendas do cereal à espera de preços melhores. O milho, assim como a soja, também tem um patamar elevado de preços em Chicago. Nesta terça-feira, terminou o pregão em US$ 6,74 por bushel (25,4 kg), não muito distante da máxima de US$ 7,12 de 23 de outubro do ano passado para esse contrato. Contrariando… Jair Bolsonaro escreveu em uma rede social que “o valor das exportações [do agronegócio] passou de R$ 68 bilhões em 2018 para R$ 82 bilhões em 2021”, em vista de o país ter conseguido novos mercados e de elevar o número de produtos comercializados. …o próprio O Ministério da Agricultura informa, no entanto, que as exportações do agronegócio de 2018 superaram, pela primeira vez, o patamar de US$ 100 bilhões, somando US$ 101,2 bilhões. …governo Já as de 2021 subiram para US$ 120,5 bilhões. O Ministério já tem disponível, inclusive, as receitas de exportações de 2022, que atingiram US$ 159,1 bilhões. Máquinas agrícolas As vendas somaram 67,4 mil unidades no ano passado, 19,4% a mais do que em 2021, segundo a Anfavea. Nesse mesmo período, as exportações subiram para 10,6 mil unidades, 7,6% a mais do que no período anterior. Máquinas agrícolas 2 Neste ano, no entanto, o desempenho deverá ser mais fraco. A associação do setor prevê uma queda das vendas para 65 mil unidades, 3,5% a menos do que em 2022, e recuo de 13% nas exportações, para 9.520 unidades. Inflação Os preços dos produtos agropecuários caíram 0,56% em janeiro no atacado, segundo o IGP-DI. Entre as altas estiveram feijão, mandioca e arroz. Na lista de quedas estão soja, aves, carne bovina e adubo. Fonte: Folha de São Paulo Curadoria: Boi a Pasto