novembro 1, 2024

“Brasil no escuro”: crise climática ameaça produção de energia elétrica, aponta relatório

Estudo realizado pela Coalizão Energia Limpa e organizado pelo ClimaInfo mostra que a matriz energética brasileira sofre com as mudanças nos regimes de chuvas e secas mais intensas

Fonte: Um Só Planeta com redação final de Marisa Rodrigues

Usina hidreléttrica Jaguaré- Rifaina-SP
#boiapasto

Legenda: Crise climática ameaça a energia elétrica no Brasil, segundo relatório

Um estudo realizado pela Coalizão Energia Limpa, organizado pelo pessoal do ClimaInfo, mostrou que o Brasil está enfrentando um problemão quando se trata de energia elétrica. A causa? As mudanças climáticas, é claro! Nos últimos anos, o país enfrentou secas terríveis que reduziram drasticamente o abastecimento de água nas nossas bacias hidrográficas. Foi a pior crise hídrica dos últimos 90 anos! E o resultado disso? As usinas hidrelétricas tiveram que operar com capacidade reduzida, o que deixou a geração elétrica em uma situação crítica. Aposto que você sentiu isso na pele ou conhece alguém que passou aperto com a falta de água, né?

Agora, imagina só o impacto dessas mudanças climáticas na nossa geração de energia. O estudo mostrou que as variações cada vez mais frequentes no regime de chuvas e secas mais intensas e prolongadas estão ameaçando a nossa produção de energia. E olha que isso não é pouca coisa, porque cerca de 60% da nossa energia vem de usinas hidrelétricas, o que nos torna um dos grandes jogadores mundiais nesse negócio, responsáveis por 10% da produção mundial. Ou seja, a parada é séria!

Um climatologista chamado Lincoln Muniz Alves, que participou do estudo, alertou que a mudança climática é uma ameaça real para o setor elétrico no Brasil. Ele disse que o planejamento desse setor é baseado em condições climáticas que estão mudando, e não para melhor. A equipe que participou do estudo também incluiu pesquisadores do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Instituto Clima e Sociedade (iCS), Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Instituto Internacional Arayara e Instituto Pólis. Todos eles estão preocupados com o futuro da nossa energia elétrica.

As projeções indicam que a precipitação vai diminuir nos próximos anos, o período úmido vai encolher e o período seco vai aumentar. Ou seja, o clima vai ficar cada vez mais instável, o que é péssimo para a geração de energia. E olha que isso é só uma parte do problema! A crise climática é uma parada global, e todo mundo precisa se esforçar para combatê-la. Infelizmente, o esforço atual ainda não é suficiente para enfrentar os impactos causados pelo aquecimento global. E aqui no Brasil, a tendência é que a temperatura continue aumentando mais rápido do que a média mundial ao longo deste século.

Com isso, as usinas hidrelétricas localizadas no Norte e Nordeste podem ter uma redução no volume de água disponível, enquanto as do Sul e parte do Sudeste podem ter um aumento. No Paraná, a situação é mais incerta por causa da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). É urgente tomar medidas para planejar, operar e governar o sistema elétrico de forma diferente. Os pesquisadores sugerem diversificar nossa matriz elétrica, investindo mais em energia solar e eólica, o que além de reduzir custos, também pode ajudar a diminuir as desigualdades sociais.

Outra sugestão é respeitar os direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais ao aprovar e licenciar novas usinas. Já é hora de parar de repetir os erros do passado, que violaram os direitos e terras dessas pessoas. Além disso, seria interessante instalar baterias nas casas para armazenar energia solar e minimizar os efeitos negativos do clima. Também é importante investir em tecnologias de armazenamento de energia, como hidrogênio verde e usinas hidrelétricas reversíveis. Assim, não precisaríamos recorrer a usinas termelétricas poluentes, a não ser em casos de emergência.

A crise climática está ameaçando a nossa energia elétrica e é preciso agir rápido. É hora de diversificar nossas fontes de energia, respeitar os direitos dos povos indígenas, investir em tecnologias de armazenamento e planejar um sistema elétrico mais resiliente às mudanças climáticas. Não dá para ficar de braços cruzados enquanto o país fica no escuro.

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