outubro 11, 2024

Embrapa Gado de Corte oferece estratégias para redução de danos causados pelo frio no setor de bovinos de corte

Legenda: Reforçar a suplementação protéica é estratégia indicada pela Embrapa Gado de Corte para minimizar os efeitos do stress térmico causado pelas baixas temperaturas aos rebanhos.

Fonte: Embrapa Gado de Corte

Redação: Portal Boi a Pasto

Campo Grande, 25 de julho de 2021 – Com a previsão de riscos de geadas em várias regiões do Sul do Brasil e em Mato Grosso do Sul a partir do dia 28 de julho, produtores de bovinos de corte enfrentam preocupações com os impactos do clima frio nas suas atividades. A Embrapa Gado de Corte, em colaboração com outras unidades da Embrapa, tem desenvolvido pesquisas para lidar com a seca e o frio, oferecendo estratégias para minimizar os danos causados pelos eventos climáticos severos.

No inverno de 2021, diversas localidades do Centro Sul Brasileiro já foram afetadas por geadas, resultando em prejuízos para as lavouras e pastagens. As geadas podem causar danos tanto na camada externa quanto interna das plantas, levando à morte de partes aéreas das plantas devido ao congelamento das estruturas, como vasos, tecidos e células vegetais. Para se recuperarem, as plantas dependem das reservas de nutrientes presentes em suas raízes, o que pode ser comprometido devido à seca prolongada.

A Embrapa Gado de Corte tem trabalhado em pesquisas voltadas para a convivência da pecuária com a seca, desenvolvendo tecnologias como o uso de reservas de pasto vedado, cultivares de capim elefante, produção e armazenagem de volumosos, adubação de pastagens e suplementação mineral, proteica e energética. No entanto, eventos climáticos extremos, como a combinação de frio e seca, representam desafios significativos para o país, afetando não apenas a produção vegetal, mas também a produção animal.

Diante dessa realidade, a Embrapa Gado de Corte sugere ações preventivas em três níveis para minimizar os impactos e proteger os animais:

  1. Enfrentamento da geada no campo:
    • Proteção florestal: áreas florestadas ou invernadas com “capões de mata” podem servir de abrigo contra os ventos gelados e as baixas temperaturas.
    • Proteção contra correntes de ventos: posicionar os animais em invernadas que possuam barreiras naturais, como morros, ou vegetais, como árvores e reservas, para amenizar os efeitos dos ventos frios. Evitar áreas com correntes de ar frio canalizadas próximas aos cursos d’água.
    • Permitir que os animais se movimentem em direção a locais mais protegidos contra os ventos frios.
    • Proteger os animais mais debilitados do rebanho, levando-os para áreas protegidas próximas da sede da propriedade e fornecendo suporte alimentar.
    • Manter os animais suplementados na medida do possível, considerando a queda no valor nutricional das pastagens devido às geadas.
  2. Cuidados após a geada:
    • Alimentação dos animais: suplementar os animaiscom alimentos proteicos para melhorar a digestibilidade e o consumo da forragem. Caso não haja reserva suficiente de massa nas pastagens, considerar a suplementação com volumosos ou concentrados. Avaliar a possibilidade de retirar os animais da propriedade antes que percam muito peso, seja por meio da venda, parceria com outros produtores ou utilizando confinamentos temporários.
    • Ajuste do sistema de produção: após o período das chuvas, avaliar os danos causados pelas geadas e pela seca nas pastagens e planejar a recuperação e o ajuste do efetivo do rebanho de acordo com a capacidade de suporte da fazenda. Explorar oportunidades de parcerias e adoção de tecnologias, como a introdução de áreas mais florestadas e modelos integrados de produção.
  3. Ações políticas:
    • Apoio financeiro e econômico para recuperação da atividade: recomenda-se que entidades de classe, como Sindicatos, Federações e Associações de Criadores, realizem estudos sobre o impacto econômico da produção pecuária e busquem subsídios para solicitar apoio financeiro ao setor, como prorrogação de dívidas e linhas de financiamento para recuperação de pastagens e rebanhos.
    • Incentivos ao reflorestamento com árvores nativas: a cobertura arbórea nativa oferece benefícios ambientais significativos, como a retenção de carbono, a reciclagem de nutrientes e a proteção dos animais contra o frio e o calor intenso. A Embrapa Gado de Corte está desenvolvendo um projeto de pesquisa para certificação de propriedades que preservam árvores nativas, denominado “Carne Carbono Nativo”, e incentiva a participação e o apoio dos produtores nesse processo.

A Embrapa Gado de Corte expressa solidariedade aos produtores de bovinos de corte diante das dificuldades enfrentadas no ciclo de produção, especialmente em momentos desafiadores como este, e coloca-se à disposição para fornecer informações e apoio no que for possível para a proteção e cuidado dos animais. Para mais informações, os produtores podem entrar em contato com a Embrapa Gado de Corte pelo site www.embrapa.br/fale-conosco.

Fonte: Embrapa Gado de Corte

Curadoria e Redação: Equipe Portal Boi a Pasto

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