Nos últimos dias, a onda de calor extremo, tem preocupado os produtores brasileiros. Diversos veículos de informação noticiaram a perca de lavouras e galinhas em várias regiões do Brasil, e com os rebanhos de bovinos não é diferente.
O estresse calórico é definido por Silva (2000) como, a força exercida pelos componentes do ambiente térmico sobre um organismo, causando nela uma reação fisiológica proporcional à intensidade da força aplicada e a capacidade do organismo em compensar os desvios causados pela força.
O termo estresse pode ser aplicado a qualquer mudança ambiental suficientemente severa para introduzir respostas que afetam a fisiologia, comportamento e produção dos animais. O estresse térmico em vacas leiteiras, por exemplo, ocorre quando a taxa de ganho de calor do animal excede a de perda, fazendo com que o mesmo saia de sua zona de conforto. Desta forma, são necessários ajustes no comportamento e/ou fisiologia do animal.
Esse estresse calórico, especialmente nas regiões tropicais, consiste em uma importante fonte de perda econômica na pecuária, tendo efeito adverso sobre a produção de leite, produção de carne, fisiologia da produção, reprodução, mortalidade de bezerros e saúde do úbere.
Como identificar animal com estresse térmico
• Diminuição na produção de leite de 10 a 20%
• Frequência respiratória acima de 80 movimentos por minuto em 70% dos animais do lote
• Temperatura retal maior que 39,2ºC em 70% dos animais do lote ou acima de 39ºC por mais de 16 horas seguidas
• Redução de pelo menos 10 a 15% na ingestão de alimentos
• Aumento do consumo de água
Como reduzir o estresse calórico em bovinos?
Garantir uma dieta de acordo com as necessidades nutricionais do animal, e adaptá-la quando possível para reduzir a produção de calor metabólico, por exemplo, são formas de promover o bem-estar.
Outra forma mais simples é prover aos animais um abrigo, ou seja, garantir espaços com sombra para que eles possam se proteger e evitar o contato direto com a radiação solar.
O sombreamento de área pode ser tanto natural, composto por vegetação, quanto artificial, com a construção de sombrite de no mínimo 80% de retenção da radiação (coberturas normalmente feitas com redes plásticas ou telas de polietileno). Essa tática reduz a incidência dos raios solares sobre os animais, mas é insuficiente para regularizar a temperatura corporal, caso se mantenham as condições climáticas e atmosféricas adversas. Assim, outra opção é investir em aspersores de água e ventilação automática sempre que possível, pois são capazes de reduzir bastante os efeitos do calor sobre os animais.
Tome nota | Animais em estresse térmico apresentam respiração ofegante, boca aberta e língua para fora na tentativa de trocar calor com o ambiente.
Levar em consideração os efeitos das altas temperaturas, na hora de elaborar as melhores estratégias de manejo, é um dos detalhes que caracterizam o bom produtor.
Uma opção, na redução do estresse térmico em bovinos, seria adotar o sistema Silvipastoril, que além de sustentável, por integrar pastagem com arborização, também, pode servir como forma alternativa de renda para o produtor, com a produção de madeira ou fornecimento de frutas.
Por: Boi a Pasto