Legenda: Estima-se que mais de 70% das pastagens brasileiras estejam em vários níveis de degradação. Recuperá-las é uma questão estratégica para melhorar a produção da atividade
A pecuária é uma atividade fundamental para a economia brasileira, mas a degradação de pastagens é um problema sério e crescente no país. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, existem cerca de 170 milhões de hectares de pastagens no Brasil e, infelizmente, 70% dessas áreas estão degradadas em vários níveis. A degradação das pastagens ocorre devido a diversos fatores, como a falta de manejo adequado, o uso excessivo de agrotóxicos, a erosão do solo, o desmatamento e o pastoreio excessivo. Esses fatores afetam a qualidade e a produtividade das pastagens, comprometendo a saúde e o bem-estar dos animais e, consequentemente, a rentabilidade dos produtores rurais.
Um dos exemplos mais conhecidos de degradação de pastagens no Brasil é o da região Centro-Oeste, que é uma das principais produtoras de carne bovina do país. Nessa região, a falta de manejo adequado das pastagens e o pastoreio excessivo têm contribuído para a redução da produtividade e para o aumento da degradação do solo. Isso tem gerado prejuízos para os produtores rurais e para o meio ambiente.
Outra região que vem sofrendo com a degradação de pastagens é a Amazônia. A região é conhecida por sua rica biodiversidade, mas o desmatamento e a conversão de áreas de floresta em pastagens têm contribuído para a perda de espécies e para a degradação do solo. Já no Nordeste do país, a degradação das pastagens é um problema que afeta principalmente as áreas semiáridas. Nessa região, as secas prolongadas e a falta de manejo adequado das pastagens têm comprometido a produtividade e a qualidade das áreas de pastagem. Isso tem afetado a vida dos produtores rurais e contribuído para o êxodo rural.
Para combater a degradação das pastagens, são necessárias medidas como a implantação de sistemas de manejo integrado, o controle da erosão do solo, a diversificação das atividades produtivas e a utilização de tecnologias sustentáveis. Além disso, é importante que os produtores rurais sejam capacitados e tenham acesso a informações e tecnologias que possam ajudá-los a melhorar a qualidade e a produtividade de suas pastagens. Em resumo: a degradação de pastagens é um problema grave e crescente no Brasil, afetando a produtividade, a rentabilidade e o meio ambiente. É necessário que sejam adotadas medidas efetivas para combater esse problema e garantir a sustentabilidade da pecuária no país.
Para melhorar as condições das pastagens degradadas no Brasil, é necessário adotar medidas de manejo adequado, restauração e recuperação dessas áreas. Algumas dessas medidas são:
Planejamento e manejo adequado das pastagens: É importante adotar práticas de manejo sustentáveis, como a rotação de pastagens, o controle de lotação, a adubação e a correção do solo. O uso de técnicas de manejo adequadas pode aumentar a produtividade das pastagens e reduzir a degradação do solo.
Adoção de tecnologias sustentáveis: O uso de tecnologias sustentáveis, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), a agroecologia e a agricultura de precisão, pode ajudar a melhorar as condições das pastagens degradadas. Essas tecnologias podem aumentar a produtividade das pastagens, reduzir a erosão do solo e melhorar a qualidade do pasto.
Restauração de áreas degradadas: A restauração de áreas degradadas pode ser feita por meio da introdução de espécies vegetais adequadas, como gramíneas e leguminosas, que ajudam a melhorar a qualidade do solo e a produtividade das pastagens. É importante escolher espécies adequadas para cada região e clima.
Controle do desmatamento: O desmatamento é uma das principais causas da degradação das pastagens no Brasil. É importante adotar políticas de controle e fiscalização do desmatamento e da conversão de áreas de floresta em pastagens.
Capacitação dos produtores rurais: É importante que os produtores rurais sejam capacitados em práticas de manejo adequado, restauração de áreas degradadas e uso de tecnologias sustentáveis. Isso pode ajudar a melhorar a produtividade e a rentabilidade das propriedades rurais, além de contribuir para a conservação do meio ambiente.
Pecuaristas consideram altos os investimentos em reformas de pastagens. Mito ou verdade?
Realmente, muitos pecuaristas consideram a recuperação e reforma de pastagens um investimento alto e, por isso, acabam não investindo nessa área. No entanto, é importante destacar que a recuperação e reforma de pastagens pode ser um investimento rentável e que traz diversos benefícios tanto para o produtor quanto para o meio ambiente.
Um dos principais benefícios da recuperação e reforma de pastagens é o aumento da produtividade. Com um manejo adequado e a introdução de espécies vegetais mais produtivas, é possível aumentar a capacidade de suporte das pastagens, ou seja, a quantidade de animais que podem ser mantidos em determinada área. Com isso, é possível obter maior produção de carne ou leite por hectare, o que pode resultar em maior rentabilidade para o produtor.
Outro benefício da recuperação e reforma de pastagens é a melhoria da qualidade do solo. Com o uso de técnicas de manejo adequado e a introdução de espécies vegetais que fixam nitrogênio, é possível melhorar a fertilidade do solo e reduzir a erosão. Isso pode resultar em menor necessidade de adubação e em menor perda de nutrientes para o ambiente. Além disso, a recuperação e reforma de pastagens pode contribuir para a conservação do meio ambiente. Com um manejo adequado, é possível reduzir a emissão de gases de efeito estufa, como o metano, produzido pela fermentação entérica dos bovinos.
É importante destacar que a recuperação e reforma de pastagens deve exigir um investimento inicial do pecuarista, mas esse investimento pode ser recuperado em um curto espaço de tempo, por meio da melhoria da produtividade e da redução dos custos com insumos, como adubos e suplementos alimentares. Além disso, é possível obter financiamento para a recuperação de pastagens por meio de programas governamentais e linhas de crédito específicas. (linkar com o anúncio da Cooperativa aqui).
A recuperação e reforma de pastagens é um investimento rentável e que traz diversos benefícios tanto para o produtor quanto para o meio ambiente. Com um manejo adequado e a introdução de espécies vegetais mais produtivas, é possível aumentar a produtividade, melhorar a qualidade do solo e contribuir para a conservação do meio ambiente. É importante que os pecuaristas considerem essa alternativa e busquem informações sobre as melhores práticas para a recuperação e reforma de pastagens.
(*) Marisa Rodrigues é jornalista, especializada em pastagens e nutrição animal e publisher do Portal Boi a Pasto
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Assunto da maior importância e q precisa ser levado à sério pelo Governo e pelos pecuaristas.
Um casamento entre desenvolvimento social, redução de desigualdades, geração de empregos e transição energética. Uma proposta de parcerias privadas e de Estado para oferecer ao mundo uma matriz mais limpa, renovável e conectada aos desafios atuais. Uma provocação para que empresários árabes e brasileiros sejam mais ousados para construir um novo capítulo da relação bilateral. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou nesta quarta-feira (29/11), na Arábia Saudita, uma mesa redonda voltada a empresários e representantes de governo dos dois países com essas mensagens.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira (27) que o Brasil vai à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28) para cobrar, e não para ser cobrado. A ministra participou nesta manhã de uma reunião da CPI das ONGs, instalada no Senado Federal. A COP será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes, entre 30 de novembro e 12 de dezembro.”Estamos indo para COP não é para ser cobrados, nem sermos subservientes, é mas para altivamente cobrarmos que medidas sejam tomadas, porque é isso o que o Brasil tem feito”, afirmou a ministra.
As exportações brasileiras de carne bovina in natura totalizaram, até a terceira semana de novembro, 119,27 mil toneladas. O índice se aproxima do volume total escoado em todo o mês de novembro de 2022, que foi de 148,83 mil toneladas. Os dados, da Secex, foram divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, novembro, 2022), USP.
Entenda como diminuir a temperatura que afeta o manejo da bovinocultura de leite com redução da produção em até 20%. Existem vários métodos que podem ser implementados em todos os tamanhos e tipos de propriedades rurais. Entre as indicações de promoção do bem-estar animal está a adequação da temperatura dos bovinos. As mudanças climáticas afetam muito a reprodução, principalmente, a fertilidade das vacas.
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Assunto da maior importância e q precisa ser levado à sério pelo Governo e pelos pecuaristas.
Assunto da maior importância e q precisa swr levado à sério pelo Governo e pelos pecuaristas.