Confira o primeiro episódio da série apresentado pelo engenheiro agrônomo Mateus Arantes. Sistema foi validado pela Embrapa desde 2012
POR FÁBIO MOITINHO
Que tal recuperar uma área de solo arenoso com um bom manejo de pasto e com o pastejo do boi? Esta é basicamente a ideia do Sistema São Matheus.Pasto e boi viram protagonistas na recuperação de terra fraca
O sistema é um modelo de integração lavoura-pecuária (ILP) para a região do bolsão sul-mato-grossense. Neste caso, o componente pasto e boi entram primeiro, inclusive com correções no solo.
O trabalho mais eficiente com o manejo de cultivares de forrageiras junto com o gado tem garantido a melhoria de áreas para o estabelecimento de sistemas de integração com a lavoura.
“O sistema São Mateus foi criado para viabilizar a integração lavoura-pecuária em solos arenosos ou em solos de risco. Funciona muito bem em áreas boas e também é viável economicamente em áreas de risco”, diz o engenheiro agrônomo Mateus Arantes.
Arantes junto com o time de pesquisadores da Embrapa ajudaram a validar este sistema desde 2012. O especialista apresentará uma série com oito episódios falando sobre as vantagens deste tipo de integração.
Nesta quinta-feira, 30, foi ao ar no Giro do Boi, o primeiro episódio. Agora, toda quinta-feira, Arantes trará outros aspectos sobre essa tecnologia para a produção de carne bovina e cereais.
Como o sistema funciona?
O ponto crucial é o uso do pasto para recuperar área degradada e posteriormente entrar com a lavoura.
“Primeiro a gente faz toda adequação química e de preparo do solo e entra com a pastagem. Essa passagem fica pelo menos de 6 a 12 meses com o gado em cima produzindo a em torno de 15 a 20 arrobas por hectare”, diz Arantes.
A grande vantagem é que, fazendo isso, o produtor pode fazer uma recuperação de solo mais econômica sem a necessidade de revolvimento do solo.
A implantação de grão pode ser a lavoura que for mais interessante para a propriedade, como as culturas de soja, milho e algodão.
“O importante é que a gente recupere essa área um ano antes com pasto fazendo todas as recomendações e as adequações pertinentes para que a gente consiga um alto uma alta produtividade ao longo desse tempo”, diz o especialista.
Sistema mais produtivos, porém, exigente
O único porém destacado por Arantes é a exigência técnica para a gestão do Sistema São Matheus.
“É um sistema técnico e precisa ser muito bem executado pelo produtor rural. Não é algo simples. Não é algo usual e fácil porque envolve a integração de sistemas, alta produção de forragem de gado e de soja”, diz o especialista.
No entanto, se conduzido adequadamente, os ganhos são muito satisfatórios. Ele permite uma alternativa para maior intensificação da produção de bovinos e maior retorno de capital em menos tempo.
Fonte: Giro do Boi/ Fábio Moritinho