Pesquisa da Embrapa aponta associação da atividade com questões negativas como desmatamento e maus tratos aos animais, exigindo maior esforço de comunicação
Por Larissa Vieira
Que o brasileiro é apaixonado por carne todos sabem. Somos o terceiro maior consumidor mundial do produto, com 24,8 kg/hab./ano, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para 2022. Apesar disso, a imagem da pecuária bovina junto ao consumidor está longe de ser 100% positiva.
Foi o que apontou o estudo “Percepção de aspectos comunicacionais sobre a produção de carne bovina no Brasil e sua interação com a sociedade” realizado pelo pesquisador Ériklis Nogueira, da Embrapa Pantanal.
“A pesquisa confirma uma dificuldade do Agro em comunicar ao grande público que a produção de carne, na maioria das vezes, ocorre de forma sustentável e segura, com respeito ao bem-estar animal, e que o consumo do produto é vantajoso do ponto de vista nutricional. Verificamos que o Agro fala muito para si mesmo e pouco para o público consumidor urbano”, destaca Nogueira.
No estudo, foram entrevistadas, por meio de questionário, um total de 181 pessoas de várias idades, com destaque para as faixas etárias de 31 a 40 anos (27,6%) e de 41 a 50 anos (26,5%). Essas pessoas pertenciam a vários segmentos da sociedade, desde o próprio Agro (principalmente produtores rurais) até profissionais de ensino ou pesquisa e consumidores em geral. “A maioria afirmou que come carne bovina de três a cinco vezes por semana (48,6%) ou mais de cinco vezes (40,8%). Além disso, 48% disseram preferir esse tipo de carne a outras (frango, peixe, suíno, caprino)”, informa o pesquisador.
Fonte: Revista DBO
Curadoria: Boi a Pasto