julho 27, 2024

Novilhas criadas em sistema Lavoura-Pecuária-Floresta têm melhor resposta imunológica

Conclusão é de estudo inédito da Embrapa Agrossilvipastoril

Novilhas Nelore criadas em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) tiveram melhor resposta imunológica a um determinado antígeno do que animais em pastagens comuns. Esse foi o resultado obtido por pesquisa realizada pela Embrapa Agrossilvipastoril e que ajuda a entender a dinâmica de verminoses no rebanho em diferentes sistemas produtivos. Além disso, pode ser extrapolado para outras doenças e parasitoses.

O trabalho abre novas novas perspectivas sobre o manejo do rebanho nas propriedades rurais. “A fazenda pode ter módulos diferentes para categorias de animais. Se não for de interesse arborizar a fazenda toda, é interessante que ela tenha uma área com árvores para os animais mais jovens”, diz o pesquisador Luciano Lopes, da Embrapa.

Resultados anteriores obtidos no mesmo experimento já demonstraram que novilhas Nelore em sistemas ILPF ganham mais peso e possuem maior precocidade sexual. “Na parte reprodutiva, vimos que há diferença entre os sistemas. Então é um ganho triplo. O ganho de peso por si só, o ganho de peso influenciando a precocidade sexual e, paralelamente, a melhor resposta imunológica. Para as novilhas, principalmente, seria bem interessante usar sistema ILPF”, avalia o pesquisador.

Benefícios de novilhas em ILPF


Uma série de pesquisas comprovou vantagens importantes na criação de novilhas em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta:

  • Maior ganho de peso
  • Maior precocidade sexual
  • Melhor resposta imunológica

Caminho da pesquisa

O resultado obtido sobre a resposta imune do gado foi a última etapa de um trabalho que teve início analisando a ocorrência de nematoides (vermes) em pasto solteiro e em integração pecuária-floresta. A primeira constatação foi que a melhoria do microclima causada pela sombra das árvores favorecia a ocorrência de larvas de nematoides.

Porém, ao contrário do esperado, as novilhas que pastejavam em sistemas sombreados apresentaram menor contaminação do que aquelas que estavam em pastagem com menor carga de parasitas. Essa comprovação foi feita por meio da contagem de ovos dos nematoides presentes nas fezes dos animais.

De acordo com Lopes, duas hipóteses foram cogitadas para explicação. A primeira era que a sombra também favorecia a ocorrência de insetos, como o besouro rola-bosta, que predam as larvas nas fezes depositadas no chão, impedindo a contaminação de um hospedeiro. A segunda está relacionada à resposta imune dos animais. A primeira hipótese foi refutada em pesquisas. Segundo o pesquisador, a melhor resposta imune é o que explica a menor infestação de parasitas nas novilhas que pastejam no sistema silvipastoril.

Verminoses

As verminoses são responsáveis por grandes perdas na pecuária de corte, seja pela perda de peso ou pelo atraso no período reprodutivo. Dessa forma, o entendimento do ciclo dos parasitas em diferentes sistemas e das estratégias de controle são importantes informações para auxiliar o pecuarista.

Nas pesquisas realizadas na Embrapa Agrossilvipastoril, observou-se que os bovinos estão mais vulneráveis às parasitoses do 6º ao 18º mês de vida. Após os 18 meses, o sistema imunológico já está mais bem desenvolvido e o animal, embora apresente o parasita, sofre danos menores.

Outra comprovação foi a de que há variação ao longo do ano na carga parasitária dos animais, com maior incidência nos meses de fevereiro e março, fase final do período chuvoso, e em setembro, no fim da seca. Essa constatação reforça a recomendação de se fazer o controle estratégico, com vermifugação somente nos meses 5, 7 e 9, e não em todas as operações de manejo do rebanho no curral.

“O pecuarista deve manter o controle estratégico, pois este é eficiente para manter o rebanho protegido. Assim ele evita vermifugações desnecessárias e reduz custos”, recomenda Lopes.

Fonte: Revista Itatiaia

Curadoria: Boi a Pasto

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