Últimos dados de fiscalização mostram aumento gradativo do desmatamento e incentivo do ex-presidente a práticas ilegais
O agronegócio, um dos gigantes da economia brasileira, responsável por mais da metade dos produtos de exportação, é também o maior vilão da floresta amazônica. De acordo com o Coordenador da Frente
Ambientalista e professor de Direito da Puc-Rio, Alessandro Molon (PSB), no governo de Jair Bolsonaro, os órgãos de fiscalização ambiental foram enfraquecidos. Além disso, para Molon, o futuro ex-presidente
compactua com práticas criminosas. “Todos os sinais que o Bolsonaro deu foram no sentido oposto. Ele
praticamente incentivou o garimpo ilegal.”
O RAD (Relatório Anual do Desmatamento) do Mapbiomas comprovou que a Amazônia perdeu 59% de sua vegetação nativa. É esperado que o futuro presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, diminua os índices de desmatamento, que se encontram em 10 700 quilômetros quadrados, como foi feito no seu antigo governo doano de 2003 até 2011. Do sudeste do Maranhão ao sudeste do Acre, no norte do Tocantins, sul do Pará, norte deMato Grosso, Rondônia e sul do Amazonas, áreas que juntas são chamadas de Arco do Desmatamento.
Os dois lados das eleições
As eleições de 2022 fi caram marcadas por
dois extremos
, partidos relacionados à causa do agronegócio eoutros que são a favor da preservação da fl oresta Amazônica. Alessandro Molon, Presidente Regional do PSB,afi rmou que é necessário fortalecer os órgãos de fi scalização na Amazônia e focar em alternativas que tornamlucrativo manter a fl oresta de pé. Para que isso seja necessário, o
IBAMA
precisa se reerguer para chefi ar ocombate ao desmatamento ilegal da Amazônia. Além disso, ele citou que um n
ovo projeto de lei de grilagem
que legaliza quem roubou terras da Amazônia passou na Câmara dos Deputados.
“No governo Bolsonaro eles criaram as GLOS, ações de garantia da lei da ordem com o comando das forçasarmadas. E as forças não têm no hall e expertise para liderar essas ações de combate ao desmatamento, masnão devem ser elas a liderar a ação e sim apoiar a ação”, afi rmou Alessandro Molon.